Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
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Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
1.- E' geralmente apontada como data de nasc. de D. Joao I o dia 14.8.1356.
Mas, nove meses antes andava o seu pai D Pedro a devastar o Entre-Douro e Minho, e o mais a Sul que terá vindo foi quando pôs cerco ao Porto. Dificilmente teria gerado um filho em Teresa Lourenço, filha de um cidadão de Lisboa...
Comentários, por favor?
2.- Por outro lado, o unico documento que encontrei mencionando o facto de Teresa Lourenço ser a «may de Dom João Mestre de Aviz» é uma mercê real de D. Pedro I (na Chancelaria, fl.112, 21/Jul/1365), em que lhe são feitas doações de casa e fazenda própria para que se mantivesse.
Alguem me explica porque raio é que estas casas são na MOURARIA de Aviz??
3.- Existem varios homonimos de Lourenço Martins, o tal que teria sido pai de Teresa Loureço, e avô do Mestre de Aviz. Não descobri documentação que o comprovasse. Concordemos que é pouco provável que o mesmo L.Martins (in Chancelaria de D Joao I) visse legitimados 14 (!!) filhos, recebesse merces de casas em Lisboa, aforramento de casas em Aveiro, recebesse carta de escrivão de contos em Lisboa, fosse comerciante em Lisboa, fosse vedor do Mestre, e fosse como «embaixador» a Inglaterra em 1384 (com mais de 65 anos!?).
Até o Fernão Lopes (creio) se «esquece» de mencionar os nomes de Teresa Lourenço, nem de designar o parentesco de seu pai como Rei nas crónicas do de «boa memória».
Alguem sabe de algum documento que comprove que Lourenço Martins era mesmo avô de D João I??
Obrigado
Luis K W
Lisboa-Portugal
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís K. W.
Ao ler uma obra de António de Sousa Leite, sobre Pedro Álvares Cabral e sua ascêndencia, que o nosso caro colega Luís Freire de Andrade(gentilmente me fotocopiou), deparei-me com uma possível pista relativa a D.Teresa Lourenço: nas pp. 20, 21 e 22. Trata-se da possibilidade de D.Teresa Lourenço ser parente de D.Nuno Freire de Andrade, sendo assim da família Andrade.
Opinião do historiador galego César Vaamonde Lores, especializado na história da Galiza, descrita na sua obra " De monetaria gallega, Boletim de la Real Academia Gallega, t.XXII, p.253,nota. Transcrito por António Couceiro Freijomil na sua Historia de Puentedeume, Editorial Compostela, S.A., 1944, p.124:
« Nuño Freire (....) fué muy estimado del Rey Don Pedro de Portugal, quiem le dió a criar a su hijo D.Juan, habido en una noble señora gallega llamada Doña Teresa Lourenzo de Andrade, y para qual niño de siete años de edad, consiguió el maestrazgo de Avis...».
Fonte:
Separata dos n.ºs 45, 46 e 47 do « Boletim da Academia de Ex-libris » sob o título « NO V CENTENÁRIO DO NaSCIMENTO DE PEDRO ÁLVARES CABRAL. A FAMÍLIA DE D.TERESA DE ANDRADE, AVÓ DO DESCOBRIDOR: SUA PROJECÇÃO HISTÓRICA, ARTÍSTICA E LITERÁRIA NASCIMENTO DE Pedro ÁLVARES CABRAL. A FAMÍLIA DE D. TERESA DE ANDRADE, AVÓ DO DESCOBRIDOR: SUA PROJECÇÃO HISTÓRICA, ARTÍSTICA E LITERÁRIA.
Melhores cumprimentos
Artur Camisão Soares
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Já tinha lido algures essa hiposete de a Teresa Lourenço ser uma galega «de Andrade». Creio que no Monarquia Lusitana. Isso parece-me tambem serem os galegos a puxar a brasa à sardinha deles (a nossa casa real estaria assim mais próxima da Galiza).
No entanto isso não explica porque é que o D. Pedro "atirou" a Teresa Lourenço para a MOURARIA de Aviz, quando ela acompanhou o jovem filho.
É que as leis sobre Judiarias e Mourarias eram muito restrictivas e, parece-me, só viveria numa mouraria quem fôsse mouro ou não tivesse alternativa (já houve quem me dissesse que aquilo mais parecia ter sido uma punição de D. Pedro).
Luis K W (Lisboa-Portugal)
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís K. W.
Alguns genealogistas apontam a posssível origem judaica de Teresa Lourenço.
Um abraço
Artur Camisão Soares
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis,
Outros genealogistas referem a possibilidade de Teresa Lourenço ser filha de Pedro Lourenço
de Castro(dos Castros de fornelos)
Com os melhores cumprimentos,
Nuno Ponces
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis K.W.
Há um estudo relativamente recente sobre a Casa da Praça, em Lisboa, que de momento não sei onde o tenho para tirar as referências bibliográficas, que sustenta ser a mãe de D. João I da família Almada, então «homens bons» de Lisboa, e que relaciona a ascenção desta família justamente por essa razão.
Cordiais cumprimentos
Manuel Abranches de Soveral
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Manuel Abranches de Soveral
Perspectiva curiosa essa. Quando encontrar esse estudo com as respectivas referências bibliográficas, agradeço que me comunique.
Um abraço
Artur Camisão Soares
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caros Artur C Soares e Manuel A Soveral,
Posso enviar-vos esse artigo que liga os ALMADA a Teresa Lourenço (que, seriam duas Teresas Lourenços: tanto aparece como sobrinha de "Lourenço Martins de Almada" casada com Rodrigo Esteves, e como sendo a "galega" mãe de D. João I).
Não dei muita credibilidade ao artigo por não mencionar as fontes, por eu nunca ter visto em parte alguma alguns dos nomes mencionados, por fazer de uma Brites de Almada condessa de Aronde (Arundel?), etc.
Se assim quiserem, enviem-me os vossos endereços de e-mail para o meu e-mail para eu vos enviar o tal artigo (são só duas páginas).
Luis K. W.
cavmad@ip.pt
Lisboa-Portugal
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis K.W.
Muito obrigado pela disponibilidade, mas na verdade eu tenho esse artigo, só que não o encontro... Mas lembro-me mais ou menos do conteúdo e, de facto, a ligação que aí se faz de Teresa Lourenço aos Almadas é mais uma hipótese do que uma certeza.
O documento que refere de doação de casas na mouraria de Aviz é muito interessante. Se bem entendi, esse documento refere a razão da doação: para que se mantivesse. Se assim é, praticamente exclui a possibilidade de Tereza Lourenço ser Almada ou Andrade, famílias cujo poder económico não justificava essa razão. Por outro lado, há a questão da aparente pouca monta da doação e de ser em mouraria, o que de facto parece indiciar no mínimo ligações à comunidade árabe e/ou origens populares de fracos recursos. Enfim, desejo-lhe sorte nesta sua interessante investigação.
