Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
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Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
até ao século XVI, os indivíduos são tipicamente identificados por um nome proprio e um apelido. Na maioria dos casos, o apelido é antroponímico, ou seja, é um patronímico ou então o nome de baptismo de um ascendente. Por exemplo, os filhos de um João Afonso podiam usar como apelidos os seguintes:
- o patronímico Anes (ou Eanes),
- o nome de baptismo do pai, João, ou
- o apelido Afonso, ele próprio derivado do nome de baptismo de um ascendente mais remoto.
No entanto, os apelidos de origem toponímica, frequentemente associados a linhagens nobres, também estavam em utilização, embora fossem frequentemente omitidos.
A habitual omissão de apelidos de origem toponímica explicará os casos em que esses apelidos voltam aparecer lá para finais do século XVI.
Da base do Genea respiguei alguns exemplos:
1. Embora os pais e avós usassem apenas apelidos antroponímicos, Aldonça vai buscar o apelido Mendonça a uma bisavó:
Aldonça Juzarte de Mendonça, n. ~1550 (cc Francisco Paes Juzarte)
- Simão Paes
- - Álvaro Paes
- - - Rui Paes Tavares
- - - Beatriz de Mendonça
- - Mécia Lourenço
- Domingas Vaz
2. Nem Lobo nem Machado constam na ascendência conhecida deste Manuel:
Manuel Lobo Machado, n. ~1540 (cc Beatriz Lopes)
- Pedro Álvares, o Galego
- Filipa Dias
- - Diogo Dias, o Cheira Dinheiro
- - Isabel Dias
3. Os apelidos Abreu e Andrade não constam na ascendência conhecida de André e sua irmã Catarina, onde predominava o uso de patronímicos:
André Rodrigues de Abreu, n. ~1603 (arcediago de Braga) e
Catarina de Andrade, n. ~1600 (cc Diogo de Magalhães e Barros), filhos de:
- Gonçalo Rodrigues Bouro
- - António Rodrigues Bouro
- - - António de Bouro
- - - Branca Dias
- - Catarina Dias
- - - Aires Dias
- - - Isabel Pires
- Margarida André
- - André Fernandes
- - Catarina Fernandes
4. Vilaça era usado por uma Vitória, parente dos anteriores e que também não tem esse apelido na sua ascedência conhecida:
Vitória Vilaça, n. ~1600 (cc Garcia de Melo Pereira)
- António Gonçalves Cergueiro
- - Domingos Gonçalves
- - Maria Anes
- Maria Antónia de Bouro
- - António Rodrigues Bouro
- - - António de Bouro
- - - Branca Dias
- - Catarina Dias
- - - Aires Dias
- - - Isabel Pires
O aparecimento de apelidos toponímicos (Mendonça, Abreu, Andrade) em indivíduos cuja ascendência proxima não os usou pode explicar-se, não só pela recuperação de apelidos usados por ascendentes mais remotos, mas também pela adopção de apelidos alheios. No entanto, eu penso que esta a adopção de apelidos alheios seria relativamente pouco frequente.
De acordo com a vossa experiência, como caracterizariam este fenómeno da omissão/adopção de apelidos não antroponímicos até ao século XVI?
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho,
Tema interessante, este. Pois dará com certeza, após dissertação, para se preceber mais algumas coisas dos costumes, nesta área, desta época.
Vamos esperar um pouco e ler o que para aí vem, e que venha por bem!
:)
Um Abraço,
Vasco
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho
Deve haver concerteza muitas razões para que isso aconteça. Há casos em que o neto ou bisneto recupera o apelido caído em desuso no seu ramo directo (que não em tios ou primos), casos em que o instituidor de um Morgado obriga o seu possuidor a determinado apelido ( de qq maneira apelido de família), casos dos XN que adoptam apelidos conhecidos (e às vezes que apelidos!), casos em que os escravos usam os apelidos das pessoas para quem trabalham...
Cordiais cumprimentos
Manuel da Silva Rolão
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades
Ainda hoje nas pequenas povoações é hábito as pessoas tratarem-se pelos nomes próprios ( ou aqueles acrescidos de alcunha) mas toda a gente sabe que fulano pertence à familia X.
Acho que o mesmo acontecia em tempos mais recuados em que embora se conhecesse o nome de família, habitualmente aquele não era usado (mesmo em documentos oficiais, inclusivé nos assentos paroquiais, dado o padre fazer parte integrante da comunidade), daí que não era difícil recuperar o apelido ao fim de 3 ou 4 gerações.
M.Elisa
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Apelidos que sobrevivem como alcunhas
Cara M. Elisa,
também tenho observado isso nas aldeias. Um caso também interessante é o de apelidos que, deixando de ser usados nos nomes, sobrevivem como alcunhas. Já referi noutro tópico o seguinte caso:
1. João Fernandes Fragoso (n. ~1590)
2. Manuel João, por alcunha o Fragoso
3. Domingos João
4. Pe. Domingos João Fragoso
Neste caso o apelido Fragoso sobrevive como alcunha sendo recuperado duas gerações mais tarde.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Apelidos que sobrevivem como alcunhas
Os Melro em Évora, também veio por alcunha. O Avô da pessoa que eu conheço era tratado pelo Melro na cidade, e na geração seguinte já ficou como apelido.
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
a família da minha trisavó Ana Maria da Costa Abrantes era conhecida pela alcunha de "Caroto". Esta alcunha ainda era usada nas primeiras décadas do século XX. Recuando no tempo, verifiquei que essa alcunha foi apelido de um sétimo avô meu (João Ferreira Caroto). No entanto, o pai dele aparece registado normalmente como António João ou, por vezes, como António João "o Caroto".
Cumprimentos,
Alvares
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Confrade
Essa questão da «adopção de apelidos alheios», como lhe chama é muito interessante e processou-se, ao longo dos tempos, de várias formas.
O escravo que adoptou o nome e o apelido do seu senhor, apelidos tomados de terras homónimas (Matos, por exemplo) apadrinhamentos que deram origem a novas linhagense, fim uma plêiade de caminhos que, durante séculos baralharam genealogistas convencidos de terem encontrado linhagens nobres, só com base no apelido, e que uma investigação mais apurada levava àqueles casos.
Está por estudar a História do Nome em Portugal, da questão patronímica (ainda assim a mais aflorada) à «barroquização» do nome durante o Antigo Regime.
E isso levar-nos-ia à simbologia dos nomes régios, assunto que todos mencionam fala, mas do qual realmente se conhece tão pouco.
Um abraço
Nuno Resende
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caríssimo Manel Estevam
Meu Coronel!
Concordo inteiramente com o que diz. É o que deduzimos nos nobiliários clássicos, nas suas notas de roda-pé e, de modo muito mais fácil, nesta BD/GP.
Mas…
É minha convicção que a identificação real das gentes, no seu dia-a-dia aqui no norte, quer litoral quer interior não mudou muito em 400 anos!
Suponho que “apelido” era palavra que não existia no vocabulário comum no séc. XVI. Mesmo a partir do séc. XVIII o termo só aparece entre os mais eruditos, sendo que no povo comum tinha conotações fidalgas ou afidalgadas, incluindo eu nestas afidalgadas, a burguesia com poder, lavradores ricos que (ainda) não reivindicavam os egrégios avós, em velhos pergaminhos.
Existia era o nome e alcunha (um arabismo entre muitos outros que sobreviveram à Reconquista) talvez pela imitação dos mais letrados e esclarecidos; se calhar os tais “cercanos boons” de mosteiros, mais atentos à sapiência dos respectivos frades.
Já entre estes, na literatura conventual, encontramos também título e cognome, com o sentido de apelido, identificando indistintamente o clero, nobreza, burguesia e povo comum. Repare-se na “Monarchia Lusitana”, “Beneditina Lusitana”, “Flos Sanctorum” e outros.
Não pude ainda verificar a terminologia dos grandes cronistas a este respeito.
Mas o que se pode constatar ainda hoje, não só no meio rural das Terras da Maia, de Basto, por todo o Entre Douro e Minho, bem como entre as gentes simples do Porto, Vila Real, Bragança e outras cidades, para identificação existe o nome e a alcunha da família a que pertence.
Temos assim, bem vivos e escorreitos neste abrasado Outono de 2004, o João Teixeira (da Sé) – dos Teixeiras do lugar da Sé (freguesia de Unhão, concelho de Felgueiras. O Celso (ou Celcinho do seminário) Afonso, dos Afonsos do regedor da Cardenha, Torre de Moncorvo. Aqui, o diminutivo tem sentidos vários, desde muito respeito (os filhos das Casas Grandes…), até a uma forma de simpatia ou carinho, por razões várias.
Como temos também o Adão Manuel Sampaio, que foi mancebo adiado pelo “25 de Abril”, dos Sampaios do lugar da Boavista, freguesia da Pedreira, que cegou por teimosia.
“O rapaz teimava em apontar a soldadura a “eléctrico” sem biseira e num rápedo quilhou a bista”!
Não menos curiosa é a razão de ser do nome e apelido deste homem. Pois é Adão (Adom…) Manuel em honra do fidalgo da Casa de Tarrio d’Além, (D. Manuel), qDt, pois muito boa pessoa era, salvava toda a gente e conhecia-nos pelo nome, apesar de ser chefe das barragens!
Temos também (como no antigamente), a Emilinha do hipermercado, neta da Emilinha da tenda, que ninguém sabia ser Santos, como poucos sabem hoje que a neta é Santos Silva, em Real, Moreira da Maia.
Igualmente em tempos de agora, a identificação acontece como à séculos atrás, bem apesar das possibilidades dos modernos testes de ADN!
Joaquim de Jesus, o corneteiro e barbeiro numa Compª de Artilharia destacada em Madina do Boé, Guiné Portuguesa, era então o “Bigodes”ou o “Resende”. Não tinha senão o nome da mãe na sua Cédula Militar (creio que então não tinha BI, pois dificilmente conseguiu juntar letras e algarismos para ter o diploma da 3ª classe pelo Exército), com um historial como tantos outros por esse país fora.
A sua mãe era uma criada de servir algures em Resende e tinha como “conversado” um garboso militar, impedido do 2º Comandante do Regimento de Lamego. Os pais dele não consentiam o casamento. Mas o nosso militar teimou. E, para que não houvesse dúvidas “mordiscou” a rapariga dando imediato conhecimento aos pais de que o Senhor Comandante o iria obrigar a desposar a embaraçada rapariga…
A sorte abandonou-o. Num fim-de-semana, após o “toque d’ordem” este jovem militar apaixonado monta a sua “bicicleta-a-fôgo” e parte em direcção a Resende, onde não chegaria senão alguns dias depois, em armão militar. Nas imediações de Lamego, uma caminheta desgovernada, ceifa-lhe a vida!
Imagino que o enterro foi lindo, pois as cerimónias fúnebres militares têm (ou tinham) uma pompa invulgar e tanto mais quanto mais graduado for o militar, naturalmente. Talvez isso tenha exacerbado a “superioridade” dos pais do pretenso noivo, pois que repudiaram a infeliz rapariga e não reconheceram nunca o Joaquim como neto.
Voltei a encontrar o Joaquim em Lisboa, em 1990; era “chauffeur” numa importante embaixada! Mantinha os seus bigodes, já não tão reluzentes, mas ainda muito bem cuidados! Exibiu-me vaidoso o seu BI. Joaquim de Jesus Resende. Não conseguira a alcunha do pai, mas as autoridades consentiram que usasse o “chamadoiro” do Exército!
Bem, depois de toda esta confabulação resta-me esperar a resposta de C. Leal Machado (já achei um remoto parentesco com ele, sem ser pela Arma!), em jeito de banda desenhada das casernas do nosso tempo!
Grande abraço, respeitosa continência, passo à retaguarda, destroçando sem batimento!
Manuel Maria
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RE: Apelidos que sobrevivem como alcunhas
Caro Vasco
E quem sabe lá se no futuro nova linhagem de Melos aparecerá, por analogia com o DFP que daqui mesmo (BD), transcrevo:
“Deriva este nome de uma alcunha e a família que o adoptou por apelido é da mais remota e nobre ascendência.
Deriva ela, com efeito, de D. Soeiro Reimondes, o Merlo – ou «melro» – (contemporâneo dos reis D. Afonso III e D. Dinis) que era o chefe de linhagem dos «de Riba de Vizela» e, por esta via, da dos «da Maia».
Vindo para o Sul, fundou na Beira a vila de Merlo, depois Melo, sendo dela senhor, bem como de Gouveia.”
Tanto mais que o autor de DFP, o digníssimo representante da nobre casa dos Marqueses de Abrantes tinha sangue Mello, dos legítimos, por várias vias e como toda a gente que vem em DDJ e não só!
Abraço,
MM
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RE: Apelidos que sobrevivem como alcunhas
Mas, porém, todavia, contudo…
As Sagradas Escrituras já referem uma “Porta de Melo” nas muralhas de Jerusalém. Sinceramente não sei se ainda hoje existe, ou se os “Fedaiin” deram cabo dela!
MM
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro confrade,
creio que tem razão quando diz que está por fazer a História do Nome em Portugal. Quem sabe surgem aqui pistas interessantes para alguem vir a pegar no assunto.
Relativamente ao fenómeno a que estamos aqui a chamar "adopção de apelidos alheios", parece-me que falta quantificar a sua dimensão. Penso que não é por se documentar um ou dois casos que podemos inferir que era pratica generalizada. Por exemplo, os cristãos novos, já aqui referidos, frequentemente adoptaram apelidos toponímicos? Ou será que tipicamente se ficaram pelos antroponímicos? Era regra os escravos usarem os apelidos dos senhores? Ou, mais uma vez, seria esporádico?
Eu já em dois casos tive a experiencia de começar por pensar que estava perante a adopção de um apelido alheio, acabando, mais tarde, por constatar que o apelido existia na família a nível de um trisavô ou ainda mais para trás.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho:
O tópico que lançou é muito interessante.
Acreditando no que me tem sido possível verificar para épocas posteriores ao século XVI, a adopção "inexplicável" de um apelido é um fenómeno raro, mas que existe. Também já documentei a adopção do apelido de uma quinta avó, explicável por a pessoa em questão ter exactamente o nome completo do instituidor do morgado da família, nascido cerca de 300 anos antes, cuja existência seria certamente bem conhecida pela documentação relativa a esse vínculo.
Infelizmente, creio que poucas conclusões definitivas podem ser tiradas quanto à adopção de apelidos no século XVI ou em séculos anteriores. O principal problema é, a meu ver, a ausência de dados fiáveis: numa árvore de costados de um indivíduo nascido, digamos, em 1600, é provável que muitos dos nomes dela constantes não provenham de fontes primárias mas sim de nobiliários. Nesse caso, como saber se certo apelido estava realmente ausente da ascendência próxima? Pode dar-se o caso de essa ascendência estar simplesmente incorrecta.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Manuel Maria
Inclino-me respeitosamente perante Vossa Eminência e Ilustríssima Excelência Reverendíssima, tanto mais que há muito tempo não o "ouvia". Espero que esteja tudo bem.
Quanto aos apelidos, é como diz. Pela experiência que tenho (que não serve de todo como referência), nessa época a maior parte das vezes era usado apenas o nome com o patronímico, sendo usado o apelido para diferenciar indívíduos que tivessem o mesmo nome e patronímico, vivendo no mesmo local. Muitas vezes o apelido era deixado cair em desuso para se passar a usar o patronímico, ou nem isso. Por exemplo os Monterroio Pestana da Cunha (e Távora) , em que alguns ramos passaram a usar apenas Fulano "da Cruz", sem se preocuparem grandemente com isso. A ideia que tenho, é que cada um era o que era, tivesse o apelido que tivesse e sabia bem quem era. Isto nos meios mais pequenos, evidentemente, embora se note tb haver certa preocupação em manter certos apelidos, muito raramente mais que um. O Sec. XVIII já foi completamente diferente...
Um grande abraço
Manuel Estevam
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Manuel Estevam,
o que diz resume bem aquilo que eu proprio já pensava sobre o assunto:
"a maior parte das vezes era usado apenas o nome com o patronímico, sendo usado o apelido para diferenciar indívíduos que tivessem o mesmo nome e patronímico, vivendo no mesmo local".
Assim, teremos como caso típico até finais da idade média o seguinte formato:
1:
Nos séculos XVI/XVII era também muito frequente o seguinte:
2:
Mais raramente aparecem os seguintes formatos:
3:
4:
Aqui, com apelido, quero referir-me a apelidos de origem toponímica (por exemplo "de Melo") ou adjectiva (por exemplo "Fragoso" ou "Melro").
É claro que os formatos mais comuns (1 e 2) nada permitem descortinar sobre as origens familiares ou estatuto social dos indivíduos ... Assim, os nomes constantes dos documentos do século XVI relativos às nossas vilas e aldeias dão-nos uma falsa ideia de uniformidade social.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Manuel Estevam,
o que diz resume bem aquilo que eu proprio já pensava sobre o assunto:
"a maior parte das vezes era usado apenas o nome com o patronímico, sendo usado o apelido para diferenciar indívíduos que tivessem o mesmo nome e patronímico, vivendo no mesmo local".
