Mateus Martins Leme, fundador de Curitiba
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Mateus Martins Leme, fundador de Curitiba
350 anos da Igreja de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba.
Glória Eterna aos Fundadores.
Uma das maiores alegrias genealógicas é descender dos fundadores da localidade em que se mora e vive.
Testamento do Capitão Povoador Mateus Martins Leme. 2/6/1695. 9° avô duas vezes e por dois diferentes 6° avós :
(grafia transcrita do original)
"Em nome da Santíssima Trindade Padre filho e Espírito Santo três pessoas e hum só Deus uerdadeiro. Saibam quantos este público Istromento uirem em como no ano do nascimento denosso Senhor Jesus Cristo demil e seis sentos e e nouenta e sinco anos aos dous dias domez de Junho do dito anno, eu Mateus Martis Leme estando em cama, faso este meu testamento da foram seguinte:
Primeiramente encomendo minha alma a Santíssima Trindade, que acriou e rogo ao padre eterno pellamorte e paicham do seu unigenito filho a queira reseber como resebeu a sua estando pera morer na aruore da uera Crus e a meo Senhor Jezus Cristo pesso por suas divinas chagas que va que nesta uida me fesmercê dar seu presioso sange emeresimento deseus traualhos me faxa também mercê nauida que esperamos dar o prêmio quilhe agloria e pexo e rogo a gloria Virgem Maria mãy de deus e ao anio de minha garda e atodos os santos de quem sou deuoto queira por mim emtreseder agora e quando minha alma deste corpo sair porque como uerdadeiro cristam protesto deuiver emorer em asanta fé católica e nesta fé espero saluar minha alma não p’ro meus meresimentos, mas pellos da paicham d’ungenito filho de deus;
Rogo a meu genro Antonio da Costa celozo e a Capptam. Mór agostinho de fiqueiredo, em Pernaguá Manoel velozo que per seruisso de deus queiram ser meu testamenteiro, feitores e procuradores de meus beis – meu corpo será sepultado nesta Igreia matris no Cruzero de Tailho do arco aonde está sepultado meo filho Miguel Martins – Declaro que não deuo diuidas nem huas somente duas colheres e hua tomoladera que possa ter quatro patacas de peso pouco mais ou menos;
declaro que estas duas colheres e a tomoladera deuo a manoel picam de dote;
declaro que sou casado com antonia de goes em fase da Igreia da qual tiue dous filhos machos a sauer – Antonio Martins yá defunto e Mateus Leme e a anna maria da silva e a maria Leme mulher de manoel picam;
declaro que caseia anna maria da silva com antonio da Costa uelozo lhe dev seu dot porem cheiro tudo q lhe prometti não lhe resto a deuer nada;
declaro que cazei a minha filha maria Leme com manoel Picam e lhe entregey todo dote que lhe prometi so lhe resto as duas colheres e atamoladera que asima digo;
declaro que o defunto meo filho Antº. Martins que deus aia quando se cazou com a filha de baltezal carrasco leuou sincoenta rezes emtre piquenas e grandes e hu rapagam de quinze ou uinte annos e tres espigardas e se quizer entrará com tudo isto a colasam;
declaro que tenho em casa de mateus Leme hu negro por por nome uicente e hua rapariga por nome maria e hum negreo seu melaton hu negro por nome manoel, o coal defunto ficará por sua conta;
declaro que tinha encarregado o meu filho mateus Leme o gado quer bacum e caualgaduras ouelhas e a feramentatodas machados, foises emchadas e feramenta de carpintaria toda;
declaro que tenho hu casal de pessas manoel com sua mulher marsela, hu filho por nome gaspar, hu neto por nome Inosensio;
Bernardo com sua mulher anna seu filho por nome faustino hu neto por nome siriaco, hua neta por nome maria que está em casa demateus Leme;
Francisca com tres netos simoa Paulo e Juan – André e seu irmão pedro e sua Irmã Theodosia – Leam soltero e seu neto Lazaro – Felipe soltero faustina tapanhuma, soltera;
