Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
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Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Pesquisa preliminar sobre a família Carneiro de Campos, cujo genearca veio de São Salvador de Penamaior, Paços de Ferreira, Porto. http://www.minhaterra.com.pt/template/frames.php?intNivelID=1332
Vários Carneiros passaram para o Brasil da região do Porto. Não se sabe se haveria parentesco remoto entre os diversos grupos. Os Carneiro de Campos foram uma das mais importantes famílias políticas na história do Brasil e uma família central na construção da ordem política do Império Brasileiro. Os Carneiro de Campos mudaram-se da Bahia para a Corte do Rio de Janeiro. A formação do Estado Imperial teve a sua boa contribuição no Primeiro Reinado. Foram os responsáveis pela escrita e composição da Constituição de 1824 e também tiveram o primeiro Herói da Guerra do Paraguai.
A família Carneiro de Campos teve origem com o negociante português José Carneiro de Campos que passou para Salvador, Bahia. Natural de São Salvador de Penamaior, Bispado do Porto. Filho de Manuel Carneiro e de Josefa de Campos. Ainda existia na Bahia, em 1773, uma Junta do donativo Real, da qual era tesoureiro José Carneiro de Campos, que é a mesma junta para a arrecadação do donativo para a reparação da capital ou junta de administração do subsídio voluntário para a reedificação de Lisboa. Essa Junta, qualquer que seja o seu nome oficial, tinha o encargo de resolver as dúvidas e recursos que ocorressem a respeito desse tributo extraordinário. (FONTE: AMUL, 2:470).
http://www.receita.fazenda.gov.br/historia/catalogo_colonial/letraj.htm
1 - José Carneiro de Campos casou com Custódia Maria do Sacramento, filha de Tomás Arruda Pimentel e de Rosa Maria de Assunção, em 2/7/1769, na freguesia de São Pedro Velho, Salvador. Filhos :
1-1 José Joaquim Carneiro de Campos, Marquês de Caravelas. A sua biografia foi escrita por J. da C. Barbosa em 1841 na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo 3, 478. Nasceu aos 4/3/1770 na Bahia e faleceu aos 8/9/1836 no Rio de Janeiro. Formou-se em Teologia e Leis na Universidade de Coimbra. Oficial da Secretaria dos Ministérios da Fazenda e dos Negócios. Deputado Constituinte pela Bahia. Senador do Império. Ministro da Justiça. Regente do Império.
http://www.nethistoria.com/docs/100/docs02.shtml
http://www.arqnet.pt/portal/biografias/carneiro_campos.html
http://www.cebela.org.br/txtpolit/socio/indice1.html
http://www.receita.fazenda.gov.br/historia/sintesehistorica/sintese_b.htm
1-2 Francisco Carneiro de Campos Nasceu em 1779 na Bahia e faleceu aos 8/12/1842 no Rio de Janeiro.Formado em Direito pela Universidade de Coimbra. Professor de Filosofia na Bahia. Desembargador da Relação da Bahia e da Casa da Suplicação. Membro da Junta Provisória da Bahia. Deputado Constituinte pela Bahia. Ministro dos Negócios Estrangeiros. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça. Casado na Freguesia de Santana, em 21 de setembro de 1809, com Maria José Carolina Maya, filha legítima de José da Silva Maya e Anna Joaquina (dados fornecidos por Luis Leal Filho).
http://www.stf.gov.br/ministros/imperio/imperio.asp?cod_min=20
Veja os relatórios do Ministério dos Negócios Estrangeiros escritos por Francisco Carneiro de Campos :
http://wwwcrl-jukebox.uchicago.edu/bsd/bsd/u1467/index.html
http://wwwcrl-jukebox.uchicago.edu/bsd/bsd/u1468/index.html
1-3 Manuel Carneiro de Campos. Natural da Bahia, 1768 - Santana do Sacramento. Deputado da Junta do Comércio e Oficial Maior do Ministério da Marinha. Casado com Maria Ignácia de Jesus Ferreira França, falecida em 20/4/1842 no Rio de Janeiro. A sua esposa era irmã de Clemente Ferreira França, o Marquês de Nazaré, Ministro da Justiça.
http://wwwcrl-jukebox.uchicago.edu/bsd/bsd/almanak/al1849/00000067.html
http://wwwcrl-jukebox.uchicago.edu/bsd/bsd/almanak/al1846/00000116.html
1-3-1 Carlos Carneiro de Campos, 3° Visconde de Caravelas. A sua biografia está no livro Presidentes da Província de São Paulo, 835-839. Nasceu na Bahia a 1/11/1805 e faleceu no Rio de janeiro a 28/4/1878. Doutor em Direito pela Universidade de Paris. Professor e Diretor da Academia de Direito de São Paulo. Deputado provincial e geral por São Paulo. Senador. Presidente da província de São Paulo e de Minas Gerais. Ministro da Fazenda e dos Estrangeiros.
http://www.cebela.org.br/txtpolit/socio/vol2/B_106_07.html
http://www.receita.fazenda.gov.br/historia/catalogo/LetraM/minis_fazenda.htm
http://www.mre.gov.br/acs/diplomacia/portg/arquivo/chc002.htm
http://www.al.sp.gov.br/acervo/governantes1.htm
1-3-2 Frederico Carneiro de Campos. Coronel do Corpo de Engenheiros. Natural da Bahia. estudou na Europa. Participou da Comissão de mapeamento das fronteiras do Império com as Guianas, na Amazônia. Foi Presidente da Província da Paraíba e Deputado Geral pelo Rio de Janeiro. Indicado presidente da província do Mato Grosso. Foi capturado pelos paraguaios em 12/11/1864 a bordo do navio mercante imperial Marquês de Olinda, no rio Paraguai, fato que causou a Guerra do Paraguai. Faleceu na fortaleza paraguaia de Humaitá em 3/11/1867, como prisioneiro de guerra. Morreu de fome e de maus-tratos impostos pelos paraguaios. Alguns meses depois, as nossas tropas tomariam essa fortaleza do ditador paraguaio. A sua biografia está na Revista do Instituto Histórico e Geográfico, Volume 272 : 1966, 301-310. Fé de Ofício do Coronel Frederico Carneiro de Campos. Foi casado com Auta Ferreira França, que enlouqueceu com tamanho sofrimento.
