Estrela de David
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Estrela de David
Caros participantes, ao encontrar o assento de casamento de uns meus antepassagos, existe um outro casamento, na mesma pagina, em que uma das testemunhas não assinou de cruz mas sim com a estrela de David. Este registo data de 1652 no concelho da Covilhã. Seria Cristão Novo? Agradeço uma resposta.
Maria Gouvre.
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Estrela de David ou "cinco saimão"?
Cara Maria Gouvre,
Sem querer dar palpites nem dar ares de especialista, parece-me de ponderar que seja pouco provável. Mas tem mesmo a certeza de que são seis pontas?
É que, pelo menos pelas Beiras, há (ainda hoje) a tradição do “cinco saimão”, uma estrela de cinco pontas, que “dá sorte”, coisa que nunca pude descobrir a origem mas que na zona de Santar ainda é “usada” como símbolo (não sei bem de quê) nos ramos da semana Santa. Trazem-se as palmas ou piteiras bentas para casa, faz-se com elas a estrela e põe-se no umbral das portas. Nesse caso a estrela até poderia ser um sinal de devoção.
Mas apesar da estrela de seis pontas ser pouco provável não parece ser de todo impossível.
Pouco provável porque era arriscado expôr-se. A Inquisição estava ainda muito activa. Não impossível porque sendo esses meios pequenos, todos conheciam quem era quem, e o cura ou a autoridade eclesiástica local pode ter feito questão de “marcar” ou de fazer marcar determinada pessoa com o sinal de origem judaica, real ou presumida. Os pequenos poderes nos pequenos locais medem-se a uma escala muito superior ao seu valor presumível. Ainda hoje. E a rotulagem é uma descoberta muito antiga da humanidade.
Resolvi intervir porque também ando à procura de definitivamente confirmar ou afastar uma origem judaica, no meu caso para um nome Beirão (da Ínsua, Penalva do Castelo, Mangualde): Laires. São muito poucos, não há toponímia nem referências à sua origem. Só aparece no início do séc. XIX, com alguém que literalmente muda de nome, de Amaral para Laires. Há esse nome e variantes locais em França desde pelo menos o séc. XIII. A época (início do séc. XIX) coincide com as invasões francesas, que passaram por ali.
Mas se reparar, Laires é um anagrama de Israel. Coincidência? Talvez só especulação.
A confirmar.
Cumprimentos.
Victor Ferreira
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Caros Victor e Maria,
Também já encontrei essa "assinatura" da estrela num assento, e se não estou em erro, era uma estrela de cinco pontas, daquelas que se fazem com um só traço. Estou curiosa em saber o significado, pois não tenho memória de nenhuma tradição aqui por esta zona (Douro litoral) do "cinco saimão", que me era desconhecida totalmente.
Cumprimentos
Rosário Figueiredo
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Cara Rosário Figueiredo,
Pois é. Não tendo pretensões a Giacometti, quem tem a sorte de poder andar pelas aldeias, nem que seja por uma, onde se tenha "solar", onde se seja considerado "da terra", e poder falar com as pessoas mais velhas e deixar-se entrar pelo seu mundo, descobre coisas curiosas. Às vezes nem é preciso. as aldeias são tão "primitivas" que mesmo as pessoas mais novas ainda se movem, mais motoreta menos motoreta, num universo dos nossos bisavós.
Em alguns locais das Beiras diz-se "rua" para as principais, mas para as transversais que vão dar aos campos diz-se "quelha". É patente a proximidade com "calle". Vestígio do castelhano no português medievo? Vestígio Filipino? Ou será português-português, pré-existente, de "calha" de onde vem "caleiro", e que quer dizer um meio de escoar as águas das chuvas que transportam as terras e o pó, bom fertilizante, para os campos, o que de facto essas veredas faziam?
No fundo a ideia é sempre a mesma calle, quelha, calha, caleiro.
Mas encontrar esse termo numa aldeia da Beira ainda hoje, falar nisso a outros Beirões, e ninguém nunca ter ouvido falar, é curioso. Há "casulos" onde se fixam coisas que na aldeia ao lado ninguém conhece. E isso perde-se todos os dias.