Declaro que grauuiel e palinario os deichou o defunto meu pay deus aia em Sam paullo forros com condisam que a grauiel com hua bastarda de minha obrigasaram a coal uruana deicho per forra e livre de oie pera sempre;
Declaro que tenho hum cazal de pessas hu índio por nome Joseph e sua mulher Domingas com hua filha por nome merensia, a dita merensia com hua filha de peito e este cazal de pessas pelos bons seruissos que delle tenho resebido agazalhos e soccorros e boa companhia que só delles sou soccorrido e empar elo em todo os meus traualhos que me asistem com todo nesesario em todas as minhas nesesidades, assim que pesso a meus testamenros e erderos que com o dito cazal e sua filha e nete não entendam nem queiram sageitar por ser assim minha ultima uontade, mas antes socoram em sua nesesidades;
Declaro que tenho mais hua negra madanela com seu filho nicolau e nicolau com duas filhas por nome Lourença e outra por nome Domingas;
Declaro que tenho hu bastardo por nome Luis ao qual deicho por minha morte por esmola hu rapas do gentio da terra por nome Inosensio, a qual deicho por esmola que em hum erdero meu podera entender-se com elle – declaro que Liam e gaspar cada hu tem hua espingarda iram com suas espingardas a quem couber;
Declaro que Joseph fica com sua espingarda que nem hu erdero poderá entender com elle – Declaro que tenho hua tapanhuma por nome faustina a coal se venderá para satisfasam de meus legados entero acompanhamento e missas;
Declaro que me acompanhará o Pe. Vigro. Meo corpo com sua Crus e acrus das almas e denosa Senhora e porquanto esta he minha ultima uontade de modo que tenho dito peso a justisa de sua magestade fasam dar entero cumprimento e meus testamenteros nomeado lhe torno a pedir queiram ser meus testamenteros e de meus beis, tomem o mais bem posse delles e ou uendam pera meus legados he enteramente se nesesario forem vendelos e por esta hei por acauado este meu testamento que asinei em dito dia mês e annos atras.
Mateus miz Leme
Testemunhas: O P. Vigario Antonio de Aluarenga, Antonio A. Martins, Antonio Roiz Seixas, Luiz de Sequeira, Garcia Rodrigues Velho.
CODECILHO
Saibam quanto o este publico Istromento e sedula de condesilio uirem que no anno do nascimento denoso senhor Jezus Cristo de mil e seiscentos e nuoenta esete annos aos dezasete dias do mês deabril da dita era nesta uilla de nosa Senhora da Luz dos pinhaes de Curitiba aonde eu Mateus Martiz Leme sou morador uendo me doente e as portas da morte estando em meu perfeito Juizo e entendimento que Deus me deu e temendo a conta final que lhe eide dar dezeio por minha alma no caminho do salvasam não sabendo o que Deos nosso Senhor de mim quererá fazer por cuio respeito fiz yá meu testamento o qual retifico e porque depois de hauer feito pare seo ome declarar nesta sedula de codisilio alguas miudezas pera não deixar embaraços a meus erderos; primeiramente meu corpo sera sepultado na forma que ordeno emeu testamento em hu aBito doserafico Padre Sam Francisco que pera isso deixo yá prevenido pera a minha mortalha; declaro que de mais Beis que deixo pera entrar com os mais Beis ao monte hua serua do gentio da terra moça uinda do sertam que fica em poder de Antonio da Costa velozo meu genro, assim mais deixo pera entrar em partilha commeus erderos huas miudezas que sam hua espingarda e huas corentes coms seos colares e outras miudezas mais que tudo consta de hu Rol que deixo entregu a meu genro o Capptam. Antonio da Costa ueloso e com isto ei por acauado este meu codesilio por ser minha ultima uontade declarada em meo testamento com mais a miudeza em fe do que asinei e rogey ao tabaleam Joseph de Souto este assim me fizese em o dito dia e era asima em presença das testemunhas abaixo nomeadas e asinadas a saber Manoel Corea Lopes, Manoel picam Carualho, Miguel Domingues Vidigal, Saluador Nunes pesoas de mim tabaleam reconhesidas que comigo asinam Eu Joseph do Souto tabaleam o escreury.