Cordiais cumprimentos
Manuel Abranches de Soveral
soveral@netcabo.pt
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis K.W.
Já recebi a página sobre os Almada que fez o favor de me enviar, e agradeço, mas não era a isso que eu me referia. Entretanto, finalmente encontrei o artigo de que falei: trata-se de um trabalho de José Sarmento de Matos intitulado «Um Homem, Uma Casa, Uma Família», publicado na revista Oceanos, sobretudo sobre Rui Fernandes de Almada e o seu palácio em Lisboa. Vendo agora melhor, o autor refere que a mãe de D. João I seria filha de Lourenço Martins da Praça, ou de Almada, que tinha casa à praça dos Canos, em Lisboa, mas remete a informação, com que parece concordar, para o manuscrito de 1733 de Avelar Portocarrero sobre a família Almada, existente na Torre do Tombo, onde de facto se identifica Tereza Lourenço como filha daquele Lourenço Martins.
Cordiais cumprimentos
Manuel Abranches de Soveral
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís K.W.
Obrigado pelo envio da página sobre os Almadas.
Um abraço
Artur Camisão Soares
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís K W
Mais uma vez obrigado pelo envio da página dos Almada.
Confrontando este artigo com outras fontes, continuo na mesma.
Mas em minha opinião, um dos porquês do grande apoio popular que D.João I teve, terá sido a razão de sua mãe ser de origem popular e não nobre. Julgo ser uma duvida que nunca será esclarecida, pois se houvesse documentação fidedigna, que esclarecesse esta duvida, com certeza que já tinha aparecido.
Cumprimentos,
José Valado Arnaud
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Corrijo, onde se lê, “de origem popular” deve-se ler, de origem plebeia.
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
O D. Joao I foi NOMEADO e ELEITO Rei em Cortes, sem unanimidade, mas com um alargado consenso. Creio que o facto de ele ser Mestre de Aviz e defensor do Reino, de se ter notabilizado em alguns combates contra os CISMATICOS (não esquecer esta vertente) castelhanos - ao contrário de outros pretendentes que tinham estado ao lado dos castelhanos - de ser filho de Rei, pesaram bastante.
Os procuradores das cidades (povo) poderão ainda ter preferido ter um D João (possivelmente) filho de uma mulher do povo, a ter um outro preso em Castela.
Quanto à Teresa Lourenço, provavelmente nunca saberemos se ela era Galega, de Andrade, de Almada, de Almeida ou de Azevedo (já li sobre todas estas hipóteses) ou mesmo se era MOURA...
Cumprimentos
Luis K W (lisboa-portugal)
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis K.W.
Peço licença para entrar neste seu tópico, que só agora descobri, e cujo tema também me tem interessado: a ascendência (e a descendência, para além da que ocorre por via de D. João I) de Teresa Lourenço.
Tenho feito algumas pesquisas sobre este tema e ainda não obtive nenhuma informação objectiva.
O Genea identifica Lourenço Martins como pai de Teresa Lourenço, o que é relativamente consensual. O mesmo não se pode dizer quanto à mãe de Teresa. O Genea identifica-a como Sancha Martins, mas tenho encontrado fontes que atribuem a maternidade de Teresa Lourenço a Maria de Lurdes Gil (daí, ao que parece, o apelido intermédio de Teresa Lourenço - Teresa Gille Lourenço?) e outras fontes não indicam qualquer nome, apenas identificando o pai.
Por outro lado, gostaria de trazer aqui a questão da descendência de Teresa Lourenço, isto é, a questão da meia-irmã (ou meios-irmãos, se houver outros) de D. João I, por parte da mãe. Tenho informação de que Teresa Lourenço terá tido uma filha de nome Joana de Leitão. Ora, no seu testamento D. Pedro manda entregar a uma sua filha "que criam no Mosteiro de Santa Clara cinco mil libras pera cazamento". Será esta uma filha de D. Pedro I e de Teresa Lourenço ou será uma filha de outra mulher? Cso não seja filha de Teresa Lourenço, de quem será? Não se trata da "Infante Donna Maria" nem da "Infante D. Beatriz", que se encontram referidas atrás no dito testamento.
Peço desculpa por não lhe poder trazer qualquer esclarecimento ao tópico, deixando apenas mais interrogações.
O tema foi recentemente relançado, com o "ano inesiano" e com a série televisiva "D. Pedro e D. Inês", onde, como certamente viu, a Teresa Lourenço é atribuída uma origem bastante improvável... Na minha modesta opinião.
Cumprimentos e Bom Ano!
Judite
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis
Em relação à questão que coloca na abertura do tópico, sobre o facto de D. Pedro andar pelo Norte por ocasião da geração de D. João, não é de excluir que Teresa Lourenço tenha ido ao encontro de D.Pedro. Não lhe parece? Tanto mais que ainda há quem acredite na origem galega de Teresa Lourenço. A ser assim, o Norte ser-lhe-ia bem familiar. E mesmo que não fosse galega a origem de Teresa, D. Pedro, "severo" como era, nunca legitimiria um filho se suspeitasse que ele não era seu. Ou levanta a possibilidade de Teresa Lourenço não ser mãe de D. João I? Creio que os cronistas tão cometeriam erro tão monumental. A menos que o próprio Pedro quisesse ocultar a maternidade de João. Mas porque o faria?
Cumprimentos.
Judite
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite,
Não estou no meio dos meus apontamentos e ficheiros, pelo que vou dizer o que me ocorre, de memória.
Como vê pelas mensagens anteriores, já lá vão mais de quatro anos que abordámos o assunto, sem conseguirmos chegar a qualquer conclusão; Galega, Judia, Moura, Lisboeta; Andrade, Almada, Castro, Gille, Lourenço... Esta Teresa Lourenço podia ter sido qualquer dessas coisas.
Lembro-me de uma estudante espanhola que estava a fazer um estudo para o seu Mestrado também apontar para Teresa Gilles Lourenço, mas não citava fontes. Pessoalmente, parecem-me nomes improváveis naquela época (as aparições e Santuario de Lourdes são coisas do sec. XIX).
Eu estive com várias mercês reais que citam Teresa(s) Lourenço(s) à frente do nariz, mas nada garante que não houvesse várias homónimas.