Essa do cinco saimão (CS) acompanha-me desde pequeno. A minha avó materna (faz 94 daqui a dias sDq: ainda havia monarquia em Portugal quando nasceu), de uma aldeia perto de Santar, sempre que via uma estrela de cinco pontas quase exclamava "o cinco saimão!". Nunca me deu uma explicação para o facto. Era assim e pronto. Meio crendice, meio hábito local, dito com uma espécie de admiração que podia também querer exprimir o exconjuro de qualquer coisa, com uma ponta de respeito ou mesmo medo dominado.
É claro que é comum encontrar o símbolo em tudo o que é bruxarias, quiromancias e quejandos. Hoje e em tempos passados. Mais Merlin, menos Professor Karamba, topo de gama ou rasca, vai tudo dar ao mesmo. Charlatanice da pior espécie. E é provável que na origem da utilização e da atitude perante o símbolo estejam misturadas essas razões mágicas ou de protecção. Ao fim de umas gerações de cultura oral, os significados originais podem perder-se e vão-se estabelecendo conotações contemporâneas que "ao contar o conto mudam um ponto".
Como também nunca vi nada escrito sobre o CS, daqui a umas semanas quando estiver em Moreira (de Santar) vou perguntar a umas "fontes" vivas que ainda lá tenho se me explicam isso melhor. Depois digo-lhe.
Cumprimentos
Victor
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RE: "cinco-saimão" ou "signo-saimão"?
Caro Victor Ferreira,
Um pequeno texto sobre o pelourinho de Santa Marinha, Seia, que pode ajudá-lo na sua dúvida:
" A base do remate apresenta também uma estrela de cinco pontas , podendo ser identificada com o signo de Salomão, a Estrela de David ou um signo-saimão destinado a afugentar o demónio, segundo a crença popular. Segundo A. Rocha Fontes as medidas do pelourinho são as seguintes: o fuste tem 2,85 m, o capitel tem 30 cm de altura, o remate tem 40 cm de altura e a argola de ferro foi colocada a 1,25 m da base. "
Será cinco-saimão, uma deturpação de signo-saimão?
Cumprimentos
Luis Camizão
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RE: "cinco-saimão" ou "signo-saimão"?
Caro Luis Camizão,
Já reparou que "cinco-saimão" ou "signo-saimão" parece ser uma corruptela de "signo de Salomão"?
Cumprimentos
Rosário Figueiredo
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RE: "cinco-saimão" ou "signo-saimão"?
Caro Luis Camizão,
Parece-me um tiro no porta-aviões!
É exactamente o que faz sentido aqui. Enquadra-se perfeitamente no espírito com que o símbolo é visto pelos anciãos da aldeia: o Signo de Salomão, a servir para esconjurar um mal qualquer. Afundámos um submarino.
O que resta de curioso é como dois símbolos tão próximos (uma ponta de diferença) pudessem potencialmente desencadear sentimentos tão díspares: protecção e condenação. Talvez no tempo, a estrela de seis pontas não fosse tão facilmente identificável com o judaísmo. Ou fosse constituída a de cinco pontas como um "contra-símbolo" por apropriação e "mutilação".
Cumprimentos,
Victor Ferreira
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Caro Victor Ferreira,
Estive em Santar há uns dois anos, e achei uma aldeia belíssima, com muitas casas antigas. Na altura, estavam lá uns actores a gravar uma telenovela. Porém, o mais curioso dessa viagem foi que uma dessas casas era muito parecida com a do meu avô, uma construção em forma de "L". Nunca mais me esqueci dessa aldeia, que considero como uma das mais bonitas que já vi.
As fontes vivas são a melhor fonte de informação que podemos ter. Enquanto os meus avós e tios dos meus pais foram vivos, aproveitei ao máximo para lhes fazer perguntas, às quais nem sempre sabiam responder. É como diz: "Era assim e pronto". Acompanharei com interesse as informações que puder trazer.
Cumprimentos
Rosário Figueiredo
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Santar e o ambiente na aldeia
Cara Rosário,
As fontes vivas são, sem sombra de dúvida, mais agradáveis que os livros paroquiais e notariais poeirentos e cheios de ácaros, que me dão uma alergia medonha.