As miudezas constantes do rol acima referido comprehendiam quantro legoas de terras no Taperussu, sitio do Rio Grande e meia legoa de terras junto a villa, etc.
Romario Martins, no livro “Curityba de Outrora e de Hoje”diz que Matheus Martins Leme foi capitão-povoador de 1691 a 1693; pensamos ser engano. Antes desta era já exercia o cargo de capitão-povoador e sesmeiro: a propria petição do povo de 24 de Março de 1693 demonstra que Mathes Leme, por duas vezes procurou os capitães-móres das capitanias do litoral para crearem justiça ao que allegavam não ser necessario por ter já havido justiça creada pelo defunto Capitão Gabriel de Lara. Ora, em todas as povoações dotadas de pelourinho havia um capitão povoador. No auto de erecção do pelourinho já Matheu Leme apparece como segundo signatário e o seu filho e escrivão de sesmaria Antonio Martins Leme, figura nesse documento como tabellião.
Tudo induz que Gabriel de Lara ao erigir o pelourinho nomeou capitão-povoador a Matheus Martins Leme.
O capitão-povoador teve, do seu consorcio, os seguintes filhos;
1º Capitão Antonio Martins Leme, natural de S. Paulo, de onde veiu com seus paes para Curityba e ahi se casou com Margarida Fernandes Balthazar Carrasco dos reis (Vide). Serviu o cargo de tabellião e escrivão de sesmarias de Curityba sob as ordens do seu pae. (1668 a 1674);
2º Capitão Matheus Leme da Silva, natural de S. Paulo, casado com Isabel do Prado Delgado – conhecida por Isabel Pedrosa. Falleceu cego com 110 anos em 1740, em extrema pobreza. Sonegou no inventário do pae, 500 cabeças de gado;
3º Miguel Martins Leme, sertanista, falleceu solteiro antes de 1695;
4º Antonia Maria da Silva, casada com o Capitão Antonio da Costa Velloso, natural de Setubal, vulto preponderante da villa de Curityba no inicio da vida municipal;
5º Maria Leme, casada com o capitão de infantaria de ordenanças Manoel Picam de Carvalho (Vide); {Meus (RCO) 8° avós}.
Filho legitimado:
6º Cap. Salvador Martins Leme, casado com Isabel Fernandes de Sequeira.
Filho não legitimado:
7º Miguel Leme.
Engana-se o ilustre historiographo Francisco Negrão quando diz que o capitão povoador falleceu em 1695, pois o codicilho que reproduzimos data de 1697, anno em que, de facto, morreu".
Fonte : Diccionario Histórico e Geographico do Paraná. Volume III, Fascículo III, 1270-1274. Ermelino de Leão. Ano de 1926. Curitiba.
Na Genealogia Paulistana, Volume VII, 258 :
"Esta família teve começo em S. Paulo em Francisco Martins Bonilha, natural de Castela, cunhado do general Diogo Flores de Bardez (Valdez), em cuja armada veio a Santos com sua mulher Antonia Gonçalves, natural de Sevilha, que faleceu em 1616. Esta família tem a sua nobreza provada, como consta dos autos processados no cartório de órfãos de S. Paulo, em que Maria Martins, f.ª natural do capitão João Martins Bonilha § 2.º do Cap. 2.º adiante, provou ser havida antes do casamento de seu pai e antes que ele gozasse da qualidade da nobreza, que datava de pouco tempo antes de 1658; pelo que requeria ser admitida à herança de seu pai com os f.ºs legítimos, e sua pretensão foi julgada favoravelmente por sentença no dito ano de 1658. Teve Francisco Martins Bonilha os 5 f.ºs seguintes:
Cap. 1.º Thomé Martins Bonilha.
Cap. 2.º André Martins Bonilha.
Cap. 3.º Joanna de Castilho.
Cap. 4.º Izabel Rodrigues.
Cap. 5.º Maria Gonçalves Martins.
