Quebra na descendência-Alteração de Apelido
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Quebra na descendência-Alteração de Apelido
Estou com um grave problema!
Consigo reconstituir a minha ascendência sem problemas até ao Século XVII, data em que o meu apelido misteriosamente desaparece de uma geração para a anterior, dando lugar a outro completamente diferente.
Mais: este antepassado é baptizado com um apelido diferente do meu actual e chega a casar com esse apelido, mas no momento do baptizado de seu filho já aparece identificado com o actual apelido da família, que chega, portanto, aos dias de hoje, passando, a partir do mesmo momento do baptizado, a identificar-se com o "novo apelido".
Curiosamente, é baptizado e casa com o "antigo" apelido na mesma paróquia em que posteriormente vem a baptizar o seu filho já se identificando com o "novo" apelido e o Pároco não levanta quaisquer obstáculos.
Muito agradeço eventuais pistas para resolver a questão, pois estão em causa direitos nobiliárquicos.
Obrigada
Alexandra
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RE: Quebra na descendência-Alteração de Apelido
Cara Alexandra:
Acontece com alguma frequência que o mesmo indivíduo seja identificado com apelidos diferentes ao longo da vida ou mesmo que assine com apelidos diferentes em diferentes ocasiões. Encontrei diversos exemplos em ascendentes meus. Só tentando recuar mais algumas gerações se poderá eventualmente encontrar explicação para o uso dos diferentes apelidos. O que me parece pouco usual é o aparecimento do apelido logo no assento de baptismo; só os pais aparecem normalmente com apelido (às vezes reduzido ou mesmo omitido). Até hoje só encontrei baptizandos identificados com apelido tratando-se de expostos, numa freguesia de Setúbal (tratando-se de filhos de pais incógnitos o padre terá querido fixar-lhes um apelido desde o momento do baptismo; neste caso, durante anos, usou sempre, para este efeito, o apelido "de Sousa", fenómeno que sempre considerei curioso e bastante original) .
A mudança de apelido poderá em alguns casos explicar-se por herança de algum morgado ou representação, mas nem sempre era assim, como pude verificar em muitos casos.
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
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RE: Quebra na descendência-Alteração de Apelido
Caríssimo:
Efectivamente, o meu antepassado em questão somente aparece no assento de baptismo, em 1749, com o seu nome próprio.
Não obstante, os pais e avós que constam do assento não possuem, quer paternos, quer maternos, o actual apelido da família.
E este mesmo antepassado figura ainda no seu assento de casamento ou recebimento, como se dizia à época, em 1774, com o apelido de seu Pai e de seu Avô paternos.
Repare que é somente quando este antepassado baptiza o seu filho que já se identifica com o novo apelido que continuará a ser utiizado até aos dias de hoje.
Para além da herança de morgado ou representação, existirá alguma explicação plausível e verificável?
É interessante notar que quando este meu antepassado é baptizado, o Pároco reconhece-o como filho legítimo, pese embora os Pais ainda se encontrarem de esponsais e em preparação do casamento.
Ora, quando este antepassado casa com a idade de 25 anos, curiosamente, os seus Pais são identificados como ambos solteiros, mas a Igreja continua a reconhecê-lo como filho legítimo.
Será que este facto adicional pode ajudar a desvendar o mistério?
A que fontes se poderia recorrer para explicar este facto? E como fazer prova da ascendência?
É que estou muito preocupada com esta descoberta.
Com os melhores cumprimentos
Alexandra
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RE: Quebra na descendência-Alteração de Apelido
Agradeço imenso a resposta de António Bívar e, em aditamento à minha questão, aproveito para colocar aqui algumas questões adicionais.
Efectivamente, o meu antepassado em questão somente aparece no assento de baptismo, em 1749, com o seu nome próprio.
Não obstante, os pais e avós que constam do assento não possuem, quer paternos, quer maternos, o actual apelido da família.
E este mesmo antepassado figura ainda no seu assento de casamento ou recebimento, como se dizia à época, em 1774, com o apelido de seu Pai e de seu Avô paternos.
Repare-se que é somente quando este antepassado baptiza o seu filho que já se identifica com o novo apelido que continuará a ser utiizado até aos dias de hoje.
Para além de eventual herança de morgado ou representação, existirá alguma explicação plausível e verificável?
É interessante notar que quando este meu antepassado é baptizado, o Pároco reconhece-o como filho legítimo, pese embora os Pais ainda se encontrarem de esponsais e em preparação do casamento.
Ora, quando este antepassado casa com a idade de 25 anos, curiosamente, os seus Pais são identificados como ambos solteiros, mas a Igreja continua a reconhecê-lo como filho legítimo.
Será que este facto adicional pode ajudar a desvendar o mistério?
A que fontes se poderia recorrer para explicar este facto? E como fazer prova da ascendência?
É que estou muito preocupada com esta descoberta.
Muito obrigada.
Alexandra
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RE: Quebra na descendência-Alteração de Apelido
Alexandra. te puede llegar a interesar las respuestas que a mi me dieron en un topico que nombre como transmision de sobrenome.
A mi me paso algo semejante, ya que investigando encontre que el sobrenome cambio.
Saludos
Carlos.
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RE: Quebra na descendência-Alteração de Apelido
Cara Alexandra:
Como se exprime o reconhecimento de legitimidade pelos párocos? está lá mesmo escrito "filho legítimo de x e y, solteiros"?! se assim é parece-me um caso verdadeiramente inaudito e para o qual não encontro explicação, uma vez que é uma contradição nos termos, para os conceitos da época! o simples reconhecimento público da paternidade, mesmo lavrado em assento paroquial não conferia qualquer espécie de legitimidade; mesmo a legitimação pelo soberano não conferia em todos os casos todos os direitos dos filhos legítimos (não ficavam ipso facto aptos a asuceder em toda e qualquer mercê, por exemplo).
Quanto à prova da ascendência, até onde está esclarecida nos assentos paroquiais, não vejo que se possa encontrar melhor, independentemente dos apelidos usados; os assentos paroquiais não são prova a 100%, como nenhum outro documento (nem mesmo os testes de ADN!), mas em geral não dispomos de documentos mais fidedignos para "provar" uma filiação. No seu caso pode, de facto, surgir a dúvida de uma eventual descoberta tardia de filiação diferente da referida nos assentos; todas as conjecturas são permitidas: teria a Mãe revelado diferente paternidade, finalmente assumida por qualquer razão? experimente a procurar nas Chancelarias reais da época (no ANTT), quem sabe se não aparecerá uma legitimação do seu antepassado com outro progenitor? Ou no Registo geral de Testamentos (também na Torre do Tombo), caso exista algum testamento do próprio ou de algum antepassado que refira a questão.
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
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