Familias Antigas/Novas ; Dom/Donas
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Familias Antigas/Novas ; Dom/Donas
Caros amigos,
São algumas as dúvidas que gostava de ver esclarecidas.
Desde já peço desculpa por serem muito possivelmente dúvidas sem grande sentido de oportunidade, mas como sou um mero iniciado nestas andanças da genealogia, não consigo com a certeza e rigor necessários desvendá-las.
As dúvidas:
1º- Existem famílias na base de dados do Genea (as ditas famílias antigas) que se nós seguirmos um dos seus ramos, conseguimos chegar a parentes nascidos em 300 (ou menos). Como se consegue chegar com certeza e rigor a ascendentes nascidos em épocas tão remotas e longínquas?
2º- O que difere uma família antiga de uma nova? A capacidade de provar com os devidos registos que se é antigo? No plano teórico não seremos todos "produto" de inúmeras gerações de ascendentes com origem também nos anos 300 e menos?
3º- Quando encontramos num registo de baptismo, casamento, ou outro, a designação de D. Joaquina ou Dom João (por exemplo), quer isto dizer com certeza que estes gozavam de nobreza? Essa designação dada pelo Padre no registo não poderá gozar de erro? Em que se baseava um Padre na altura em que lavrava o registo para escrever D. ou Dom? Deviam existir casos em que não os conhecia de facto...
4º- Os registos que se encontram nos Arquivos Distritais também se encontram na Torre do Tombo? O que acrescenta a Torre do Tombo?
Muito agradecido,
Luís
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RE: Familias Antigas/Novas ; Dom/Donas
Caro Luis
Vou responder-lhe a algumas das questões que levanta:
4- Os registos ou estão na TT ou nos Arquivos Distritais, ou noutros arquivos. Trata-se de documentos autênticos e, por isso, apenas podem, fisicamemte, estar num local. O local em que se encontram depende do tipo de documentos, da própria história da criação dos arquivos e de algumas norma regulamentares.
3- Se encontrar num registo D. Joaquina, provavelmente não acresccenta nada sobre a nobreza da Senhora, dependerá da época. Pelo contrário se encontrar D. João e não se tratar de um súbdito espanhol, provavelmente tratar-se-à de alguém como foros de nobreza. Eu não ficaria 100% certo apenas por este facto mas é seguramente um fortíssimo indício. Convém ter presente que no passado as comunidades eram pequenas e as pessoas se conheciam. Sabia-se perfeitamente quem era nobre e quem o não era pelo que não seria fácil enganar o padre (embora eu conheça situações em que ele foi, propositadamente e com documentos, enganado)
2- Estou de acordo consigo, todas as famílias tem a mesma antiguidade, todos nós decendemos de alguém que se situa nos primeiros homens. A diferença que refere tem apenas a ver, no meu entendimento, no facto de conseguir traçar a sua linhagem até épocas mais remotas. Como os assentos paroquiais apenas começaram a ser obrigatórios em meados dos sec XVI não é fácil reconstituir linhas genealógicas mas antigas excepto se existirem outro tipo de documentos (escritura de partilhas, de venda, de emprazamentos, enfiteuses, testamentos, etc., etc.). Ora este tipo de documentos só eram usados por quem tinha bens,ou seja, pelas classes mais ricas que nesse tempo correspondia, em larga medida, à nobreza.
1- Como sabemos o que se passou no Egipto? Ou na pré-história? Qual o rigôr da documentação que nos suporta? É na fiabiliade dessa documentação que assenta a certeza dos estudos que são feitos. Para ajuizar da qualidade e certeza de uma genealogia dos primeiros tempos da nossa era ter-se-à que ter presente uma análise crítica das fontes que a suportam. Sabemos hoje que algumas delas são fabulosas. Outras, provavelmente, nem tanto.
Cumprimentos
João Cordovil Cardoso
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RE: Familias Antigas/Novas ; Dom/Donas
Caros amigos,
Caro João Cardoso, muito obrigado pela sua resposta!
Mais dúvidas:
1- Numa árvore genealógica existem 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32, 64, 128, etc... Imaginem que um dos 128 goza da designação "Dom". Porque não tinham também os seus filhos e netos a mesma designação?
2- Está intrinsecamente ligado ao uso de "Dom" um brasão de família? Isto é, todas as pessoas que gozam da designação "Dom" gozavam também do uso de um brasão?
3- Fará sentido hoje, que uma pessoa numa situação destas goze do uso do brasão desse antepassado? No fundo é seu antepassado (directo), não há dúvida, mas também a certa altura na árvore genealógica são tantos os ramos e os antepassados que um antepassado nessa condição pode não ser ligação suficiente para legitimar o actual uso (correcto) do mesmo brasão. Qual o uso correcto do brasão? Será que ainda faz sentido, falarmos em usos correctos nos dias de hoje?
Os meus cumprimentos,
Luís Nunes
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