Cap. 1.º
Thomé Martins Bonilha (1), natural de S. Paulo, foi casado como Leonor Leme, f.ª de Matheus Leme e de Antonia de Chaves; V. 2.º pág. 311; foi também casado com Ignez Pedroso, viúva de João Leite Furtado, f.º do capitão governador Pedro Alvares Cabral e de Suzanna Moreira, Tit. Garcias Velhos. Faleceu Thomé Martins em 1660 e teve da 1.ª mulher o f.º único:
1-1 Capitão Matheus Martins Leme § 1.º
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Ricardo Costa de Oliveira
Curitiba
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RE: Mateus Martins Leme, fundador de Curitiba
Os bandeirantes ocupavam e colonizavam as novas regiões conquistadas. As imensas distâncias, a presença de índios e de espanhóis nunca impediram as vanguardas bandeirantes na formação e ampliação do Império português, resultando na grandeza do território brasileiro. O número dos bandeirantes era extremamente pequeno. Nunca na história da humanidade um grupo tão reduzido (e aparentado entre si) conquistou tanto território !
O genro do Capitão Povoador Mateus Martins Leme, o Capitão Manoel Picão de Carvalho, é um exemplo de família bandeirante na sua expansão pelo Brasil Meridional. Manoel Picão de Carvalho casou com Maria Leme, filha do Capitão Povoador Mateus Martins Leme em Curitiba, em 1683. Ele era filho de Manoel Picão de Carvalho (o pai, minerador no litoral em meados do século XVII) e de Ana Maria Bicuda. Neto materno de Garcia Rodrigues Velho, o descobridor do ouro em Curitiba (de tradicional família bandeirante) e de Isabel de Lara Bicuda. Isabel de Lara Bicuda era filha de Gonçalo Pires Bicudo, apontado por Ermelino de Leão (Dicionário H. G. do Pr, 1235) como o possível primeiro morador "branco" em Curitiba e de Juliana Antunes Cortes (filha de Innocencio Fernandes Preto e de Catharina Cortes. Tit. Pretos. Eram moradores em Curitiba em 1660 - Genealogia Paulistana, Volume 6, Título Bicudos, pg 448).
Gonçalo Pires Bicudo era filho do Capitão Manoel Pires e de Maria Bicudo, Genealogia Paulistana, V. 2.º pág. 5; faleceu Maria Bicudo em 1659 em Parnaíba no estado de viúva (C. O. de S. Paulo).
O Capitão Manoel Pires foi um dois maiores bandeirantes de São Paulo. Desde 1615 aparece nas incursões destinadas ao Sul do Brasil. Participou com o seu genro Antonio Raposo Tavares na grande bandeira de 1628 contra o Guairá, no atual Norte do Paraná, destruindo as reduções jesuíticas dos padres castelhanos. Também esteve na batalha perdida de Mbororé, em 1641 (a derrota dos bandeirantes era o limite do avanço territorial do Império e do Brasil e para o destino do Brasil os bandeirantes quase nunca foram derrotados). Teve fazendas em Parnaíba e Cutia, onde trabalhavam mais de cem escravos índios capturados nos sertões. Faleceu antes de 1659 (Dicionário de Bandeirantes, Carvalho Franco : 1954, 303).
A família Pires de São Paulo era originária da Cidade do Porto. Silva Leme. Genealogia Paulistana. V2, 3-4. Salvador Pires, bisavô do Capitão Manoel Pires passou do Porto para São Vicente e daí para Santo André em 1553, onde recebeu uma sesmaria em 1573 do Capitão-Mor Jeronimo Leitão. Era lavrador potentado de trigo.
Das conquistas na África do Norte e na Ásia nada restou do velho Império português. Movimentos inúteis ! O Brasil foi a conquista concreta dos nossos antepassados. Pisemos com confiança no nosso solo bandeirante !
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: Mateus Martins Leme, fundador de Curitiba
Ao redor do Rio Barigüi
O primeiro Capitão-Mor de Curitiba foi Mateus Martins Leme. Ostentou o pioneiro título fundador de Capitão Povoador de Curitiba, como a máxima autoridade nos primórdios da formação da vila em 1668-1693. Certificou a sua sesmaria no Rio Barigüi em 1668, sendo morador da região há vários anos antes.