Aparece uma T.L. no reinado de D Afonso IV, aparentemente uma "mercadora" cheia de genica, que se fartava de negociar até com o próprio rei. Se esta é a mesma que D Pedro mandou acompanhar o filho, Mestre da Ordem, em Aviz, dando-lhe casas na Mouraria, não sei... (três pontinhos)
Não acompanhei as monumentais gaffes do Moita Flores nesta série "Pedro e Inês". No único episódio que vi (em parte), o Nicolau Breyner (Afonso IV) - familiar do nosso zamot - ia «enviar um despacho para o Vaticano», e era tratado por Alteza e Magestade. De chorar a rir. Em contrapartida, gostei dos cenários, e os actores até faziam bem os seus papeis.
Nesse episódio aparecia uma moura chamada Teresa Lourenço, aia dos filhos de Inês de Castro. Também me parece pouco provável que a "aia" de filhos do futuro rei fôsse uma "moura". Normalmente, só se aproximariam da realeza membros da nobreza. Mas, se em vez de "aia" fôsse apenas uma criada (tipo mulher da limpeza, ou cozinheira), a coisa mudaria de figura. Nesse caso, "a origem" já não seria assim tão improvável.
Quanto à filha de D Pedro que estava no Convento de Sta Clara: um meu antigo professor de História, no Liceu, dizia que o D Pedro era um malandreco que gostava de se "misturar" com o povo, pelo que só admira ele não ter tido muitos mais filhos conhecidos. Eu diria que é mais provável que fôsse filha de outra mulher. O Mestre de Aviz, cuja vida está tão bem documentada pelo Fernão Lopes, quando se tornou rei D João I provavelmente teria tido alguma atenção para essa clériga caso ela fôsse mesmo sua irmã.
Luis K W
Lisboa-Portugal
PS: O nome "Maria de Lurdes Gil" causa-me uma tremenda angustia. É o nome de uma grande amiga de infância, mais tarde médica pediatra, que morreu na A5.
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite,
(O que eu pretendia era "diminuir" a hipótese da T.L. ser Lisboeta, e questionar a data de nascimento atribuida a D Joao I).
É pouco provável que uma mulher solteira abandonasse a família e fôsse para uma zona de guerra, ao encontro de um princípe em guerra com o seu rei.
Não querendo ser ordinário, suponho que tem uma vaga ideia de como se comportava um exército (imagine milhares de homens no séc. XIV) e o papel que caberia às mulheres solteiras que o acompanhava.
Que eu saiba, NÃO HÁ cronistas *contemporâneos* que apontem o nome de Teresa Lourenço como mãe de D João I. Neste momento só me lembro mesmo daquela mercê real em que D Pedro doa as casas na Mouraria de Aviz para que ela acompanhe o seu filho, Mestre de Aviz.
Luis K W
Lisboa-Portugal
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis
Obrigada pela sua resposta ao meu "post".
Penso que muito dificilmente os cronistas "contemporâneos" poderão adiantar o que quer que seja que não se baseie nos documentos e nos cronistas da época. Sob risco de se fazer como sucedeu no guião da série "Pedro e Inês": especular/ficcionar apenas, tirando a um tema já de si pouco fundamentado e controverso ainda menor nitidez e rigor.
Valhamo-nos,então, dos cronistas do passado: a "dona natural de Galiza que chamarom Dona Tareija" será, até melhor demonstração, mãe de D. João I. Mas o facto de ela ser natural da Galiza não significa necessariamente que ela não seja filha de Lourenço Martins. Também conheço a tese que levanta a possibilidade de ser uma Andrade. Mas receio que, como me dizia há dias um grande investigador histórico com quem falava deste assunto, seja um daquelas coisas que "talvez nunca se possa confirmar, talvez nunca se possa desmentir".
Quanto à data de nascimento de D. João I, sabemos que há dois dias diferentes apontados como o do seu nascimento, mas não sei se haverá motivo para dúvidas quanto ao mês e ano. Embora creia que uma eventual correcção da data do seu nascimento pouca luz traga às grandes interrogações que sobre o tema do Mestre de Avis e sua ascendência materna se colocam. O certo é que D. João I nasceu, prova de que, em guerra ou em paz, "quem se quer bem sempre se encontra".
Sabemos também, pelo testamento de D.Pedro, que já referi, haver ainda uma outra filha de D.Pedro, mas a sua identificação e ascendência não será, com pena minha, que muito me interesso por este assunto, fácil de encontrar. Mas que isso não nos faça desistir da pesquisa, do debate saudável e da esperança de que,algures, haja documentos que um dia nos possam elucidar.
Obrigada e cumprimentos.
Judite
Lisboa
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis
Acabei de verificar que há várias versões para a data de nascimento de D. João: 11 ou 14 de Abril de 1357; 11 ou 14 de Agosto de 1357; 11 ou 14 de Abril de 1358; 11 ou 14 de Abril de 1358; 11ou 14 de Agosto de 1358.Não encontro referência ao seu nascimento em 1356.
Cumprimentos e boas pesquisas.
Judite
Lisboa
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caros Luís, Artur e Judite
A Drª Maria Helena da Cruz Coelho (Catedrática da Faculdade Letras da Universidade de Coimbra e Presidente da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais), aponta no livro " D. João I", inserido na colecção REIS de PORTUGAL, edição do Círculo de Leitores, Lisboa, Agosto de 2005, a data de nascimento de D. João I , como sendo 11 de Abril de 1357.
Sobre os ascendentes da mãe, Teresa Lourenço, também a autora não tem certezas. Também não tem certezas quanto ao nome (completo) da mesma Teresa Lourenço, colocando, entre outras, 2 hipóteses mais credíveis.
Assim, poderia ser:
1- Teresa Gil Lourenço de Andrade, filha de Gil Rodrigues de Valadares;
2- Teresa Lourenço de Almeida, filha de Rui Fernandes de Almeida ou de Lourenço Martins do Paço
Mais refere a autora que, a Teresa Lourenço, dará D. Pedro casas e bens em Avis, a 21 de Julho de 1365, “Chancelaria de D. Pedro I, 1984, doc. 1020”.
O que não deixa de ser interessante é que a autora menciona o facto de a criança ( o Infante D. João) ter sido entregue, e passo a citar:
“… a um honrado cidadão lisboeta, Lourenço Martins, que tinha a sua morada na Praça dos Canos, junto à Sé, onde D. João terá vivido os anos iniciais da sua infância. Logo depois ficou ao cuidado de D. Nuno Freire de Andrade, mestre da Ordem de Cristo, o que parecia indiciar um futuro eclesiástico. Na realidade, quando contava apenas sete anos * e havendo morrido o mestre da Ordem de Avis, D. Martim do Avelar, o seu mentor encontrou-se com D. Pedro, na Chamusca, e sugeriu-lhe a entrega do referido mestrado àquele seu filho ilegítimo”, fim de citação.
* Segundo a autora, no epitáfio do seu túmulo diz-se que tinha cinco anos.