Assim, teremos como caso típico até finais da idade média o seguinte formato:
1: Nome de baptismo + Patronímico
Nos séculos XVI/XVII era também muito frequente o seguinte:
2: Nome de baptismo + Nome de baptismo de ascendente
Mais raramente aparecem os seguintes formatos:
3: Nome de baptismo + Apelido
4: Nome de baptismo + Patronímico + Apelido
Aqui, com apelido, quero referir-me a apelidos de origem toponímica (por exemplo "de Melo") ou adjectiva (por exemplo "Fragoso" ou "Melro").
É claro que os formatos mais comuns (1 e 2) nada permitem descortinar sobre as origens familiares ou estatuto social dos indivíduos ... Assim, os nomes constantes dos documentos do século XVI relativos às nossas vilas e aldeias dão-nos uma falsa ideia de uniformidade social.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Manuel Estevam
Poder-me-ia dizer qual a(s) razão(ões) para que haja essa peocupação em manter o apelido? No caso da minha familia parterna houve a manutenção de dois: "X Fernandes Santiago".
Com os meus cumprimentos
Marco Santiago
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Egas Moniz
Caro Rui Pereira,
este fim de semana, lembrei-me de um caso curiosíssimo de adopção "inexplicavel" de apelidos, ocorrido em finais do século XIX ou início do século XX. Trata-se do acrescento de "Egas Moniz" no nome do nosso futuro prémio nobel de medicina, que ficou a chamar-se "Antonio Caetano de Abreu Freire Egas Moniz" e que era filho de Fernando de Pina Rezende Abreu e de sua mulher Maria do Rosario de Almeida e Sousa.
Segundo li em tempos, a família paterna de António acreditava ser descendente de Dom Egas Moniz, aio de Dom Afonso Henriques, vendo nisso razão suficiente para acrescentar ao nome do rapaz o nome desse suposto antepassado!!
Cumprimentos,
Coelho
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Adopção de apelidos por cristãos novos
Caros confrades,
por se relacionar com este tópico, transcrevo de outro tópico, com a devida vénia, duas opiniões sobre os apelidos adoptados pelos cristãos novos:
RE: Família Narcizo/Narciso em Portugal 15-09-2004, 11:41
Autor: rmfrp [responder para o fórum]
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Em primeiro lugar, devo começar por referir-lhe, com a maior veemência possível, que a muitas vezes mencionada associação entre cristãos-novos e nomes de plantas, animais, etc. é completamente falsa, repito, FALSA. Não existe nenhuma maneira, absolutamente nenhuma, de deduzir se uma determinada pessoa era ou não de origem cristã-nova a partir do seu nome.
Por outro lado, como indiquei na minha anterior mensagem, é muito provável que o seu apelido Narcizo provenha de uma pessoa que usava Narciso/Narcizo como nome próprio, isto é, a sua família poderá descender, por exemplo, de um senhor chamado Narciso da Silva ou Narciso Rodrigues. Em alguns dos casos semelhantes que conheço, a passagem do nome a apelido era relativamente recente (séculos XVII-XVIII) e foi possível descobrir qual a pessoa que deu origem à família. Por exemplo, eu próprio sou descendente de uma família Faustino e acabei por verificar que esta família descendia de Faustino Fernandes, nascido em 1697.
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RE: Família Narcizo/Narciso em Portugal 15-09-2004, 18:00
Autor: victorferreira [responder para o fórum]
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É de facto com diz o Rui Pereira. A associação entre nomes de plantas e animais e os cristãos-novos (cns) é um mito como outro qualquer, eventualmente com menos "pernas para andar" do que os verdadeiros.
Os cns tomaram nomes cristãos e adoptavam como apelidos (=sobrenomes) Pereira, Coelho ou Pinto como adoptavam Almeida, Castelobranco ou Castro. Nesse tempo até era mais frequente adoptarem um patronímico (Fernandes, Henriques, Dias, Gonçalves ou outro). Até ao séc XV-XVI e até o XVII como sabe, exceptuando-se em algumas "casas" menos humildes ou em algumas famílias onde um "nome" já se tinha fixado, a forma mais comum de nomear alguém era dar-lhe o nome próprio (José pex.) e um sinal de quem era filho (Dias=filho de Diogo; Peres=filho de Pero ou Pedro). A maior parte dos cristãos-novos tem patronímicos.
Isso tudo sensivelmente na mesma proporção em que a outra parte da população (os "cristãos-velhos") também adoptava.
Os nomes de família provêm das mais variadas origens. Desde Quintas ou terras de domínio de uma determinada família, a terras (cidades, vilas) de origem e até, muito frequentemente, de alcunhas (=cognomes ou "apelidos", como se diz no BR). Uma possibilidade é os seus Narcisos/zos provirem de alguém com essa alcunha, quem sabe?
…………..
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
transcrevo de outro tópico, com a devida vénia, uma sequência de três gerações de uma família com relevância local/regional, sendo nas primeiras duas omitido o apelido Rebelo, que aparece apenas na terceira geração:
RE: Rebelo de Bouro 02-10-2004, 18:42
Autor: Ortigão [responder para o fórum]
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I Afonso Anes, fal. a 9.12.1590, na freg. de Eira Vedra. Casou com Margarida Martins que fal. a 25.7.1575, na freg. de Eira Vedra .
II Afonso Martins, Tabelião de Vieira do Minho, Escrivão de viagem à Índia, Combatente em Ceuta e Tânger, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, fal. a 22.9.1619 na freg. de Eira Vedra. Casou com Madalena Francisca, que fal. a 31.5.1620, na freg. de Eira Vedra.
III Francisco Martins Rebelo, foi bp. a 23.11.1583, na freg. de Eira Vedra e fal. a 24.2.1668, Sargento Mór de Ordenanças de Vieira do Minho, Tabelião do Concelho de Vieira, cargo a que renunciou por carta de 15.10.1646 em seu filho Francisco Rebelo de Bouro. Casou em Santo Estevão de Geraz do Minho com Maria de Bouro.
....
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Pedro Girão,
nas sua pagina sobre os Girões, refere o seguinte:
"Embora muitos dos Girão de hoje possam descender de um destes fidalgos, alguns podem ter outra origem. Outras possibilidades para o facto de se chamarem Girão incluem: o nome de um lugar, uma alcunha, ou mesmo uma adopção livre. Este tipo de adopção de apelidos não era rara antes de 1911, já que o único nome "oficial" era o primeiro nome, o de baptismo, sendo os outros nomes e apelidos usados durante a vida adulta conforme a livre vontade de cada um. Só a partir de 1911, com a introdução do Registo Civil, se tornou obrigatório usar os mesmos nomes e apelidos desde o nascimento e durante toda a vida.
Vejamos dois exemplos concretos de adopção do nome. O primeiro é o de José Ricardo Ferreira, natural de Freixo da Serra (concelho de Gouveia), matriculado em 1874 na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas que durante o curso decidiu adoptar Girão como último apelido, facto que é explicitamente referido no seu registo de exames. O segundo caso é o de Francisco de Mesquita Coelho, nascido a 1858 em Viseu, filho de José de Mesquita e de Rosa Maria Coelho, que decidiu alterar o nome para Francisco Girão Coelho, certamente em homenagem ao seu padrinho de baptismo, Francisco de Sousa Girão (sendo este do ramo Sousa Girão, de Tondela). Deste segundo exemplo resultou aliás descendência que usa o nome Girão até hoje."
Até hoje, não encontrei nenhum caso comprovado de adopção de um apelido já usado por terceiros, mas não usado por ascendendes da pessoa que o adopta. No entanto, o meu estudo tem-se restringido a famílias que viviam no meio rural. No caso de indivíduos que emigravam para as cidades, não sei se não aconteceria. Nas colónias também era frequente.
Quanto aos dois exemplos que refere (José Ricardo Girão e Francisco Girão Coelho), conhece a ascendência deles pelo menos até 3ºs ou 4ºs avós? Pode garantir que eles não tinham Girões na ascendência?
No caso de José Ricardo, ele dá alguma justificação para a mudança do nome?
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho,
Pesquisei a ascendência deles apenas até aos bisavôs. Embora seja de facto possível que exista algum antepassado Girão mais antigo (sobretudo no 2º caso, em que podemos especular que o tal padrinho era afinal um parente afastado), não fui mais além porque me pareceu que o tipo e o local de nascimento dos referidos antepassados não tinha nada a ver com os vários ramos Girão que tenho referenciados. Mas posso evidentemente estar enganado - e a sua pergunta desafia-me a tentar aprofundar um pouco mais o assunto.
Quanto à segunda questão, a resposta é negativa: não é fornecida qualquer explicação.
Cumprimentos,
Pedro Girão
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho,
Um exemplo da adopção de apelido alheio é o apelido Holtreman da linhagem do Visconde de Alvalade.
O Visconde de Alvalade era neto de Manuel Ribeiro Holtreman, cavaleiro da Ordem de Santiago (1798). Manuel por sua vez era filho de José Ribeiro da Costa, escrivão de um dos ofícios do juízo dos orfãos do termo da cidade de Lisboa e de Maria Joaquina Anacleta Lopes. Manuel Ribeiro adoptou o apelido de seu padrinho de baptismo, Bartolomeu Nunes Holtremant (como Bartolomeu escrevia originalmente), cavaleiro da ordem de cristo, que foi também testemunha do casamento dos seus pais.
Por seu lado, Bartolomeu Nunes Holtremant era filho de Manuel Nunes de Azevedo e Rosalina Maria Silveira. Embora até ao seu Bisavô o "apelido" utilizado era Nunes - Supostamente recuperado de um trizavó Nuñez, que teria sido casada com Jean d'Houltremont (ou d'Oultremont), do qual Bartolumeu Nunez recuperou o "apelido".
Penso que este é um caso ineressante da combinação que se fala no tópico
Cumprimentos
Bartolomeu
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Bartolomeu,
no Genea, apenas consta a ascendência de Manuel Ribeiro Holtreman até aos avós (Baltazar Lourenço c.c. Cecília da Costa, e José Lopes c.c. Maria da Rosa). Tem mais dados sobre a ascedência do M.R.H.? Tem a certeza que o apelido Holtreman/Houltremont/Oultremont não aparece num 3º ou 4º avô/ó dele?
Quanto ao padrinho Bartolomeu, consultando o Genea, também ficamos sem perceber donde vem o Holtreman, o Azevedo e o Silveira.
Bartolomeu Nunes Holtreman * 1725
- Manuel Nunes de Azevedo * 1694
- - António Nunes * 1670
- - - Manuel Nunes * 1650
- - - Antónia Rodrigues * 1650
- - Isabel Antunes
- - - Marco Nunes * 1645
- - - Catarina Antunes * 1645
- Rosalina Maria Silveira * 1698
- - Manuel Correia * 1665
- - Francisca Leal * 1666
Aqui, suponho que sabe qual a ligação aos Holtreman. É através do Manuel Nunes ou do Marco Nunes?
Obrigado,
e cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho,
Efectivamente, em relação à ascendência de M.R.H. não conheço mais do que está aqui no Genea. Já tentei investigar essa opção mas não encontrei registos anteriores ao que está aqui publicado.
Como não sou especialista mas apenas um curioso sobre a origem do nome, comecei por focar-me no padrinho de M.R.H o citado Bartolumeu Nunes Holtremant. Comecei por consultar o livro « As Origens dos Apelidos das Famílias Portuguesas» de Manuel de Sousa, onde a descrição da origem do nome Holtreman era identica à que se encontra publicado aqui no Genea, com a adicionante de mencionar não se saber se B.N.H tivesse casado ou se teria descendência.
Como B.N.H. foi cavaleiro da ordem de cristo, consultei as suas habilitações e efectivamente aí se encontrava a sua ascendência – a que está aqui publicada – e a confirmação de assinar como Holtremant e não Holtreman. Sobre o facto de se ter casado, efectivamente fê-lo, não uma mas duas vezes. E sobre o facto de ter descendência também parece que sim, nomeadamente da sua segunda mulher, pois há provas da existência de um Manuel Carlos Xavier Holtreman, nascido nos finais do sec. XVIII, que foi autor de algumas obras de teatro e que assinava por vezes Emmanuel Charles Xavier Holtremant e que desenhava um brazão - ao qual inicialmente não dei muita importancia - com uma Cruz de Cristo.
Não obstante, a ascendência de B. N. H. também não clarificava a origem do nome Holtreman ou Holtremant. Por sorte nos contactos que fiz com outros sites estrangeiros para saber a origem do nome, falaram-me da existência no antigo Principado de Liege dos nomes (H)oultremon(t) e (H)oultreman –supostamente pertencentes à mesma familia e tendo origem no lugar de Oultremont – sendo a perda do T e a introdução do H devidas à cultura Flamega e Francófona coexistirem no principado.
Procurei então, investigar o nome e a minha primeira surpresa foi que o Brazão da familia Oultremont era identico ao que Manuel Carlos Xavier Holtreman desenhava, com a excessão da Cruz de Crito, a qual pensei que tivesse sido adicionada posteriormente, eventualmente devido ao facto de Bartolumeu Nunes Holtreman ter sido Cavaleiro da Ordem de Cristo, e dai a minha suposição que M.C.X.H fosse filho de B.N.H
Contactei então algumas pessoas na actual bélgica, frança, e holanda (paises ao longo dos quais o antigo principado se estendia) sobre a possibilidade de algum membro desta familia se ter fixado em Portugal. Inicialmente não encontramos ninguém, pois em termos de datas na familia Oultremont o periodo equivalente a um eventual pai de Manuel Nunes (bisavô de B.N.H) existiam efectivamente 4 filhos varões (Jean Hustin V, Miguel, Bartolumeu e Carlos) mas só o 1º teria tido descendência. No entanto, após alguma investigação descobrimos a existência comprovada de um João (H)oultremont que foi filho de Miguel – mencionado em "Les Seigneuries Allondiales du pays de liége" par STANISLAS BORMANS 1867- e que supostamente teria servido o Rei Filipe III de Espanha, casado com uma espanhola de apelido Nuñez, e enventualmente estabelecido-se algures na Penisula Ibérica.
Embora, como lhe disse, não seja especialista, achei interessante a coincidência do brazão desenhado por M.C.X.H e o brazão da familia (H)oultremont, a semelhança do Nome (Holtremant e Houltremont), a existência de do tal João (H)oultremont com um tio Bartolumeu (irmão de seu pai), e a esposa deste ter apelido Nunez e a ascendência de Bartolumeu Nunes Holtreman ser toda Nunes.
Daí pensar que a origem do nome pode ser tão simplesmente esta.
Cumprimentos
Bartolumeu
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Bartolomeu,
obrigado pelos seus esclarecimentos. Embora o apelido Holtreman não apareça na ascendência conhecida, quer do Bartolomeu Nunes Holtreman, quer do Manuel Ribeiro Holtreman, parece-me bastante provavel que ambos descendam dessa família. Segundo leio aqui no Genea, B.N.H. foi testemunha do casamento de José Ribeiro da Costa com Maria Joaquina Anacleta Lopes e depois foi ainda padrinho do filho destes, M.R.H. Portanto, os dois ramos Holtreman tinham evidente proximidade, o que naturalmente sugere a existência de parentesco.
O que acontecia era que os indivíduos de origem estrangeira por vezes adoptavam em Portugal novos apelidos. Até acontecia a improvisação de traduções, como terá acontecido no caso dos Silveiras dos Açores:
"Outros Silveiras ainda, radicados nos Açores, descendem do flamengo Wilhelm van der Hagen que traduziu o nome de Hagen para "Vandaraga" e, depois, Silveira. É uma família que se estende por todas as ilhas dos Açores com excepção da Graciosa, onde os Silveiras aí estabelecidos constituem um ramo dos Silveira do continente." (do Genea)
Portanto, os Holtreman portugueses teriam começado por usar apelidos portugueses, mas alguns acabariam por recuperar o apelido original.
Se vier a obter dados mais concretos, agradeço que os coloque aqui para ficarem as dúvidas esclarecidas.
Melhores cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Pedro,
peço-lhe apenas que, caso venha a obter novos dados sobre este assunto, os publique aqui, para melhor documentar o tópico.
Muito obrigado,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Muito obrigado. Assim que tiver mais informação voltarei a contactá-lo.
Cumprimentos
Bartolomeu
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Filipe Rogeiro,
a excelente árvore de costados de António Soares de Albergaria e Melo dá bastante matéria para analisar neste tópico.
Desde logo, não se percebe de onde vem o apelido Albergaria (será que se deve ao facto de ter ascendência no concelho de Albergaria-a-Velha?). A linha Soares (essencialmente feminia), de acordo com a sua árvore, é esta:
1. Antónia Soares, c.c. Afonso Gabriel, filho de outro Afonso Gabriel, tabelião do arcediagado de Vouga
2. Maria Soares, c.c. Miguel Ferreira, juiz ordinário e dos orfãos de Vouga
3. Domingos Ferreira Soares, alferes, juiz de Vouga, c.c. Maria da Encarnação
4. Úrsula Soares da Encarnação c.c. Cap. Gregório Gomes Martins
5. Francisca Maria Gomes Soares, c.c. Caetano José de Almeida, alfaiate
6. Josefa Rosa Gomes Soares, c.c. José António de Melo
7. António Soares de Albergaria e Melo, n. 1809
Acha que haverá alguma possibilidade de estes Soares serem realmente Soares de Albergaria?
