Embaixadores estrangeiros e a Abrilada

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Embaixadores estrangeiros e a Abrilada

#133508 | José | 08 nov 2006 17:55

Discutia-se noutro forum a atribuição de Conde da Moita ao duque espanhol de Villahermosa, em 3 vidas e com honras de parente.

Uma investigação sumária permitiu apurar que o duque era o embaixador espanhol em Portugal ao tempo da Abrilada.
Este golpe, conduzido pelo Infante D.Miguel, pretendia o retorno à Monarquia absolutista e, tendo triunfado num primeiro momento, determinou que D.João VI ficasse como que retido no Paço .
Interveio então o embaixador fancês, Hyde de Neuville, o qual, com o auxílio de outros embaixadores, conseguiu fazer escapar o Rei que se refugiou na nau Windsor Castle, fundeada no Tejo, onde recuperou os seus poderes e destitui o Infante D.Miguel que rumou ao exílio.
A História dá a Hyde de Neuville o principal papel, secundando-o com o embaixador inglês.

Como testemunho de gratidão pela sua actividade, D.João VI atribuiu ao embaixador francês o título de Marquês da Bemposta e ao espanhol, o de conde da Moita.

Alguém sabe quem era o embaixador inglês e se também foi nobilitado ?

Intervieram outros embaixadores na "libertação" do Rei ?

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RE: Embaixadores estrangeiros e a Abrilada

#133563 | mtt | 09 nov 2006 00:12 | In reply to: #133508

Caro José
O embaixador inglês chamava-se Frederic Lamb, e veio a ser Lord Melbourne.
A política inglesa pretendia, sobretudo, evitar que Portugal se aliasse à Espanha "apostólica", absolutista.
O embaixador, que viera de Londres no mesmo barco que D. Miguel, trazia 50 mil libras de um empréstimo da Casa Rothchild, acompanhados por instruções para só entregar o dinheiro se a situação política se não inclinasse para o lado do Absolutismo.
Opôs-se, por isso, à Abrilada, e, pouco depois, aconselhou o seu governo a jogar abertamente a carta de D. Pedro.
Lamb, quando regressou a Londres levou as libras com ele.
Parece-me que melhor teria contribuído para a harmonia no mundo, tal como eu a vejo, se as tivesse dado a um dos meus sextos avós, mas, há que desculpá-lo, pois nem todos possuem a clarividência política que permite perpectivar o futuro com a necessária clareza.
Cumprimentos,
Manuel.

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RE: Embaixadores estrangeiros e a Abrilada

#133574 | feraguiar98 | 09 nov 2006 01:32 | In reply to: #133508

Caro José,

O corpo diplomático encontrava-se reunido na embaixada britânica festejando (Jorge IV ?) e sabidas as notícias, logo se dirigiu à Bemposta, onde o Rei estava "sequestrado" conversando com Beresford e preocupadíssimo com o conde de Subserra que julgava morto (afinal tinha fugido num navio inglês).

A intervenção dominante - corajosa e nobre - foi de Hyde de Neuville. O embaixador inglês foi também destacado porque:
1º Era o anfitrião da festa;
2º Era o único que tinha um navio de guerra fundeado no Tejo;
3º Foi o indiscutível vencedor político.

Assim, destacado Hyde de Neuville, poderá dizer-se que todo o corpo diplomático foi à Bemposta e outros foram agraciados com benesses menores. Um par de "cavalheiros" - era assim que se tratavam os embaixadores não nobres - pelo menos.
Mas não libertaram o Rei. Este ficou na Bemposta e uns dias mais tarde, presume-se que por distracção da guarda, foi passear a Caxias, embarcou na Galera Real para um passeio no Tejo, mandou remar em direcção à Windsor Castle e por lá se albergou, convenhamos que desta vez, muito mais próximo da Bemposta - e de Cacilhas - do que o Rio de Janeiro.

Aí teve a boa fortuna de encontrar papel, pena e boa tinta inglesa, e o solícito Palmela que redigiu, entre outras, as ordens para o infante: apresentar-se, ser destituído e partir para Brest a fim de melhorar a sua educação na Europa (por esta ordem e todas acatadas).
Entre outras minúcias desinteressantes para os historiadores que se seguiram, ainda hoje não se sabe como Palmela - que não quiz ou não pôde fugir como o Subserra - e esteve preso (lia fleumaticamente o Times na prisão segundo um relato testemunhal directo) aparece no dia 9 a bordo da Windsor Castle sem sintomas de tortura que o impedissem de redigir as régias ordens.
Também é curioso que apesar da ordem de exílio com que igualmente foi brindada, D. Carlota Joaquina se tenha marimbado na mesma e apenas se tenha transferido de Queluz para o Ramalhão onde, segundo alguns, se dedicou à jardinagem.