1-3-3 Henriqueta Carneiro de Campos. Nascida em 20/1/1817 no Rio de Janeiro e falecida em 20-5-1857 no Rio de Janeiro. Casada em 15/4/1834 com José Manoel da Costa Barros e Azevedo. 4° avós de Ricardo Costa de Oliveira.
1-3-4 Gabriela Elisa Carneiro de Campos. Casada com Cornélio Ferreira França, Ministro do Supremo Tribunal.
1-4 João Carneiro de Campos. Oficial da Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça e criador desta repartição.
http://www.mongeral.com.br/Historico01.htm
http://wwwcrl-jukebox.uchicago.edu/bsd/bsd/almanak/al1849/00000041.html
1-5 Joaquim Carneiro de Campos. Casado com Maria Pereira de Morais Campillo.
1-5-1 Joana Carneiro de Campos. Casada com Manuel Alves Branco, 2° Visconde de Caravelas. Formado em Direito. Deputado Geral pela Bahia. Senador. Ministro da Justiça, dos Estrangeiros, da Fazenda e do Império. Presidente do Conselho.
1-5-2 José Tibúrcio Carneiro de Campos. Oficial da Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça.
http://wwwcrl-jukebox.uchicago.edu/bsd/bsd/almanak/al1844/00000035.html
Várias Fontes. Pesquisa em andamento. Gostaria muito de novas contribuições.
Abraços
Ricardo Costa de Oliveira
Curitiba / Paraná
rco2000@uol.com.br
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Documentos do Arqivo Histórico Ultramarino (Arquivos do Projeto Resgate) sobre os Carneiro de Campos :
[ant. 1768, Agosto, 6]
REQUERIMENTO do negociante da praça da Bahia José Carneiro de Campos ao rei [D. José] solicitando ordem para que se repreenda o ouvidor-geral do cível na Relação da Bahia Francisco Martins da Silva por ter exorbitado do seu poder, concorrendo para a prisão do suplicante por este não ter aceitado desfazer o negócio da venda de um escravo ao filho do mesmo ouvidor.
AHU-Baía, cx. 167, doc. 19.
AHU_ACL_CU_005, Cx. 162, D. 12284.
1768, Setembro, 9, Lisboa
OFÍCIO do [secretário de estado] ao governador e capitão-general da capitania da Bahia, marquês do Lavradio, Luís de Almeida Portugal Soares de A. E. e M. São Mascarenhas ordenando que dê parecer sobre o requerimento de José Carneiro de Campos.
Obs.: não diz o conteúdo do requerimento.
AHU-Baía, cx. 167, doc. 32.
AHU_ACL_CU_005, Cx. 162, D. 12295.
[ant. 1781, Abril, 29]
REQUERIMENTO do capitão do Regimento dos Úteis da Bahia, José Carneiro de Campos, à rainha, [D. Maria I], solicitando confirmação de patente.
AHU-Baía, cx. 183 , doc. 30
AHU_ACL_CU_005, Cx. 181, D. 13466.
1797, Março, 15, Lisboa
OFÍCIO do reitor Principal Castro ao [secretário de Estado da Marinha e Ultramar] D. Rodrigo de Sousa Coutinho referente ao requerimento de Francisco Carneiro de Campos solicitando a cadeira de Filosofia Racional e Moral na Bahia.
Anexo: 3 docs.
AHU-Baía, cx. 205 doc.35 e 46
AHU_ACL_CU_005, Cx. 205, D. 14683
1800, Outubro, 24, Queluz
AVISO do [secretário de estado da Marinha e Ultramar] D. Rodrigo de Sousa Coutinho, ao presidente do Conselho Ultramarino, conde de Resende, D. António José de Castro, para que se faça consulta sobre a petição do capitão de granadeiros José Carneiro de Campos solicitando a propriedade de um dos seguintes ofícios na cidade da Bahia: administrador da Alfândega, escrivão da Inspeção, escrivão dos feitos ou escrivão da Intendência do ouro.
Anexo: 3 docs.
AHU-Baía, cx. 218 , doc. 45 e 54
AHU_ACL_CU_005, Cx. 218, D. 15267.
1802, Julho, 15, Lisboa
CONSULTA do Conselho Ultramarino ao príncipe regente D. João sobre o requerimento de José Carneiro de Campos solicitando a propriedade ou serventia de ofícios na cidade da Bahia.
Anexo: certidão.
AHU-Baía, cx. 223, doc. 40
AHU_ACL_CU_005, Cx. 225, D. 15635.
[ant. 1803, Fevereiro, 11]
REQUERIMENTO de Francisco Carneiro de Campos, professor régio de Filosofia da cidade da Bahia ao príncipe regente [D. João] solicitando licença de um ano para ir à Corte tratar de sua saúde.
AHU-Baía, cx.226, doc. 22
AHU_ACL_CU_005, Cx. 227, D. 15779.
