"A Rainha das Maldivas"
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"A Rainha das Maldivas"
Caros confrades,
Estava eu nos meus vagares, serenamente a espiolhar uns personagens com que por acaso me deparei nestes momentos de descompressão, quando se me apresenta um enredo que me foi de todo impossível ignorar. Já tinha encontrado todos os episódios da trama em outras fontes. O último episódio dessa perseguição de personagens foi o conhecimento de um pequeno escrito de Camilo Castelo Branco, mais ou menos fiel, e certamente bastante incompleto, não fosse outra bastante distinta a sua intenção ao escrevê-lo. A partir daí resolvi partilhar este a princípio levantamento genealógico, mas depois, no decorrer das leituras, revelado um penso que pouco conhecido pedaço da nossa passagem pela Ásia com os confrades que não a conheçam e assim o desejem.
É de Camilo a autoria do título acima, que dá a uma das histórias do seu “Cenas Inocentes da Comédia Humana”. Incluir a história da “rainha portuguesa das Ilhas Maldivas” num livro com aquele título, nada mais adequado, nada mais camiliano, nada mais “faceta de graçola”, como não deixou de reparar Guilherme de Castilho na nota introdutória.
A história real passa-se na totalidade entre 1552 e 1655, cento e poucos anos em que muita coisa mudou na nossa posição no concerto das nações. A história da “rainha das Maldivas” é mais curta, mas reflecte bem a essência do que se passou nesse século.
Era uma vez um rei de um grupo de ilhas mesmo diante de Ceilão e do Canará (o sul da península indiana virado a Oeste). Os reis das ilhas tinham-se em alta conta, auto-intitulavam-se Sultões, título somente utilizado por poucos soberanos maometanos na altura, com ele mais quatro: o persa, o turco, o mogol (do grande reino maometano do Norte da Índia) e o rei de Axé (na ponta Oeste da Sumatra, exactamente onde o tsunami tudo devastou; e escolhi a nossa grafia porque “Aceh” não é grafia que em português revele a pronúncia correcta). As suas ilhas seriam muito pouco produtivas, mas o pouco que lá havia era bem aproveitado para o comércio: localização, coco e conchas. Mais exactamente toda a planta do coqueiro e um tipo especial de concha. As conchas eram utilizadas em muitos locais como moeda. O coco muito útil não só para levar nos barcos e permitir beber uma água não conspurcada e vitaminada, mas sobretudo pelas suas fibras, que era nada mais nada menos do que se fazia no Índico o melhor cordame e estopa para os barcos: é o melhor que há para aguentar com a salinidade e não se desfazer em três viagens, e como tal, chamar-lhe-íamos hoje de uma “matéria-prima estratégica”, tão importante na altura para os navios como hoje o titânio para os caças supersónicos. Por fim, quanto à sua localização, o comentário mais apropriado seria ser essa uma vantagem logística competitiva: para além de todo o comércio dos ricos estados muçulmanos do extremo Oriente para a península arábica passar próximo e poder fazer escala nas Maldivas, eram elas próprias paragens nas rotas do comércio regional do Malabar (costa centro-ocidental da Índia). Trocava-se aí de tudo, a ponto de governantes de Cananor reivindicarem para si o senhorio daquelas ilhas e não perderem oportunidades para o relembrar a todos os que tentaram interpor-se no caminho.
O que parece é que o nosso rei de Maldivas, que tinha cerca de vinte anos e subiu ao trono após assassinar o seu meio-irmão – o que aliás era o comum do reino das Ilhas onde muitos dos seus reis não duravam em geral mais que um par de anos – deixou de poder impor o seu reinado aos seus súbditos. Ao invés de fazer um finca-pé e tentar congregar apoios, ou talvez por o ter tentado e ver que não os conseguiria arrebanhar, um belo dia (que mais provável é que tenha sido uma bela madrugada) viajou para Cochim.
Diz-se que fugiu, secretamente, o que não seria muito fácil, sobretudo sabendo-se que levou a esposa e um grupo de mais fiéis apoiantes. Ao engano ou não, desembarcaram todos em Cochim e o rei pediu o apoio dos portugueses. O apoio pedido não foi só para se acomodar a ele e ao seu séquito, mas sobretudo para retornar às Ilhas com uma expedição com intenções mais ou menos punitivas (logo se veria se fosse necessário) que procurasse, pela força das armas e mediante as esperadas concessões comerciais de parte a parte, repor o Sultão no seu trono, castigar os maus súbditos e quiçá, converter as ilhas.