Ora, tal facto, compaginado com o facto de D. Martim do Avelar ainda estar a aforar bens na data de 27 de Dezembro de 1363 ( TT- Ordem de Avis, nº572), pode colocar em dúvida a data do nascimento de D. João. Neste caso, o ano mais provável para o nascimento de D. João seria 1359.
Com os melhores cumprimentos.
Júlio Sousa
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Júlio,
Muito obrigada pela clareza do seu contributo para esta questão em torno de D. João I, sua data de nascimento e sua ascendência materna.
A ascendência materna de D. João I e as interrogações que o tema suscita são, a meu ver, um tema muito interessante e que interpela a nossa curiosidade histórica.
Obrigada e cordiais cumprimentos.
Judite
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite,
O que eu queria dizer era: cronistas "contemporâneos de Pedro e Teresa Lourenço". Sorry! :-)
Quanto à outra filha de D Pedro. Haverá documentação do tal convento que a mencione? A Torre do Tombo é uma enooorme caixinha de surpresas...
Luis K W
Lisboa-Portugal
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Júlio Sousa,
Por muito mérito que tenha a sr.ª Dr.ª, Catedrática e Presidente de etc. etc., permito-me duvidar das dúvidas que ela própria tem.
Parece-me improvável o nome "Teresa Gil etc" por, supostamente, ser filha de uma "Maria de Lurdes Gil" (o nome "Maria de Lurdes" parece-me ser recente, uma vez que as aparições de Lourdes são coisa do sec. XIX).
"Teresa Lourenço de Almeida" é um dado novo para mim.
Quanto à Chancelaria de D Pedro I, eu VI esse documento em que o Rei doa a Teresa Lourenço, mãe do Mestre, umas casas NA MOURARIA de Aviz. Porque será que a sr.ª Dr.ª omite a palavra MOURARIA? Quem é que vivia nas mourarias, quem era? ;-)
Realmente, a data de nascimento de D João I tem que se lhe diga. SE (sublinho o "se") a doação destas casas (em 1365) foi feita quando D João I foi para Aviz, e ele tinha CINCO anos, então ele teria nascido em 1359/60. Caso tivesse SETE anos, o nascimento terá sido em 1357/8.
O Lourenço Martins, "honrado cidadão lisboeta", será o mesmo que o Fernão Lopes se farta de mencionar na sua crónica do de Boa Memória? Houve tantos... e o Fernão Lopes não o(s) trata como se fosse(m) avô do Rei.
O tal "mentor" que (se supõe que) convenceu D Pedro I a entregar o Mestrado de Aviz ao pequenino D João, era um ANDRADE (e de origem galega). Suponho que este facto foi usado para associar Teresa Lourenço a esta família. Mais um dado para baralhar as hipóteses. :-)
Para mim, o mais estranho é todas as versões dizerem que D Joaõ I, em criança, foi tirado à mãe, entregue a um Mestre da Ordem de Cristo e/ou um honrado cidadão de Lisboa (que uns admitem ser o próprio avô) e depois, quando tinha uns 7 anos, mandaram-no para Aviz dando condições à sua mãe para que o acompanhasse, mas indo para umas casas na mouraria.
Seria este o tratamento normal quando se tratava de filhos do rei?
Reparem que, é até possível que as tais casas da mouraria de Aviz fossem só para que a mãe de D João tivesse um rendimento. Mas não tenho dados que me permitam confirmar que fôsse habitual haver cristãos a cobrar rendas de casas nas mourarias aos mouros aí residentes.
Cumprimentos
Luís K W
Lisboa-Portugal
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Manuel Abranches de Soveral:
A localização das casas doadas a Teresa Lourenço terá mesmo algum significado especial? não seria uma simples questão de se tratar de bens ocasionalmente livres e que trariam algum rendimento sem que houvesse necessidade de Teresa Lourenço alguma vez sequer se deslocar a Aviz? Não é raro ver bens confiscados, ou tornados à coroa por outro motivo qualquer, serem doados a quem o monarca queria beneficiar sem que a localização dos bens tivesse necessariamente relação directa com a origem do beneficiário. É claro quer não é de excluir em cada caso que exitissem outros motivos, mas gostaria de saber a sua opinião acerca da hipótese que levanto.
Um abraço,
António Bivar
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite,
Há quem admita que houve mortos por causa deste tipo de questões. Não se esqueça que estamos a falar das origens das nossas famílias reais (nomeadamente dos vencedores, os Bragança).
O Damião de Góis escreveu uma Genealogia muito pouco lisongeira para os Bragança, tratando os heróis da família como bastardos:
- D Nuno Alvares Pereira
- D João I, pai de D Afonso 1º Duque de Bragança (que que casou com a filha de D Nuno Alvares Pereira)
- O próprio D Afonso.
E supõe-se que ele terá sido perseguido pela Inquisição, e assassinado, por ordem de alguém muito poderoso.
Seria o cúmulo se descrevessem a mãe de D João I como uma moura, uma mulher que andava atrás de exércitos, ou coisa que o valha!!!
A mim move-me um pouco mais que a curiosidade, uma vez que descendo deles.
É bem possível que nunca se saiba toda a verdade.
Luis K W
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite:
Peço desculpa por estar a dirigir-me a si neste tópico quando nunca antes trocámos mensagens nem considerandos de qualquer espécie - julgo eu - mas fui confrontado com uma irregulatidade histórica que não poderia deixar passar de maneira nenhuma: o facto de a mãe de D. Teresa Lourenço ter sido uma hipotética Maria de Lurdes Gil..."jamais de la vie!" Tenha-se em atenção que o topónimo "Lurdes", em francês "Lourdes", só entrou na onomástica portuguesa depois da morte de Santa Bernadette Soubirous, nascida exactamente nesse lugar e lugar de peregrinações, sobretudo depois de sua morte em 1879, ainda não tinha 40 anos de idade. Portanto, não tragamos para aqui anacronismos da pior espécie. É preciso pensar que para a Idade Média o nome de Sancha Martins avançado pelo GP é muito mais plausível do que o de Maria de Lurdes!
Desculpe o desabafo mas não podia de modo algum remeter-me ao silêncio.
Um abraço.
Sempre,
Pedro França
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Pedro
O nome de Maria Lurdes Gil não é de minha invenção nem sei se tem ou não algum fundo de probabilidade como nome da mãe de Teresa Lourenço, mas, caso não seja um nome a considerar como avó de D. João I, será por outras razões, que não aquela que o senhor invoca.
Este nome é apontado cono mãe de Teresa Lourenço por uma senhora de nome Maruxa Onãte Espanol e poderá encontrar dados sobre este assunto no forum da Rootsweb. Referi este nome na mensagem ao autor deste tópico no sentido de suscitar uma saudável e cordial troca de impressões e de informações acerca do tema. Mas não defendo, nem deixo de defender, que esse nome seja mais ou menos provável do que qualquer outro.