[post. 1803]
REQUERIMENTO de Francisco Carneiro de Campos ao príncipe regente [D. João] solicitando passaporte para a Bahia.
Anexo: 1 doc.
AHU-Baía, cx.232, doc. 36
AHU_ACL_CU_005, Cx. 230, D. 15933.
[post. 1804, Novembro, 21]
REQUERIMENTO do bacharel Francisco Carneiro de Campos, professor régio de filosofia na Cidade da Bahia ao príncipe regente [D. João] solicitando prorrogação da sua licença de 1 ano para continuar na Corte em tratamento de saúde.
Anexo: 2 docs.
AHU-Baía, cx.232, doc. 7
AHU_ACL_CU_005, Cx. 234, D. 16166.
[ant. 1810, Fevereiro, 10]
REQUERIMENTO do oficial da Secretaria de Estado dos negócios da Fazenda Joaquim José Carneiro de Campos ao príncipe regente [D. João] solicitando passaporte para a Bahia ou outro porto brasileiro.
Anexo: 1 doc.
AHU-Baía, cx. 4, doc. 5
AHU_ACL_CU_005, Cx. 253, D. 17417.
Documentos sobre Joaquim Ferreira França, pai de Maria Ignácia Ferreira França c.c. Manuel Carneiro de Campos.
1777, Agosto, 6, Queluz
DECRETO da rainha D. Maria I ordenando que, conforme a petição de José Constâncio Valle e Joaquim Ferreira França, na Alfândega da Bahia, não paguem direitos alguns materiais da relação inclusa, assinada pelo secretário de estado da Marinha e Ultramar, Martinho de Melo e Castro.
Anexo: mapa de materiais.
AHU-Baia, cx. 176, doc. 42
AHU_ACL_CU_005, Cx. 173, D. 13043.
[ant. 1775, Novembro, 3]
REQUERIMENTO de José Constâncio Valle e Joaquim Ferreira França, ao rei [D. José] solicitando provisão para na Alfândega da Bahia se lhe darem livres de direitos os apetrechos para um navio que estão a construir na cidade do Porto.
Anexo: 4 docs.
AHU-Baia, cx. 174, doc. 44
AHU_ACL_CU_005, Cx. 171, D. 12901.
[ant. 1822, Abril, 29]
REQUERIMENTOde Custódia Maria ao rei [D. João VI] solicitando passaporte com destino à Bahia.
Anexo: atestado.
AHU-Baía, cx. 6, doc. 78.
AHU_ACL_CU_005, Cx. 268, D. 18922.
Na dúvida se é a Custódia Maria, a mulher de José Carneiro de Campos.
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Divino Salvador de Penamaior, Paços de Ferreira, Porto.
Batismo de José, filho de Manuel Carneiro e de sua mulher Josefa da Campos, do lugar da “Bouça”. Nasceu aos 16/11/1729 e foi batizado aos 21/11/1729 (L2, 108). Teve por padrinho a José de Campos e Maria, filha solteira de Doimingos de Campos, do lugar de Cô.
Manuel Carneiro, casado, faleceu da vida presente com a idade de 50 anos pouco mais ou menos. Faleceu aos 16/8/1739 (L1, 336v.) e sua mulher Josefa de Campos lhe fez seu enterro e um ofício de corpo presente de cinco padres. Foi enterrado dentro desta Igreja de Penamaior e deu as ofertas costumadas e somente não deu o alqueire de pão.
Manuel. Nascido aos 2/2/1684 (L1, 75v.), batizado aos 6. Filho de Manuel Carneiro e de Maria Ferreira, do lugar de Cô.
Josefa. Nascida aos 5/6/1700 (L1, 98), batizada aos 6. Filha de Antonio de Campos e de Maria Francisca de Cô. Por padrinho Antonio, filho de Antonio de Campos. Batizou o Padre Antonio Pinto Carneiro.
Custodia. Batizada pelo padre Antonio Dias de Campos, com a expressa licença e na presença do Padre Luiz Borges de Souza, aos 29/5/1726. Nasceu aos 25/5/1726 (90). Filha de Manuel Carneiro e de Josefa de Campos. Por padrinho Manuel Velho e Clara, solteira, filha de Antonio de Campos, do lugar de Cô. Testemunhou o Padre Leandro Carneiro Barbosa e Domingos de Campos, do lugar de Cô.
Na página 51, encontramos um assento em que está escrito que Antonio Dias de Campos era clerigo in minoribus, filho de Antonio de Campos.
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Maria Francisca, mulher de Antonio de Campos, do lugar de Cô desta freguesia. Faleceu aos 28/1/1728 (L2, 338v.) com todos os sacramentos, 70 anos. Sepultada no dia 30. Não consta que fizesse testamento. Seu marido no dia do enterro lhe mandou fazer um ofício de corpo presente de 30 padres e missa de canto de órgão. Padre Luiz Borges de Souza.
Antonio de Campos. Faleceu aos 25/7/1734 (L2, 357 v.). 76 anos pouco mais ou menos. Sepultado na Igreja aos 26. Ofício com 20 padres.
Casamento de Antonio de Campos com Maria Francisca em 17/6/1680 (L1, 183v.). Ele era filho de Cosme de Campos, da freguesia de Meixomil. Ela era filha de Francisco Dias e de Senhorinha (? abreviatura). Reitor Antonio Pinto Carneiro.