Na linha Melo, regista-se a omissão desse apelido durante três gerações (ou seja, Antónia Henriques foi buscar o apelido Melo a uma trisavó):
1. Isabel de Melo, c.c. Miguel João
2. Maria João, c.c. António Henriques
3. Madalena Henriques, c.c. Domingos Dias
4. Francisco Correia (Henriques), c.c. Maria João
5. Antónia Henriques de Melo c.c. António João
6. Cap. Luís de Melo, c.c. Caetana Tavares da Silva
7. Cap. António Tavares de Melo, c.c. Mariana Dias Duarte
8. José António de Melo c.c. 6. Josefa Rosa Gomes Soares
9. António Soares de Albergaria e Melo
Já os apelidos Correia e Silva não se percebe de onde vêm:
FRANCISCO CORREIA (HENRIQUES). Alferes. N. Vila Verde, Lamas do Vouga.
- DOMINGOS DIAS. N. Jafafe, Macinhata. Casou em Lamas, 1650, com
- - FILIPE DIAS
- - MARIA JOÃO
- MADALENA HENRIQUES. N. Vila Verde, Lamas.
- - ANTÓNIO HENRIQUES. Casou em Lamas, entre 1611 e 1614, com
- - - PEDRO HENRIQUES
- - - MARIA GONÇALVES
- - MARIA JOÃO. Casou 2.ª vez, Lamas, 1627, com Sebastião Marques.
- - - MIGUEL JOÃO
- - - ISABEL DE MELO. Moradores em Vila Verde, Lamas.
JOÃO TAVARES DA SILVA. Capitão. N. Vale do Neto, Silva Escura, 1624.
- PEDRO FERNANDES. Lavrador rico. N. Cambra, Préstimo. Casou em 1616, com
- - BRÁS FERNANDES
- - MARIA FERNANDES
- ÁGUEDA TAVARES. Foram moradores em Vale do Neto, Silva Escura.
- - GASPAR TAVARES. escudeiro; capitão; N. Amiais, Couto de Esteves. F. 1616.
- - - JOÃO JORGE. F. antes de 1590.
- - - FRANCISCA TAVARES. Moradores no lugar dos Amiais, Couto de Esteves.
- - ANTÓNIA JOÃO. F. antes de 1613.
- - - JOÃO EANES “o novo”. F. antes de 1590.
- - - ÁGUEDA GONÇALVES. Moradores nas Presas, Silva Escura.
Gostaria também que me esclarecesse sobre a ligação dos Pacheco Teles aos pacheco desta árvore, nomeadamente a Domingos Alves Pacheco.
Cumprimentos,
Coelho
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Origem do Silva nos Tavares da Silva
Caro confrade,
Estaria a origem do uso do apelido Silva baseada no facto de serem naturais de Silva Escura ?
Cumprimentos
Tiago Faro Pedroso
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RE: Origem do Silva nos Tavares da Silva
Caro Tiago,
realmente, foquei a minha atenção nos nomes, não me apercebendo que esta linha de Tavares passa algumas gerações na localidade de Silva Escura. Deve, pois, ser essa a origem do apelido, neste caso.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos
Caro Coelho
Parabéns por este tópico que é do maior interesse e já ultrapassou a barreira cronológica a que se propunha. Ainda bem para nós. Não o li ainda exaustivamente, mas tenciono fazê-lo em breve.
Soares / Soares de Albergaria
O facto de não encontrar o Albergaria ou Soares de Albergaria na ascendência deste meu tetravô levou-me, em tempos, a fazer as mais variadas conjecturas. Convencido, pelo facto de o apelido só aparecer uma única vez, de que não era o que teve origem em Paio Delgado, também eu cheguei a pensar que teria a ver com o facto de seu pai ser natural do concelho de Albergaria, hipótese que fui pondo de parte, até porque penso que Alquerubim não pertencia ao concelho de Albergaria no princípio do séc. XIX.
E foi conhecendo um ramo colateral destes Soares que cheguei a uma hipótese que me parece mais plausível, sem a qual só me restaria pensar que ele usurpara um apelido alheio apenas por vaidade.
Poderia ser por via do padrinho de baptismo, como de facto já encontrei noutros casos, mesmo por este período; mas não: o padrinho foi o cap-mor de Ilhavo e seu primo Manuel da Maia Vieira. A madrinha foi Quitéria Joaquina Soares de Sousa e Melo, de Rebordinho. Vejamos a sua ascendência:
1. Quitéria Joaquina Soares de Sousa e Melo, n. 1748.
2. António Soares da Fonseca e Albergaria, n. 1704
3. Rosa Maria de Sousa e Vasconcelos
4. João Luís da Fonseca, que tb aparece como João Luís da Fonseca e Albergaria
5. Bernarda Soares da Fonseca
10. Domingos Ferreira Soares, capitão
11. Antónia da Fonseca
20. Domingos Ferreira Soares, alferes
21. Maria da Encarnação
Quitéria Joaquina casou, em 1784, com Manuel da Silva Ribeiro Fernandes Cascais e foram pais de:
Bernardo Soares de Sousa e Melo. Do casamento deste com Maria do Patrocínio Carneiro, nasceu:
Manuel de Melo Soares de Albergaria Vilafanha Cascais, f. 1879, casado, s.g.
Por aqui se vê como, embora genealogicamente diversos, Soares + Albergaria dão Soares de Albergaria. Nada tendo a ver com os que descendem de Paio Delgado, a confusão estabelece-se, mesmo involuntariamente, ao fim de algumas gerações usando ambos. Ora se os parentes da Quinta da Serrascosa, no Préstimo, Rebordinho, etc., eram Soares de Albergaria, logicamente os de Arrancada também o seriam pois uns e outros descendiam de Domingos Ferreira Soares e Maria da Encarnação. Embora o parentesco fosse já afastado no princípio do século XIX, as relações são próximas: José António de Melo arrendará a Quinta da Serrascosa a estes parentes; o mesmo fará depois António Soares de Albergaria e Melo. Ali residiram por cerca de 40 anos; José, outro filho de José António de Melo, nascido em 1812 e falecido criança, será afilhado do sargento-mor Bernardo Soares de Sousa e Melo atrás citado; Joana Gomes Soares, irmã de Josefa Rosa, reside em Oliveira de Frades em casa daquele Bernardo, etc, etc.
Penso que aqui se encontrará a explicação para o uso do apelido em António Soares de Albergaria e Melo; o que não deixa de ser com base num equívoco, pois ele não descende de João Luís da Fonseca e Albergaria, que introduziu o apelido no outro ramo.
Tavares da Silva
A hipótese apontada por Tiago Faro Pedroso (Tavares da Silva (Escura), foi a que primeiramente me ocorreu e que não é de pôr de parte. Penso também que se poderá tratar de uma origem semelhante ao do Soares de Albergaria, com as devidas diferenças. Entre os filhos de Gaspar Tavares e Antónia João houve um, Simão, que casou com Maria (ou Jerónima) da Silva; outro filho, Francisco, foi pai de outro Gaspar Tavares que casou com Ângela da Silva. Poderia a existência de um ou dois ramos destes Tavares que passaram legitimamente a Tavares da Silva ter “contagiado” os outros ramos da família? Numa cronologia, a partir dos registos, nos padrinhos de baptismo, poderá estar a resposta.
Melo
Será mesmo uma interrupção? Assim é nos poucos registos que copiei, o que não quer dizer que em outros documentos não apareça, o que é caso relativamente vulgar.
Correia
Poderá tratar-se do mesmo caso dos Melo: a interrupção do uso por vária gerações sucessivas.
Muitos outros casos deste género poderia citar e tenciono mesmo dar a conhecer alguns neste tópico, futuramente.
Oportunamente lhe darei conta da ligação dos Pachecos.
Cumprimentos
Filipe Rogeiro
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RE: Omissão/adopção de apelidos
Caro Filipe Rogeiro,
muito obrigado pelas detalhadas e interessantes explicações!
Quanto ao apelido Albergaria é mesmo capaz de ser o resultado de um equívoco.
No caso de João Luís da Fonseca e Albergaria, de onde vem o apelido? De Albergaria-a-Velha? Conhece a ascendência dele?
Quanto ao Silva, dos Tavares da Silva, desconfio que deve mesmo ter origem no topónimo Silva Escura, mesmo nos casos que citou (Maria/Jerónima da Silva, Angela da Silva) .... É claro que já podia estar em uso desde várias gerações.
> Muitos outros casos deste género poderia citar e tenciono mesmo dar a
> conhecer alguns neste tópico, futuramente.
Realmente, se conhece outros casos, seria interessante que os apresentasse aqui, pois enriqueceria bastante o tópico. Pelo menos os casos em que a recuperação do apelido ocorra após três ou mais gerações.
> Oportunamente lhe darei conta da ligação dos Pachecos.
Obrigado.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
transcrevo de outro tópico duas mensagens com interesse para o estudo da adopção de novos apelidos.
Cumprimentos,
Coelho
Nome de baptismo e nome de crisma 11-10-2004, 14:37
Autor: urqueira [responder para o fórum]
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Caros confrades,
O meu bisavô materno chamava-se Manuel de Sousa Liborio. O assento de baptismo do mesmo diz que se chamava Liborio de Sousa e ja o de casamento aponta para Manuel de Sousa Liborio com a seguinte explicaçao "(Liborio é o nome de baptismo e Manuel o da crisma)". Como é que se pode explicar esta mudança de nomes e como é possivel um nome de baptismo passar a apelido (a minha avo chamava-se Emilia de Sousa Liborio) ?
Grata pela atençao,
Cumprimentos.
Isabel Neves.
RE: Nome de baptismo e nome de crisma 17-10-2004, 12:07
Autor: RAAL [responder para o fórum]
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......
Consideremos o meio rural onde o núcleo sociológico é a aldeia ou a paróquia.
Numa aldeia em que há vários indivíduos com o mesmo nome, eles são distinguidos , não pelo apelido, mas sim pela alcunha ou por referênciaa aos pais.
Exemplo: 1.º caso-Zé Mau (alcunha)
2.º -Zé da Ana que quer dizer José filho da Ana
Um filho deste José pode ser Luís do Zé da Ana, etc.
À segunda ou terceira geração o nome Ana é assumido como apelido.
Existem hoje pessoas de nível social elevado cujos apelidos foram formados deste modo. Estou a lembrar-me, por ex. de uma família de Alcobaça com o apelido "da Bernarda".
Outro exemplo curioso é o de Vitorino Nemésio que assume como apelido o nome próprio de um antepassado, creio que avô.
Cumprimentos
RAAL
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros Confrades
O meu pai tinha como apelido o nome próprio do seu bisavô (avô paterno do pai) enquantos as suas irmãs tinha como apelidos: uma só os apelidos da mãe e a outra os apelidos de sua mãe e de seu pai ( cujo nome se compunha do seu nome próprio acrescido do nome e apelido do avô paterno).
Isto, embora o meu pai tenha nascido em 1923. :-)
M.Elisa
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RE: Omissão/adopção de apelidos
Caro Coelho
João Luís da Fonseca, que também se chamou João Luís da Fonseca e Albergaria, era de Rebordinho (Viseu). Entre os seus ascendentes mais próximos encontramos os apelidos Luís (varonia), Antunes, Dias e Fonseca. Mas não Albergaria. Não parecendo ser de origem toponímica (nomeadamente Albergaria-a-Velha), não sei qual a sua origem.
Uma observação ainda, em relação a António Soares de Albergaria e Melo: as suas duas filhas usaram Soares de Oliveira e Melo, o que quer dizer que não houve intenção ou interesse em perpetuar o apelido.
Em relação aos Pacheco e Teles:
§ 1
I. Domingos Álvares (ou Martins) Pacheco. Filhos:
(1) Francisco Martins Álvares Pacheco, cqss
(2) Domingos Martins Álvares, segue em § 2
II. Francisco Martins Álvares Pacheco c.c. Maria João. Filho:
(1) Simão João Álvares Pacheco, cqss
III. Simão João Álvares Pacheco, n. Portela, Besteiros, c.c. Isabel Martins Gomes, n. Lourizela, fª de António Fernandes Teles, n. Barro, e de Maria Gomes Martins. Filho:
(1) Matias Gomes Pacheco, cqss
IV. Matias Gomes Pacheco, n. Portela, Besteiros, c.c. Francisca Gomes de Arede, fª de Manuel de Arede Vidal e de Francisca Gomes Pacheco, 1.ª morgada do Sobreiro. Filha:
(1) Maria Eufrásia Pacheco Teles, cqss
V. Maria Eufrásia Pacheco Teles c.c. João Gomes Martins, no § 2, ger. V.
§ 2
II. Domingos Martins Álvares c.c. Maria Martins. Filho:
(1) Manuel Martins Álvares, cqss
III. Manuel Martins Álvares, n. Portela, Besteiros, c.c. Luísa Maria Viegas, fª de Manuel João e Ana Viegas, de Aguieira. Filho:
(1) Manuel Martins Viegas, cqss
IV. Manuel Martins Viegas, c.c. Isabel Martins Gomes, fª de Sebastião Afonso e Ana Gomes, de Aguieira. Filhos:
(1) Francisco da Fonseca
(2) Manuel
(3) Maria da Fonseca
(4) João Gomes Martins
(5) António Gomes Martins, cqss
V. João Gomes Martins c.c. Maria Eufrásia Pacheco Teles, no § 1, ger. V.
Já agora: de onde virá o Fonseca de Francisco e Maria da Fonseca, filhos de Manuel Martins Viegas e Isabel Martins Gomes ?
Um outro caso, idêntico ao dos Melo, o da “recuperação” de um apelido (Rocha) usado por um trisavô:
1. Margarida DA ROCHA, n. Travassô, 1598
2. Roque Francisco
3. Margarida Jorge
4. Roque Francisco
5. Isabel de Castro
6. Jorge Álvares
7. Margarida Fernandes
10. João Marinho
11. Helena de Castro
20. Fulgêncio Marinho
22. Sebastião Jorge DA ROCHA
23. Isabel de Castro
Exemplo ainda mais extremo, o da “recuperação” de um apelido (Castro) usado por uma 4.ª avó:
1. João DE CASTRO de Figueiredo, familiar do Santo Ofício em 1700
2. Agostinho Coelho de Figueiredo, familiar do Santo Ofício em 1681
3. Maria de Resende de Paiva
4. Matias Coelho de Figueiredo
5. Brites Godinho Barbosa
10. Pedro Godinho Barbosa
11. Petronilha Baptista de Araújo
20. João Gomes de Pinho
21. Brites Godinho
42. Afonso Godinho
43. Catarina DE CASTRO
Este exemplo tem uma explicação e trata-se, talvez, de um caso raro. O processo de habilitação ao SO de Agostinho Coelho de Figueiredo foi complicado por rumores de “nação infecta” por via de Catarina de Castro. Obtendo carta de familiar, e para que constasse que estes Castro eram de limpo sangue, Agostinho ordenou a seu filho João, que até aqui se chamaria João Coelho de Figueiredo, se passasse a chamar João de Castro de Figueiredo.
Cumprimentos
Filipe Rogeiro
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RE: Omissão/adopção de apelidos
Caro Filipe Rogeiro,
muito interessantes os casos que apresentou e que me permito resumir:
1) Uma linha de quatro gerações de descendentes de Domingos Álvares Pacheco em que apenas são usados patronímicos; noutra linha, o apelido Pacheco manteve-se; alguns descententes usam o apelido Fonseca sem se perceber porquê;
2) Uma Margaria da Rocha, cujos ascendentes próximos (pais e avós) quase todos usavam apelidos de origem antroponímica, vai buscar o seu apelido Rocha a um trisavô, que terá nascido por volta de 1480;
3) João de Castro de Figueiredo, familiar do Santo Ofício em 1700, vai buscar o apelido Castro a uma 4a avó nascida por volta de 1500;
Muito obrigado pelo enriquecimento do tópico.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
parece-me interessante, para este tópico, a árvore de costados do 1º barão de Alvito (séculos XIV/XV):
João Fernandes da Silveira, senhor de Alvito pelo casamento, 1º barão de Alvito
- Fernando Afonso, doutor em leis pela universidade de Bolonha
- - Afonso Martins, guerreiro de D. João I, 19º prior Santa Cruz de Coimbra
- - - Martim Afonso de Sousa, senhor de Baião
- - - - D. Afonso III de Portugal
- - Maria Rodrigues
- Catarina Teixeira
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
Cá está mais uma árvore de costados (do século XVII) em que predominam os apelidos antroponímicos, ainda que prevaleça o apelido Valente. Outro apelido, Rossomil, aparece num trisavô, mas não volta a aparecer, ficando-se os ascendentes imediatos pelo patronímico Dias.
