Os doze de Inglaterra
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Os doze de Inglaterra
Quem foram os doze de Inglaterra?
Alguém me pode elucidar sobre este episódio da nossa História.
M.Elisa
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RE: Os doze de Inglaterra
Caros Confrades
De entre de "Os doze de Inglaterra" destaca-se o Magriço.
Alguém me pode informar quem é este valoroso cavaleiro.
Melisa
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RE: Os doze de Inglaterra
Melisa,
veja o topico seguinte sobre a mesma tematica:
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=54459
Contudo chamo a sua atençào para o caracter altamente improvavel e mais provavelmente novelistico do acontecimento contido na narrativa dos doze a Inglaterra.
Os doze (ou treze) existiram no entanto.
C. Silva
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RE: Os doze de Inglaterra serão os 11 + o Ericson?
Cara Melissa
Quando vi este tópico pensei que estava a referir-se aos "Bifes" que ontem à noite comemos e que precederam umas saborosas "tapas". Agora vamos lá ver se em seguida comemos ou umas "laranjas" ou smörgasbord.
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RE: Os doze de Inglaterra serão os 11 + o Ericson?
Cara Melisa
Não tenho os registos comigo, a algum tempo estive a ler a genealogia da minha família, em Homens, segundo as palavras de meu trisavô, é pouco provável que Pedro Homem (quando chegar a casa vou conferir o nome correcto, se é o Pedro Homem ou João Homem) tivesse sido um dos doze, devido à sua idade avançada na época dos acontecimentos.
Já tinha lido o tópico que o sro. Carlos Silva indicou, desenvolveram o tema.
Cumprimentos
Maria do Monte
Nota: Que delicia a vitória da nossa selecção
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RE: Os doze de Inglaterra serão os 11 + o Ericson?
Caro José Tomás
Também, também.
Aproveito para apelar à memória dos confrades sobre um episódio da nossa História em que estivessem envolvidos holandeses ou suecos (dependendo de amanhã), a fim de podermos saborear um bom repasto no rescaldo de quarta-feira ;-).
Melisa
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RE: Os são os 11 + todos os portugueses
Caros Confrades
Agradeço as vossas prontas informações.
Novelístico ou não, quer Camões , quer Almeida Garrett o enalteceram.
Os feitos do Magriço são atestados por documento existente na Torre do Tombo, (carta datada de 26 de Dezembro de 1411), em que D. João, duque da Borgonha e conde da Flandres, reconhece os grandes serviços a si prestados por Álvaro Gonçalves Coutinho e, em agradecimento, concede privilégios aos portugueses na Flandres.
No passado, os cavaleiros defendiam a honra das suas damas.
Hoje... os torneios são outros, mas que dão consolo ao nosso ego, lá isso dão.
Ontem como hoje nem todos entraram no torneio ao mesmo tempo...quando tudo parecia perdido...eis que chegam não um, mas três magriços e resolveram a contenda.
Obrigado
M.Elisa
PS.
Sinto falta do "nosso" Rafael de Carvalho, das suas palavras e do seu amor à genealogia ( tornando-a pelas suas sábias descrições uma coisa viva)
Elisa
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RE: Os doze de Inglaterra
Prezada M. Elisa
No referido tópico http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=54459 que nos lembrou Carlos Silva, no ano de 2001, coloquei uma rápida informação sobre o tema que, passados três anos, se me permitir, repito novamente meste seu novo tópico.
Autor: Cau Barata [responder para o fórum]
CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA BARATA
Rio de Janeiro, 24.09.2001
Caro Gui Maia de Loureiro,
estou entrando em uma área de risco, pois foge um pouco das minhas pesquisas, no entanto, andei acompanhando a existência destes valorosos combatentes, defensores das maltratadas damas inglesas, por causa de meu pai, Eng.º Fernando Emmanuel Barata, que sempre lembrou-me das estórias dos Doze da Inglaterra.