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Caro Ricardo Costa de Oliveira
Encontro-me a pesquisar o meu lado paterno centrado na freguesia de Modelos-Paços de Ferreira com ligações a várias freguesias de Paços e de Paredes (13 de momento). Tenho um ramo "Carneiro Barbosa" que deu (Carneiro Leal e Carneiro Leão), ainda não explorado de Carvalhosa, freguesia contígua à de Penamaior. Neste momento estou a pesquisar outras freguesias, mas quando pesquisar a freguesia de Penamaior vou estar atento aos nomes que indicou. A Penamaior tenho ligações a uma Maria João (cerca 1650)casada com um Manuel Ferreira de Freamunde e penso que também através de uma Catarina Velho casada com um Domingos António, de Modelos pois os padrinhos do 1º filho nascido em 1667 eram "o Padre Pedro Velho e sua irmã, moça solteira, de Penamaior.
Resido em Odivelas, junto a Lisboa e para facilitar as minhas pesquisas tenho comprado os microfilmes que me interessam no Arquivo Distrital do Porto e depois, com autorização, faço a pesquisa na Torre do Tombo em Lisboa.
Os registos que me interesam copio-os do microfilme com um scaner
Posso informar que Bouça é um lugar da freguesia de Penamaior.
Se estiver interessado posso enviar por e-mail um ficheiro em word, sobre a Casa da Praça (publicado na Gazeta de Paços de Ferreira), da freguesia de Frazão, freguesia contígua à de Penamaior no qual existe a referência a vários
"Carneiros". Esta família teve vários interesses no Brasil.
Ao seu dispor
Cumprimentos
Carlos Leal Machado
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Caro Carlos
Gostaria de receber esse material sim. O meu endereço é rco2000@uol.com.br. Se o colega tiver mais nomes de Penamaior é só me passar porque estou com os microfilmes de lá. Os do século XVII são meio complicados de se ler, mas vamos tentar.
Obrigado e melhores cumprimentos
Ricardo
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Agradeço muito aos colegas Pedro França, Judite Esteves, António Forjó e Rui Pereira pela contribuição na leitura de documentos relacionados à genealogia das famílias Ferreira França e Carneiro de Campos :
José Carneiro de Campos
Inquisição de Lisboa - Carta de Familiar em 22 de Março de 1765
Maço 101 - Diligência n. 1438
-------
Caro Ricardo Costa de Oliveira:
Desta vez o processo veio à leitura.
1. José Carneiro de Campos, n. 16.09.1729, lugar da Bouça, freguesia
de Penamaior, morador na Bahia, na freguesia de N. S. da Conceição da
Praia. Homem de negócio, solteiro, sem filhos ilegítimos. Sendo
rapaz, sem ofício, se embarcou para os Brasis. Sabe muito bem ler e
escrever, tem muito cabedal (conforme as testemunhas: até 20.000
cruzados (2 tests.); 30.000 cruzados (1 test.); até 40.000 cruzados
(1 test.)), manda dinheiros a sua mãe, ainda viva em 29.01.1765.
Pais:
2. Manuel Carneiro, mercador de pano de linho, n. lugar da Bouça,
cas. (Penamaior 01.06.1724) com
3. Josefa de Campos, n. do lugar de Có, freguesia de Penamaior.
Avós:
4. João Carneiro, lavrador, n. Bouça (já defunto quando o filho
casou), cas. com
5. Maria de Sousa, n. Bouça.
6. António de Campos, lavrador, n. Có, cas. com
7. Maria Francisca, n. do lugar de Além, freguesia de Penamaior.
Bisavós:
8. João Carneiro.
9-13. ?
14. Francisco Dias.
15. ?
Casado com
1. Custódia Maria do Sacramento (irmã inteira do Reverendo Padre Frei
João de Santa Rosa Arruda, Religioso de Nossa Senhora do Monte do
Carmo da Cidade da Bahia). Nascida a 10(?).04.1743 e baptizada a
02.05.1743 na Matriz de São Pedro da Bahia. A sua família tinha
escravos, pois uma testemunha declara que "às vezes as escravas de
casa dão recados à mulher dele testemunha em nome de sua senhora
Custódia...".
Pais:
2. Tomás de Arruda Pimentel, n. da vila de Água de Pau, ilha de São
Miguel, Açores. Ainda vivo em 03.02.1768. Foi para o Brasil de pouca
idade (uma das testemunhas diz especificamente 15 anos). Tem o ofício
de marceneiro. Serviu de tesoureiro na Irmandade do Santíssimo
Sacramento da freguesia de São Pedro. Tinha um irmão chamado Manuel
de Oliveira de Arruda, cirurgião, que casou na cidade de Ponta
Delgada (Açores), e mais duas irmãs. Cas. (Matriz de São Pedro da
Bahia 29.07.1728, sendo uma das testemunhas o Pe. João Machado de
Barcelos) com
3. Rosa Maria de Assunção, n. da freguesia de São Pedro Velho da
cidade da Bahia. Irmã inteira de 3 padres, todos já defuntos: Inácio
Machado de Barcelos, João Machado de Barcelos e Custódio Machado de
Barcelos. O Pe. João era o mais velho, teve fama de grande pregador,
viveu alguns anos cego e assim morreu. O Pe. Inácio morreu entrevado
na cidade da Bahia. O Pe. Custódio faleceu na Capela do Senhora da
Lapa no sertão do Rio de São Francisco do Arcebispado da Bahia.
Avós:
4. Manuel de Arruda Pimentel, n. de Água de Pau, "era dizimeiro"
ou "vivia de sua agência" ou "vivia de seu maneio", cas. com
5. Inês de Oliveira, n. Água de Pau. Ambos já defuntos quando o filho
casou.