O sultão chamava-se, ainda nessa altura, Assan IX [com o “A” aspirado que a nossa grafia não permite, ficando quem escreve com o encargo de escolher entre o uso do estranho “H” saxónico e uma grafia que dá ao nome do sultão um tom de modelo de fogão para grelhar frangos]. Mas não foi Assan por muito mais tempo uma vez que parece que o seu desejo ao sair das Ilhas não seria outro senão o de converter-se ao cristianismo.
Em Cochim, em 1552, é catequizado e baptizado por Francisco Xavier (para um Sultão, um Santo!), ele e os do seu séquito que assim o quiseram. A sua esposa maldiva igualmente. Mas seja porque esta Senhora das Maldivas foi repudiada ou porque tenha falecido, dois anos a seguir está o nosso Sultão, mais ou menos exilado, mais ou menos importante para os portugueses, a casar-se com, imagine-se, uma senhora portuguesa.
Quem era essa portuguesa, a primeira portuguesa – eu já explico mais à frente porquê – a ser rainha num medianamente importante reino da Ásia, mesmo que de um reino “a ver vamos”? Ora quem era não se sabe. Nada se encontra – pelo menos até agora eu nada encontrei – sobre a sua identidade.
E pelo visto também Camilo não encontrou.
O seu pequeno texto na “… Comédia Humana” é um comentário bem-humorado à versão de um clérigo do Porto que reinventou esta personagem, querendo transformá-la numa espécie de paradigma para a juventude feminina e fidalga da sua cidade do Porto, do género “vejam só até onde pode chegar uma jovem talentosa da nossa praça!” Para isso, arranja-lhe um nome (Maria: estávamos à espera de quê?...), fê-la portuense, muito pobre, sobrinha de um cónego muito chegado a D. João III, muito virtuosa e sábia, segundo Camilo, estes últimos e ao tempo em que escrevia, dons “antiquíssimos” das damas portuenses ... Mas isso dizia o Padre Agostinho Rebelo da Costa no frio Porto e era desmontado de forma jocosa por Camilo. Voltemos ao Índico que é mais quentinho.
O casal rei Manuel (sim, foi esse o nome cristão que parece ter escolhido, estaríamos à espera de quê?...) e Senhora Portuguesa, de quem não se sabe o nome, passa a viver em Goa, tem pelo menos quatro filhos, e o rei provavelmente aborrece-se de morte por nada poder fazer para recuperar o seu reino.
Mas não desiste. E consegue em 1558 que o governo de Goa cumpra a promessa de atacar Malé, a capital do arquipélago. Dizem as crónicas maometanas que o tiro lhe saiu pela culatra mais uma vez. O natural das ilhas que os portugueses puseram como governante em nome do rei exilado acabou por fazer-se ele próprio Sultão. Mas o que parece indesmentível é que, apesar de a conflituosidade já há muito se ter estabelecido desde que os portugueses primeiro apareceram nas ilhas, já lá iam quase quarenta anos, nos cerca de dez anos que se seguiram de domínio velado mas contínuo dos portugueses (até 1572) nunca se tinha visto nessas paragens um melhor nível de vida, naturalmente fruto de uma relativa paz e defesa contra as constantes mudanças de poder local e alianças no continente. Pelo menos é o que atesta um francês – e por isso nada motivado para elogiar os portugueses – que por lá esteve no princípio de seiscentos e que recolheu essa impressão entre os insulares.
O que se segue é o recrudescer da conflituosidade, a perda de Malé, e o prevalecer de um tratado aparentemente tripartido – rei exilado em título, senhores locais em representação das forças locais, autoridades portuguesas em Goa em representação do rei português – que mantinha nas ilhas um senhorio ‘de jure’ a D. Manuel bem como uma feitoria, e exigia aos seus habitantes e governantes tributos vários a serem pagos na alfândega de Cochim para além de direitos referentes ao comércio com as ilhas. ‘De facto’ o governo era exercido por um senhor local, não reconhecido pelos portugueses como rei mas apenas como um governante. Dado esses rendimentos estarem sempre a serem escamoteados por falta de pressão militar, sonegação por parte dos funcionários de Cochim e circuitos alternativos do comércio das ilhas, seguem-se renovadas tentativas de D. Manuel de Maldivas de conseguir apoio para mais tentativas de reposição da sua autoridade. Mas até cerca de 1580 o que se passa de mais relevante à volta do rei de Maldivas e da sua nobre esposa portuguesa é o crescimento dos pelo menos quatro filhos em Goa.