O velho Barata, orientando-me com sua paixão por esta história, me fez escrever um verbete para o Glossário do Dicionário das Famílias Brasileiras, que somente saiu no Tomo II, volume I, que não foi lançado em Portugal.
No referido verbete, colocamos:
DOZE DA INGLATERRA – Heróis de uma história de cavaleiros que Camões, nos Lusiadas (canto VI, estrofes 37 a 70), apresenta como contada de noite por um marinheiro, em uma das naus de Vasco da Gama, quando iam de Melinde para a Índia, aos camaradas que estavam com ele de quarto, para os distrair.
Narrou que no tempo de D. João I, Rei de Portugal [1385-1433], foram na corte de Inglaterra agravadas doze damas por alguns cortesãos. Queixaram-se então elas ao duque de Lencastre, o qual lhes propôs que as defendessem contra os injuriadores doze cavaleiros de Portugal, que ele havia conhecido, cavaleiros que designou e cujos nomes as damas tiraram à sorte entre si.
Escreveu cada uma ao que lhe coube, e todas ao rei português, e o duque a todos. Chegaram as cartas em Portugal, e partiram os paladinos do Porto por mar, exceto um, Alvaro Gonçalves Coutinho, por alcunha. O Magriço, o qual preferiu seguir por terra. Chega este ao campo do torneio, em Londres, à última hora: trava-se a luta, e os portugueses vencem.
A tal história não alude nenhum cronista da época, português ou estrangeiro, e por isso muitos autores a têm por inteiramente fabulosa.
Segundo Sampaio Bruno, trata-se simplesmente duma imaginária adaptação portuguesa da realidade histórica das justas de Ricardo II de Inglaterra, celebradas em Londres em 1390
[Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa-Brasileira, IX, 289].
Foi na Vila de Cea (ou Ceia), na Beira Baixa que se reuniram os celebrados Doze da Inglaterra e dali marcharam para Lisboa e de lá para Inglaterra, em 1390, com licença de D. João I.
Foram a rôgos de João de Gand, duque de Alencastre (sogro do dito rei). Foram vingar 12 damas inglesas, mostejadas de feias por alguns senhores daquele país.
Em público palanque, em Londres, estando presente toda a corte, o mais nobres lordes do reino e grande multidão de povo, venceram os 12 cavaleiros beirãos, aos soberbos filhos da Gã-Bretanha, morrendo alguns destes na liça, ficando o resto feridos, e os bravos vitoriosos portugueses foram grandemente estimados pela corte e muito mais ainda pelas damas que foram defender.
Há alguma divergência nos nomes destes cavaleiros
[Fonte: Pinho Leal, Dicionário, II, 223].
Destes 12 heróis, nNove voltaram à pátria e 3 ficaram por lá.
Alvaro Vaz de Almada fez grandes serviços ao rei de França, que o fez conde de Abranches, na Normandia e o rei da Inglaterra o fez cavaleiro da nobilíssima ordem militar da Jarreteira. Muitos escritores julgam isto uma fábula devida à fértil imaginação de Camões [Fonte: Pinho Leal, Dicionário, II, 224].
Diz-se que, depois do combate e vitória contra os 12 cavaleiros ingleses – em casa do duque de Alencastro, e ao tempo dos cavaleiros portugueses se sentarem à mesa, as damas quiseram deitar água às mãos dos seus respetivos campeões. Onze aceitaram cortezmente esta delicadeza; porém Magriço o não consentira à sua, porque, tinha ele tão vasto cabelo nas mãos, que se lhe não viam as unhas. Instado pela dama, lhe respondeu:
Sabei, senhora, que as minhas mãos, segundo as tenho, tão graosseiras e cabeludas, poderão sêr-vbos modestas, e temo que vos causem desgosto – ao que a dama respondeu
Antes, quanto ela assim são mais fortes e valentes, devo eu lava-las com maior acatamento, pois me salvaram da desonra e infamia, que, sem dúvida, me era de maior desgosto.