1. Brígida Valente n. Bandeira , Avanca, Estarreja
... 2. Inácio Jorge n. 05-01-1673, Bandeira, Avanca, Estarreja, c. 22-04-1701.
... ... 4. Manuel Jorge
... ... 5. Madalena Manuel.
... 3. Brígida Valente que nasceu em 28-10-1676, Avanca, Estarreja.
... ... 6. José Dias casou-se em 16-03-1673
... ... ... 12. Gonçalo Nunes casou-se em 01-11-1640
... ... ... 13. Antónia Dias.
... ... ... ... 26. João Dias Rossomil
... ... ... ... 27. Isabel João.
... ... 7. Margarida Valente n. 01-09-1650, Sobreiro, Avanca, Estarreja.
... ... ... 14. Domingos João n. 15-10-1630, Avanca , Estarreja
... ... ... .... 28. Domingos João casou-se
... ... ... .... 29. Isabel Fernandes.
... ... ... 15. Isabel Francisca.
... ... ... .... 30. Gaspar Francisco
... ... ... .... 31. Margarida Valente.
Fonte: http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=49245#lista
Cumprimentos,
Coelho
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Furtado de Mendonça
Ainda outro caso de omissão/recuperação de apelido nos séculos XIV a XVIII (dados colhidos na base do Genea):
1. Afonso Furtado de Mendonça, * c. 1380
2. Diogo de Mendonça, alcaide-mór de Mourão, * c. 1430
3. Pedro de Mendonça, alcaide-mór de Mourão, * c. 1470
4. Diogo de Mendonça de Lima, alcaide-mór de Mourão, * c. 1510
5. Francisco de Mendonça, alcaide-mór de Mourão, * c. 1530
6. Pedro de Mendonça, alcaide-mór de Mourão, * c. 1570
7. Francisco de Mendonça Furtado, alcaide-Mor de Mourão, * c. 1610
8. Maior Luisa de Mendonça, * c. 1640
9. Teresa Luisa de Mendonça e Melo, * . 1684
10.Sebastião José de Carvalho e Melo, 1º marquês de Pombal, * 1699 + 1782, e Francisco Xavier de Mendonça Furtado, * 1701
Como se vê, o irmão do 1º Marquês de Pombal usava normalmente o apelido materno Mendonça e por vezes também o apelido Furtado, que recuperou de seu bisavô Francisco de Mendonça Furtado. Este, por sua vez, havia recuperado esse mesmo apelido de um 5º avô nascido por volta de 1380.
Ou seja, em 10 gerações desta linha familiar, houve omissão do apelido durante 5 gerações seguidas (da 2ª à 6ª) e depois ainda na 8ª e 9ª.
Cumprimentos,
Coelho
Direct link:
RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades, surgiu noutro tópico uma troca de impressões sobre este assunto da omissão/adopção de apelidos:
Melo da Cunha 09-08-2005, 23:34
Autor: LSV [responder para o fórum]
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Poder-me-á alguém ajudar a identificar a Família de D. Brites de Melo, filha de João de Melo da Cunha, fidalgo da Casa Real, o qual foi irmão de Roque de Melo da Cunha, também fidalgo da Casa Real e casado com D. Margarida Coelho.
Esta última foi tia de Baltazar Coelho Caldeira o qual casou com a dita D. Brites de Melo.
Muito obrigado
Luís Soveral Varella
............................................
RE: Melo da Cunha 14-09-2005, 12:03
Autor: abivar [responder para o fórum]
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Caro Luís Soveral Varella:
Baltazar Coelho Caldeira é meu antepassado, mas através de outro casamento, com Catarina Henriques de Souza; curiosamente, os descendentes deste outro casamento adoptaram o Mello da Madrasta, dando origem aos Mello Coelho e Coelho de Mello de Odemira e Ferreira, tendo o Mello sido usado como único apelido por descendentes femininas. Tem algumas informações suplementares que permitam explicar esta adopção de apelido?
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
RE: Melo da Cunha 14-09-2005, 15:07
Autor: LSV [responder para o fórum]
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Caro António Bivar
Não tenho de facto qualquer justificação para que os filhos do 2º casamento de Baltazar Coelho Caldeira tenham adoptado o apelido Melo da sua 1ª mulher. Conheço o facto até porque tenho estudado alguns descendentes de Dionísia Coelho (ou Coelho de Melo), filha (de acordo com Gayo e mesmo com um processo para a Ordem de Cristo) do 1º casamento dele. Adianto-lhe no entanto que apesar de tudo tenho algumas dúvidas que esta Dionísia seja filha do 1º casamento, e como tal de D. Brites de Melo, tanto pela cronologia, que, a ser filha do 1º casamento terá tido uma filha já lá para os 46/48 anos (nada de anormal só por si), mas fundamentalmente pelo facto de nunca a encontrar referida como D. Dionísia e apenas Dionísia. Não estou a ver uma filha de D. Brites de Melo, por sua vez filha de um fidalgo da Casa Real (de foro maior) a não usar o tratamento de dona.
Claro que as regras têm excepções e o único documento que lhe dá a filiação (não encontro nem o seu assento de baptismo nem de casamento, e casou duas vezes) dá-lhe por mãe a 1ª mulher de Baltazar Coelho Caldeira. E essa é a realidade.
Terá sido por isso mesmo, por ela se ter chamado Coelho de Melo que os meios-irmãos também assim se chamaram? Há um outro caso e recente em Odemira, em que dum primeiro casamento com uma senhora de apelido Penha com um senhor de apelido Almeida, os filhos do 2º casamento usaram o apelido Penha de Almeida.
Não terei sido esclarecedor, antes pelo contrário, levantei mais dúvidas, mas é o
que sei de momento.
Um abraço
Luís Soveral
RE: Melo da Cunha 14-09-2005, 16:09
Autor: abivar [responder para o fórum]
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Caro Luís Soveral:
Muito obrigado pelos esclarecimentos que me pareceram muito interessantes; não conhecia o caso dessa irmã ou meia-irmã dos Coelhos de Mello e levanta diversas questões aliciantes. Já tenho encontrado casos de tratamentos de "Dona" que se perdem, mas nenhum aparentemente tão flagrante; acho que é uma questão a merecer estudo.
Um abraço,
António Bivar
RE: Melo da Cunha 14-09-2005, 16:56
Autor: coelho [responder para o fórum]
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Caro António Bivar,
este assunto da adopção de apelidos já me levou a abrir um tópico com o título: "Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI", onde se vê que muitas vezes os apelidos são omitidos durante várias gerações (como certamente sabe) e recuperados mais tarde.
Ora, estas famílias Coelho e Melo estão ligadas por (pelo menos) dois casamentos (Roque c.c. Margarida, e Baltazar c.c. Brites). Não se dará o caso de os Coelhos serem também Melos? Poderia ser um caso de casamentos dentro da mesma família.
É que, no referido tópico que lancei, são muitos os casos de recuperação de antigos apelidos enquanto os casos de adopção pura e simples de apelidos alheios são raros e nem sempre devidamente provados. É um tema interessante ....
Cumprimentos,
Coelho
RE: Melo da Cunha 14-09-2005, 18:00
Autor: abivar [responder para o fórum]
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Caro Coelho:
Tenho exactamente a mesma experiência! em alguns casos em que supus terem sido adoptados apelidos (de padrinhos, por exemplo) acabei por verificar que afinal eram apelidos de antepassados mais recuados. Subsistem casos inexplicados, mas nunca se sabe se não terão sido recuperados de algum antepassado nosso desconhecido. O que encontrei em alguns casos foi a adopção de um nome próprio junto com um apelido de um padrinho ou de um tio por afinidade (ex.: um Dionísio Ferreira da Fonseca filho de um José da Fonseca mas afilhado de um Dionísio Ferreira); verifiquei ser prática corrente nos EUA, o que deu alguns casos em Portugal (Açores) em descendentes do meu antepassado Thomas Hickling (e.g. Catherine Hickling Prescott Ivens, onde o Prescott era de um tio por afinidade, casado com uma Hickling... conheço o suficiente da genealogia anterior para excluir a hipótese de uma ascendência Prescott).
Neste caso só noto que os Mellos em questão davam "Dona" às senhoras e não os Coelhos ... a não ser que fosse uma ligação anterior ao estatuto que lhes deu o "Dona".
Um abraço,
António Bivar
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
aqui copio, de outro tópico, alguns casos interessantes:
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RE: Melo da Cunha 22-09-2005, 17:02
Autor: LCM [responder para o fórum]
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Caro Tó,
Tenho um quarto avô (Bonifácio António de pina Osório) que usa e assina com os apelidos da família da mulher, que esta não usava (era simplesmente Maria Benedita) mas que seu pai usava. No casamento não há qualquer dispensa de parentesco. Ele é filho natural e faltam paroquiais pelo que só sei o nome dos pais. Não são da mesma freguesia embora relativamente próximas.
O pai dela era filho natural de um Sargento-mor, Cav. da Ordem de Cristo. Ela tinha primos direitos (filhos de uma meia-irmã do pai) importantes. Talvez por isso, algum prestígio do nome, o meu 4.º avô os tenha adoptado em lugar do simples "Abrantes" do pai de quem era filho natural (que na Beira, onde tudo isto se passa, fácil e habitualmente se converte em Abranches...)
Um grande abraço
Lourenço
RE: Melo da Cunha 22-09-2005, 23:03
Autor: SUÃO [responder para o fórum]
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Caríssimos Tó, Lourenço, Luís SV, Miguel CN, Rui P e Coelho (desculpem-me as abreviaturas)
Conheço mais situações de apelidos aparentemente adoptados.
Mas de um caso sei, seguramente, que o foi por adopção. Não há pinga de sangue do apelido nos descendentes que dele fizeram uso. Tudo o que foi possível foi investigado, ascendentes e colaterais. Até que surgiu a única explicação possível: uma ascendência comum com a família desse apelido, mas por outra linha que não a do apelido.
A varonia da minha bisavó materna é Vasconcellos Hasse, de Leiria. A conjunção dos dois apelidos surge após o casamento (Santarém-S. Nicolau a 08.02.1741) de seus trisavós Alberto Homem de Vasconcellos Pessoa Spínola (conhecidos os costados até épocas anteriores à fixação dos Hasses em Portugal, e, obviamente, sem qualquer ascendente desse nome) com D. Maria Bárbara da Cunha e Andrade de Sotto-Mayor (b. Lxª-Anjos a 16.09.1720), filha de Luís Álvares de Andrade e Cunha, FCCR, b. Lxª (Anjos) a 23.07.1701 , e de sua mulher D. Micaela Joana da Cunha e Silva Sotto-Mayor, b. Porto (S. Nicolau).
A referida D. Maria Bárbara era neta paterna do capitão Manuel Álvares de Andrade e Cunha, FCCR, COC, e de sua mulher D. Ana Bárbara Inácia de Lossios, açafata da Rainha, "huma criada que a Serenissima Senhora Rainha May trouxe de Allemanha merecendo especialissima estimação da mesma Senhora", a qual foi filha de Daniel de Lossios, n. de Hildessein, conselheiro de estado do Bispo-Princípe de Hildessein (Eleitorado de Colónia), e de sua mulher D. Maria Elizabeth de Drefling; neta pat. de Daniel de Lossius, n. Hansfeld, comissário geral de cavalaria, e de sua mulher D. Ana Luísa de Regers, n. Goslar, arcebispado de Bremen; neta mat. de Haquino de Drefling, capitão-general das províncias de Sudermania (?), Wermelandia e Westeros, no reino da Suécia, e de s/m D. Ana Catarina Teresa Schmit, n. Stockholm.
A ascendência conhecida destes seus 4 avós era toda escandinava (sueca, norueguesa e dinamarquesa), não se vislumbrando qualquer hipótese de ascendência Hasse, ainda que longínqua.
Por outro lado, sabemos que o acima referido Luís Álvares de Andrade e Cunha foi b. em Lxª (Anjos) aos 23.07.1701, apadrinhado por D.Pedro Luís de Meneses, marquês de Marialva, mas baptizado pelo reverendo cónego da Sé de Lisboa e inquisidor da Mesa Grande, Dr. Pedro Hasse de Belém.
Porquê baptizado por Pedro Hasse de Belem ? O irmão deste, André Hasse, b. Lxª (Mártires), FSO (c. 1675), COC, casou duas vezes: a 1ª com D. Luísa Maria da Cunha (filha de Luís Álvares de Andrade); e a 2ª com D. Maria Cristina de Drefling, irmã de D. Maria Elizabeth de Drefling, mulher de Daniel de Lossios, estes, os já citados pais de D. Ana Bárbara Inácia de Lossios e de uma outra filha, de nome D. Maria Catarina de Lossios, mulher de Pedro Hasse de Belem, FCCR, FSO, filho do acima referido André Hasse e de s/m D. Luísa Maria da Cunha, sendo esta filha de Luís Álvares de Andrade (o avô paterno do Luís Álvares de Andrade e Cunha supra).
Temos então: Hasses primos dos Álvares de Andrade da Cunha; Hasses casados com Dreflings; Hasses casados com Lossios; e o Monsenhor Hasse tio consanguíneo (por via materna) de Luís Álvares de Andrade e Cunha, e que o baptizou.
O prestígio do tio inquisidor Hasse, que levaria a baptizar o sobrinho, aliada a esta autêntica teia de relações familiares embrenhadas entre Hasses/Álvares de Andrade da Cunha/Lossios/Dreflings, serão as razões que explicarão o "Hasse" nos descendentes de Alberto Homem de Vasconcellos Pessoa Spínola e de s/m D.Maria Bárbara da Cunha e Andrade Sotto-Mayor.
Como se vê as famílias Vasconcellos Hasse, Hasse e Lossios são todas parentes, por Lossios e Álvares de Andrade; embora a 1ª não tenha pinga de sangue Hasse.
Boa noite a todos !
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Amigos,
Tendo estudado mais de 600 páginas das Denunciações de Pernambuco de 1593 a 1595, no Brasil, com centenas de Famílias do século XVI, naturais de Portugal, em sua grande maioria, passo a dar uma pequena contribuição neste tópico:
(*) Aliás, excelente fonte de consulta para os Senhores, pois identifica a Vila e o Bispado daquela pessoa, cuja filiação está bem definida!
1) Adoção e Passagem de Nomes e Sobrenomes
Pelo que vi ao longo de todo o século XVI e XVII, na Capitania de Pernambuco, extensão de Portugal e das Ilhas, vale a regra colocada por um Confrade nesta discussão: "todos sabiam quem eram quem".
A recuperação ocorria não só nos SOBRENOMES, mas também nos PRENOMES. Isto era rotineiro. Não se fornecia nomes ou sobrenomes aos filhos ao acaso. Sempre tinha uma razão de ser, podendo ser das mais variadas possíveis.
A Alcunha (o apelido - CEGO, TORTO, MANCO, BOAS NOITES, etc...) podia variar em função em várias coisas: atividade comercial, trabalho, forma de vida, etc...
Na verdade, tudo era bem pensado. A primeira filha levava nome e sobrenome da mãe. O primogênito com o nome e sobrenome do avô. Começava, então, a recuperação de PRENOMES e SOBRENOMES de antepassados nos filhos subsequentes.
Recuperavam PRENOMES ou SOBRENOMES com 200 anos de distância. Incrível! Quando se imagina que um PRENOME foi colocado por acaso, lá aparece o PRENOME no ancestral materno ou paterno muitos e muitos antes.
Como bem colocou outro Confrade em sua mensagem, tem-se que estudar caso a caso, mas a regra era sempre recuperar, de uma maneira ou de outra!
As Alcunhas (os Apelidos) eram usadas quando existia outra pessoa na mesma localidade com o mesmo prenome e sobrenome. Para diferenciar, eles usavam uma Alcunha para diferenciá-los.
Não vi nenhum caso de Alcunha virar sobrenome, principalmente por que a Alcunha era, geralmente, pejorativa, o que faria com o que as pessoas não a transmitissem aos descendentes.
Os sobrenomes Patronímicos, em regra, eram mantidos e os Toponímicos começaram a ter utiização em fins do século XVI. Podemos entender Pernambuco Colonial como o começo de uma "nova" civilização portuguesa, eis a razão do Toponímico passar a ser muito importante como fator de identificação e diferenciação entre pessoas com o mesmo PRENOME e SOBRENOME PATRONÍMICO.
Assim:
Domingos Fernandes, o Barqueiro
Fernão Vaz, o Sigueiro
Vai ser substituído por:
Domingos Fernandes do Porto
Fernão Vaz Viana
Olhando-se para trás, seus pais usavam apenas o PRENOME e o SOBRENOME PATRONÍMICO, pois na Aldeia ou Villa onde morava, todos sabiam quem ele era.
No máximo, utilizava-se a expressão "O Velho" ou "O Moço", para se diferenciar pai e filho.
Quando a referência se fazia a homônimos, descrevia-se o parentesco com alguém muito conhecido, onde não haveria confusão, identificando-se, dessa forma, a pessoa a que se fazia referência.
De qualquer forma, um pouco de tudo que se disse aqui é verdade, mas gostaria de frisar que nenhum NOME ou SOBRENOME era colocado por acaso. Tudo tinha uma razão de ser.