D. Francisco, o mais velho é mandado a Lisboa por essa época para reivindicar em nome de seu pai uma ajuda mais concreta na reposição do seu poder nas ilhas. O rapaz parece ter ficado hospedado em casa de Matias Leite Pereira, ao adro de São Domingos. Mas ou Lisboa era uma cidade já demasiado perigosa nessa altura, ou a sua educação militar não estaria ainda completa e D. Francisco e os seus acompanhantes meteram-se em discussões demasiado acaloradas sem o devido cuidado de contar espingardas, o facto é que o primogénito da primeira rainha portuguesa de Maldivas e do seu amado esposo, primeiro rei cristão desses atóis, morreu numa rixa de rua, com um tiro ou às estocadas, segundo a fonte. E ainda segundo a fonte estes factos deram-se já no tempo de D. Filipe de Castela ou ainda no tempo do Cardeal Rei, este último que lhe terá dado um enterro de Estado.
Sobravam pelo menos mais três filhos. Pelo menos uma filha, que para efeitos dinásticos não contava, e de quem nada se sabe; o segundo filho, D. João, putativo herdeiro; por fim D. Pedro, o mais novo, e segundo os melhores costumes das ilhas, uma ameaça sempre a pairar sobre o rei em título, e que a partir de Cochim, onde se estabeleceu e onde frequentemente surripiava parte do tributo das Maldivas que aí era pago, estaria até ao fim dos seus dias (algures depois de 1610) recorrentemente a reivindicar o seu estatuto de herdeiro do trono, como quer que isso se definisse, dadas as circunstâncias. Mas pelo tempo que corre ainda seriam os dois irmãos inseparáveis companheiros de folguedos que escandalizaram a ultra religiosa Goa das últimas duas décadas de quinhentos.
Voltando a Lisboa, Matias Leite Pereira, na casa de quem esteve e de onde saiu para encontrar-se com a morte o filho mais velho do rei de Maldivas, aparece na Índia nos fins de 1584, uma vez que foi capitão de uma nau da armada de D. Duarte de Meneses que parte de Lisboa em 10 de Abril de 1584. Mas mais conta a crónica que deixou por lá alguém que levou consigo: uma sua sobrinha.
Os relatos genealógicos de FG e AM falam dela e nomeiam-na concordantemente – Francisca de Vasconcelos – mas deixam dúvidas quanto a como encaixar essa “sobrinha” entre os parentes de Matias. AM não a encaixa citando-a quando fala de Matias e FG encaixa-a condicionalmente (em meio a parêntesis e reticências). No entanto ambos concordam num ponto: em que foi essa Francisca Vasconcelos casada … com o Rei das Maldivas.
Por isso ter chamado mais atrás à esposa portuguesa de Assan IX/D. Manuel de “primeira” rainha das Maldivas: é que houve uma “segunda”, cerca de 30 anos depois.
Qualquer que tenha sido a relação que os relatos tenham incluído no conceito de “sobrinha”, Francisca é de algum modo relacionável com Matias Leite Pereira. Mas Francisca não é citada apenas nos relatos genealógicos. Aparece nomeada em documentos régios trocados com os VR e Governadores de Goa. Ai, é citada com irmã de António Teixeira de Macedo e mais tarde como mãe do Rei das Maldivas e de sua irmã.
No primeiro caso é D. Filipe que escreve, reprovador, ao VR em Fev. de 1589 pelo facto de António Teixeira de Macedo ter casado a sua irmã Francisca de Vasconcelos com D. João (herdeiro das Maldivas após a morte de D. Manuel em 1583) sem a permissão do VR. No segundo caso, em 1606, como mãe de D. Filipe, seu filho, e rei depois da morte do seu marido D. João (cerca de 1604), quando é solicitado a Lisboa um reforço das pensões da família, pela hora da morte desde que cada vez mais parecia que ninguém nos governos se preocupava muito em arrecadar os tributos devidos por tratado a esta família real exilada. Francisca vivia ainda em 1612 quando Filipe III de Castela lhe concede que a sua pensão seja paga em seda.
D. Filipe de Maldivas só conseguiria convencer o VR a mandar nova expedição a Malé muitos anos depois, em 1632, e por essa altura não se sabe se D. Francisca Vasconcelos ainda estaria viva, nem mesmo quando quase 10 anos antes Fr. Piero delle Valle diz ter visto D. Filipe de Maldivas em Goa, no dia 24 de Junho de 1623, afirmando que morava nessa altura numa bela casa na Rua de São Paulo.
