Dispensa por grau de afinidade
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Dispensa por grau de afinidade
Boa tarde
Andei a pesquisar o assento de casamento do meu bisavô, que casou duas vezes devido a viuvez e em ambos os registos diz "apresentando sentença da dispensa matrimonial do 3º grau de afinidade". Isto quer dizer o quê? que havia algum laço de família com as duas minhas bisavós?
Obrigado
Fernando
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Fernando:
"Terceiro grau de afinidade" no registo do segundo casamento significa que as duas esposas do seu bisavô eram primas uma da outra, e que o parentesco entre elas era o de terem bisavós em comum (isto é, um dos pais de uma delas era primo direito de um dos pais da outra).
Também tem a mesma expressão no registo do primeiro casamento? Isso pode significar que a primeira mulher do seu bisavô era viúva (o registo deve indicá-lo), e que o seu bisavô era primo (no mesmo grau acima indicado) do primeiro marido dessa senhora.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Rui
Afinal, fiz confusão entre os termos dos dois casamentos do meu bisavô. No primeiro casamento, refere em relação à esposa, 3º grau de consanguinidade e no segundo casamento 3º grau de afinidade. A minha questão é, qual é a relação de parentesco entre o casal no primeiro casamento, no segundo casamento e entre as duas esposas, seriam da mesma família?
Peço desculpa pela confusão dos termos.
Cumprimentos
Fernando
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Rui
Peço-lhe que nâo ligue à minha resposta anterior, pois houve de novo confusão. É que estive hoje na TT e trouxe tanta informação e como ainda não a introduzi no computador deu nesta confusão. Vou agora, espero que correctamente, expor a minha dúvida.
Um dos meus bisavôs teve de "apresentar uma sentença da dispensa matrimonial do 3º grau de afinidade" aquando do casamento. Qual seria do grau de parentesco entre o casal?
Outro bisavô teve de "apresentar uma sentença da dispensa matrimonial do 3º grau de consanguinidade" aquando do casamento. Qual seria do grau de parentesco entre o casal?
Agora, é que está certo. Eu gostaria de poder editar as mensagens anteriores mas penso que não é possível neste forum.
Grato pela sua paciência
Cumprimentos
Fernando.
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Fernando:
"Apresentar uma sentença da dispensa matrimonial do 3º grau de afinidade" não indica qualquer parentesco entre o casal, mas sim entre o novo e o anterior cônjuge de uma mesma pessoa. Assim, nesse caso, o seu bisavô seria viúvo e a senhora com quem casou segunda vez era prima (da forma que anteriormente expliquei) da esposa anterior.
O "3º grau de consanguinidade" é que corresponde a parentesco entre os noivos. Aí o parentesco é mesmo entre quem casa. E, mais uma vez, terceiro grau significa a existência de bisavós em comum.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Fernando:
Faltou-me referir que o facto de o seu bisavô apresentar uma certidão não significa que a mesma não se referisse à família da esposa, dado ser o homem o "representante" óbvio do casal à luz dos costumes da época. Assim, a situação de afinidade pode referir-se a um casamento anterior da noiva.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Rui
Neste caso, refere-se mesmo ao meu bisavô, pois a primeira esposa faleceu um ano depois do casamento e é no segundo casamento que de acordo com o que me disse seria com uma prima da 1º esposa. Agora resta saber se os bisavôs comuns vem da linha materna ou paterna.
Cumprimentos
Fernando
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RE: Dispensa por grau de afinidade
CAro Rui
Perdoe a minha colerada mas não poderá também acontecer que a noiva seja viuva de uma cunhado (ou tio, dependde do grau)?
Um abraço
João Cordovil Cardoso
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro João Cordovil Cardoso:
Creio que não. Se uma pessoa casar com dois irmãos é primeiro grau de afinidade; se casar com tio e sobrinho é primeiro e segundo; tio-avô e sobrinho-neto será primeiro e terceiro.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Rui pereira
Penso que João Cordovil Cardoso não se referia ao nº do grau, mas sim só à afinidade em si, o que penso que tb pode ser o caso que refere.
Há um caso nos processos de dispensa, que por um fulano ter tido "cópula ilícita" com uma fulana, esta para casar com um parente dele, teve que ter dispensa por afinidade.
Cordiais cumprimentos
Manuel da Silva Rolão
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Boa noite
Ainda sobre este tema, precisava de ajuda para esta minha dúvida. Eu não consegui localizar na TT o assento de nascimento do meu bisavó. Penso que estaria em livros de anos que já não existem. Em relação a esta "sentença de dispensa matrimonial do 3º grau de afinidade", onde é que a poderei consultar?, terá alguma informação relevante como o nome dos avós (eu já tenho dos pais) e o grau de afinidade entre os noivos? Queria ver se conseguia dar volta à questão, da falta do assento de nascimento, pois já consegui localizar o possível assento de nascimento do pai do meu bisavô, mas sem saber o nome da geração anterior, não tenho a certeza se esse será o assento de baptismo certo.
Cumprimentos
Fernando
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Fernando:
Teoricamente, a sentença de dispensa daria pelo menos alguma informação relativa ao parentesco existente, pelo que seria muito útil. É possível que essa sentença já não exista. Depende muito da região do país e da época (sendo uma época muito recente do ponto de vista as hipóteses de ainda existir são maiores). No entanto, excluindo essa via que se pode revelar improdutiva, existem ainda hipóteses pelos registos paroquiais.