O embaixador inglês era o Hon. Edward Thornton, depois agraciado com o título de Conde de Cacilhas, pelo menos em três vidas
http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=54374

(As minhas desculpas ao confrade mtt mas D. Miguel já era generalíssimo desde a Vilafrancada e parece-me tempo demasiado para Frederic Lamb estagiar em Lisboa com 50 mil libras no bolso.)

Mas muita atenção!!!
Tudo isto é ficção.
O corpo diplomático não foi tido nem achado em nada e D. João VI não foi - como dizem línguas venenosas - apenas transferido de uma prisão domiciliária muito pouco eficaz para outra muito mais eficaz.
E se porventura duvida, pergunte a um confrade, frequentador habitual e assíduo que, não sendo professor, é um curioso, talvez um persistente curioso.

Cumprimentos,
Fernando Aguiar

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RE: Distinções concedidas por D. João VI

#133595 | Eduardo Albuquerque | 09 nov 2006 12:37 | In reply to: #133574

Caro Confrade Fernando Aguiar,

É sempre com muito prazer que leio as suas valorosas intervenções e , obviamente, esta não é excepção.

Contudo, uma leitura mais atenta dos despachos de 13 de Maio de 1824, cujo teor encontrará aqui:

http://genealogia.netopia.pt/forum/msg.php?id=89536#lista

leva-me a enumerar os três navios de guerra surtos no Tejo.

Assim:

A nau Windsor Castle;
A fragata Lively;
E o brigue Zebre.

E, neste contexto, por clareza, dos supra citados despachos reproduzo o trecho seguinte:

« Relação das Distincções, e presentes concedidos por Sua Magestade aos Membros do Corpo Diplomático, e Officialidade das Embarcações de Guerra Inglezas e Franceza, surtas no Tejo, no dia 13 de Maio, de 1824. anniversario de Seu Natalicio.


Ao Barão Hyde de Neuville, o titulo de Conde da Bemposta.

Ao Duque Villahermosa, o titulo de Conde da Mouta.

Ao Cavalheiro Eduardo Thornton, o titulo de Conde de Casilhas, e huma terra da Coroa em tres vidas.

Ao Arcebispo de Nanzianzo, Grã Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Villa Viçosa.

Ao Barão de Binder, Grã Cruz da dita Ordem.

A Mr. Pflugl, Commenda honoraria da Torre e Espada.

Ao Cavalheiro Francisco de Borel, Barão de Palença.

Ao Cavalheiro Dal Borgo Di Primo, a Commenda honoraria da Ordem da Conceição.

Ao Visconde de Quabec, Commenda honoraria da Torre e Espada.

Ao General Henrique Dearborn, Medalha circular de diamantes, com retrato de ElRei Nosso Senhor.

Ao Capitão Carlos Dashwood Commandante da Não Windsor Castle, Grã Cruz da Ordem da Torre e Espada com placar em diamantes.

Ao Capitão Elliot, Commandante da Fragata Lively, a Commenda honoraria da Torre e Espada com o Placar em diamantes.

A Samuel Edward Cook, 1.º Tenente da Nao, o Habito da dita Ordem em diamantes.

Ao Major Thomás Adair, Commandante das Tropas da Guarnição da Não, o Habito da Ordem da Torre e Espada em diamantes.

Ao Commandante do Brigue Francez Zebre, a Commenda honoraria da Ordem da Torre e Espada.

A todos os mais Officiaes da Tripulação, Guarnição, e Guardas Marinhas das tres embarcações de Guerra Ingleza e Franceza, surtas no Tejo, Medalhas pendentes de huma fita com as cores da Casa Real, com o retrato de S. M. em hum circulo de diamantes, segundo a classificação que se há de designar. »

Com os meus melhores cumprimentos,

Eduardo Albuquerque

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RE: Distinções concedidas por D. João VI

#133700 | José | 10 nov 2006 16:13 | In reply to: #133595

Caros Confrades

Agradeço as vossas esclarecidas intervenções

M.cumprimentos
JSPinto

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RE: Distinções concedidas por D. João VI

#133897 | feraguiar98 | 12 nov 2006 23:20 | In reply to: #133700

Caro José,

Está interessado em mais informação sobre Edward Thorton (do qual não vejo motivo para ser referido como Hon.)?