Francisca Vasconcelos não teve netos de D. Filipe, que morreu solteiro, com menos de 50 anos, e antes de 1640. Veio a tê-los de uma filha, D. Inês. Esta casou-se algures entre 1606 e 1612 com Sebastião Tavares de Sousa (ambos constam aqui na base do Genea). Este último teve primeiro prometida em dote uma capitania no Canará e em 1612 a capitania por três anos do forte de Damão. Parece ter havido pelo menos dois filhos homens do casal. O mais velho chamava-se Luís, e é referido como D. Luís de Sousa.
D. Luís deveria ser o menos paciente da família. Assim que o seu tio Filipe morre, aparece em Lisboa ao novo Rei D. João IV. Pensa que provavelmente uma nova dinastia dar-lhe-á finalmente a oportunidade de ouro para retomar o que é seu por tratado. D João IV não faz por menos e diz a crónica que lhe dá tratamento de dossel e alteza. Estamos em 1641 e D. João parece aceitar todos os apoios que aparecerem. Mas D. Luís de Sousa precisou esperar dez anos para conseguir juntar uma expedição para ir a Malé tentar novamente a sua sorte. Na crónica das Maldivas é referido um irmão que teria acompanhado D. Luís, mas o nome que lhe dão – “D. Malavis” – parece mais uma corruptela depreciativa que um nome de facto plausível. É dado como morto no combate pela tomada de Malé, e D. Luís parece que também saiu ferido. A expedição não conseguiu retomar Malé.
D. Luís deveria ter mesmo muito pouca paciência, ou terá percebido que a fraqueza do governo de Goa, já por essa altura por demais evidente, poderia permitir tirar vantagens da participação de algum movimento de contestação que se concertasse entre alguns fidalgos de Goa. Em Outubro de 1653 a revolta contra o VR D. Vasco de Mascarenhas, Conde de Óbidos, atira-o para a cadeia na fortaleza de Mormugão em Novembro de 1655, até 1656 quando é enviado, preso, pelo VR Rodrigo Lobo da Silveira para Portugal pelo mesmo crime. A nau onde vai perde o mastro e tem que invernar em Moçambique, mas D. Luís deveria estar já tão enfraquecido e doente, que morre a bordo antes de aportarem.
Mas este ponto final à dinastia cristã de Maldivas tem uma nota de pé de página. É que D. Luís, neto de uma portuguesa e filho de um meio português e uma portuguesa, antes de morrer deixou as suas Ilhas … ao Rei de Portugal.
Mais turismo, menos turismo, mais ironia menos ironia, termino com o desfecho da pequena crónica de Camilo, cujo título pedi emprestado para esta pequena história:
“…E as ilhas Maldivas que é feito delas? Que fizeram os portugueses dessa herança?
É pena que nesta ocasião não sejam nossas! Está lá um sultão, gozando-se daquele fertilíssimo solo e opulentíssimo comércio.”
Cumprimentos. VF
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"A Rainha das Maldivas": correcção
Apesar de o sentido geral em nada se alterar - "o rapaz era mais português que maldivo" -, D Luís de Maldivas era neto de uma portuguesa e de um meio português, e filho de um português e uma mãe 3/4 portuguesa. Se fizesse sentido ir a contas era 7/8 português, o que quer que isso significasse.
Seja como for, o que tinha escrito no antepenúltimo parágrafo é que está errado.
Cumprimentos. VF
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RE: "A Rainha das Maldivas"
Caro Victor Ferreira (se não erro o desdobramento das suas iniciais)
É mesmo engraçada a história da Rainha das Maldivas, à época "Rainha Minha Senhora". Sabe quem era ela ? Uma fidalga portuguesíssima de nome D. Leonor de Ataíde, filha de Heitor de Sousa de Ataíde. Outro facto digno de nota, e inédito tanto quanto julgo saber, é que seu marido "o Rei das Ilhas" deixou a lei de Mafomede e tomou "a da verdade que he a de Noso Senhor Jesu Cristo" razão por que alterou a sua deviza para "a cruz com hüa coroa d'espinhos e as chagas em que espero de me salvar". Para rematar, não restando qualquer dúvida da sua nova fé, pediu ao Piedoso por carta escrita de Cochim a 27.01.1555 que lhe mandasse dar armas "que meresãao ter tãao samta devisa pera que de sua mãao as deixe a meus filhos posto que as de sua maay sejãao de muita nobreza e fidalguia".
Que grande a nossa história ! Ainda hoje a surpreender em histórias das Arábias...
PS: essa carta será publicada na íntegra no próximo número das Armas e Troféus
Cumprimentos,
Miguel Côrte-Real
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"As Rainhas das Maldivas", será melhor
Touchée, meu caro Miguel Corte-Real!