Há vários documentos jurídicos do "Antigo Regime" em Curitiba que afirmavam a "nobreza" de Mateus Martins Leme. Assim constava um documento sobre Miguel Martins Leme : "O embargante é filho herdeiro legítimo de Mateus Leme da Silva e de sua mulher Isabel Pedrosa e neto de Mateus Martins Leme, o qual foi Capitão-Mor neste distrito que conforme as leis lograva nobreza e esta também se transfere em seus filhos e os filhos naturais das pessoas que logravam nobreza não herdam, só sim seus filhos legítimos" (2304-Ano 1782 - DEAP-PR).
É possível uma genealogia totalmente primária com documentos biunívocos, isto é - documentos contendo a ligação de pelo menos dois nomes em sua filiação, ligando geração com geração, de modo a formar uma indissociável corrente genealógica tridentino-primária.
Mateus Martins Leme
27/6/1683 Matrimônio de Maria Leme da Silva, filha de Mateus Martins Leme.
Assento de casamento de Manoel Picam de Carvalho com Maria Leme da Silva, Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, 27 de julho de 1683 (Fragmentos dos primeiros casamentos nos Livros da Igreja, atual Basílica Menor, de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba). Manoel Picam de Carvalho, filho de Manoel Picam de Carvalho e sua mulher Ana Maria, moradores em Paranaguá, Maria Leme da Silva, filha de Mateus Martins Leme e de sua mulher Antonia de Goes, moradores em Curitiba. Manoel Picam de Carvalho foi inventariado em 1730 pelo seu filho João Carvalho de Assunção como inventariante (Docs. 40, 52 - CX 137. DEAP-PR)
João Carvalho de Assunção. Bandeirante, sertanista, minerador, grande proprietário na região de Curitiba. Fazenda em São José dos Pinhais, Furnas e sesmaria de quatro léguas no Rio Grande (274, Cx142. DEAP-PR). Seu óbito consta no Livro da freguesia do Bom Jesus, São José dos Pinhais. João Carvalho de Assunção, casado com Maria Bueno da Rocha (trineta do Amador Bueno, o "Aclamado"), faleceu em 20/5/1761, natural da vila de Curitiba, "oitenta e quatro anos pouco mais ou menos", "sepultado em Curitiba". Inventariado em 1769, inventariante Maria Bueno da Rocha. Maria Bueno da Rocha faleceu em 2/9/1777, viúva, com "oitenta e tantos anos"
10/7/1718 Batismo de Isabel, Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba (fl, 12)
Isabel, filha de João Carvalho de Assunção e de sua mulher Maria Buena da Veiga. Padrinhos os avós paternos Capitão Manoel Picam de Carvalho e Maria Leme da Silva.
27/9/1742 Casamento de Isabel da Silva de Jesus na Igreja de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, (L1, fl. 51) com o Alferes Miguel de Miranda Coutinho, fundador e Capitão Diretor de Guaratuba, situada no litoral, terceira vila mais antiga do atual Paraná. (1709, Paranaguá - 1793, Guaratuba).
José de Miranda Coutinho. Sepultado aos 30/6/1812 em São Francisco do Sul, com a idade de setenta anos de idade, casado em segundas núpcias com Clara Maria de Jesus. Vigário Bento Barbosa de Sá Freire de Azevedo Coutinho. Provedoria da Comarca de Paranaguá e Curitiba. Documento nº 4652. Rio de São Francisco, ano de 1813. Tenente José Antonio de Miranda, testamenteiro. José de Miranda Coutinho, falecido, testador. (Documentos do antigo Arquivo do 1º Civel de Curitiba. DEAP-PR). O testamento de José de Miranda Coutinho está datado de 11/3/1812. Testamenteiros : A meu filho Tenente Quartel Mestre José Antonio de Miranda, a meu filho Bento de Miranda e em terceiro ao meu genro Senhor Alferes Salvador Gomes de Oliveira. "Sou natural da vila de Paranaguá, filho legítimo do Capitão Miguel de Miranda Coutinho e de Dona Isabel da Silva, já falecidos. Fui casado a 1ª vez nesta vila com Dona Ana Fernandes de cujo matrimônio se acham vivas cinco filhas, quatro casadas e uma viúva e todas estas já herdaram e receberam não só o que lhes tocou de sua falecida mãe como o que lhes havia de tocar de mim. Declaro que sou casado a segunda vez nesta vila com Dona Clara Correia, de cujo matrimônio tivemos doze filhos, a saber seis machos e seis fêmeas até o fazer deste testamento os quais declaro e constituo como meus legítimos e universais herdeiros.