Acho que cabe a cada um de nós, individualmente, família por família, tentar encontrar o motivo dos PRENOMES e SOBRENOMES de nossa ascendência em particular, pois, como disse um Confrade, toda regra tem exceção.
Não podemos nos espelhar no exemplo A, B ou C, pois não sabemos os motivos que levaram nossos antepassados a colocar este PRENOME ou SOBRENOME, principalmente se ainda não levantamos os ascendentes daquele ancestral.
De uma coisa tenho certeza, por experiência própria, o PRENOME é um ótima ferramenta para se buscar ascendentes desconhecidos, principalemente em datas anteriores ao Século XVII ou XVI!
2) A Fidalguia de um Sobrenome
Não se pode, a priori, identificar se um certo Sobrenome, quer seja Patronímico ou Toponímico, possa definir isso nesta época ou época anterior. Pode-se apenas suspeitar.
Vou dar um exemplo, do conhecimento da maioria, envolvendo este período, o qual diz respeito a mim em particular, mas que pode ter utilidade na argumentação por ter uma descendência bem conhecida.
Sabemos que os Câmara tem origem na Ilha da Madeira por Zarco. A pergunta que faço:"todos os Câmaras são Fidalgos?" A existência dos Câmara data de 1450 para frente. Tivemos Câmaras no Reino, nas Ilhas, nas Índias, no Brasil (depois de 1500), etc...
Todos os Bettencourt são Fidalgos? Todos os Menezes são Fidalgos? Todos os Moniz são Fidalgos?
Isto demonstra bem que cada caso é um caso. Pode ser filho Bastardo e não ser legitimado, pode não ser filho Primogênito e ser bem pobrezinho, pode ter sido deserdado, pode ser um Criminoso e enforcado depois, pode tudo...
(*) Entendendo-se Fidalguia como sinônimo de condição econômica, pois se levarmos para o lado genealógico da filiação, deverá haver membros Fidalgos na Família, mesmo sendo colateral.
Pelo que pude entender do século XVI, a própria roupa e os apetrechos já identificavam quem era quem. Não era necessário grandes apresentações para se saber a linhagem da pessoa.
(*) Fidalguia como sinônimo de condição econômica.
Quando se iguala a condição econômica, não há como saber a diferença. No entanto, ninguém se dizia "Telles de Menezes" ou "BARROS" à toa, isso me pareceu bem claro!
3) Nome e Sobrenome de Cristãos-Novos
Sobre esta questão, pareceu-me cristalino que qualquer sobrenome PATRONÍMICO pode ser alvo, com alguma tendência a Fernandes, Lopes e Mendes naturais do Porto. Neste caso, Pernambuco não nos fornece muita referência, pois em sua maioria em fugitivos da Inquisição de Bragança.
Em geral, eles acresciam algum outro TOPONÍMICO, onde entra a tal história dos sobrenomes de plantas, animais, etc... LEÃO, OLIVEIRA, ROSA, etc..., mas pode ser qualquer outro como MENDONÇA, etc...
Espero ter contribuído para a discussão...
Abçs
Fábio
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Fábio Arruda,
muito obrigado pelas suas achegas. Tendo a concordar com a sua ideia geral de que pedrominava largamento a prática de ir buscar nomes de baptismo, apelidos (sobrenomes) e mesmo alcunhas já usados na família. É claro que, no caso de nomes de baptismo, é sempre difícil de provar o que quer que seja, visto que esses nomes não eram específicos de uma família.
Quanto aos apelidos, seria interessante que apresentasse aqui exemplos paradigmáticos de recuperação de apelidos após várias gerações de omissão, em especial casos ocorridos até ao século XVI (era esse o âmbito inicial do tópico, mas os exemplos que têm vindo a ser dados são na sua maioria posteriores ...).
Quanto às alcunhas darem ou não origem a apelidos (sobrenomes), a minha experiência é que muitas vezes as alcunhas passavam a apelidos. É o caso de alcunhas relativas a profissões (barqueiro, serralheiro, carpinteiro, ferreiro, etc.). Mas há muitos outros tipos de alcunhas que passavam a apelidos. Mesmo os apelidos que são nomes de animais (Coelho, Touro, Pato, Pisco, Pintassilgo, Pinto, Galo, Gato, Carneiro, etc., etc.) supõe-se normalmente que têm origem em alcunhas (embora não sei se seria sempre assim).
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Nuno Maria,
alguma discussão aqui havia na semana passada sobre adopção de apelidos levou a fazer uma pesquisa no forum que me levou a uma mensagem sua no tópico Prova de Paternidade, na qual afirma:
"no século XVII, a adopção de apelidos alheios era pratica corrente e processava-se sem constrangimentos de maior ... Até por parte de escravos, às vezes!"
Focando nos séculos XVI e XVII, ser-lhe-ia possível dar maiores pormenores sobre o que sabe a este respeito?
A ideia que tenho é que, enquanto nas colónias a adopção de apelidos alheios era frequente, no reino ela seria um fenómeno no mínimo raro. Seria interessante que fossem aqui apresentados casos devidamente comprovados de adopção de apelidos alheios para Portugal continental e para aqueles séculos.
Obrigado e um abraço,
Coelho
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Tomada de apelidos de padrinhos
Caros confrades,
copio de outro tópico algumas mensagens sobre este assunto:
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RE: Famílias de Medelim 11-01-2003, 15:47
Autor: abivar [responder para o fórum]
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... que entroncam num André Gonçalves de Avelar, Tenente de cavalos e natural de Vila Rala, Sta. Iria de Azóia, Loures, Lisboa, sendo filho de João Gonçalves e Maria Francisca e afilhado do Padre André de Avellar (b. 8/9/1683). O referido Tenente casou em Medelim a 14/5/1714 com Maria Ferrôa (ou Nunes), filha de Manuel João Verdoso e Maria Nunes, mas não está esclarecida a origem do apelido “Avellar”, a menos que provenha apenas do padrinho (na maior parte dos casos em que me tenho deparado com esta supostas adopções de apelidos de padrinhos tenho tido oportunidade de confirmar que existia parentesco entre padrinho e afilhado, sendo o apelido de algum ascendente comum, pelo que me parece que não se deve dar por encerrada a questão pelo facto de se encontrar uma situação como esta...).
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Tomada de Apelido dos Padrinhos 12-01-2003, 08:00
Autor: Portuguez [responder para o fórum]
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Caro António Bivar
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Esta sua informação sobre a tomada de apelido dos padrinhos interessou-me, pois embora seja formado em História cheguei só há um ano a estas lides genealógicas para um trabalho que trago em mãos sobre a minha família e enquadramento do seu nascimento e evolução. Topei justamente agora em Coimbra com um 6º Avô padre numa das linhas Tavares, Pe. Lourenço Martins Tavares, Prior de Pala, afilhado de outro Pe. Lourenço Martins Tavares, ou Pe. Lourenço Tavares Varella, da Colmeosa. Os pais e avós do baptizado não são referidos Tavares. Mas a confirmar-se o que o António nos ensina, porque não usariam o apelido os pais ou mães ou avós dos baptizados? A minha sensação é que a partir da constituição de património para tomada de ordens (neste sc. XVII pelo menos) outorgava-se aos candidatos ao clero uma "melhor identificação", ou "mais cuidada identificação", que não achariam necessaria para os leigos, para quem chegariam os nomes próprios e patronímicos. Mas posso estar enganado... de facto, ainda não cheguei a uma conclusão, pois se uma bastardia pode ser motivo suficiente para colocar por algumas gerações no limbo um sobrenome que mais tarde reaparece, não me é ainda evidente por que aos não eclesiásticos os padres redactores se não dariam a pena de mencionar um apelido principal, caso estivesse em uso. No entanto, a Mãe deste 6º Avô é Maria Lourença, filha de outro Lourenço Martins (Tavares?). Talvez que a resposta seja que, assim como se vestiam endomingadamente para a ida à missa, usavam esses sobrenomes mais solenes que o patronimico apenas em raras ocasiões especiais, como uma ordenação ou qualquer papel oficial. Outro aspecto a ter em conta é que nalguns lugares so os homens levavam apelido, e as mulheres eram limitadas ao uso de nomes próprios.
Um abraço
Alexandre
RE: Tomada de Apelido dos Padrinhos 12-01-2003, 08:08
Autor: Portuguez [responder para o fórum]
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Aditamento: Falhou aqui no corta e cola a frase final: "Mas isso não quer dizer que elas, as mulheres, não tivessem sobrenome, parece-me, como às vezes se vem a descobrir depois em documentação à margem da paroquial.". ATF
RE: Tomada de Apelido dos Padrinhos 12-01-2003, 17:36
Autor: abivar [responder para o fórum]
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Caro Alexandre:
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Quanto à questão das adopções de nomes por padrinhos, o meu conhecimento é meramente empírico; no entanto a opinião de alguns especialistas que tenho ouvido (espero não cometer uma indiscrição ao citar, por exemplo, o Prof. Luís de Mello Vaz de São Payo) também vai no sentido de não considerar como prática corrente essa adopção, salvo no caso de escravos (referidos com os apelidos do senhores em assentos de casamento, por exemplo), convertidos (em Timor ainda há poucos anos me referiram exemplos desses) e, como pude directamentre constatar numa freguesia de Setúbal, expostos (nessa freguesia, durante alguns anos eram todos baptizados com o apelido "de Sousa"). Por outro lado encontrei casos em que, numa primeira fase, atribui o apelido ao padrinho, e depois constatei que vinha pelo sangue; alguns exemplos:
- Uma D. Maria Veneranda de Sousa Prado, filha de um André Ferreira da Rocha e de uma Jacinta Antónia Peres é neta materna de um António de Sousa Prado e de uma Isabel Felícia da Palma; julguei numa primeira fase que o apelido lhe provinha de um Padre Ângelo José de Sousa Prado que aparece a testemunhar já não me lembro que acto relacionado com a referida senhora e que supus poder ser seu padrinho (afinal era parente próximo). Note-se que tanto D. Maria Veneranda como a mãe não usam nenhum apelido dos respectivos pais! o Peres vem da avó paterna de Jacinta que se chamava Ângela Peres Estrada.
- Um Francisco Pereira de Mattos é filho de um António Pereira da Silva e de uma Maria da Conceição, mas um padre de apelido Mattos é padrinho de baptismo; mais tarde descobri que a avó materna era filha de um Cristóvão de Mattos.
Por outro lado, encontrei um caso em que parece haver de facto adopção, mas com manutenção do apelido familiar; um Dionísio Ferreira da Fonseca herda o "Fonseca" do pai, mas é afilhado de um Dionísio Ferreira. Até agora não encontrei nenhum ascendente Ferreira; parece ser antes uma adpoção dos dois nomes como nomes próprios, prática corrente nos Estados Unidos, pelo menos no século XIX, como também pude constatar.
Enfim, talvez este assunto devesse constituir um novo tópico...
Um abraço,
António Bivar
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Direct link:
RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Mais algumas mensagens interessantes:
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RE: Medeiros Freguesia da Povoação Ilha de São Miguel 16-10-2002, 16:54
Autor: JMM [responder para o fórum]
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- quanto aos nomes das mulheres, não tem nada a ver com ateísmo ou judeísmo, mas simplesmente a) pela absoluta falta de regra na adopção de nomes, b) pela condição social mais baixa, em que a forma de tratamento variava consoante os costumes da localidade, as alcunhas, a ignorância, pelos outros (entre os quais os próprios curas), do nome habitualmente usado, recorrendo-se oas nomes das mães e das tias (por exº), para indicar o da mulher a referir: Ana de Jesus seria filha de uma Maria do Rosário, logo, era a Ana da Maria do Rosário, ou a Ana do Rosário; a Francisca da Ressurreição era filha do Simão Pacheco, logo, seria a Francisca Simôa; são elementos que se vão detectando ao longo dos registos de casamento, de baptismos dos filhos, do próprio óbito e dos baptismos dos netos;
....................................
Cumprimentos,
Jorge de Mello-Manoel
RE: Medeiros Freguesia da Povoação Ilha de São Miguel 21-10-2002, 17:53
Autor: JMM [responder para o fórum]
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Caro Luís de Medeiros,
Retomando alguns temas desta sua mensagem de 16 Out.:
- sim, muitas vezes os apelidos eram "adoptados" por serem mais "sonantes", ou por serem os mesmos de famílias mais importantes, mas deve considerar-se essa "adopção", no sentido de "puxar um apelido de um antepassado mais ou menos remoto", isto é, normalmente, essa "adpoção" teria justificação familiar, mesmo que a ligação de ascendência até esse antepassado fosse tudo menos linear. Só que era, normalmente, nas famílias mais destacadas que isso acontecia, porque conheciam - melhor ou pior... - a sua genealogia.
Não me parece que fosse muito frequente a adopção pura e simples de um apelido, com o qual não houve qualquer ligação, por mais longínqua que fosse. Excepto, claro, a) na utilização de alcunhas que passavam a apelido; b) num ou noutro caso, raro, de apelido de um padrinho; c) nos casos de filhos bastardos não reconhecidos, que "compunham" um nome a utilizar; d) nos casos de filhos de pais incógnitos, que adoptavam apelidos, sabe-se lá hoje por que razões; e) nos casos de crianças expostas, que, a partir, creio, que do séc. 18, eram criadas à custa das Câmaras Municipais e muitas vezes adoptavam o apelido "da Câmara", que era, além disso, um apelido muito sonante em S. Miguel, visto que era o dos Capitães dos Donatários e Alcaides móres da (então única) cidade de Ponta Delgada, condes de Vila Franca e, depois, da Ribeira Grande.
Por essa razão, aliás, houve inúmeras famílias micaelenses e madeirenses (os Câmaras donatários de S. Miguel eram um ramo dos da Madeira), por exº, com ligações genealógicas provadas aos "verdadeiros" Câmaras, que "puxaram" o apelido para a composição dos seus: assim foram os Rebello Borges da Câmara e Castro, os Borges da Câmara e Medeiros Dias e Sousa, os Câmara Coutinho Carreiro de Castro, os Borges Bicudo da Câmara, os Câmara Bettencourt, os Câmara de Mello Cabral, os Moreira da Câmara Coutinho e Mello Cabral, os Borges Newman da Câmara, os Gago da Câmara, os Câmara Falcão (estes, da ilha de Stª Maria), etc., etc.
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Quanto ao momento em que os indivíduos passavam a usar determinado nome, parece-me que é difícil chegar a conclusões: o que sabemos, pelos registos, é que as crianças eram apenas registadas com o nome próprio (o "nome de pia") e, quando casam, têm já um apelido, ou, pelo menos, um 2º nome (Maria Antónia, Marcos João). No entanto, no caso dos solteiros, vemos que usam, tal como os casados, apelidos ou 2ºs nomes (quando os encontramos como padrinhos, ou nos seus registos de óbito, por exº); aliás, se se prestar atenção aos padrinhos de baptismo, que muitas vezes são tios solteiros da criança baptizada, e, até, em muitos casos serão ainda menores, já são normalmente designados por um "nome completo" (por curto que seja).
Quanto à adopção do nome do marido, creio que nunca foi regra em Portugal - excepto durante o Estado Novo (1928-1974), pois julgo que, até, nem o Registo Civil de 1911 obrigava a isso (?); não estou certo. Encontram-se, casualmente, mas só a partir, talvez, de meados do séc. 18, casos em que as mulheres são designadas e assinam (quando o sabem !), o(s) apelido(s) do marido, normalmente a seguir ao seu próprio; já nos finais do séc. 19 isso é muito comum, mas não creio que constituisse "regra"; ao longo do séc. 20 essa era quase uma regra (ignoro se obrigatória); hoje em dia, é opcional, no acto do casamento, a mulher adoptar o apelido do marido, a seguir ao seu (a minha Mãe usa, oficialmente, a seguir ao seu, apelidos de meu Pai, mas a minha Mulher mantém apenas os seus próprios apelidos de solteira, tal como várias outras que conheço...)
Cumprimentos, JMM
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Aqui se transcreve uma interessante mensagem do confrade António Bivar.