6. Tomé Machado Barcelos, mestre pedreiro, "foi mestre na obra do
Forte de S. Pedro em um resto que faltava para se consumar o dito
forte", n. da freguesia de São Bartolomeu dos Regatos, ilha Terceira,
Açores, cas. (Matriz de N. S. Conceição da Bahia 28.05.1699) com
7. Helena da Cruz, n. da cidade da Bahia, freguesia de N. S.
Conceição da Praia. Tinha sido anteriormente casada com Manuel Soares
de Almeida.
Bisavós:
8-11. ?
12. João Machado e
13. Catarina Nogueira, ambos naturais da ilha Terceira.
14. José da Silva Lisboa, cas. com
15. Maria da Silva.
Em Água de Pau, a testemunha Duarte Tavares de Medeiros, lavrador,
casado com Antónia de Pimentel Cordeiro, natural e sempre morador na
freguesia de Água de Pau, de cerca de 74 anos de idade (em
11.07.1771), disse ser parente de Tomás de Arruda Pimentel em grau
proibido mas não saber o grau.
Apenas uma nota: eu próprio tenho muitos antepassados documentados em
Água de Pau (cerca de 50), incluido uma linha Pimentel e outra
Oliveira. Infelizmente os registos de casamento desta vila começam
apenas em 1729. Entre as testemunhas da inquirição em Água de Pau
conta-se um antepassado meu, e foi ele que disse que Tomás de Arruda
Pimentel tinha 15 anos quando partiu para o Brasil.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Pereira
---------
Trata-se de um retrato da formação do Brasil e da mobilidade social na construção do Estado Brasileiro.
Abraços
Ricardo Costa de Oliveira
20/11/2003
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Mais um ramo :
Seria a 1-3-5 Teresa Leonor Joaquina Carneiro de Campos
João José de Oliveira Junqueira foi casado com D. Teresa Leonor Joaquina Carneiro de Campos, filha do Conselheiro Manoel Carneiro de Campos e D. Maria Ferreira França, sobrinha do Marquês de Caravelas.
JOÃO JOSÉ DE OLIVEIRA JUNQUEIRA, filho de João José de Oliveira e D. Rita Caetana Gonçalves Junqueira, nasceu em Salvador, na capitania da Bahia.
Em 1821, matriculou-se na Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra, onde recebeu o grau de Bacharel — carta de 21 de junho de 1826.
Em resolução de 18 de maio de 1827, foi nomeado Juiz do Crime dos bairros da Candelária e Santa Rita da Corte do Rio de Janeiro, cargo a que foi reconduzido, em decreto de 18 de outubro de 1829. Em decreto dessa data, foi nomeado Desembargador da Relação de Pernambuco, continuando no exercício do aludido cargo de Juiz do Crime.
Em decreto de 12 de dezembro de 1827, D. Pedro I concedeu-lhe o foro de Fidalgo Cavaleiro.
Em decreto de 24 de setembro de 1831, foi determinado que tivesse, na Relação da Bahia, o exercício do seu cargo na de Pernambuco.
Em portaria de 14 de março de 1833, do Ministro da Justiça, foi declarado que ficava pertencendo à Relação de Pernambuco, havendo sido alterada essa declaração em outra portaria, de 22 de julho do mesmo ano, designando-o para a Relação da Bahia.
Longos anos aí serviu até ser nomeado, em decreto de 25 de abril de 1857, Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, na vaga aberta com a aposentadoria concedida a Antonio Pereira Barreto Pedroso; tomou posse em 23 de maio seguinte.
Foi aposentado em decreto de 28 de agosto de 1861.
Foi Deputado à Assembléia-Geral Legislativa pela província da Bahia, na 9ª legislatura (1853-1856), substituindo, a partir de 16 de julho de 1856, João Maurício Wanderley, nomeado Senador em maio desse ano, e na 10ª (1857-1860), como suplente de Luiz Antonio Pereira Franco.
Foi agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo e o título do Conselho.
Do seu consórcio com D. Teresa Leonor Joaquina Carneiro de Campos nasceu o Conselheiro João José de Oliveira Junqueira, falecido a 9 de novembro de 1887, que foi magistrado, Ministro de Estado nos Gabinetes de 7 de março de 1871 e 20 de agosto de 1885 e Senador pela referida província da Bahia, casado com D. Maria do Patrocínio de Almeida Junqueira, filha dos Barões de Jacuípe.
O Ministro do Supremo Tribunal de Justiça João José de Oliveira Junqueira, depois de aposentado, fixou residência na província da Bahia, onde faleceu a 27 de março de 1867, na cidade de Salvador.
Fonte : Supremo Tribunal Federal
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XV
Caro Ricardo de Oliveira
Não sei se sabe , mas existe em Penamaior a casa da Bouça, exemplar típico do da casa nobre da região, de facto encontro referência a Caetano José Carneiro Barbosa casado com Costódia Carneiro de Campos, Lug. da Bouça, Penamaior, pais de Teodora Maria Carneiro Barbosa casada com Costódio José Ferreira de Matos, Sr. da casa da Ermida, Penamaior, os quais foram pais de José Ferreira de Matos que casou em 3 de 10 de 1821, Penamaior, com Clara Carneiro, da casa de Vilaverde, Refojos. (tinham largos bens tb no Brasil creio que no Recife)
A família de Brás Carneiro Leão, estava tb ligada aos acima pelo casamento em Penamaior de António José Carneiro (Leão) com uma irmã de Clara Carneiro em 19 de fev de 1810. Ora este António José Carneiro era filho de Frederico José Carneiro e de Felicia Carneiro Leão, filha do Cap. Manuel Martins Carneiro (oriundo de Penamaior) e de Rafaela Carneiro Leão, Meixomil.
Ora estes Carneiros passaram ao Brasil por mão de Brás Carneiro Leão, FCA(armas plenas de Carneiro!)etc.
