Palácio das Carrancas, Porto
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Palácio das Carrancas, Porto
Alguém saberá algo sobre os proprietários do Palácio das Carrancas construído em 1795, ocupado por D.Pedro IV durante o Cerco do Porto; foi também residência oficial do general Soult, em 1809, em plenas Invasões Francesas.
Penso ter sido uma família Moraes e Castro sobre a qual perco o rasto após o Cerco.
O meu interesse reside na identificação de quem seria M.M. Castro, a quem o meu Tetravô, J.A. Ribas, dedicou duas sonatas editadas em Hamburgo em 1830.
Melhores cumprimentos
Antonio Bessa Ribas
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RE: Palácio das Carrancas, Porto
Caro António Bessa Ribas,
Se for alguém da família que refere, é provável que a dedicatória tenha sido dirigida a Manuel Mendes de Morais e Castro que, em 1795, fundou, com seu irmão Isidoro, o Palácio das Carrancas .
Tem um pouco da história deste palácio e dos seus possuidores no "Portugal Antigo e Moderno", de Pinho Leal, Vol. 5, pags. 263 e seg.
Cumprimentos,
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Palácio das Carrancas, Porto
Caro Primo
Sobre os Carrancas do Palácio há já alguma bibliografia publicada. Desde logo, um trabalhinho «O Palácio dos Carrancas», da autoria da Dr.ª Teresa Viana, também autora de um outro artigo, publicado no «Boletim Cultural» da Câmara Municipal do Porto, Série Nova (não tenho aqui o título, nem o volume, nem a data). Em ambos, há algumas referências genealógicas e no segundo até mesmo uma árvore, onde traça a família até datas bem recentes.
Já exclusivamente sobre o mesmo edifício e numa perspectiva da História da Arte, existem citações em dois artigos e dois livros do Prof. Jaime Ferreira-Alves, dedicados à problemática da Casa Nobre e ao Urbanismo no Porto. Os artigos: «A Casa Nobre no Porto nos Séculos XVII e XVIII - Introdução ao seu Estudo» (ou algo do género) e «A Casa Nobre no Porto no Século XVIII» (inserido na obra: «Portugal-Brasil, Brasil-Portugal, Porto); os livros: «A Casa Nobre no Porto na Época Moderna» (da Colecção Portucale, publicada no ambito do Porto 2001) e, finalmente, «O Porto na Época dos Almadas. Arquitectura. Obras Públicas» (Porto, 1988-1990).
Os Carrancas Moraes e Castro eram dois irmãos, Manuel e Henrique Mendes de Moraes e Castro. Foram Industriais, Capitalistas, Negociantes, donos de uma fábrica de galões (que instalaram na Casa), Cavaleiros-Fidalgos da Casa Real, Cavaleiros da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e Fidalgos de Cota de Armas, mercês de Dom João VI. Parece que deram avultados empréstimos à causa liberal, pelo que foram recompensados por Dona Maria II, que concedeu ao primeiro o título de Barão de Nevogilde, de que viria a ser eventual herdeiro o segundo. Ambos solteiros, ambos sem descendência, tiveram duas irmãs: uma casou com o Barão de Perafita, de quem também não teve descendência; a segunda, casou com um senhor Borges, de quem teve uma filha única, 3.ª e última Baronesa de Nevogilde. Seria esta senhora quem acabou vendendo o edifício à Casa Real. No entanto, o Palácio servia já de Paço Real em todas as visitas régias à Cidade. Ali estiveram Dom Pedro IV (até ser escorraçado para uma das Casas dos Ribeiro de Faria, na Rua de Cedofeita, fugindo às bombardas miguelistas); Dona Maria II e Dom Augusto de Leuchtemberg em 1834; Dona Maria II e Dom Fernando, com os Príncipes Dom Pedro e Dom Luís (depois Reis), nos anos de '40; Dom Pedro V já na década seguinte; Dom Luís em '60, aquando da inauguração do Palácio de Cristal (1865) e do Monumento Equestre a Dom Pedro IV (1866), ambas as visitas na companhia do pai e do irmão Dom Augusto; Dom Carlos e Dona Amélia e, finalmente, Dom Manuel II, pelo menos em 1910.
Sobre estes Barões de Nevogilde, existe alguma bibliografia na RFGNP, de Albano da Silveira Pinto e do Visconde de Sanches de Baêna; e no eterno Zúquete, NPB.
Um abraço
Manuel Azevedo Graça
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RE: Palácio das Carrancas, Porto
Caro J. de Castro e Mello Trovisqueira
Grato pela informação, irei tentar consultar.
J.A. Ribas teve que abandonar Portugal em 1828, como muitos outros.
Tenho ideia de que esta família Morais e Castro, seriam também Liberais, e sendo J.A., por esta altura, regente do Real Teatro de S.João, poder-se-iam conhecer.
Cumprimentos
A. B. Ribas
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RE: Palácio das Carrancas, Porto
Caro Primo
Como sempre, informação esclarecedora e completa.
Bem que me palpitava serem adeptos da causa liberal, só me resta averiguar se Manuel Moraes e Castro seria conhecido por M.M. Castro
Outro abraço
António Bessa Ribas
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