Coelho
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Descendentes humildes de linhagens ilustres 02-05-2003, 18:49
Autor: abivar [responder para o fórum]
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Caros Conde e Eduardo Osório:
Também não tenho informações acerca da origem dos Figueiredos de Loriga. Interessa-me muito, como tema geral da genealogia portuguesa, a origem de famílias “obscuras” com apelidos “sonantes”. Alguns casos são fáceis de explicar:
a) Expostos (encontrei uma freguesia de Setúbal em que eram todos baptizados, durante anos a fio, por finais do século XVIII, com o apelido “de Souza”).
b) Apadrinhamentos – muito mais raro do que em geral, talvez, se supõe; quase todos os casos que julguei explicar desta maneira eram apelidos de origem “genealógica” em que o padrinho era afinal parente próximo. Restam-me, por junto, os Avelares de Medelim, que são tratados noutro tópico deste fórum; o mais antigo conhecido com este apelido era um Tenente de cavalos, André Gonçalves de Avelar, de Santa Iria de Azóia, cujos pais só tinham patronímicos mas o padrinho era um Padre André de Avelar e a madrinha era também Avelar. Em Loures parece que existe uma Quinta do Avelar e não consegui apurar mais nada para trás; nada impede que o dito Padre e a madrinha fossem parentes dos pais do afilhado e um destes ainda Avelar, por algum lado, mas por enquanto pode supor-se (com muitas reservas) que o apelido fosse adoptado do padrinho... O único outro caso que encontrei e que me parece ser mesmo genuína adopção de apelido do padrinho é um Dionísio Ferreira da Fonseca, afilhado de um Dionísio Ferreira, sendo o Fonseca do Pai do baptizando; é um caso claramente diferente, em que a criança terá tomado como “nome próprio” o conjunto “Dionísio Ferreira” do padrinho. É raro em Portugal, mas parece-me ser, ou ter sido, muito frequente por exemplo nos EUA em camadas sociais elevadas (muitas vezes como homenagem a tios, mesmo por afinidade, nem sempre padrinhos).
c) Origem geográfica (os inúmeros “Guimarães” algarvios, por exemplo, imigrados do Distrito homónimo, mais uns Sousas que encontrei numa habilitação para FSO, vindos de Arrifana de Sousa, etc.).
d) Conversos (tiveram direito legal de adoptar apelidos, por mais ilustres que fossem, ao contrário dos cristãos-velhos; esta prática foi corrente não só entre os cristãos-novos de origem hebraica como entre os hindús convertidos na Índia Portuguesa e manteve-se mesmo até aos nossos dias, por exemplo em Timor).
e) Bastardias ou decadências socio-económicas.
Neste momento tendo a acreditar que o caso e) seja de longe o mais frequente. Com efeito, se até se esgotarem as fontes genealógicas disponíveis é raríssimo que os apelidos não provenham de ascendentes, porquê supor que para trás viriam com maior frequência de outro modo (ressalvados os casos da alínea d))?
No caso que nos ocupa, notemos que entre os Aparícios/Castelo Brancos também encontrei um qualificado de “pastor”, num assento de baptismo; não está ainda claro que todos tivessem a mesma origem linhagística, mas não há razões para acreditar no contrário. Por outro lado já encontrei diversos casos completamente documentados de descendentes “humildes” de famílias notáveis (ou mesmo de grandes linhagens), com manutenção dos apelidos, apesar da decadência social; também tenho reparado que quando um apelido “sonante” chegava por alguma razão a determinada zona geográfica ou camada social de determinada região, tendia a espalhar-se com grande rapidez, pois muita gente o ia buscar a qualquer avó que o tivesse, às vezes com saltos de gerações. Tudo somado inclino-me para acreditar que esses Figueiredos, Gouveias, Fonsecas, Britos, etc. de Loriga (como outras linhagens de muitos outros sítios) possam em muitos casos descender de algum ramo decaído das linhagens “ilustres” homónimas; a dificuldade está em documentar essa ligação genealógica, pelo que acabo por partilhar a convicção do Eduardo Osório de que será difícil encontrar a ligação destes Figueiredos aos “verdadeiros”, ainda que me incline para aceitar ela pudesse existir...
Acho que está por fazer um estudo sistemático destas questões, que evidentemente só poderá dar frutos com a laboriosa reunião de grande número de exemplos concretos bem documentados, com grande diversidade geográfica e social.
Abraços do
António Bivar
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Direct link:
Apelidos de convertidos
Uma contribuição do confrade Nuno Maria Côrte-Real:
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RE: Origem muçulmana dos Gusmões/Medina Sidónia 10-04-2004, 19:44
Autor: nunomaria [responder para o fórum]
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Resta a questão da adopção dos nomes e apelidos (ou seja, um muçulmano passar a chamar-se Alonso Perez de Gusman). Mas essa não era uma prática rara nos recém convertidos: recordo-lhe que o príncipe mouro Cidi-Haya, da família dos reis de Granada, se converteu no sec. XV ao cristianismo com o nome de Pedro de Granada, recebendo dos Reis Católicos o senhorio de Campotejar e o hábito de cavaleiro da Ordem de Santiago. Ou que o nosso Conde D.Pedro de Menezes, 1º governador de Ceuta, por volta de 1419 galardoou um servidor seu com o apelido e armas da sua própria linhagem (cf. A. Braamcamp freire, Brazões da Sala de Sintra, Tomo I, p.396).
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Direct link:
RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho:
Infelizmente até final da semana que vem não tenho tempo para deitar mão à minha palelada a fim de retirar exemplos de escravos com nomes dos senhores: nomes próprios e apelidos; deles e delas.
É assunto sobre o qual desde há muito que não tenho grandes dúvidas. Embora, obviamente, não faça a menor ideia da dimensão do fenómeno. O que posso assegurar é que para a zona de Portugal onde tenho orientado as minhas atenções (sul de Portugal: Alentejo e sobretudo Algarve), era prática não rara ao longo dos sécs. XVI e XVII. Esta minha convicção resulta de anos e anos de investigação sobre fontes de arquivo de várias naturezas. Infelizmente para o assunto que interessa agora, a minha atenção passou completamente ao lado desta questão pelo que não houve a preocupação de ir repescando todos os casos que se me depararam.
De qualquer forma prometo um esforço de recolha nesse sentido, sobretudo nos paroquiais, e espero conseguir uma meia dúzia de casos.
Posteriormente darei notícias.
Cumprimentos
Miguel Côrte-Real
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Rui Pereira,
um ano depois da sua mensagem, e lendo noutro tópico esta mensagem:
http://genealogia.netopia.pt/forum/msg.php?id=40409
chego à conclusão que esse vínculo que refere será a capela da N. Sra. da Esperança (Arganil), de que foram administradores um tal "Manuel Francisco que também usou Manuel Furtado de Mendonça e sua mulher Isabel Antunes".
É este o vínculo de que fala? Se sim, penso que seria interessante desenvolver aqui a onomástica das gerações familiares entre a tal quinta avó Furtado de Mendonça e o dito Manuel Francisco, que recuperou o apelido.
Antecipadamente grato,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho:
Em primeiro lugar gostaria de felicitá-lo pela informação que tem vindo a reunir neste interessante tópico.
Devo informá-lo de que a minha mensagem de 23-09-2004 não se referia aos Furtados de Mendonça de Arganil, família de que de realmente descendo, e cujo estudo tem sido bem interessante, mas em que a "recuperação" do apelido ocorre bastante cedo.
Na minha mensagem do ano passado estava em causa a família Palma Velho, de Portimão. Estive a rever as informações de que disponho e verifiquei ter cometido um erro quando referi tratar-se de um apelido recuperado de uma quinta avó: não é quinta, mas sim sétima (!) avó. A repetição integral do nome do instituidor do vínculo da família retira-me quaisquer dúvidas quanto à origem do apelido Velho.
A junção dos apelidos Palma e Velho parece dar-se no casamento de Gonçalo da Palma e Catarina Velho, referidos no testamento de 1565 em que Isabel Fernandes da Palma (irmã de Gonçalo) institui uma capela. Aí se diz, entre outros dados, que Gonçalo e Catarina tinham um filho chamado António da Palma que andava em casa de D. Estêvão da Gama.
Sabe-se que o vínculo que mais tarde os Palmas tiveram foi instituído, ou apenas aumentado (dependendo da versão) por António da Palma Velho, falecido em 1613, e sua esposa Catarina Gonçalves , falecida em 1620. Este António tem, pelo nome e datas, todas as hipóteses de ser o filho de Gonçalo e Catarina, ou eventualmente já um neto, pois há um António da Palma Velho, o Moço, que é pai em Portimão em 1588.
Brites da Palma Velho, com quem começa a genealogia contínua conhecida, nasceu cerca de 1580 e seria com certeza parente muito próxima de António (filha?, sobrinha?, irmã?). A descendência vai alternar os apelidos Palma e Pacheco, até que a "inspiração" dos documentos familiares recupera o apelido Velho:
1. Brites da Palma Velho c. c. Cap.-Mor Álvaro de Oliveira Jaques
2. Isabel Jaques da Palma c. c. Vicente Freire de Andrade
3. Brites da Palma e Andrade e Sousa c. c. Cap. Francisco Soares Pacheco
4. Brites Arcângela da Palma c. c. Cap. Luís Álvares Ribeiro
5. Cap. Francisco Soares da Palma Pacheco c. c. Inês de Camila Lobo
6. Lopo Soares da Palma c. c. D. Ana Helena da Mota
7. Francisco José de Paiva e Palma c. c. D. Bárbara Inês de Gusmão
8. Cap. José Raimundo da Palma e Paiva c. c. D. Bárbara Constantina Prado
9. António da Palma Velho (n. 1829); Gen. José Raimundo da Palma Velho (n. 1832)
Aproveito a ocasião para comentar que existe na base de dados do GP uma família (Bobela da Mota) que tem ascendência Palma Velho, ao que tudo indica desta linha. Porém, até ao momento não consegui obter mais dados:
http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=105634
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Rui Pereira,
muito obrigado pelos seus esclarecimentos.
Quanto ao Furtado de Mendonça, de Arganil, embora tenha sido recuperado cedo (ao fim de poucas gerações), penso que seria útil dar aqui mais alguns detalhes. Acho muito interessantes estes casos de utilização de nomes banais (como Manuel Francisco) por elementos de famílias com apelidos mais sonantes.
Curiosamente, nas minhas pesquisas também já me deparei, em registos do século XVII, com um indivíduo conhecido como "Manuel João o Furtado". Penso que não será da minha família, embora um dos meus trisavós tivesse entre as suas propriedades presisamente uma designada como "Aido do Furtado".
Não sei de onde lhe vem a alcunha, mas imagino que o dito Manuel João possa ter sido descendente de alguem que efectivamente tivesse usado o apelido Furtado.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho:
O caso destes Furtados de Mendonça é agora menos misterioso do que chegou a parecer quando a sua ascendência não era conhecida para além do século XVIII.
Um facto que durante algum tempo provocou confusão foi a existência de dois Manuéis Furtados de Mendonça, pai e filho, casados com duas Isabéis Antunes, sogra e nora. E, como prova a documentação existente, o segundo Manuel casou com 13 anos de idade.
O Manuel Francisco que passou a usar Manuel Furtado de Mendonça (e que é o "pai" referido no parágrafo anterior) já era ele próprio filho de um Manuel Furtado de Mendonça. Mas porque se chamava ele Manuel Francisco? É simples: o seu avô materno chamava-se Manuel Francisco.
Na ascendência do primeiro Manuel Furtado de Mendonça há apenas duas gerações documentadas, e em ambas foi usado o apelido Mendonça, sem Furtado. Para datas anteriores conhecem-se na mesma região alguns ramos Mendonça, com e sem Furtado, em que poderá entroncar esta família. Não se trata, portanto, de um caso excepcional.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Rui Pereira,
portanto, salvo equívoco meu, o esquema será este:
1. Manuel Furtado de Mendonça, n. 1755, c. 1768 c/ Isabel Antunes
... 2. Manuel Francisco (também conhecido como Manuel Furtado de Mendonça)
... ... 4. ... (Furtado de?) Mendonça
... ... ... 8. ... (Furtado de?) Mendonça
... ... ... 9. ..........
... ... 5. ...
... ... ... 10. Manuel Francisco
... ... ... 11. ....
... 3. Isabel Antunes
Este caso não chega a ser especialmente interessante no que diz respeito a omissão/recuperação de apelidos. O que aqui me desperta a atenção é a mistura de apelidos sonantes (Furtado de Mendonça) com apelidos vulgares (Antunes, Francisco). E, dada a tendência para a realização de casamentos entre pessoas da mesma classe, surge naturalmente a pergunta: os Furtado de Mendonça tinham decaido e já não faziam parte da elite de Arganil? Ou, pelo contrário, os Antunes e os Francisco é que eram também famílias da elite local, apesar de os apelidos serem banais? Ou ainda, será que os F.M. eram realmente uma família de elite, como sugeriria o nome, mas que no desdenhava casamentos com famílias mais vulgares?
Um abraço,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho,
Só agora vi a sua mensagem, que me é específicamente dirigida. As minhas desculpas pelo atraso na resposta.
Não tenho os dados à mão neste momento, mas recordo-me de ter visto bastantes registos paroquiais do período mencionado (compilados e transcritos pelo meu irmão Miguel, que é um bom paleógrafo), referentes ao Algarve sobretudo, com alusões do género: "Casamento de Francisco Correa, escravo do senhor Francisco Corrêa de Brito, com Águeda de Jesus, escrava...etc).
Tenho, por isso, a noção de que a adopção de apelidos alheios era de facto uma prática corrente e que, aliás, não abrangia apenas os escravos. Cristãos-novos e afilhados de origem humilde seguiam também este costume. Estou até a lembrar-me agora de um 5º ou 6º avô, pela linha da minha avó paterna, que se apelidou Sebastião Rodrigues "Pinheiro" sem pinga de sangue Pinheiro, aparentemente apenas porque a sua madrinha de baptismo era a senhora da Quinta dos Pinheiros, nos arredores das Caldas da Raínha!
Um abraço,
NCR
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho:
Para maior clareza, resumo de seguida a ascendência Furtado de Mendonça do ramo em questão.
1. Manuel Furtado de Mendonça, n. 1755, c. 1768
2. Manuel Francisco Furtado de Mendonça
3. Isabel Antunes
4. Manuel Furtado de Mendonça
5. Isabel Antunes
6. Manuel Fernandes Branco
7. Isabel Antunes
8. Bernardo de Mendonça
9. Maria da Costa
10. Manuel Francisco
11. Ana André
16. Gens Ribeiro
17. Maria de Mendonça
Relativamente à ligação entre famílias com nomes de tipo bastante diferente, há um primeiro esclarecimento que me parece necessário: os Furtado de Mendonça são originários de Arganil, ligam-se aos Costas (de 9. Maria da Costa), de Coja, vão para Fajão, onde nasce o número 4, que casa com a número 5, de Cebola (hoje São Jorge da Beira, no concelho da Covilhã). O seu neto, número 1, nasce muito perto de Cebola, em Unhais-o-Velho, mas acaba por "regressar" a Arganil. O ramo de que descendo provém de um irmão do número 2 (António da Costa), tendo-se mantido no concelho da Covilhã (Cebola e depois Casegas) até ao século XX.
A realidade de Arganil difere muito, no que se refere aos apelidos, da das freguesias rurais em torno do rio Zêzere pertencentes aos concelhos da Covilhã, Fundão e Pampilhosa. Aqui a esmagadora maioria dos apelidos são nomes próprios ou patronímicos simples. No entanto, também nesta região existia uma "classe média" constituída por famílias de lavradores de onde eram oriundo um significativo número de militares, padres, estudantes universitários, escrivães, etc.. No entanto, é difícil identificá-la nos registos paroquiais porque os membros dessas famílias têm geralmente os mesmos nomes de pessoas mais modestas. Neste caso particular não tenho dados suficientes para saber qual o eventual desnível social existente nos casamentos dos Furtados de Mendonça.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Rui Pereira,
muito obrigado por mais esses elementos.
Segundo o Genea, os Furtado de Mendonça descendem de D. Diogo Lopez de Mendoza, 4º senhor de Mendoza * 1250, e de sua mulher D. Leonor Hurtado, senhora de Mendovil * 1250. Não faz ideia como aparecem em Arganil?
> Aqui a esmagadora maioria dos apelidos são nomes próprios ou patronímicos
> simples. No entanto, também nesta região existia uma "classe média"
> constituída por famílias de lavradores de onde eram oriundo um significativo
> número de militares, padres, estudantes universitários, escrivães, etc..
Na minha região (sul do distrito de Aveiro) também me tenho deparado com famílias exactamente com esse perfil. Claramente famílias de elite, mas utilizando apelidos patronímicos.
Um abraço,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros Confrades Rui Pereira e Coelho:
Os Furtados de Mendonça portugueses constituem decididamente uma (ou várias...) linhagem(ns) muito interessante(s); quanto à origem (pelo menos do ramo principal) é de recomendar o recente trabalho de Manuel Lamas de Mendonça e Manuel Abranches de Soveral que põe em causa, com argumentos que me parecem consistentes e dificilmente contestáveis, a origem tradicional que lhes atribuem os nobiliários. Segundo parece ficar provado, as gerações iniciais eram apenas Furtados sem ligação conhecida com os Furtados de Mendonça de Castela, mas que se terão ligado por casamento a Mendonças eventualmente dos “verdadeiros” de Castela; a origem portuguesa inicial destes Furtados parece mais bem estabelecida do que a aventada ligação posterior aos Mendonças de Castela, mas a hipótese desenvolvida na referida obra para esta ligação parece-me bem fundamentada. Teria havido ocultação deliberada desta ligação tardia para induzir a crença numa varonia Furtado de Mendonça, pelo que o casamento justificando o uso “Mendonça” nesta linhagem terá sido omitido nos nobiliários (numa das primeiras gerações, precisamente acerca do pai do que primeiro usou o “Mendonça” acrescentado ao Furtado, não se diz com quem casou e em alguns nobiliários os dois Afonsos Furtados pai e filho são reduzidos a um só, sendo o omitido primeiro Afonso o presumível marido de uma senhora Mendonça...).