Declaro que quando casei minha filha Dona Rita com o senhor Alferes Salvador Gomes de Oliveira lhe dei um dote de casal de escravos e outras cousas que tudo consta de um papel lhe dei, com o qual será obrigado a entrar no monte". José de Miranda Coutinho teve filhos com assentos de batismos no Livro 5 de SFS, constando os avós.
Rita Clara de Miranda. Inventariada em 1859, em São Francisco do Sul, pelo seu filho mais novo, João Gomes de Oliveira. Este ainda estava solteiro em 1850 durante o inventário do pai, o Capitão Salvador Gomes de Oliveira (Arquivo do Fórum de São Francisco do Sul, Inventário do Capitão Salvador Gomes de Oliveira, ano de 1850). Rita Clara de Miranda e Salvador Gomes de Oliveira tiveram como primogênita a filha Maria Clara, batizada aos 26/8/1798, (L5, Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco do Sul), Rita Maria (26/12/1802), Bárbara (3/3/1805), todos esses assentos com os avós, no Livro número 5 acima referido. Salvador G. de Oliveira foi o Presidente da Câmara Municipal de SFS no período da Independência do Brasil.
Batismo de João, em 4/6/1865, Bom Jesus do Paraty, atual Araquari, Santa Catarina (L1, fl 131). Nascido em 3 de maio, filho legítimo de João Gomes de Oliveira e de Rosa Leocádia Machado. Padrinhos Antonio Cecílio de Carvalho e Bárbara Maria da Graça. Os últimos filhos de João Gomes de Oliveira e de Rosa Leocádia Machado, Rita e José, já foram batizados em Joinville, assento com os avós. Batismo de Rita, aos 6/10/1872, Matriz da Freguesia de São Francisco Xavier de Joinville. Rita nascida aos 30 de julho, filha legítima de João Gomes de Oliveira e de Rosa Leocádia Machado Gomes, neta paterna de Salvador Gomes de Oliveira e de Rita Clara de Miranda, neta materna de Manuel Machado Gallo e de Josefa Maria da Conceição. Idem no batismo de José, batizado em 8/11/1874, nascido aos 25/9/1874, Joinville. Vigário Carlos Boegershausen.
João Gomes de Oliveira, filho, casou em Joinville com Cesarina Adelina Nóbrega de Oliveira aos 22/11/1890 (1º Cartório Registro Civil de Joinville, Livro 1B, fls. 130). O noivo era filho de João Gomes de Oliveira e de Rosa Leocádia Machado. A noiva era filha do Coronel José Antonio de Oliveira e de Emília Julieta Nóbrega. Testemunhas Abdon Baptista e Procópio Gomes de Oliveira, respectivamente o cunhado da noiva e o irmão do noivo, o primeiro seria Governador e Senador por Santa Catarina e o segundo um dos mais notáveis Prefeitos de Joinville e toda a sua história. João Gomes de Oliveira, pai e filho foram Vereadores em Joinville e mantiveram fazenda escravista até a Lei Áurea de 1888. Índios "selvagens" ainda atacavam a propriedade nesta década, assinalando o caráter de fronteiros que a família desempenhou por séculos na região.