– Então o cavaleiro consentiu que ela lhe deitasse a água. Esta formosa lenda, dos tempos cavalheirescos, não tem outra prova de sua veradicidade, senão uma simples tradição, que o príncipe dos poetas portugueses aproveitou para um belíssimo episódio do seu poema, e que vários escritores, copiando-as uns aos outros, deram por verdadeira
[Fonte: Pinho Leal, Dicionário, IX, 610].
DOZE DA INGLATERRA
Segundo Rodrigo Mendes da Silva, na sua Poblacion general de Hespanha
N.º Nome Notas Família
1. Alvaro de Almada Sobrinho de Alvaro Vaz de Almada, um dos doze cavaleiros ALMADA
2. Alvaro Mendes MENDES
3. Alvaro Vaz d´Almada ALMADA
4. Antônio Gonçalves Coutinho O Magriço, filho do marechal Gonçalo Vaz Coutinho COUTINHO
5. João Pereira Sobrinho do condestável Nuno Alvares Pereira PEREIRA
6. Lopes Fernandes Pacheco Descendente de D. Fernão Rodrigues Pacheco – séc. XIII PACHECO
7. Luiz Gonçalves Malafaia MALAFAIA
8. Martim Lopes de Azevedo Mendes AZEVEDO
9. Pedro Homem da Costa HOMEM
10. Rui de Cerveira CERVEIRA
11. Rui Gomes da Silva SILVA
12. Soeiro da Costa COSTA
O nono cavaleiro acima, como podes ver, é Pedro Homem, no entanto, Pedro Homem da Costa, o que parece ser seu nome completo, o que vai de acordo com Felgueiras Gayo, no título Homem, Tomom XVI (volume VI, da nova edição), § 1, n.6, subN.7, onde apresenta o nome de Pedro da Costa Homem:
q foi hum dos doze q forão a Inglaterra em desagravo das Damas q em alguas memorias se acha cazado com hua Sr.ª Irmaa do Bispo de Vizeu s.g.
No entanto, Gayo ainda estava confuso quanto a sua paternidade, pois no mesmo título, o apresneta como filho de Pedro da Costa e de sua esposa Isabel Nunes Homem, que sucederu seu pai no Morgado da Lagioza; enquanto no Título da Família Costa, § 49, o dá como filho de Ignez da Costa, que anteriormente foi apresentada como sua irmã (o que é mais correto).
Este Pedro da Costa Homem, tido como um dos Doze da Inglaterra, por morte de seu irmão mais velho, João da Costa Homem, tornou-se o herdeiro do Morgado da Lagiosa. Serviu ao Infante d. Henrique. Há quem não discorda desta filiação acima, mas também não a confirma, colocando em dúvidas pelo tempo.
Com relação a Francisco Homem de Gouvêa, com Carta de Brasão de Armas, passada em 13.04.1535, que tem como avô um Pedro Homem, morador em Gouvêa, deixa parecer que os 145 anos entre este documento de concessão de Armas e a participação do outro Pedro Homem, no torneiro de 1390, na Ingaterra. apresenta porposta muito dilatada cronologicamente. No entanto, não é impossível, afinal, a esposa de Francisco Homem de Gouvêa, é neta de Gonçalo Ayres Ferreira, que se achou no descobrimento da Ilha da Madeira, em 1419, e se encontra em Felgueiras Gayo, Título dos Ferreiras, § 1, N.8, sub-N.9, Tomo XIII (vol. V, da nova edição), pág. [251].
Assim, fiquei com a sensação que falei, falei, falei, e nada falei, ou seja, compliquei ainda mais.
Minhas desculpas,
Cau Barata
Para piorar a situação, a dita mãe de Pedro da Costa Homem, Isabel Nunes Homem, senhora da aldeia da Talhada, por doação de seu irmão Fernão Nunes Homem, havia sido esposa, em primeiras núpcias, de João Fernandes de Gouvea, que se tem por falta de descendência.
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