Afirma o senhor:
"Tenha-se em atenção que o topónimo "Lurdes", em francês "Lourdes", só entrou na onomástica portuguesa depois da morte de Santa Bernadette Soubirous, nascida exactamente nesse lugar e lugar de peregrinações, sobretudo depois de sua morte em 1879, ainda não tinha 40 anos de idade."
Ora, permita-me dizer-lhe que tal não é rigoroso. No sítio dos Mormons na internet encontrará pelo menos uma pessoa com esse nome, antes das aparições de Fátima, e outra com esse nome antes do falecimento de Santa Bernadette.E são as seguintes:
António Lourdes - International Genealogical Index / SE
Gender: Male Christening: 09 JUN 1839 Farminhao, Viseu, Viseu, Portugal
Bernardina de Lourdes - International Genealogical Index / SE
Gender: Female Birth: About 1877 Of Azores, Portugal
Noutras latitudes (para o caso de Maria Lurdes Gil não ser portuguesa), Lourdes (ou Lurdes), quer como nome próprio quer como apelido, surge muito antes destas datas, como poderá verificar no já referido sítio dos Mormons.
Grata pela sua atenção,
dirijo-lhe os meus mais cordiais cumprimentos.
Judite
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Antes das aparições de Lourdes, queria eu dizer na mensagem anterios.
Judite
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis
É de ter em conta a sua sugestão de pesquisa sobre a documentação, caso exista relativamente à época, do Mosteiro de Santa Clara.
Lamento que uma sua amiga com o nome que Maruxa Onãte Espanol propõe como o da mãe de Teresa Lourenço tenha perecido de forma tão trágica.
Sobre Maruxa Onãte Espanol e a ascendência materna que atribui a D. João I sei que está informado. Sou também uma visitante frequente do forum da Rootsweb onde o senhor já tinha colocado esta questão.
No que diz respeito à alegada inexistência do nome ou apelido Lourdes (ou Lurdes) antes das aparições, o que posso dizer é o que escrevi na mensagem ao senhor Pedro França, neste mesmo tópico.
Obrigada.
Cumprimentos.
Judite
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite:
Quanto a Lurdes ser usado como apelido, é algo a considerar mas devo dizer que em toda a minha vida de investigador nunca dei conta de tal fenómeno. Ainda assim, é nome não tipicamente medieval.
O segundo caso é bem óbvio que reflecte o impacto da santa e das peregrinações a Lourdes: em 1877, para mais ou para menos, estamos próximos da data de morte de S.ta Bernadette que em português terão traduzido para Bernardina.
Um abraço.
Sempre,
Pedro França
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís:
Intervim neste tema com o propósito de contribuir com a divulgação de uma obra de referência sobre a vida de D. João I, cuja autora tem créditos incontestáveis nos meios académicos. Permita-me, mas julgo que, da sua parte, houve aí uma "pontinha de maldade" sobre a obra em questão. Possivelmente foi por deficiente transcrição/citação minha da obra em questão, uma vez que pretendi ser sintético. Pelo facto peço desculpa.
No entanto, aproveito, agora, para esclarecer que, sobre os ascendentes da mãe de D. João I, a autora não tem certezas. Cita, por sua vez, entre outros, Joseph Soares da Sylva e António Caetano de Sousa (que defendem que o pai de Teresa Lourenço seria Gil Lourenço de Andrade), o Marquez do Lavradio e Cristina Pimenta, (que defendem que o pai de Teresa Lourenço seria Rui Fernandes de Almeida ou de Lourenço Martins do Paço). Mais, a autora refere que há outras hipóteses que se perfilam na linhagem de Teresa Lourenço.
Sobre aquele autor, Joseph Soares da Sylva, grande estudioso de D. João I, que viveu nos Séculos XVII/XVIII, é praticamente desconhecido para muitos, isto apesar de dedicar 4 volumes de Memórias sobre aquele Rei.
Por outro lado, se reparar bem na minha mensagem anterior, não faço qualquer alusão a Maria de Lourdes Gil. Ou seja, o apelido Gil proposto para Teresa Lourenço, era do pai ( no caso em apreço, Gil Lourenço de Andrade) e não da mãe (?), como noutras mensagens é defendido.
Por último, para referir que não conheço pessoalmente a autora da mais recente obra sobre " O de Boa memória", tendo-me limitado, apenas, a transcrever aquilo que está escrito.
Já o mesmo não acontece com o Prof. João Gouveia Monteiro, um dos historiadores mais citados pela autora. Conheço-o pessoalmente, fui caloiro no mesmo ano que ele ( 1976), frequentámos os mesmos locais de Coimbra e nutro grande respeito e admiração pelo seu percurso académico e profissional.
Em jeito de Post Scriptum, acrescento que partilho de algumas dúvidas que coloca, as quais, possivelmente, nunca serão satisfeitas, tal é a incerteza de alguns factos da nossa História Medieval.
Renovados cumprimentos.
Júlio Sousa.
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís KW,
Se me permite, gostaria de atirar ao vento uma outra hipotese que me ocorre, em virtude do possível nome "Teresa Gil Lourenço".
Pela regra dos patronímicos, parece-me mais provável que seu pai fosse um Gil Lourenço, e não um Lourenço casado com uma Gil, que estaria certamente mais ao gosto actual, mas parece-me que não ao da época.
Ora, no tº Lobos de Felgueiras Gayo (e certamente que no tº Elvas também) fala-se de um Gil Lourenço "Prior da Igreja de S.ta Maria de Elvas", que ""viveu nos Reinados dos Sr.es Reis Dom Afonso IV e D. Pedro I aos quais serviu nas guerras com grande concelho e valor como consta das Chronicas do Reyno. (...) Foi casado, mas depois de viuvo se ordenou de clerigo"
Prior da Igreja de Santa Maria d’Elvas"
Estou em crer que Elvas não é muito longe de Avis, onde, se bem percebi, ficava a tal mouraria de que se fala no documento citado.
Seria, por hipotese, a mãe de D. João I da (obscura?) linhagem dos Elvas, talvez uma bastarda nascida já nos tempos de sacerdócio?
Note-se que um neto deste, o D. Gil "Navalha" dos Castelhanos, parece ter sido fervoroso apoiante da causa de D. João I, sendo segundo Felgueiras Gayo, "um dos famosos herois do seu tempo". Estaria o rapaz, talvez, a defender a causa do primo?
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís KW,
Em relação às rendas provenientes das Mourarias, não seriam tratadas de forma semelhante às das Judiarias, sendo nesse caso propriedade de alguém, comos e fosse um Senhorio?