Às vezes elas próprias (as fontes) também são um bocado poeirentas, afinal o seu ambiente é o agrícola e mexer na terra faz pó. Mas não há nada que substitua a sua companhia a petiscar uma bela fatia de brôa de milho beirã e um chouricinho assado de entrada, seguidos de umas batatinhas "aferventadas" na panela de ferro a acompanhar o que quer que seja, desde que regadíssimas de azeite (faltou o belo Dão, mas esse dispensa chamadas: já lá está). É nesse ambiente confortável e quente onde se recolhem as melhores histórias familiares, dados preciosos, umas "fofocas" com 70/80 anos ou mais de idade, ... mas também muita irrelevância e mistificação. O que também ajuda a compor o ramalhete.
Mas é tudo bonito sim senhora quando a atitude vai nesse sentido.
Eu cá por mim, embora tenha nascido numa cidade com 6M de habitantes e seja um urbano de nascença e vivença, estou na aldeia como peixe na água. Ainda bem. Agradeço o dom.
Santar, sem a Casa da Srª Condessa (que compartilha o cabeleireiro com a minha mãe e é sua madrinha de Crisma, dela e de mais pelo menos 2764 naturais da freguesia), não me parece que se diferenciasse muito de outras aldeias que contêm casas senhoriais (atenção que Santar é Vila, sem Concelho, mas é).
A Casa de Santar tem a virtude de ser estruturante naquela aldeia. Mesmo assim muita barbaridade arquitectónica e decorativa se cometeu por ali nos últimos 30-40 anos. Hoje em dia restaura-se nas proximidades com mais cuidado. Até já se quer construir a "imitir (sic) o antigo". Isto quer dizer quase sempre por a pedra de fora, rematar as juntas com massa e pintá-las de uma cor que varia ... bom que varia demais. Hélas. Antes isso que o contrário.
O que me dana é não ter havido o cuidado de instruir na preservação dos valores arquitectónicos locais. Sempre que vou a outros países europeus venho de lá com um mau perder que até ferve. As pessoas percorrem milhares de quilómetros para passar uns dias a visitar aldeias na Suíça, Itália, Grécia, ex-Iugoslávia, Bélgica, Inglaterra, Alemanha, países de Leste ... até em Espanha. Pagam! para lá dormir. O "turismo de aldeia" nem precisa ter uma promoção especial: é natural que as aldeias sejam preservadas, ordenadas junto com a paisagem, de forma natural. E eles também tiveram desertificação rural, e muitas décadas (séculos alguns) antes de nós. Nas nossas aldeias, quem entra por acaso quer rapidamente de lá sair, quanto mais não seja pelo aspecto das casas. Moreira é um exemplo.
Enfim, eu também conheço as chamadas "razões profundas" e não sou fundamentalista de nada nestes campos. Adiante.
Recentemente vendemos uma casa e compramos outra que restauramos. Ambas antigas, ambas em L. Deve ser um padrão local. Cria-se um pátio fronteiro enquadrado por um lado da casa onde acostam (acostavam) os carros de animais e se recolhe o gado miúdo e os abastecimentos. Na parte de baixo também fica a adega, e o lagar fica precisamente na ponta da perna inferior do L, com um janelão a dar para a rua onde se descarregam as uvas. Típico de região vinícola de pequena e média propriedade onde muitas casas tinham lagar.
Os meus cumprimentos.
Victor
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Caro Victor Ferreira,
obrigada pela sua breve resposta.
Desconhecia a estrela de saimão.
Observando melhor a estrela vi que tem de facto 5 pontas.
Fico contente por saber que há mais a aprender e a dizer sobre o assunto.
Li com atenção o que foi dito pelos outros participantes, aguardo, por isso, com curiosidade novas informações.
com os melhores cumprimentos,
Maria Gouvre
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Caros confrades
Lembro-me que ainda em meados do século XX era usual colocar no braço dos bebés uma pulseira de que pendiam os seguintes pequenos objectos: uma meia –lua, uma figa (sensivelmente a representação de um punho fechado), um pequeno corno, e uma estrela de 5 pontas a que o povo chamava signo-saimão e que me lembro de também ouvir chamar signo-salomão. Todos estes objectos tinham como finalidade proteger e trazer sorte à criança. E não era apenas nas aldeias que havia este costume. Recordo-me de ver estes objectos, quer em Lisboa, quer no Algarve. No caso das posses dos familiares o permitirem os mesmos eram de ouro e vendiam-se nas ourivesarias.