Cumprimentos,
Fernando Aguiar

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RE: Embaixadores estrangeiros e a Abrilada

#134069 | mtt | 14 nov 2006 16:57 | In reply to: #133574

Caro Fernando Aguiar
Só hoje, muito por acaso, li a sua intervenção a propósito da minha palermice.
Agradeço-lhe que tenha tido a caridade de a corrigir.
Fazer afirmações baseadas apenas na memória é sempre arriscado e eu já o devia saber, pois não é a primeira vez que me acontecem desaires deste tipo.
Os factos que descrevi são, como sabe, posteriores à Abrilada, ocorreram quando D. Miguel regressou a Portugal, vindo da Inglaterra na companhia de Lamb, e o facto de haver um Abril todos os anos não me desculpa a leviandade.
Cumprimentos,
Manuel.

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RE: Embaixadores estrangeiros e a Abrilada

#134249 | feraguiar98 | 16 nov 2006 01:25 | In reply to: #134069

Caro Manuel,

Tendo lido algumas das suas intervenções noutros tópicos, não imaginei outra coisa do que um lapso. Mas fiquei deveras surpreendido por ter sido considerado caridoso. Foi benevolente da sua parte mas sei bem que tal não mereço.

De resto, também escrevo praticamente de memória - com pesquisa pontual on-line - e estou habituado a escorregar q.b.. Este tópico em que estamos nem foi excepção ...; e depois não tenho vocação nem tempo - porventura nem competência - para poder ser um proficiente bibliotecário-arquivista. Aproveito assim as valiosas contribuições de quem tem essas competências, essa vocação e esse tempo, aproveitando o pouco que tenho para tentar compreender, interpretar e descodificar.

Aproveito ainda para corrigir e precisar parte da minha anterior intervenção.

Começo por uma simples questão de estilo: D. João VI ter-se-ia transferido de uma prisão domiciliária muito pouco eficaz para outra muito mais arejada.

E é claro que a Windsor Castle não era o único navio de guerra estrangeiro surto no Tejo. Mas era a única nau - o que eu devia ter precisado - e faz toda a diferença, por ser a única com capacidade para recolher, além de D. João VI e alguns próximos, grande parte do corpo diplomático mas e sobretudo, por ser a única que tinha tropas embarcadas com capacidade para actuação em terra firme.

Por outro lado, cavalheiro não seria tratamento dado aos embaixadores não nobres mas àqueles que não tinham outro título de nobreza ou profissional que, existindo preferia, como o embaixador americano, general Dearborn curiosamente com uma carreira militar toda cumprida a combater os ingleses até chegar a secretária de Estado da Guerra, apesar de ter nascido, ter-se formado e ter exercido medicina em Inglaterra. Quero crer que só terá aceitado recolher-se à Windsor Castle porque já estava desinteressado e tinha pedido a sua substituição (regressou menos de 2 meses depois destes acontecimentos). Mas o Mr. Pflugl não encaixa e de facto, não sei porque não foi tratado de Cavalheiro.

Creio que Hyde de Neuville não ficou na Windsor Castle. A gritante vitória inglesa e pequenos indícios tais como não ser identificado o nome do comandante do brigue francês, apontam nesse sentido.
Na minha leitura histórica, há muito que D. João VI - desde que fugira a primeira vez - não tinha grandes possibilidades de se opor à política inglesa e Portugal esteve sempre dependente dos jogos de poder na Europa com os altos e baixos da Santa Aliança e a mudança de governos em Inglaterra. O partido francês era representado pelo Conde de Subserra e o inglês pelo Marquês de Palmela. Daí que D. João VI se *agarrasse* a Subserra para contrabalançar Palmela e não porque tivesse algumas simpatias pelo absolutismo apostólico do cunhado Fernando VII, como bem demonstrara após a Vilafrancada.

Terá sido pouca sorte que Subserra tenha embarcado num navio mercante inglês que logo zarpou e passou bem ao largo de Cascais, alegadamente para evitar a artilharia da cidadela; e também pouca sorte que Hyde de Neuville tivesse um brigue no porto, ficando assim afastado do Rei (não garanto, apenas acho muito provável).
Ou a pouca sorte também se deve à competência de Thornton, que havia sido nomeado enviado extraordinário e embaixador plenipotenciário para esta missão em Portugal e era de facto uma pessoa hábil, como tinha já provado quando conseguira um entendimento entre a Suécia e São Petersburgo e que marcou o início da grande aliança contra Napoleão (incidentalmente Thornton nunca foi Hon. como consta na BD; não era filho de titular e passou a usar Rt. Hon. como lhe competia como Conde e, depois de ser KCB, Sir).

O final triste desta história triste permanece muito mal contado, apesar de já se ir sabendo que D. João VI foi envenenado com arsénico e a Infanta D. Isabel Maria nomeada Regente por um documento grosseiramente falsificado.
Mas Hyde de Neuville, foi de facto Marquês da Bemposta e não apenas Conde como figura na “Relação das Distincções ...” e curiosa ou talvez naturalmente, o sobrinho e 2º Marquês viria a casar com D. Maria Mância, 2ª Condessa de Subserra.