Serão parentes? Eram ambos Carneiros de Penamaior.
Conhece a referencia de Felgueiras Gaio a Carneiros em Penamaior? Tit de Carneiros e Tit de Rangeis, com descendencia local?
Os parabens por uma tópico bem feito.
Cumprimentos
Rogerio P. Ferreira
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Rio de Janeiro
Prezado e ilustre amigo Ricardo
Segue alguns acréscimos ao detalhado estudo que vens realizando sobre a Família Carneiro de Campos:
INFORMAÇÃO SUA: 1 - José Carneiro de Campos casou com Custódia Maria do Sacramento, filha de Tomás Arruda Pimentel e de Rosa Maria de Assunção, em 2/7/1769, na freguesia de São Pedro Velho, Salvador.
ACRÉSCIMOS: Amigo Ricardo, foram padrinhos deste casamento, Antonio Pereira de Araújo e o capitão de Auxiliares Domingos Alves Branco.
Filhos :
INFORMAÇÃO SUA: 1-1 José Joaquim Carneiro de Campos, Marquês de Caravelas. A sua biografia foi escrita por J. da C. Barbosa em 1841 na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Tomo 3, 478. Nasceu aos 4/3/1770 na Bahia e faleceu aos 8/9/1836 no Rio de Janeiro. Formou-se em Teologia e Leis na Universidade de Coimbra. Oficial da Secretaria dos Ministérios da Fazenda e dos Negócios. Deputado Constituinte pela Bahia. Senador do Império. Ministro da Justiça. Regente do Império.
ACRÉSCIMOS: Amigo Ricardo, José Joaquim nasceu em Salvador, e faleceu no Rio de Janeiro, solteiro, na rua do Areal. Foi sepultado na Igreja da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula, cujos restos mortais foram trasladados para o novo Cemitério de São Francisco de Paulo, também conhecido como Cemitério do Catumbi, em 1850.
Teria sido proposital a exclusão das mulheres ???. Entre José, acima, e Francisco, abaixo, existe uma irmã:
ACRÉSCIMOS=== I-3. Ana Joaquina de São José Carneiro, que foi batizada a 20 de junho de 1771, e casada três vezes. Foi uma das que se apresentou no inventário de seu irmão, o Marquês.
INFORMAÇÃO SUA: 1-2 (que seria I-3) Francisco Carneiro de Campos Nasceu em 1779 na Bahia e faleceu aos 8/12/1842 no Rio de Janeiro.Formado em Direito pela Universidade de Coimbra. Professor de Filosofia na Bahia.
ACRÉSCIMOS: === No início da carreira, serviu como Ouvidor da Comarca de Porto Seguro, Bahia. Depois, Provedor dos Defuntos e Ausentes da mesma comarca. Juiz de Órfãos em Salvador.
INFORMAÇÃO SUA: Desembargador da Relação da Bahia e da Casa da Suplicação. Membro da Junta Provisória da Bahia. Deputado Constituinte pela Bahia. Ministro dos Negócios Estrangeiros. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça. Casado na Freguesia de Santana, em 21 de setembro de 1809, com Maria José Carolina Maya, filha legítima de José da Silva Maya e Anna Joaquina (dados fornecidos por Luis Leal Filho).
ACRÉSCIMOS: === Tiveram três filhos.
INFORMAÇÃO SUA: 1-3 (que seria I-4) Manuel Carneiro de Campos. Natural da Bahia, 1768 - Santana do Sacramento. Deputado da Junta do Comércio e Oficial Maior do Ministério da Marinha. Casado com Maria Ignácia de Jesus Ferreira França, falecida em 20/4/1842 no Rio de Janeiro. A sua esposa era irmã de Clemente Ferreira França, o Marquês de Nazaré, Ministro da Justiça.
ACRÉSCIMOS: === Manuel morava na fazenda do Bom Retiro, no Baldeador, comarca de Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Tiveram 7 filhos, mais três além dos que foram apontados.
INFORMAÇÃO SUA: 1-4 (que seria I-5) João Carneiro de Campos. Oficial da Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça e criador desta repartição. (cargo que exerceu até o ano de 1827)
ACRÉSCIMOS: === Foi escriturário da Contadoria da Junta da Fazenda, em Pernambuco.
Foi Conselheiro do Império, Comendador da Ordem de Cristo, etc....... Faleceu a 20.03.1860. Foi casado.
INFORMAÇÃO SUA: 1-5 (que seria I-6) Joaquim Carneiro de Campos. Casado com Maria Pereira de Morais Campillo.
ACRÉSCIMOS: ==== Joaquim nasceu por volta de 1771. Foi casado a 16.02.1795, em primeiras núpcias, com Maria Pereira de Morais Campilho, filha do sargento-mor Manuel Pereira Chaves de Morais e de Dorotéa Augenia de Santa Clara.
Teve mais dois casamentos.
Teve ao todo oito filhos, ou seja, seis a mais que os dois apontados.
Mais uma vez excluiu-se as mulheres, irmãs do Marquês:
I-7. Maria Rosa do Espírito Santo Carneiro
I-8. Josefa Angélica do Paraíso.
Um forte abraço
Cau Barata
PS: Tenho um levantamento da família Carneiro Leão, que fiz há quase 15 anos, quando me dediquei a levantar as famílias de Pernambuco. Foram quase 10 mil páginas que, naquela época cheguei a mostrar a um genealogista pernambucano, Dr, Reynaldo Carneiro Leão, quando esteve no Rio de Janeiro, e passou em minha casa.