Paulo
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Júlio Sousa,
Peço-lhe duplamente desculpa:
Pela minha extrapolação extemporânea - sobre uma hipotetica "mª de lurdes" (não) ser mãe de Teresa Lourenço - e pelo meu carácter brincalhão e bem-disposto que tantas vezes resvala para o que escrevo.
Agradeço-lhe os interessantes dados que nos enviou.
Pelo ano em que foi caloiro, temos práticamente a mesma idade. A minha família materna viveu em Coimbra, cidade onde tenho muitos amigos que foram nadadores da Briosa.
Cumprimentos
Luís K W
Lisboa-Portugal
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Paulo,
É provável.
Mas tenho uma pequena dúvida. Como os Judeus não eram lá muito bem tratados pelos nossos reis, nomeadamento pelo próprio D Pedro I, suponho que os Mouros seriam tratados de maneira semelhante ou pior.
Enquanto os Judeus eram apenas odiados por serem bem sucedidos comercialmente (para além da cegueira fanático-religiosa), os mouros tinham sido mesmo nossos inimigos, não apenas na vertente religiosa, mas em guerra aberta.
A guerra (/reconquista) acabara com o bisavô Afonso III, mas ainda participámos em batalhas em território espanhol.
Como algumas "conquistas" se transfomaram em banhos de sangue, é natural que - mesmo 2 gerações depois - houvesse enorme ressentimento entre Mouros e Cristãos.
Tendo isto em conta, não me parece que fôsse grande prenda para um Cristão ter como rendimento umas casas numa Mouraria!
Pondo a coisa em termos actuais (e exagerando um pouco): você gostaria de ter inquilinos na Cova da Moura(*)? :-)
Luís K W
Lisboa-Portugal
(*) o nome deste "difícil" bairro não podia ter vindo mais a propósito! :-)
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite,
Digamos então que "Maria de Lurdes" não sendo um nome impossível, era altamente improvável no sec. XIV.
Está melhor assim? :-)
Luis K W
PS:
Obrigado. Passo pelo local em que essa minha amiga teve o despiste várias vezes por semana (A5), e recordo-a sempre. Até porque a minha actual companheira já teve um aparatoso acidente no mesmo local (em que não teve qualquer culpa e, felizmente, não houve vítimas), e eu próprio escapei por pouco a um outro. Em ambos os casos foram condutores distraídos que mudaram de faixa sem olhar.
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Luis
O que te vou dizer não tem qualquer pretensão a verdade histórica mas resulta apenas de algumas reflexões minhas.
As mourarias eram grandes (conheço bem a de Évora e assim assim a de Lisboa). Os mouros eram "bem tratados". Creio mesmo que essa história de grandes banhos de sangue é mais um "cliché" do que a verdade dos factos. Se não estou em erro quer na conquista pelos mouros quer na reconquista pelos cristãos da península ibérica, a par de algumas chacinas que certamente existiram, as grandes massas das populações mantiveram-se e mantiveram algumas das suas ocupações.
Presumo que numa fase os melhores lugares terão ido para os mouros e noutra para os cristãos, mas isto são apenas conjecturas.
É assim que se mantiveram os Moçarabes durante a ocupação muçulmana e se justificam as Mourarias no período posterior.
Creio que, na idade média, os mouros constituiam a principal força de artífices e que sobre eles pesavam os maiores impostos. Se assim for poderiam ser uma boa fonte de receitas e ser senhor de umas casas na mouraria até poderia ser um bom rendimento.
Enfim, uma cabazada de conjecturas sem qualquer suporte histórico. Quanto ao fundo da questão, quem foi a mãe de D. João I, nada sei.
Um abraço
João Cordovil Cardoso
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis,
Porque é que Lourdes há-de ser um nome improvável na Idade Média?
Na Idade Média, Lourdes não existia? Transcrevo o seguinte acerca de "La Tour du Gavarnie":
"Vestige des fortifications protégeant Lourdes au Moyen Age, la Tour de Gué est le Château-Fort, un des seuls monuments anciens restant à Lourdes.
Les Hospitaliers de Saint-Jean de Jérusalem ont occupé ce quartir vers le XIIème siècle. Les chevaliers de Saint-Jean se rendaient souvent au village de Gavarnie. Ils avaient annexé à la tour quelques bâtiments destinés à accueillir les pauvres, les malades ou les pèlerins se rendant à Compostelle".
Por outro lado, Lourdes surge como apelido pelos menos nas seguintes datas (muito anteriores às aparições) e lugares.além do caso português que indiquei em outra mensagem:
International Genealogical Index - Continental Europe
George F. LOURDES - International Genealogical Index / CE
Gender: Male Birth: About 1768 Pontchartrain,Ile-De-France, , , France
Jerome Lourdes - International Genealogical Index / CE
Gender: Male Birth: OCT 1752 Of Pontchartrain,Ile-De-France, , , France
International Genealogical Index - Mexico
MARIA GUADALUPE - International Genealogical Index / ME
Gender: Female Christening: 16 APR 1834 El Sagrario, Teziutlan, Puebla, Mexico
International Genealogical Index - North America
Bitty LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Female Birth: MAR 1774 Rome, Oneida, New York
Frederick A. LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Male Birth: JAN 1778 Rome, Oneida, New York
Jeffrey LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Male Birth: MAR 1783 Rome, Oneida, New York
George F. LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Male Birth: DEC 1772 Rome, , Montgomery, New York
George F. LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Male Marriage: About 1797 Prob, , , New York
ISAAC LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Male Birth: OCT 1752 New London, , , New Brunswick
Jerome Lourdes - International Genealogical Index / NA
Gender: Male Death: 1814 , , New York
John Maurice LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Male Birth: 12 JAN 1780 Rome, Oneida, New York
Jonathan LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Male Birth: 1767 New London, , , New Brunswick
Juliana LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Female Birth: About MAR 1768 New London, , , New Brunswick
Juliana LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Female Birth: 02 NOV 1781 Rome, Oneida, New York
PENELOPE NANCY LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Female Birth: JUN 1771 Rome, , Montgomery, New York
PENELOPE NANCY LOURDES - International Genealogical Index / NA
Gender: Female Birth: JUN 1771 Rome, , Montgomery, New York
Penelope Nancy Lourdes - International Genealogical Index / NA
Gender: Female Birth: OCT 1772 Kingston, , , Ontario
Maria Do Nascimento Lourdes - International Genealogical Index / SA
Gender: Female Birth: About 1818 , Parana, Brazil
Maria Do Nascimento Lourdes - International Genealogical Index / SA
Gender: Female Birth: About 1818 , Parana, Brazil
Pedigree Resource File
Marc Antoine Lourdes - Pedigree Resource File
Gender: M Birth/Christening: bef 1672 Saverdun,Ariège,France
Agnes Lourdes(Loundes) - Pedigree Resource File
Gender: F Birth/Christening: 1385
Caro Luis, desculpe se exagerei na quantidade de dados. Não o faço para defender o que quer que seja. Não tenho qualquer predilecção pelo nome sugerido por Maruxa Onãte Espãnol. Admito que, numa primeira impressão, parece um pouco estranho, mas em tudo na vida procuro esforçar-me, procuro ir para além da pré-compreensão, procuro admitir todas as possibilidades, para não condicionar à partida as conclusões a que consiga chegar, nos casos em que se consegue chegar a alguma.