Cumprimentos
M.Elisa
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RE: Santar e o ambiente na aldeia
Caro Victor Ferreira,
Pode ser impressão minha, mas, por aquilo que tenho observado, penso que ultimamente tem havido uma recuperação da arquitectura tradicional portuguesa, até mesmo em aldeias onde houve forte emigração para outros países da Europa. Um exemplo dessa recuperação, do meu ponto de vista, são as janelas com acabamentos em pedra. Há alguns anos atrás não se viam esses acabamentos nas novas construções. E outra coisa que tenho notado é, por exemplo, o aproveitamento da fachada exterior de edifícios antigos. Conheço o caso de uma casa assobradada, com 3 andares, que foi transformada em edifício, mas mantiveram a fachada da casa inalterada.
Penso que hoje em dia, as pessoas começam a valorizar mais o seu próprio património e já não vêem com tanto deslumbramento tudo o que venha do exterior. Enfim, é a minha opinião.
Cumprimentos
Rosário Figueiredo
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Cara M.Elisa,
Ainda hoje tenho em meu poder uma pulseira dessas, com uma figa, presente dos meus padrinhos de baptismo. Mas sei que já tive outras correntes com figas quando era criança e que acabei por perder com o tempo.
Cumprimentos
Rosário Figueiredo
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RE: Santar e o ambiente na aldeia
Não sei se dei a impressão errada de uma visão amarga e pessimista do panorama rural. Sou capaz de ter resvalado um bocadinho por aí.
Não quero deixar essa impressão. Sou um apaixonado pela ruralidade, no seu sentido mais puro: integração do homem na paisagem rural; harmonias locais, que não se repetem nem se copiam de sítio para sítio; evolução harmónica; bem estar das famílias e saúde do meio ambiente.
Nada disso é incompatível com nada. Nem com novos materiais, nem com indústria, nem com evolução de práticas e tecnologias. Aliás, quanto mais evoluídas "latu sensu" as sociedades rurais, melhor o uso e a preservação que imprimem aos seus espaços.
Cumprimentos
Victor Ferreira
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Cara Elisa
Sem esperar tive de vir a casa e antes de abalar novamente, vim aqui Fórum. Não vou acrescentar nada de novo ao que aqui foi escrito, é apenas para corroborar e mais um exemplo desse costume. porque achei engraçado e lembrei-me desse hábito antigo. Pois também usei tal pulseirinha com esses amuletos/talismã, que gostaria de ter ainda. Ligo muito a essas lembranças e gosto de guardar tudo que me recorde algo de agradável, embora sem valor materia, por vezes, apenas afectivo. Mas, por acaso, tenho esse "talismã" de plástico, que me saiu num brinde e eu guardei-o lembrando-me dos tempos de bébé.
Depois do dia 15 mais ou menos ou já em Outubro, estarei em casa ,porque a seguir terei de sair novamente, e terei tempo de entrar em contacto consigo para reatar alguns assuntos de genealogia, em atraso. Pelo menos terá valor informativo que nunca é demais recebermos.
Até lá, boas pesquisas e creia-me sinceramente.
Rafael
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Caros confrades,
Achei curioso o uso da figa em Portugal.Aqui no Brasil, conhecida como figa de Guiné, foi usada pelos negros e escravos como amuleto, fazendo parte da penca de balangandãs que as negras usavam como proteção. Parece que veio com os negros de origem islâmica.Com o tempo era comum que as meninas recebessem uma figa de ouro, prata ou coral, usada mais como adorno. A estrêla de David ou sêlo de Salomão, com seis pontas, eu vi usada por judeus e também pelos praticantes de cultos de origem africana. Não sei se há alguma diferença.
Meus cumprimentos ,
Maria Alice
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RE: Santar e o ambiente na aldeia
Caro Victor Ferreira,
De maneira nenhuma fiquei com tal impressão. Acho que compreendi bem a sua mensagem.
Cumprimentos
Rosário Figueiredo
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RE: Estrela de David ou "cinco saimão"?
Caros colegas,
No livro "Os templários na formação de Portugal", de Paulo Alexandre Loução, encontrei o seguinte:
A Estrela Flamejante
"Na tradição judaica, a estrela de cinco pontas é chamada de David; e a de seis pontas "selo de Salomão". Existem, no entanto, muitos autores que trocam estas designações.
São a resultante geométrica do cinco e do seis.