Outro ramo
João Mathias de Carvalho, batizado na Igreja de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba em 7/3/1734 (L2, 18). Nascido em 24/2, filho de João Carvalho de Assunção e de Maria Buena, moradores no bairro de São José. Passou para São Francisco do Sul, ocupando cargos da governança naquela vila. Juiz Ordinário em 1787 (JP1540 Cx 74). Casado em São Francisco do Sul com Ana Maria de Oliveira, filha do Sargento-Mor Domingos Correa e de D. Margarida de Oliveira Borges.
Antonio de Carvalho Bueno, último Capitão-Mor de São Francisco do Sul (Ver o livro Os Carvalhos Buenos, do parente Antonio Roberto Nascimento). Casado na Igreja de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco em 16 de agosto de 1796 com Bárbara Jacinta Leite de Morais, filha do Capitão Francisco Leite de Morais e de sua primeira esposa D. Úrsula Maria Pereira de Jesus.
Maria Teresa de Jesus, batizada em São Francisco do Sul em 1821. Casada com Antonio Francisco da Nóbrega em 1836 em SFS. Maria Teresa de Jesus era irmã do Cônego João Matias de Carvalho Bueno e mãe do Padre Antonio Francisco Nóbrega, que foi pároco de São Francisco do Sul por mais de cinquenta anos. Ambos os clérigos têm o seu processo de genere no Arquivo da Cúria do Rio de Janeiro, com extenso levantamento genealógico.
Cesarina Adelina Nóbrega de Oliveira. Batizada em 27/3/1869 na Igreja de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco do Sul. Casada em Joinville, aos 22/11/1890 com seu primo distante João Gomes de Oliveira, acima apresentado.
Continuando
José Gomes de Oliveira, natural de Joinville, casado na Catedral de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba aos 19/2/1925 (L 25, fls. 182). Formado em Engenharia Civil pelo Mackenzie College de São Paulo em 1921. Dr. José Gomes de Oliveira, filho de João Gomes de Oliveira e de D. Cesarina Nóbrega de Oliveira, casado com D. Mercedes de Faria Gugisch, filha de Victor Gugisch e de Maria Faria. Dispensa "Mixtae Religionis".
José Gomes de Oliveira e Mercedes Gugisch já aparecem na minha própria Certidão de Nascimento, como meus avós paternos. O meu pai nasceu em Lages, Santa Catarina, foi batizado em Florianópolis, Senhor Jesus dos Passos, passou a infância e juventude em Curitiba, na chácara de meu bisavô materno Victor Gugisch e casou na Igreja de São Francisco de Paula, Rio de Janeiro, no Largo de São Francisco, no mesmo local de lado em que estudei na minha graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Institutto de Filosofia e Ciências Sociais. Na sua infância o meu pai ainda se banhava no Rio Barigüi, em Curitiba, coisa impossível hoje em dia, em função da poluição. A minha avó paterna era 100% curitibana, Mercedes Gugisch, nasceu, casou e faleceu em Curitiba.
Agora, do alto de uma pequena torre na minha residência, consigo ver a extensão da várzea do Rio Barigüi. Ao norte os novos prédios do novo bairro Ecoville, abaixo o grande Shopping e o Parque Barigüi (criado em 1972), ao sul a imensidão dos horizontes do bairro da Fazendinha, com a elevadíssima chaminé da refinaria da Petrobrás de Araucária ao longe, lembrando uma vela acesa ao horizonte, comemorando e parabenizando permanentemente Curitiba e o Barigüi. E eu passei alguns dos meus anos de infância em Curitiba (1972-1976) e desde 1989 desenvolvo a minha vida profissional e familiar em Curitiba, cidade de que descendo do seu fundador e de que sou "Cidadão Honorário" desde 2003. É um périplo de cerca de 350 anos ao redor do Rio Barigüi. Poucas localidades no mundo cresceram tanto assim entre 1650 e 2005. Mesmo com pesado custo ecológico e social é preciso melhorar o ambiente e promover a melhoria social para todos com educação de qualidade. O fato é que consigo analisar da vista da minha casa o imenso progresso no locus da sesmaria de um antepassado povoador e fundador de uma vila destinada a ser a maior das cidades do Sul do Brasil. Isto é genealogia com raízes profundas.
Ricardo Costa de Oliveira
6/8/2005
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