Devo esclarecer que não sou uma entendida nestas matérias de História e de Genealogia. Sou apenas uma curiosa muito curiosa. Por isso, por não ser uma especialista, ainda devo admitir mais hipóteses, mesmo aquelas que à partida posa ter vontade de excluir.
Não nos esqueçamos de que no tempo da senhora mãe de D. João I, que do assento etéreo onde se encontre deve sorrir da nossa ignorância acerca da sua identidade, também era muito improvável que a Terra andasse à volta do Sol.
:-)
Cordiais cumprimentos.
Judite
P.S. Prometo voltar ao tópico, se me der licença, na hipótese muito remota de obter algum dado novo. Procurei o contacto da senhora Maruxa, mas ainda não tive sucesso. O e-mail dela que consta na Rootsweb deve estar desactualizado. Desejo-lhe tudo de bom para si e todos os seus.
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Judite,
Deitei uma vista de olhos ao testamento de D Pedro I.
O que se passa é que, POR DUAS VEZES está escrita a frase:
"Item, entregar a minha filha que está a ser educada no Mosteiro de Santa Clara, X para casamento" (peço desculpa pela adaptação, mas estou a citar de memória; parece-me que a verba era de cem mil!).
Esta frase aparece por duas vezes, mas da primeira menciona o nome da filha "infanta D Beatriz" e da segunda omite o nome. Parece ser um erro de quem redigiu o testamento.
Curiosamente, pareceu-me que o nome do futuro rei D João I não aparece neste testamento! SE assim fôr, não haveria razão de aparecer o nome de todos os imãos e meios-irmãos do Mestre de Aviz.
Luís K W
Lisboa-Portugal
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite,
Esteja descansada, não vou "espingardar" consigo! :-)
Eu também não me considero um "genealogista". Sei umas coisas, fiz umas pesquisas, mas apenas como hobby. Felizmente tenho outros hobbies porque isto da Genealogia é altamente viciante (sobretudo para quem, como eu, gosta de História).
Quanto à improbabilidade do nome "Maria de Lurdes" circa 1335 em Portugal, mantenho o que escrevi. E os dados que nos enviou só o vêm (por omissão) reforçar. A cidade de Roma também existia na Idade Média, e não me parece que existissem cantoras chamadas "Romana" ou escritoras chamadas "Maria Roma" EM PORTUGAL ca 1335! :-))
Creio que a Maruxa é psiquiatra e estava a fazer um estudo sobre a genealogia de Joana "a louca". O endereço dela, há uns 4 ou 5 anos, era maruxa arroba maptel ponto es, e encontrei um outro que é: maruxita arroba teleline ponto es.
Boa sorte também para si. Espero ansiosamente por dados novos.
Luís K W
Lisboa-Portugal
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis,
Tenho cópia do testamento de D.Pedro à minha frente. Ele é inequívoco quanto à existência desta filha não identificada. Não se trata de D. Beatriz. O futuro rei D. João I também aparece no dito documento.
Cumprimentos.
Judite
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luis,
Peço desculpa pela imprecisão na mensagem anterior. O futuro Rei D.João I, de facto, não consta do testamento de D. Pedro.
Relativamente às filhas, o testamento diz o seguinte:
"Item à Infante Donna Maria nossa filha, que ora he em Aragom vinte mil libras. Item à Infante D. Beatriz nossa filha para cazamento cem vezes mil libras.
(...) Item mandamos à nossa filha que criam no Mosteiro de Santa Clara de Coimbra cinco mil libras para cazamento".
Cumprimentos.
Judite
P.S. Obrigada pelos endereços de correio electrónico de Maruxa. Um deles eu já tinha, creio que já não estará activo. Vou tentar o outro. Já agora, gostava de saber onde é que ela foi buscar aquela informação.
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís,
Em alguma documentação que consultei posteriormente à minha mensagem constatei que, de facto, as mourarias eram usadas como "honras" (se estou a usar bem o termo). Por exemplo, D, João de Bragança, Marquês de Montemor, recebeu de herança de seu pai os direitos da mouraria [de Lisboa, presumo].
Também (...)
se vê que em 1384 foram dadas a Vasco Anes, escudeiro, as rendas e direitos da mouraria de Tavira, e em
(...)se ve que Pedro Anes Lobato já tinha tido, em fins do sec. XIV, os direitos da Mouraria de Lisboa.
Claro que uma coisa são os rendimentos de uma Mouraria inteira, e outra o de algumas casas dentro dessa mouraria, mas creio que os exemplos apresentados demonstram bem que não havia nada de desprezível ou desonroso nas "Cova da Moura"s, algumas dos quais, inclusivamente, seguiam na herança da própria casa de Bragança.
Também não creio que existisse na época uma inimizade assim tão grande contra os Mouros como a que agora, à posteriori, se pode imaginar. Muitos deles seriam, aliás, tão Portugueses etnicamente como os seus vizinhos do Norte, e limitaram-se a mudar de religião e continuar alegremente com a sua vida, sem serem mais incomodados pelos conquistadores. O respeito com que foram tratadas as populações conquistadas nos primeiros tempos da nossa nacionalidade está patente na famosa "Carta de um Cruzado Presente na Conquista de Lisboa".
Por outro lado, guerras vão e veem, e em breve são esquecidas, enquanto que algumas teorias da conspiração quase tão velhas como Cristo tendem a perdurar, como vem sendo o caso com os Judeus, que já no sec. VII assustavam o pobre idiota do Roderico, o último Rei Visigodo da Hispânia.
Note-se também que inúmeras famílais importantes do Reino teriam provavelmente sangue Mouro bem conhecido, de que é paradigma o caso dos Maias, em que não se nota uma ponta que seja de repulsa ao falar-se do mítico D. Çadão Çada nos livros de linhagens, de onde se depreende que pelo menos até à chegada da Inquisição, sangue Mouro não fosse sinal de nódoa. E mesmo depois disso, da leitura de algumas habilitações, fiquei com a ideia que era mal incomparávelmente menor que o sangue Judeu.