Cumprimentos,
Fernando Aguiar

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RE: Embaixadores estrangeiros e a Abrilada

#134391 | mtt | 16 nov 2006 21:47 | In reply to: #134249

Caro Fernando Aguiar
“Compreender, interpretar e descodificar”, capacidades de que forneceu brilhante exemplo, é que constituem, a meu ver, a mais rara e preciosa das competências.
As restantes... são capacidades-hectolítricas, ou capacidades-decímetro-cúbicas ou, ou ainda, e chegando-me ao contexto, medem o calado do porão craniano onde se foi acumulando um lastro de factos e matérias, reproduzíveis “ipsis verbis”, assim haja solicitação.
Evidências dessas capacidades são as obras onde muito arduamente se respiga uma perspectiva pessoal, mas que terminam por uma Bibliografia que excede em número de páginas o texto a que serve de suporte, e nos fazem recordar certo dito popular sobre um simpático animal carregando mercadorias sujeitas ao depósito legal.
Estou certo, no entanto, de que também possui o conhecimento da factualidade relevante, sem o qual as positivas capacidades acima citadas, tendem a desaguar em delírios de originalidade, sem substracto nem propósito útil. Falo, naturalmente, de outros temas que não deste, onde deixou irrefutável prova de que assim é.
É esta a razão por que aproveito para o tentar seduzir para um obscuro tópico que em tempos lancei sobre os Veigas do Castedo.
Conhece alguma obra sobre a Patuleia onde constem dados biográficos sobre estes esquecidos guerrilheiros liberais?
Cumprimentos,
Manuel.

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RE: Embaixadores estrangeiros e a Abrilada

#134419 | feraguiar98 | 17 nov 2006 01:00 | In reply to: #134391

Caro Manuel,

Lamento não poder ajudá-lo. A Maria da Fonte nunca foi assunto que me interessasse para além do trivial e a informação que procura é de tal forma particular que só com grande sorte.

De uma rápida pesquisa, que certamente já conhecerá, o título mais promissor é História da Guerra Civil da Patuleia: 1846-47, de Maria de Fátima Bonifácio, Lisboa, Estampa 1993. Mas tem apenas 184 pgs. pelo que duvido que vá ao pormenor que procura.
Encontra referências bibliográficas a tudo o que foi publicado na Biblioteca de Braga, organizadas em 1996 para o Congresso dos 150 anos.

Mas eu talvez tentasse um contacto com a Junta de Freguesia de Castedo. Com sorte alguém o saberá pôr em contacto com um curioso da história local ou regional que poderá ter alguma informação ou colocá-lo na pista certa.

Boa sorte,
Fernando Aguiar

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RE: Agradecimento

#134459 | Eduardo Albuquerque | 17 nov 2006 14:34 | In reply to: #134391

Caros Confrades,

Acompanhando o presente tópico, não posso deixar de vir agradecer a atenção dispensada, e felicitar outras intervenções pelas oportunas notas carreadas.

Delas permitam-me destacar, as meritórias invocações do “ compreender, interpretar e descodificar”.

Como jurista de formação, obviamente, não poderia deixar de ser particularmente sensível a tais desideratos. Na verdade, eles são os triviais instrumentos metodológicos de quem optou por sacrificar à (Díkè) grega, ou à Iustitia romana..

Uma mera invocação da intencionalidade axiológico-normativa, prática e de validade, que o Direito é, torna cristalina a minha asserção.

Mas, por muito válida que seja a metodologia utilizada, e a racionalidade que lhe é própria, na dialéctica emergente, o facto concreto e a sua “verdade”, parece-me, são o substrato inultrapassável de qualquer encadeamento “ideográfico”, sob pena de nos posicionar, senão no domínio da mera “treta” , no reino da utopia, ressalvados, claro está, os óbvios casos de involuntário erro. Por isso, a minha especial preocupação na pesquisa incessante das “fontes”, neste passatempo, que, como simples curioso que sou, é, para mim, a Genealogia e a História do Direito Português.

E bem hajam todos quantos, e, infelizmente, muito poucos são, carreiam o pesado fardo das menções, das transcrições “ ipsis-verbis”, pois fazem claudicar, quer os falazes e perfunctórios juízos, quer proliferar e frutificar o conhecimento, que alguns por patológica miopia pensavam ser sua exclusiva propriedade.

E neste contexto, é perfeitamente inteligível o desespero e a frustração manifestado no pio daquelas aves canoras que, não obstante o “hercúleo” esforço, ainda não conseguiram atingir o almejado estatuto dos simpáticos animais invocados.

Com os meus melhores cumprimentos,

Eduardo Albuquerque

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