As formas mais simples e habituais de avançar uma geração são:
1 - o registo de casamento da pessoa, se tiver os pais (geralmente tem se não for anterior a 1700 e se não for o casamento de um viúvo, caso em que pode ser indicado apenas o nome do cônjuge anterior e tem de se procurar o casamento correspondente).
2 - o registo de baptismo de um filho, se tiver os avós (geralmente tem a partir de meados do século XVIII, excepto - pelo menos - na região de Lisboa e na ilha de São Miguel, onde só há avós a partir de 1860, o que é péssimo para as investigações).
3 - o registo de óbito, se tiver os pais (o que em regra só acontece a partir de 1860).
4 - o registo de casamento de um filho, se tiver os avós (é raro, mas ocorre em alguns períodos dos séculos XVIII-XIX em algumas freguesias).
A abordagem que tentou foi a número 2. Não poderá tentar a número 1, isto é, procurar o registo de casamento dos seus trisavós? O facto de não existirem registos de baptismo não significa que não existam registos de casamento para a mesma época.
Todos estes conselhos são genéricos. Eu creio que poderá obter mais ajuda se nos indicar os locais, nomes e datas das pessoas que procura, pois as abordagens mais eficazes dependem muito desses factores.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Fernando:
Na minha mensagem anterior saiu uma frase truncada. A frase completa era:
Sendo uma época muito recente do ponto de vista genealógico as hipóteses de ainda existir são maiores.
Com os melhores cumprimentos,
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Rui
Aqui estão os factos: o meu bisavô chamava-se
José Vicente, natural da freguesia da Igreja Nova do Sobral, concelho de Ferreira do Zezere. Morador na localidade de Freixo, freguesia de Alviobeira, concelho de Tomar, distrito de Santarém.
Casou com Carlota Inácia em 09/01/1884, tendo enviuvado no ano seguinte, por isso casou novamente com Guilhermina Inácia em 17/06/1885. Deste segundo casamento foi emitida a tal sentança de dispensa matrimonial por 3º grau de afinidade.
Eu procurei na TT, os registos paroquiais de Alviobeira, de 1833-1853 e de 1860-1910. Os livros de 1854 a 1859, não se encontram. Disseram-me que devem ter-se estragado. Encontrei os assentos de ambos os casamentos e no 1º casamento diz que ele tinha 23 anos enquanto no segundo diz 25 anos. Eu penso que ele terá nascido em 1859. Procurei também possíveis assentos de baptismos de irmãos mas nada encontrei. Tudo isto, para recuar na árvore da família. Tenho o nome do meu trisavô mas falta-me o dos seus pais para confirmar, pois encontrei um assento de baptismo possível desse meu trisavô, mas sem conhecer a geração anterior não consigo confirmar. Tentei tembém encontrar o assento de casamento do meu trisavô, mas nada encontrei. Deve-se situar nas tais datas que faltam. Procurei também nos óbitos até 1910, mas não encontrei. Portanto faleceu depois disso. A informação do óbito está assim na conservatória do registo civil de Tomar, mas sem uma data precisa, nada feito. Pois, o ideal seria consultar os livros mas penso que eles não deixam. Bem, neste momento estou um pouco perdido pois sinto que cheguei a um beco sem saída. Espero não o ter maçado muito com a minha exposição e pode ser que me dê uma ideia.
Cumprimentos
Fernando
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Fernando:
Muito obrigado pelos seus esclarecimentos.
Permita-me uma questão: o seu bisavô era natural da freguesia de Igreja Nova do Sobral e procurou registos em Alviobeira? Porquê? Peço desculpa pela pergunta, mas a sua mensagem deixou-me com dúvidas.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Rui
Eu procurei em Alviobeira, porque encontrei outro antepassado meu nascido nesta freguesia (Igreja Nova) e baptizado em Alviobeira. As freguesias são vizinhas e se calhar a igreja de Alviobeira ficava mais perto em relação à da Igreja Nova (isto sou eu a supor). Mas percebo o seu ponto de vista, se calhar merece a pena dar uma vista aos arquivos da Igreja Nova (Ferreira do Zezere). Será que eles também estão na TT?
Cumprimentos
Fernando
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RE: Dispensa por grau de afinidade
Caro Fernando:
O caso que encontrou, de uma pessoa nascida numa freguesia e baptizada em outra, é uma rara excepção (excepto nas grandes cidades) e não a regra. Não só "merece a pena" ver os registos de Igreja Nova do Sobral como é aí que a sua pesquisa se deve concentrar. É lógico não ter encontrado nenhum dos registos que procurava em Alviobeira.
Não sei se os registos que lhe interessam estão na Torre do Tombo ou em Santarém. Os microfilmes dos Mórmons, que vão até 1851 (baptismos) e 1848 (casamentos), indicam que correspondem a registos da Torre do Tombo mas se eu tivesse de adivinhar diria que, depois de um dos "clássicos" hiatos até 1860, os registos estão em Santarém. Mas para ter a certeza deve consultar o ANTT ou o Arquivo de Santarém.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
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