Paulo
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Cara Judite,
Não sendo um expert no assunto, parece-me, no entanto, que a forma do nome "Maria de Lourdes Gil" que, presumo, seja algo como
[nome] de [honra/título] [patronímico]
parece-me muito pouco própria da época, em que usualmente usava-se:
[nome] [patronímico] de [honra/título]
ou seja, quando muito seria Maria Gil de Lourdes.
De qualquer modo parece-me que, de acordo com o uso da época, isto muito dificilmente explicaria o suposto Gil da Teresa Lourenço.
Paulo
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Luís,
Não sei de "Marias Romanas" em 1335, mas olhe que algum tempo depois aparecem uma série delas aqui na Madeira, da família (Castelhana?) dos Romanos ou Romães, que ainda hoje existe por aqui com esse apelido.
Olhe que se procurar bem, ainda lhe salta alguma Maria Romana "cantante" nos tempos del Rei D. Pedro...
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Paulo,
Tudo o que li (chancelaria de D Pedro I, "monarchia lusitana") indica que sim, que o Rei deu umas casas - na mouraria - em Aviz a Teresa Lourenço, mãe do Mestre da Ordem.
«Monarquia Lusitana» (Lv XXIII, p.428): «tambem para mayor comodidade do Infante, attenta a Sua pouca idade, ordenou elRey D. Pedro que SeguiSSe ao mesmo a Sua mãy Dona Theresa Lourenço, e que com elle viveSSe em Aviz; e para ter com que passar naquella Villa deu-lhe lá casas e fazenda própria, de que se mantivesse (Chancelaria, fl.112, 21/Jul/1365)»
Como se vê, o autor da Mon.Lus. "esqueceu" as palavras «NA MOURARIA», que estão claramente escritas na Mercê Real.
Fernão Lopes, na Crónica do D João de Boa Memória, escreve ainda menos: «Houve ElRey D Pedro hum filho de huma Dona a que chamarão D. João, deste moço deu elRey carrego a D Nuno Freire de Andrade...». Nem uma palavra sobre D. Teresa Lourenço nem do «avô» (Lourenço Martins? Gil Lourenço? Etc.?). Má memória?
O seu comentário sobre a Teresa poder ser filha de um Gil Lourenço fez-me lembrar uma mercê de D Afonso IV a "uma" Teresa Lourenço, que me parece ser de umas casas no Alentejo, salvo erro em Évora.
O que, a confirmar-se, não deixaria de ser uma interessante coincidencia! (Haver na mesma cidade um Prior com o nome que é atribuído à Teresa).
Vou tratar de procurar a transcrição que fiz dessa mercê!
Fernão Lopes - Cronica de D Fernando - Cap XXXVII
«Ase aveho em que esta fazom que em Elvas avia huum escudeiro bem mançebo,
chamado per nome Gil Fernamdez, filho de Fernam Gil, neto de Gil Louremço,
priol que fora de Samta Maria do dito logo, o qual foi homem de boo
esforço, e pera mujto, segumdo dissemos na estoria delRei Dom Affonsso o
quarto; (...)».
Cumprimentos.
Luis K W
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RE: Teresa Lourenço (mãe de D. João I)
Caro Paulo,
Obrigado pelos excelentes (e bem documentados) comentários.
Não tenho certezas quanto ao relacionamento exacto entre os 3 povos e religiões em Portugal. O que li na Monarquia Lusitana (escrito no séc 17, i.e., com a Inquisição a trabalhar a todo o gás) sobre as Judiarias e Mourarias durante o reinado de Afonso IV nao é lá muito simpático.
Maria José Ferro fala de inúmeras descriminações a que os Judeus (mas quase NÃO fala de Mouros) eram sujeitos no reinado de D Pedro I.
Por outro lado, Portugueses e Castelhanos já tinham com que se entreter em termos religiosos, pois estavam em lados opostos da barricada (os castelhanos eram cismáticos).
Segue, em baixo, uns textos sobre o assunto (que já reproduzi, há uns 4 anos, na Portugal-L da .
Cumprimentos.
Luis K W
Lisboa-Portugal
In «Monarquia Lusitana», P.VII, L.VI, C.CII, p.243 (de ElRey Dom Affonso o IV):
«3. Vivião e, ESpanha, & particularmente em Portugal os Judeos de crença, & os Mouros de profiSSão em bairros divididos, & cercados, que lhes prohibião a livre cõmunicação com os moradores das povoaçoens em que habitavão; fora de cujo ambito naõ podiaõ Sahir Se naõ quando o Sol, & o dia os manifeStaSSem, & deStinguiSSem dos fieis; naõ podendo os Moutos uzar das cerimonias de Sua ceyta, nem os Judeos dos ritos da Sua ley, Se naõ fechados dentro da circumualaçaõ de Seus bairros; & como entre o povo eraõ conhecidos pellos trajes de Suas naçoens, nem as riquezas de huns os livrava do oprobio de amaldiçoados; nem o Serviço de outros a vileza de percitos; por foro, & por conceyto (em todos tão unido o deSprezo com a viSta) que nenhu~ os Sabia olhar com eStimação. Foy o uso moderando a averSaõ, & o reparo; & os Judeos, & Mouros alterando a cor da materia, & a fòrma do veStido, até q~ a Semelhença deSme~tio a differença, & a uniformidade do traje facilitou o dano, q~ no moral, & no politido Se começou a Sentir. Cõ zelo do Serviço de Deos, & da republica acudio elRey D. AffõSo, logo q~ começou a Reynar, a permiSSaõ taõ nociva, mãdando cõ riguroSas penas, q~ nenhu~ Mouro veStiSSe Sem deviza, q~ o publicaSSe; & nenhu~ Judeo Sem Sinal, q~ o diStinguiSSe: o deStes de amarelo no chapeo; o daquelles branco no turbante, ou no barrete, para q~ o de huns aviSaSse a deSeSperaçaõ de Sua eSperança, a de outros, a triSte Sorte de Sua crença. (...)»
Escreve a Maria José Ferro Tavares em «Os Judeus em Portugal no Sec. XIV» (dissertação de licenciatura em Historia - Un. Lisboa, 1969) que o D. Pedro tomou uma série de medidas tendentes a debelar o excesso de convivencia entre a minoria judaica e a maioria cristã que se apresentava, já, com aspecto de escândalo para a sociedade da época. Nas cortes de Elvas 1361 obriga a que «em todos os locais onde eles sejam mais de dez, vivam afastados dos cristãos, em bairros próprios». Em Set. 1366 legisla sobre as relações entre judeus e cristãs (pena de morte para quem a pratique), e ordena que a partir do sol posto, os guardas das judiarias as encerrem e todo o judeu que for achado fora do seu bairro, seja açoitado publicamente, etc.
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