Ao investigar costados da minha Mulher deparei-me com um ramo de Furtados de Mendonça de Monsanto cuja origem também me é desconhecida, apesar de ter lido um trabalho em que os entroncam no ramo principal, mas sem fundamentação documental que permita ajuizar da plausibilidade desta ligação; trata-se claramente de pessoas da principalidade local, incluindo um procurador a cortes no século XVI/XVII, um cavaleiro da Ordem de Cristo, administradores de vínculos e pessoas designadas como “nobres”, “ricos e poderosos” em processos diversos; tal como no caso que os confrades referem, também aqui os apelidos ressurgem em filhos de casais que só ostentam patronímicos. Assim um casal António Francisco Sancho e Maria Nunes tem filhos Xisto Furtado de Mendonça, Manuel Nunes Furtado (com filho João de Mendonça dos Reis e neto Francisco José de Mendonça Furtado), Francisco Furtado, Catarina Furtada, etc.; segundo a obra atrás referida, Maria Nunes seria descendente de Pedro Furtado de Mendonça, procurador às cortes e avô do COX Tomé Furtado de Mendonça, mas não são apresentadas provas documentais e os assentos paroquiais falham (durante um período não mencionam os pais nos casamentos...). Noutra freguesia do mesmo distrito (Sobreira Formosa) também aparecem diversos Mendonças, com tendência para preservar o apelido através de diversas quebras de varonia, mas com ligações a gente dos ofícios mecânicos, aparentando um estatuto social inferior aos de Monsanto, pelo menos em alguns ramos.
É de notar que estes Furtados de Mendonça de Monsanto existem na região pelo menos desde a segunda metade do século XVI; um Pero Furtado (identificado por alguns com o referido procurador ás cortes) casa em 1596, já existindo na freguesia e noutras limítrofes outros Furtados e Mendonças contemporâneos e não tendo nenhum dos progenitores deste Pero o apelido Furtado. Possivelmente já um avô seria Furtado de Mendonça, e teria nascido ainda na primeria metade do século XVI, cerca de pouco mais de um século depois do nascimento do primeiro inequívoco Furtado de Mendonça português da “linhagem principal”, o segundo Afonso Furtado e o primeiro a usar Mendonça (segundo parece nascido cerca de 1412); a pertencerem a esta linhagem, os primeiros Furtados de Mendonça de Monsanto poderiam ser da geração dos bisnetos do “primeiro”. Trata-se portanto de uma geração “próxima da fonte” o que torna mais curiosa esta proliferação local.
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Coelho:
Tanto quanto sei (e sei pouco) o meu ramo Furtado de Mendonça pode ter vindo da ilha da Madeira. Mas sobre o aparecimento dos Furtados de Mendonça em Arganil, e sobre tudo o que diz respeito a Arganil em geral, quem poderá responder melhor será o colega José Caldeira.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Transfiro para aqui mensagem que me foi dirigida em outro tópico, à qual responderei em seguida:
RE: Mudar de Nome - Caetano para Caetano de Castro 30-11-2005, 19:36
Autor: melisa [responder para o fórum]
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Caro Coelho
Não me parece que haja uma verdadeira recuperação de apelidos.
O que julgo é que as famílias sempre os usaram, embora estivessem muitas vezes ausentes nos registos paroquiais, pelas razões que anteriormente aponto.
Tenho encontrado frequentemente casos em que a mesma pessoa é nomeada na sua freguesia com um nome abreviado e noutra localidade, onde é menos conhecido, pelo seu nome completo.
O mesmo acontece quando presente em actos notariais, onde normalmente aparece com mais do que o apelido porque era normalmente conhecido.
Ainda não há muito tempo encontrei um casamento de 1659, em que o noivo aparecia como Gaspar Fernandes Raposo e a noiva como D. Maria.
Claro que a referida senhora teria certamente apelidos, sendo os mesmos omitidos, pois na referida localidade e época aquela era a única D.Maria, não se tornando necessária mais informação.
Também não vejo como gente do povo, muitas vezes que nem sabiam ler poderia três ou quatro gerações após, vir a recuperar os apelidos dos seus antepassados, se os mesmos não lhes tivessem sido transmitidos.
Ainda hoje nas pequenas localidades raramente as pessoas são conhecidas pelo seu nome completo.
Eu própria que vivo numa há alguns anos, sou normalmente nomeada pelos mais velhos de acordo com um dos apelidos de um meu avõ (que até nem uso), ou então pelo meu nome seguido do nome da quinta que habito.
Melhores cumprimentos
M.Elisa
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Cara M. Elisa,
com sabe, até à era do registo civil os nomes não eram usados de forma consistente. É claro que a variabilidade nos nomes também não teve sempre a mesma amplitude. Parece-me que as mulheres apresentam maior variabilidade nos nomes. Não se trata apenas de omissão de apelidos, mas sim utilização de diferentes nomes cristãos (para além do nome de baptismo) e apelidos. Por exemplo, tenho uma antepassada que aparece como Caetana de Abrantes, Caetana Maria de Abrantes e Caetana Josefa da Fonseca. E conheço inúmeros casos semelhantes.
Estas variações de nomes não são apenas o resultado da vontade dos diferentes agentes de registo (párocos, notários, etc.). São as próprias pessoas que se vão identificando com nomes diferentes ao longo do tempo. Pelo meio, sabendo um agente de registo como uma determinada pessoa se costuma identificar, não me admira que simplifique o nome, deixando cair um nome cristão ou um apelido. Lembro-me de uma escritura em que um José Pinto Ferreira de Vasconcelos é referido apenas como José Pinto (mas ele não era um dos outorgantes).
Também acontece que, mesmo quando alguém usa sistematicamente um nome, seja conhecido por outro nome. Um remoto tio meu assinava sistematicamente "Bernardo José de Carvalho", mas era conhecido como Melo! E num documento, lá o encontrei citado como "Bernardo de Melo"!!
Do que tenho observado, até ao XVII, a generalidade dos indivíduos escolhiam e usavam nomes mais curtos, normalmente um nome e um apelido, sendo o apelido normalmente um patronímico. E muitas vezes, por exemplo, o filho de um João da Silva podia chamar-se simplesmente Pedro Anes. Pontualmente poderiam chamar-lhe Pedro Anes da Silva, mas há que ver com que frequencia lhe chamavam isso e em especial há que ver o que ele próprio assinava, se é que sabia assinar!
De qualquer forma, até ao século XVII, o mais vulgar seria o dito Pedro identificar-se e ser conhecido formalmente apenas como Pedro Anes ou como Pedro da Silva.
Há uma época em que o modelo padrão do nome (binómio composto por nome de baptismo + um só apelido) começa a ser insuficiente para identificar e distinguir os vários indivíduos numa mesma comunidade. Aí, em vez de se passar directamente à utilização de mais apelidos, verifica-se uma fase intermédia caracterizada pelo recurso a alcunhas. Isto é típico do século XVII. O interessante, é que muitas destas alcunhas são de facto apelidos que já deviam vir de trás. Por exemplo:
- Manuel João "o Furtado"
- Manuel João "o Fragoso", filho de um João Fernandes Fragoso
- António Ferreira "o Madeira", normalmente conhecido como António Ferreira Madeira
- António João "o Caroto"
- Domingos Jorge "o Pato"
etc. (Alguns destes exemplos já foram citados neste tópico).
O acrescento da alcunha ao binómio padrão é o que me convence que, de facto, os indivíduos não usavam mais do que um apelido e, portanto, que esse binómio não é abreviatura de nada mais complicado.
No entanto, a memória dos apelidos omitidos nos documentos mantinha-se, por vezes como alcunha, como acontece com o meu citado tio Melo. Ora, mantendo-se o apelido na oralidade, facilmente é recuperado e reintroduzido na onomástica escrita.
Por isso, quando falamos em recuperação, de facto falamos de dois mecanismos:
- recuperação de apelidos do registo oral para o registo escrito
- recuperação de apelido usado por um antepassado cuja memória se manteve nos descendentes.
Melhores cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Aproveito para deixar aqui a solução para o problema que inicialmente motivou o meu interesse nesta problemática.
Tratava-se de explicar o aparecimento do apelido Pato num indivíduo, José Rodrigues dos Santos Pato, que foi proprietário rural, cirurgião e capitão de ordenanças, mas que não tinha antepassados próximos que tivessem usado o referido apelido. Recuando mais, acabei por encontrar antepassados para os quais está registado o uso de "Pato", primeiro como alcunha e depois como apelido:
1. Vasco Jorge, n. ~1540
2. Domingos Jorge o Pato, n. ~1570, c.c. Guiomar Martins
3. Pedro Jorge Pato, n. ~1605, c.c. Antónia Dias
4. Manuel dos Santos, n. 1635, c.c. Isabel Fernandes
5. Matias dos Santos, n. 1670, c.c. Ana Francisca
6. João dos Santos, n. 1713, c.c. Isabel João Rodrigues
7. José Rodrigues dos Santos Pato, n. 1749, c.c. Maria Josefa de Oliveira
O mistério agora é saber donde vem o apelido "dos Santos", tanto mais que o primeiro que aparece a usá-lo (Manuel dos Santos, bapt. 1635/10/08) não nasceu em dia de Todos-os-Santos.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Confrade Coelho,
Tenho uma duvida na minha arvore , que julgo vir de encontro ao seu tópico.
tenho um avô de seu nome Sebastião de Sousa *1726 cc Jacinta Tereza
Sebastião é filho de:
Francisco de Britto Vaz de Sousa * 1698 cc Joana Maria de Seabra *1699
neto paterno de:
Matias de Sousa *1665 cc Inacia Perdigão ,
Neto materno de:
Inacio Moreia cc Catarina de Seabra, filha de Fernão Gomes de Seabra
Ainda náo encontrei os Pais de Matias de Sousa, ou seja os Bisavós de Franciso de Britto Vaz de Sousa, mas sei que Inacia Perdigoa era filha de Miguel ROdrigues Perdigão cc Maria Prestes e neta de Antonio Rodrigues Perdigão
Fernando de Britto Vaz de Sousa é o unico antepassado meu que encontro com os nomes Brito e Vaz, ja que o seu pai é somente Sousa, a mãe Perdigão, o seu filho´volta a ter somente o apelido Sousa.
Este filho, Sebastião de Sousa cc JacintaTheresa e são pais de :
Mariana Roza ( esta não consta apelido no acento de baptismo) cc Manuel de Sousa.
Manuel de Sousa é filho de:
Luis de Sousa cc Francisca Joaquina
neto paterno de:
1)Tomas de Faria cc 2)Francisca Maria de Sousa
ascendencia deste casal
1)Manuel Dias
Isabel de Faria *1660
2)Manuel Roiz, Alcaide*1655
Maria de Sousa
1)Amaro Dias
Maria Mendes
Luis de Goes
Catarina de Faria
2)Antonio Roiz
Joana de Torres
João de Sousa Freire
Dona Luisa de Mendonça
Ou seja, eu pensava que o ramo de Francisco de Britto Vaz de Sousa , em que a sua neta Mariana Roza que casa com Manuel de Sousa fossem parentes,o que era até bastante comum, mas não encontro nenhum Brito ou Vaz nas suas ascendencias.
de onde poderá vir o nome de Francisco de Brito Vaz de Sousa?
Cumprimentos
João da Silva Gaspar
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
deixo aqui mais um caso interessante de omissão/recuperação de um apelido.
Cumprimentos,
Coelho
RE: Cap. Manuel Dias Barata de Carvalho (c. 1802) 27-08-2007, 23:21
Autor: rmfrp [responder para o fórum]
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Caros Colegas:
Correndo o risco de repetir informação já conhecida, informo que o Cap. Manuel Dias Barata de Carvalho casou pelo menos duas vezes, a primeira com Helena Maria Teresa da Purificação, n. Covilhã, e a segunda a 23.07.1765 no Castelejo com D. Maria Vaz Gomes, já viúva de António Simões, n. Cerdeira, bispado de Coimbra (presumo que seja a Cerdeira do concelho de Arganil), e filha de Manuel Vaz, n. do lugar de Ribeiro de Eira (?), e Maria Gomes, do Castelejo.
À data deste segundo casamento Manuel Dias Barata de Carvalho já era cavaleiro professo do Hábito de Cristo. Não é referida qualquer patente militar, pelo que talvez ainda não fosse capitão.
Quanto à sua ascendência, de que alguns ramos (nomeadamente os Dias) já têm sido discutidos no Fórum, tenho neste momento o seguinte com dados da sua justificação de nobreza e informação adicional que fui recolhendo nos registos paroquiais:
1. Manuel Dias Barata de Carvalho, n. Bogas de Baixo 29.07.1745.
2. Cap. Gaspar Dias, n. Janeiro de Cima 10.02.1702, cas. Janeiro de Cima 28.08.1743 com
3. Maria Antunes, n. Esteiro, Janeiro de Baixo, 04.07.1701.
4. José Dias, n. Bogas de Baixo 15.10.1655, cas. Janeiro de Cima 22.10.1681 com
5. Maria Barata, n. Janeiro de Cima 08.01.1659.
6. António Domingues, n. Esteiro, Janeiro de Baixo, 05.07.1656, cas. Janeiro de Cima 21.05.1690 com
7. Isabel Antunes, n. Janeiro de Cima 20.12.1660.
8. José Dias, do Carregal, Dornelas do Zêzere, cas. Janeiro de Baixo 16.02.1654 com
9. Isabel Fernandes, de Janeiro de Baixo.
10. António Mendes, de Álvaro, cas. Janeiro de Cima 13.06.1654 com
11. Isabel Gil, de Janeiro de Cima.
12. António Domingues, do Esteiro, Janeiro de Baixo, cas. com
13. Maria Manuel.
14. Manuel Fernandes Rico e
15. Maria Antunes, de Janeiro de Cima.
16. Gaspar Dias, do Orvalho, cas. Dornelas do Zêzere 15.07.1630 com
17. Iria Gaspar, do Carregal, Dornelas do Zêzere.
18. Fernão Gonçalves e
19. Maria Antunes, de Janeiro de Baixo.
20. António Mendes e
21. Ana Barata, de Álvaro.
22. Gaspar Gil, de Janeiro de Cima, cas. Janeiro de Cima 22.02.1621 com
23. Maria Antão.
32. Gaspar Afonso, da Malhadancha, Vilar Barroco.
33. Vitória Dias, do Orvalho.
34. Gaspar Simão, de Unhais-o-Velho, cas. Dornelas do Zêzere 09.04.1595 com.
35. Maria Francisca, do Carregal, Dornelas do Zêzere.
46. Gonçalo Antão e
47. Catarina Anes, de Janeiro de Cima.
68. Henrique Simão e
69. Isabel Esteves, de Unhais-o-Velho.
70. Francisco Pires e
71. Brízida Afonso, do Carregal.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
[Topo]
RE: Cap. Manuel Dias Barata de Carvalho (c. 1802) 28-08-2007, 15:10
Autor: coelho [responder para o fórum]
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Caro Rui,
donde virá o apelido Carvalho? Será inventado? Será que é confusão com Orvalho (lugar de onde era natural o bisavô) ?
Cumprimentos,
Coelho
[Topo]
RE: Cap. Manuel Dias Barata de Carvalho (c. 1802) 29-08-2007, 00:23
Autor: rmfrp [responder para o fórum]
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Caro Coelho:
Não creio de se trate de confusão com Orvalho, apesar de o apelido vir desse ramo. O primeiro membro da família que sei ter usado o apelido Carvalho foi um irmão de Gaspar Dias (16) chamado Ambrósio de Carvalho, que aliás transmitiu o apelido à descendência imediata.
O caso de Manuel Dias Barata de Carvalho não é único entre a descendência de Gaspar Dias. Também existe um ramo da família Dias que permaneceu no Orvalho, cujo entroncamento com os aqui apresentados não está ainda totalmente esclarecido, que começou a usar Carvalho cerca de 1700.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
[Topo]
RE: Cap. Manuel Dias Barata de Carvalho (c. 1802) 29-08-2007, 22:15
Autor: coelho [responder para o fórum]
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Caro Rui,
nesse caso estaremos perante um caso de omissão/recuperação de apelido. Vou copiar isto para o tópico "omissão/adopção de apelidos".
Um abraço,
Coelho
Direct link:
RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades,
deixo aqui um caso de omissão do apelido Mascarenhas ao longo de 6 ou 7 gerações de uma linha familiar.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Nunes Torres 17-09-2007, 14:00
Autor: coelho [responder para o fórum]
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Caro G Santos,
nesse caso, a sequência de gerações será a seguinte:
1. António Alvares c.c. Ana Marques Mascarenhas
2. António Marques Garcia, ou António Marques Mascarenhas, b. 28/04/1560, c.c. Florentina Borges Veloso
3. António Marques Garcia, c.(2ª) 9/10/1639 c/ Beatriz Marques, ou Beatriz Borges
4. Ana Marques Garcia, c.c. Paulo garcia
5. Beatriz Borges, c.c. José Duarte
6. José Marques Nobre c.c. Luisa Rodrigues Madeira
7. Maria Bernarda Rodrigues Madeira Nobre, c. 3/02/1761 c/ alferes José dos Santos
8. Bernarda Maria dos Santos, c.c. 23/05/1796 Francisco José Freire
9. Francisca Freire Nobre Mascarenhas
Houve portanto a omissão do apelido Mascarenhas nas gerações 3 a 8, e isto na hipótese de o nº 2 aparecer como Mascarenhas em alguns registos (o que infiro apenas da mensagem do E. Osório). Tal não se verificando, a omissão extender-se-á a todas as gerações de 2 a 8 (7 gerações de omissão de um apelido é obra!)