Reynaldo é um grande estudioso destas famílias, e um dos que ajudou a manter o valioso acervo do Dr. Orlando Cavalcanti de Albuquerque, que eu considero o Borges da Fonseca do final do século XIX. É impressionante o acervo documental que deixou, hoje depositado no Instituto Histórico Arqueológico de Pernambuco.
Há alguns anos fiz uma palestra sobre a importância de Orlando Cavalcanti de Albuquerque, numa disputa de nomes para constar como patrono de uma das cadeiras do Colégio Brasileiro de Genealogia, no Rio de Janeiro. Conseguimos.
Já li a contribuição do Rogerio P. Ferreira. Ótima.
Vou enviar, mais adiante, alguns dados das duas famílias Carneiro Leão, que passaram para o Brasil: uma em Pernambuco e outra em Minas Gerais/Rio de Janeiro, com a cadeia genealógico até o seu entroncamento no Porto, das quais havia colocado algumas notas no Dicionário das Famílias Brasileiras.
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XV
Caro Rogério P. Ferreira
Obrigado pela mensagem. Gosto de procurar confirmar nas fontes primárias os parentescos (sempre que possível). Há várias famílias com o nome de Carneiro (do Norte de Portugal- região do Porto) e que vieram para o Brasil. As suas informações são muito interessantes e curiosas. Não conheço as referências do Gaio e procurarei encontrá-las para verificar se é possível fundamentar e documentar a hipótese (geralmente tenho reservas em relação a entroncamentos em nobiliários).
Grato pela ajuda e espero por outras novidades !
Nossos cumprimentos
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Caro Cau Barata
Obrigado pelas complementações e informações. A presença do amigo sempre enriquece o debate genealógico ! Ainda não consultei o inventário do Marquês de Caravelas. Li em uma das Publicações do Arquivo Nacional que inventário data de 1836 - Juízo da 3ª Vara Civel. Também não conheço o trabalho em que o colega cita no Dicionário Barata das FB (Genealogia dos Carneiro de Campos - Horácio Rodrigues da Costa).
Grato pela importante contribuição e aguardando as próximas (nos mais diversos tópicos).
Um grande abraço
Ricardo
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XV
Caro Ricardo Costa de Oliveira
Concordo consigo, eu tb confirmo nas fonte primárias as informações dos nobiliários.
Famílias com o apelido Carneiro da região do Porto - norte de Portugal, que passaram ao Brasil podem ser muitas, de facto não sei. Mas os Carneiros de Campos e os Carneiros Leão(do Brás) são ambos Carneiros da freguesia de S. Salvador de Penamaior, do antigo concelho de Refojos de Riba d`Ave,antigo termo da cidade do Porto e isto no sec XVII, de momento não tenho aqui a dados demográficos, mas a probabilidade de serm parentes é enorme. A freguesia não era grande em extensão nem em população.
Tenho estudado melhor a o vale vizinho de Refojos onde isso se passa com os Carneiros e onde havia casamentos tb com Penamaior.
As referencias no Gaio são outro assunto. Ver Tit de Carneiros§158 Carneiros de Val de Suzo . T9 p60 (Val de Suzo é um lugar de Penamaior) e Tit de Rangeis §6 (Jeronimo Carneiro) e §39.
Eu também tenho sérias dúvidas sobre este entroncamento destes Carneiros de Penamaior.
Mas na verdade na vizinha freguesia de Penamaior, na freg de Monte Cordova os seus Abades eram Carneiros, ver tit Carneiros §24 Afonso Carneiro Abade de Monte Cordova, pai de Leonor Carneiro cc 1500 Luía Alz Rangel avô do dito Jeronimo. O facto de estes Carneiros terem sido Abades de Monte Cordova está comprovado documentalmente.
Os microfilmes que vi de Penamaior no Arq Dist Porto não estavam em boas condições.
Com os melhores cumprimentos
Rogério Penha Ferreira
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XV
Caro Rogério Penha Ferreira
Trata-se de uma boa questão. O entroncamento das duas famílias (Carneiro de Campos e Carneiro Leão) em um único título genealógico seria formidável. A metodologia empírica é fundamental para comprovarmos essa relação. Gosto muito de integrar a genealogia nos elementos da história econômica. Os historiadores não entendem nada de genealogia e com isso eles não conseguem compreender o filme todo com o seu enredo, ficando sempre no quadro isolado (quando muito em poucos quadros, sem ter a visão do todo). A família Carneiro de Campos em uma trajetória meteórica se tornou a principal família política baiana do Primeiro Reinado, com a sua estrutura de casamentos e de parentescos na Corte do Rio de Janeiro. As origens do Brás Carneiro Leão, emigrado rapaz para o Rio de Janeiro, também precisam ser analisadas para compreendermos a construção da sua monumental fortuna. Em 1808 a fortuna dele era de 1:500:000$000 (mil e quinhentos contos de réis), valor superior ao do Banco do Brasil em 1809 (1:200:000$000). A sua esposa D. Ana Francisca Rosa Maciel da Costa recebeu o título de Baronesa de São Salvador de Campos dos Goitacases em 1812, a primeira brasileira a receber um título da Coroa como esse.
Haveria relacionamento social, econômico ou político entre os Carneiro Leão com os Carneiro de Campos ? Qual a origem das fortunas ? Eles se reconheceriam como parentes ? Formariam uma rede social ? O fato é que as parentelas deles representavam boa parte da primeira elite imperial brasileira na Corte do RJ. O Colega Barata tem um importante verbete sobre os Carneiro Leão no Dicionário das Famílias Brasileiras.
Temos questões que só a pesquisa documental pode responder e aprofundar.