O pentágono e a estrela de cinco pontas dele resultante simbolizam, por um lado, o microcosmo, o homem celeste (o quinto elemento) e, por outro, quando a estrela está disposta com duas pontas para baixo, a teurgia, a ciência que maneja os poderes ocultos da Natureza.
As cinco chagas de Cristo não são mais do que o símbolo do homem celeste (crístico) preso na matéria (personalidade). A nosso ver, é uma chave incontornável para entender o significado das cinco quinas do brasão nacional. Cinco parece ser o número de Portugal, daí o mito do Quinto Império: a soberania do espírito sobre os quatro elementos da matéria. A estrela de cinco pontas é um símbolo muito esotérico. Paracelso considerava-o um dos símbolos mais poderosos e os Templários utilizavam-no repetidamente. Está no pórtico da Igreja de Nª. Srª do Olival, de Tomar, e vêmo-lo em vários estrelas no claustro da lavagem do Convento de Cristo."
O Selo de Salomão
"A união de um triângulo voltada para cima (arquétipos espirituais) com outro triângulo voltado para baixo (manifestação dessas ideias), perfazendo uma estrela hexagonal de seis pontas, é o símbolo do macrocosmos. Na medida em que se relaciona com as seis direcções do espaço (norte, sul, oriente, ocidente, zénite e nadir), lembra o monograma de Cristo.
O duplo triângulo entrelaçado, denominado "Selo de Salomão", que hoje marca presença na bandeira israelita é um símbolo que chegou à Europa vindo da Ásia Menor, mas já antes era utilizado na India como talismã contra o mal. Os hindus chamam-lhe "Signo de Vishnu".
A ermida templária de Santa Catarina, construida nos arredores de Monsaraz, tem planta hexagonal, figura geométrica que emparelha com o "Selo de Salomão" ou "Signo de Vishnu". Tradições herméticas relacionam esta estrela de seis pontas com os sete metais-base e os sete planetas astrológicos: prata-Lua, cobre-Vénus, mercúrio-Mercúrio, chumbo-Saturno, estanho-Júpiter e ferro-Marte dispõem-se junto às seis pontas; e no centro o ouro-sol. Tivemos a oportunidade de observar uma moeda do tempo de D. Afonso Henriques (catalogada por Alberto Gomes) encontrada em Rio Maior, que num dos lados tem o "Selo de Salomão" com um círculo no centro, ou seja, o sol-central que transforma este símbolo num septenário."
Cumprimentos
R. Figueiredo
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RE: Estrela de David
Cara Maria Gouvre:
Embora não esteja especialmente informado relativamente à utilização de diversos símbolos como assinaturas, creio que o recurso a figuras menos comuns que o habitual sinal de cruz resulta essencialmente de um desejo de ter uma assinatura característica e menos imitável. Já encontrei como assinatura em documentos diversas variantes do sinal de cruz, algumas estrelas, quadrados e outras formas geométricas.
A tentativa de produzir uma assinatura original manifestava-se também entre a população alfabetizada (como ainda hoje acontece), sendo frequente a conclusão de assinaturas, após a escrita do nome, com uma série de linhas curvas entrelaçadas que seria provavelmente muito difícil de copiar.
Não creio que exista qualquer significado especial associado à adopção como assinatura de um símbolo em particular, neste caso uma estrela de seis pontas. Relativamente à hipótese de se tratar de um cristão-novo, não creio que fosse esse o caso. Não sei se já existia no século XVII a actual identificação imediata da estrela de David com o Judaísmo, mas se tal acontecia então esse seria provavelmente o último símbolo que um cristão-novo iria utilizar em público. É importante realçar que ser judeu era então considerado um crime muito grave, e sobre os cristãos-novos recaía uma suspeita permanente pelo facto de descenderem de judeus convertidos. Muitos cristãos-novos prefeririam que não se soubesse sequer que o eram.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Estrela de David
Maria Gouvre
Li atentamente a sua mensagem para o FORUM, sobre um registo de casamento e a estrela de 5 pontas. Dado tratar-se de um registo que respeita a um concelho da Covilhã e estando eu a desenvolver alguma investigação sobre famílias covilhanenses com ligações judaico-cristãs, agradecia, por favor, que entrasse em contacto comigo para o seguinte endereço de mail:
maria_david_eloy@yahoo.com.br
Com os meus cumprimentos
Maria David
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