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Nunes Torres 19-09-2007, 18:54
Autor: Sobral [responder para o fórum]
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Caro Coelho
A dedução e o esquema estão correctos segundo os dados que possuo.
O apelido Mascarenhas veio a ser retomadopor José dos Santos Nobre Garcia de Mascarenhas (irmão de Bernarda Maria dos Santos), e seus descendentes. Nenhum dos outros irmãos/irmãs de Bernarda Maria o usou.
Cumprimentos
G Santos
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
o nome silva da familia "lima e silva" decorre da adoção de apelidos por cristãos novos?
agradeço informaçaõ cleide pesquisadora email orlana@uol.com.br
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caros confrades
Valho-me de vosso conhecimeno para saber se é possivel o apelido Sucena ser uma variante ( desculpem a ignorância) de Damasceno? A Certidão de Baptismo de minha avó a aponta como neta paterna de Joaquim da Rocha SUCENA. Contudo, por tradição oral, sempre soube que o nome seria Joaquim DAMASCENO da Rocha.
Cumprimentos
Leda
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Caro Senhor Coelho:
Agradeço-lhe a resposta no outro tópico.
Gostaria que me desse a opinião sobre o que penso se poderá ter lógica.
A família Farrajota( antepassados de meu marido) aparece nos meados do século XVIII, antes aparecem com outros apelidos. No ano 1609 encontro um baptismo duma filha de Margarida Farjota e dum Baltasar Dias, acha que poderá haver ligação? A antepassada mais antiga da família Farrajota é uma Maria Dias cc. Domingos Fernandes não tenho data de casamento deste casal mas tenho nasc. de filhos de 1608/1632. Se a Margarida e o Baltasar Dias forem pais da Maria Dias, o facto de terem filhos na mesma altura, isso acontece.
O Farjota e Farrajota poderá ser uma deturpação de dicção, ou do padre, porque encontrei o apelido escrito das mais diversas maneiras pelos padres e os Farrajota assinavam correctamente. Ainda hoje é difícil às pessoas escreverem correctamente.
Quanto a este apelido invulgar, que para alguns pensam ser alcunha, pessoalmente penso que não porque quando são testemunhas ou padrinhos o padre omite o último apelido e eles fazem sempre questão de assinarem Farrajota. Outra tese seria que o nome teria origem num sítio chamado de Varejota, mas nenhum antepassado tem origem nesse lugar, houve um que casou lá mas já nos fins do século XIX, por isso penso que também não tem fundamento.
Contaram-me que alguém que fazia uma pesquisa sobre os descobrimentos portugueses encontrou um navegador genovês Farrajota que foi numa das naus, onde não sei. O senhor que parece ter andado a pesquisar sobre os descobrimentos, tem alguma informação que me possa ajudar?
Gostaria que me desse opinião sobre o acima exposto.
Ainda voltando ao meu antepassado que ainda não percebi muito bem o que se está a passar, não me interessa o que ele foi nem se tem por apelido Rodrigues ou Macedo entretanto, lembrei-me que tinha uma familiar do século XX casada com um Pais do Amaral e que tinha participado no fórum Pais Amaral, Beira Alta.
Fui consultar o tópico e no dia 5/6/2003 o Sr.António Forjó faz a transcrição dum documento da Torre do Tombo em que um tal Simão Pais do Amaral...............
5º neto de Domingos Rodrigues Macedo e sua mulher Ana Pais do Amaral........
Não percebo porque é que o Aparício não pode ser Macedo, o Domingos é filho da Inês Afonso, eu descendo do casamento com a Isabel Álvares e da filha Maria Rodrigues Macedo. Como aparece este apelido e porque é que é posto em dúvida? No documento da Torre do Tombo citado pelo Sr.António Forjó, o apelido Macedo é falso?
Agradeço ajuda se puder.
Os meus cumprimentos,
Fernanda Farrajota
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Cara Fernanda,
não sei se será fácil essa Margarida Farjota ser mãe da sua Maria Dias. Elas estão a ter filhos ao mesmo tempo, portanto parecem ser da mesma geração. No entanto, pode ser irmã, ou ter outro parentesco próximo. Estaremos nesse caso, perante a omissão do apelido Farjota ou Farrajota durante umas quantas gerações, o que configura um caso interessante para o presente tópico.
Quanto aos Rodrigues Macedo, veja a mensagem que enviei há pouco ao Miguel Corte-Real. Tudo indica que essa petição citada pelo António Forjó refere informação falsa.
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Boa noite Caro Sr.Coelho,
Agradeço a sua resposta. A tal Margarida Farjota que tenho só para o caso de conseguir ligação, até à data ainda não encontrei alguém que lhe descenda, espero um dia ter a solução. Pensei que seriam irmãs , mas depois pensei que seria a mãe pelo apelido da Maria ser Dias como o marido da Margarida Baltasar Dias. O facto de terem filhas na mesma altura, há muitos casos, o meu sogro tinha sobrinhos mais velhos e a minha sogra idem.
Sobre o apelido Macedo, como já disse fiquei sem saber quem é esta família. Tenho uns parentes que têm esse apelido pelo lado materno que é de Macedo de Cavaleiros, o pai é de Seia. O apelido Macedo do Aparício Rodrigues viria desta vila Macedo de Cavaleiros ou tem outra origem? Há algum sítio onde possa consultar a sua genealogia?
Desculpe incomodá-lo com estas perguntas, os meus cumprimentos,
Fernanda Farrajota
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Transmissão de apelidos de padrinho para afilhado
Aqui se arquivam algumas mensagens sobre este assunto:
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RE: Adopção e uso de Apelidos 15-03-2009, 22:54
Autor: hbanha [responder para o fórum]
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Caro Coelho
Poderá ver em detalhe a minha genealogia na página que elaborei e cujo link indico abaixo, no entanto resumidamente direi que o apelido Banha encontra-se na minha família à cinco gerações e o primeiro a usa-lo foi meu quarto avô José Banha que o adoptou do seu padrinho de batismo de seu nome José Banha como consta do assento de baptismo.
O pai deste meu quarto avô de seu nome Manuel Gomes de Carvalho era natural de Reguengos de Monsaraz assim como os seus antepassados que também usaram o mesmo apelido Gomes de Carvalho. Manuel Gomes de Carvalho veio casar a São Miguel de Machede com uma natural desta freguesia onde acabou por nascer José. Não encontrei também na ascendencia da mulher de Manuel Gomes de Carvalho nenhum Banha embora fosse um apelido usado na freguesia como era o caso do padrinho de José.
Como já afirmei este meu quarto avô acabou por transmitir a toda a sua descendencia o apelido Banha.
Nesta mesma freguesia encontrei outros casos de adopção de apelidos dos padrinhos inclusivé anteriormente a este caso e no que se refere ao apelido Banha sem que os individuos que o adoptaram o transmitissem aos seus descendentes.
Deixo como referi no inicio o link para a minha página pessoal.
http://genealogia.netopia.pt/0297/
Melhores cumprimentos,
Henrique de Melo Banha
RE: Adopção e uso de Apelidos 16-03-2009, 11:26
Autor: coelho [responder para o fórum]
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Caro Henrique de Melo Banha,
dei-me ao trabalho de reconstituir a sua árvore de costados, pela qual desde já o felicito:
José Banha
-- Manuel Gomes de Carvalho * 03.07.1727
-- -- Bernardo Gomes de Carvalho * c. 06.01.1669
-- -- -- Pedro Mendes Catela * 09.07.1633
-- -- -- -- Jorge Gomes de Carvalho ***
-- -- -- -- Maria Fernandes (Pires?) Catela ***
-- -- -- Isabel Mendes Gatta * 19.02.1640
-- -- -- -- Pedro Gatto
-- -- -- -- -- Pedro Gatto * c. 1590
-- -- -- -- -- Domingas Lopes
-- -- -- -- Maria Fernandes ***
-- -- Susana Maria * c. 1669 +++
-- Margarida Josefa Rodrigues * 30.09.1742
-- -- José Rodrigues * 03.06.1708
-- -- -- Manuel Rodrigues * c. 1683
-- -- -- -- António Rodrigues * c. 1658 ***
-- -- -- -- Isabel Rodrigues * c. 1660 ***
-- -- -- Antónia Maria Fernandes * c. 1675
-- -- -- -- Pedro Fernandes * c. 1642
-- -- -- -- -- Lourenço Fernandes * c. 1615
-- -- -- -- -- Isabel Domingues * 04.02.1625
-- -- -- -- -- -- Diogo Dias * c. 1590
-- -- -- -- -- -- Susana Domingues * c. 1590
-- -- -- -- Inês Luis * 23.04.1642
-- -- -- -- -- Francisco Vaz * c. 1615
-- -- -- -- -- -- Francisco Vaz * b. 1570
-- -- -- -- -- -- Susana Manuel * c. 1580
-- -- -- -- -- Maria Luis * c. 1620
-- -- -- -- -- -- Jerónimo Fernandes * c. 1590
-- -- -- -- -- -- -- João Fernandes * c. 1565
-- -- -- -- -- -- -- Leonor Vicente * c. 1560
-- -- -- -- -- -- Ana Luis * 07.04.1591
-- -- -- -- -- -- -- Francisco Lopes * c. 1560
-- -- -- -- -- -- -- -- Gaspar Lopes * c. 1525
-- -- -- -- -- -- -- -- Inês Pires * c. 1630
-- -- -- -- -- -- -- Guiomar Pires * c. 1560
-- -- Sebasteana Maria Lopes * c. 14.12.1711
-- -- -- José Lopes * c. 1685
-- -- -- -- António Luís * c. 1655 ***
-- -- -- -- Margarida Lopes * c. 1655 ***
-- -- -- Maria Lourença * c. 1690
-- -- -- -- Domingos Fernandes * c. 1660 ***
-- -- -- -- Maria Lourença * c. 1670 ***
O que me parece é o seguinte: Num contexto em que claramente os registos se limitavam a indicar os apelidos patronímicos, há muita margem para especular sobre a transmissão puramente oral de outros apelidos. Por exemplo, no caso de uma família a que pertenço, em que um certo apelido se manteve na oralidade até ao presente, é preciso recuar à primeira metade do século XVIII para encontrar registo documental do uso desse apelido por um ascendente.
Por outro lado, em vários dos costados do José Banha, não consegue recuar mais do que até aos trisavós. Mais: No caso da avó paterna de José Banha, Susana Maria, nem sequer tem os ascendentes.
Ou seja, neste caso parece-me haver muito por onde especular sobre a origem do Banha, não ficando portanto limitados à hipótese de o apelido ter sido transmitido pelo padrinho de José Banha.
Assim, continuo à espera de ver um caso convincente de transmissão de apelido de padrinho para afilhado.
Os melhores cumprimentos,
Coelho
RE: Adopção e uso de Apelidos 16-03-2009, 19:22
Autor: hbanha [responder para o fórum]
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Caro Coelho
Em primeiro lugar quero agradecer as suas palavras de felicitação.
Tem razão quando diz que não tenho conseguido recuar o suficiente para se dizer a cem por cento que não existe um antepassado de José Banha com esse apelido vertido em documento. Mas deve concordar que os assentos paroquiais não vão para além de meados do século XVI. Tenho no caso dos ascendentes naturais de São Miguel de Machede conseguido ir tão longe como meados do séc. referido porque aí existe documentação o que não é o caso noutras freguesias.
O caso de Susana Maria é tipico do que afirmo pois não foi possivel encontrar documentãção.
Melhores cumprimentos,
Henrique de Melo Banha
RE: Adopção e uso de Apelidos 16-03-2009, 18:02
Autor: Vieira-SimõesIII [responder para o fórum]
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Caro Coelho
Na minha ascendencia tenho vários casos de transmissão de apelidos a partir de padrinhos. Destes, o mais flagrante será o que se passou com o meu bisavô paterno, pela pouca distancia de nós a que se encontra (nasceu em 1885).
1- Luís Simões -padrinho, Luís Simões.
2-António José
3-Maria de Jesus
4-António José
5-Maria da Trindade
6-Manuel da Costa
7-Antónia de Jesus
8-Manuel José
9-Maria Esteves Plácida
10-Jerónimo Pereira
11-Maria Esteves de Matos
12-Manuel da Costa
13-Angélica Maria
14-António Lopes do Pereiro
15-Clara Maria
...
De resto, á tempos em conversa com pessoas mais antigas da familia, foi-me dito que "antigamente" não era estranho estas coisas acontecerem.
Tenho outros casos na minha árvore penso que suficientemente documentados para afirmar que havia adopção de apelidos via padrinhos.
exemplos :
Cap.Silvestre Vaz Pereira (n.1717), padrinho o Padre Silvestre Vaz. neste caso o Vaz não é transmitido à descendencia, mas em todos os documentos assina como "Vaz Pereira".
Roque Marques de Carvalho (n.1715). padrinho Roque Marques. dá origem aos Marques de Carvalho de Valongo.
Cristóvão Pereira (n.1767). padrinho Cristóvão Pereira. transmite o Pereira á descendencia.
Espero que tenha de certa maneira respondido a sua questão.
Cumprimentos
E.Simões
RE: Adopção e uso de Apelidos 18-03-2009, 10:27
Autor: coelho [responder para o fórum]
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Caro E. Simões,
de facto, tratando-se de um patronímico (Simões), e confirmando-se a sua não existência na ascendência imediata (até bisavós), é bem capaz de vir do padrinho!!
Cumprimentos,
Coelho
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RE: Transmissão de apelidos de padrinho para afilh
Caro Coelho,
Para além do caso do apelido Hasse, da família Vasconcelos Hasse, de Leiria, aqui já postado, aí vai mais um curioso exemplo que respeita ao Poeta João de Deus. A sua árvore de costados está estudada e não há qualquer ascendente Nogueira. Mas como o seu padrinho foi o alferes António Nogueira, da cidade de Silves, ele numa fase da sua vida (pelo menos) usou o nome João de Deus Nogueira Ramos (cf. obra Titulares do Liberalismo do Algarve, título visconde de S. Bartolomeu de Messines, citando Arquivo Histórico da Diocese do Algarve, Clero-Habilitações de Genere, caixa 45 nº 280 João Gregório Ramos).
Um abraço,
Miguel Côrte-Real
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RE: Transmissão de apelidos de padrinho para afilh
Caro Miguel,
obrigado por mais esse exemplo!
Um abraço,
Coelho
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Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Bom dia.
Foi com muita surpresa e por mero acaso que cheguei a este post.
De facto, sou descendente de um JOÃO TAVARES, casado com MARIA MANUEL, moradores em Lourizela (Couto de Esteves, Sever do Vouga), onde terá nascido o seu filho MANUEL TAVARES em 1634.
Um seu trineto, já nascido no concelho de Oliveira de Frades, acaba por ir casar a Coimbra em meados do século XVIII e se aproximar do concelho de Condeixa onde está o grosso da minha família.
Será possível estabelecer-se alguma ligação entre os 'meus' Tavares eos Tavares aqui descritos?
Antecipadamente grato,
Américo Oliveira
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Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Bom dia, desculpe incomodar mas gostaria que me ajudasse, por favor, a descobrir os ascendentes de José Rodrigues de Melo (1766-1844) casado com Maria Correa d'Avivar (Rodrigues de Melo) matrimónio do qual nasceu António Rodrigues de Melo (1820-1878) que casou com Antónia Luísa de Mello (Rodrigues de Melo) (1817-1877) relação da qual nasceu José Rodrigues de Melo (1854-1940). São todos familiares do Dr. Aníbal Pinho e Melo e Dr. Álvaro de Ataíde e Corga (da região do Vouga). Agradeço a ajuda porque estou baralhada. Com os melhores cumprimentos e aguardando uma resposta.
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Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Na mensagem anterior por mim enviada, por lapso, não foi mencionado o nome completo do Dr. Álvaro Corga, que é Álvaro de Atayde de Melo e Corga. Espero que ajude na pesquisa. Muito obrigada.
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Omissão/adopção de apelidos até ao século XVI
Isto de nomes e de apelidos tem sempre muitas variantes. Na minha estória familiar Houve alterações radicais de apelidos só por desentendimentos na partilha de bens, do lado materno por perda de direito a um morgadio o candidato ao dito deixou de usar os apelidos em uso nesse morgadio e adoptou os do pai, reduzindo até o nome doutro costado paterno e por problemas de partilhas eliminaram pura e simplesmente os apelidos na geração seguinte adoptando o nome mais comum deste país o Silva, e assim se alteraram os apelidos definitivamente até hoje
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