Grato pelas informações e vamos continuar pesquisando para ver se conseguimos mais respostas.
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XV
Caro Ricardo Costa Oliveira
Agradeço a sua resposta inteligente. Tentarei não a desmerecer.
Também procuro integrar a genealogia na história, e tenho uma visão da genealogia como parentesco, e como estudo das estratégias de alianças e de sucessões, numa visão antropólogica. Concordo consigo na visão que tem sobre a generalidade dos historiadores.
Julgo que não se pode entender a história de Portugal sem o Brasil, mas creio que existe em geral muita dificuldade em entender o processo de passagem ao Brasil. E sem estudar os dois lados do Atlântico nos processos familiares não iremos perceber todo o "filme".
As suas perguntas são pertinentes. Podiam ser parentes, mas será que se reconheciam como parentes? Se existia algum relacionamento? No Brasil, e em Penamaior?
Eu tenho alguma dificuldade em entender este processo de passagem para o Brasil, e o estabelecimento ou o retorno, as redes familiares ou de vizinhança na passagem para o Brasil.
Creio que os genealogistas ainda teram muito a descobrir, mas vamos precisar dos dois lados do
Atlântico. E claro que só a pesquisa documental poderá trazer algo de novo.
Quem e quantos e desde quando, de Penamaior e freguesias vizinhas passaram ao Brasil, e que sucesso tiveram, em que regiões do Brasil se estabeleceram, que actividades exerceram?
O sucesso destes é excepcional? E ambas são oriundas da mesma freg., existem outras?
Os processos para familiar do Santo Oficio devem ajudar a responder, como já o fez.
A notável obra Dic Fam Brasileiras tem outras da mesma zona?
Com os melhores cumprimentos
Rogério Penha Ferreira
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RE: Carneiro de Campos, S. Sdor de Penamaior, s.XVIII
Eu sempre fui um admirador do Marquês de Caravelas, irmão do meu 5° Avô, o Conselheiro Manuel Carneiro de Campos. A família no Rio de Janeiro, nesse período, era um núcleo burocrático na institucionalização do Estado Nacional, com o poder monárquico do Primeiro Reinado.
31º Encontro Anual da ANPOCS, de 22 a 26 de outubro de 2007, Caxambu, MG;
ST 32 Teoria Política: República, Constituição e Justiça
Christian Edward Cyril Lynch
Universidade Federal Fluminense Fundação Casa de Rui Barbosa
O Debate Político-Constitucional da Independência: o Caso do Marquês de Caravelas
Monarquia sem despotismo e liberdade sem anarquia: o Marquês de Caravelas e a formação da teoria política e constitucional brasileira.
...este trabalho constitui uma primeira tentativa de recuperar do limbo as reflexões do Marquês de Caravelas, senador e conselheiro de Estado que foi o principal doutrinador de direito público da Constituinte de 1823 e autor da Constituição Imperial.
José Joaquim Carneiro de Campos, Marquês de Caravelas, burocrata e político liberal que desempenhou um papel central na recepção e aclimatação do discurso liberal europeu durante a Constituinte de 1823. Defensor de um projeto constitucional caracterizado por uma Coroa forte, foi ele quem desenvolveu os
mais sofisticados argumentos no sentido de convencer a Constituinte a conferir ao Imperador os poderes que julgava necessários ao projeto monarquiano brasileiro. Por conta de seu desempenho, ele foi escolhido por Pedro I para suceder ao próprio José Bonifácio, na condição de seu primeiro-ministro, e foi por ele encarregado de, na condição de conselheiro de Estado, depois de dissolvida a Constituinte, de escrever e relatar o novo projeto de Constituição do Império. Foi quando nela inseriu o Poder Moderador, cuja adoção defendera na Constituinte como meio de conciliação entre a ordem e a liberdade, e que viria a se achar no centro de todos os debates políticos importantes do século. Jurista e teólogo de formação clássica, avesso ao construtivismo jurídico de Rousseau ou Sieyès, seu sólido conhecimento
da política das luzes tinha Aristóteles e Montesquieu como sua referência principal. O somatório de sua formação jurídica, sua experiência administrativa e seu olhar sobre a sociedade brasileira resultou numa visão liberal crítica das adaptações acríticas, que buscava conciliar a implementação do governo constitucional e representativo, com uma ampla declaração de direitos, de um lado, com a garantia de um governo forte, construtor do Império, de outro. Nesse aspecto, Caravelas deve ser arrolado como o primeiro de uma plêiade de juristas e políticos que se seguiram no pensamento constitucional e político brasileiro, como o Visconde de Uruguai, Alberto Torres e Oliveira Viana
Com Montesquieu, Sieyès e Constant, Carneiro de Campos partilhava a idéia de que o governo representativo nascera de uma adequada divisão de trabalho em matéria política e que, como tal, era .obra da necessidade, aconselhada e aprovada pela razão.. Na modernidade política, essa divisão de trabalho se revelava indispensável para conciliar a necessária participação da Nação nos negócios públicos, de um lado, com a qualidade do governo e da administração, de outro. Era por esse motivo que o governo representativo necessariamente assumia uma dimensão aristocrática, entendida esta, todavia, não como uma nobreza hereditária, ou seja, feudal . que, como ele mesmo reconhecia, não havia no Brasil -, mas como uma elite culta e meritocrática; uma aristocracia política selecionada por sua capacidade intelectual e regida pelas .leis da decência e do decoro. (ASI, 30/07/1832). Esta aristocracia era necessária em todas as sociedades,
distinguindo-se, pela exigência do talento, meditação e raciocínio, entre todas as formas de trabalho intelectual13
O texto completo está na internet (jan 2008)
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