Mas o que diz ser facto inédito é o pedido de armas, penso, uma vez que a conversão é conhecida e (falha minha) devia ser depreendida da leitura do meu texto.
Acho que vou ter que consultar as "Armas e Troféus""
Mas asbe o que le levou a (agora sei) D. Leonor de Ataíde e D. Framcisca Vasconcelos? O António Teixeira de Macedo. Desse é que não consigo deslindar a origem.
Tem uma tia em Viseu, e parece que é casado com uma D. Helena de Castro. Como o filho "vem da Índia onde nasceu" (AM), suponho que Helena ou tenha por lá nascido, ou tenha para lá ido.
Já perguntei a um nosso confrade que investigas famílias de Goa. Até agora tenho uma sua promessa de pesquisar um pouco mais.
Se o Miguel souber de alguma coisa agradeço uma mensagem para este tópico.
Melhores cumprimentos.
Victor Ferreira
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RE: "As Rainhas das Maldivas", será melh
Meu Caro Victor Ferreira:
Claro que é a identidade da rainha e o pedido de armas por parte do "Rei das Ilhas". A falha foi minha, de redacção.
Infelizmente nada sei sobre tal Teixeira de Macedo. Mas se aparecer alguma coisa sobre ele com certeza que o informarei.
Melhores cumprimentos,
MIguel Côrte-Real
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RE: "A Rainha das Maldivas"
Meu Caro Victor Ferreira,
O meu sincero aplauso e agradecimento pela excelente lição sobre a “Rainha das Maldivas”, que desconhecia por completo.
Melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: "As Rainhas das Maldivas", será melh
Caro Victor Ferreira.
Agora pude ler com mais calma a sua mensagem. Fiquei com uma dúvida ! Em que medida António Teixeira de Macedo originou a ida de D. Leonor de Ataíde (1ª Rainha) para lá ?
Cumprimentos,
MC
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Em medida nenhuma
Não originou. A "primeira rainha" acontece muito antes de ATM aparecer na Índia.
ATM é (segundo a carta régia) irmão de D. Francisca de Vasconcelos, casada com D. João, e portanto segunda rainha das Maldivas.
D. João era o filho de D. Manuel / Assan IX, esse sim casado com D. Leonor de Ataíde.
D. Francisca era nora de D. Leonor.
A ida de D. Leonor provavelmente estará explicada quando se contar (se já não estiver contada) a história do Sr. seu pai, Heitor de Sousa de Ataíde.
A ida de D. Francisca tem apenas nos relatos genealógicos as versões conhecidas: foi com um "tio", Matias Leite Pereira.
Mas os relatos não explicam por que vias teria Francisca um primo que pudesse chamar-se António Teixeira de Macedo.
Disso andava eu à procura quando me deparei com esta pequena saga.
Cumprimentos. VF
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2ª correcção
(isto tem sido pressa a mais, e portanto, correcções a mais ...)
Corrijo: "Mas os relatos não explicam por que vias teria Francisca um IRMÃO que pudesse chamar-se António Teixeira de Macedo."
Melhor: um dos relatos aventa a hipótese de o pai de Francisca ser de apelido
"Teixeira", mas não lhe contabiliza nenhum irmão.
Cumprimentos. VF
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RE: "As Rainhas das Maldivas", será melhor
Estimado Victor Ferreira,
Parabéns por trazer à luz interessante tema.
Não sei se tem ligação com o tema, mas encontro em minha base dos Castros, o casal: Jorge de Melo (ou Jorge de Melo de Castro) – N-1490 - Governador do Ceilão. Capitão da Fortaleza de São Jorge de Manoser. Capitão da Costa de Pescarica – NFP, vol. VI, Melo, $13, N12-13 c. c. a 3.ª Esposa: Ângela de Mariz - NFP, Pinheiro, $124, N25-26 - Fhs:
1) D. Maria de Castro – Esposo: Fernão Martins Mariz - Capitão das Ilhas das Maldivas - NFP, Pinheiro, $124, N25-26 - Fhs:
a) D. Maria de Castro – Esposo: D. Luís de Noronha
Possivelmente a descendência acima esteja incompleta. Como se trata da família Castro, as datas se aproximam e ter um capitão das Ilhas das Maldivas, creio poderá a D. Helena de Castro, ser filha de D. Maria de Castro e de Fernão Martins Mariz. Caso alguém confirme, peço a gentileza de aqui expor, estarei atento. É o que tinha a colaborar. Continuo a disposição. Fraterno abraço.
Samuel de Castro
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Fernão Martins de Mariz, Capitão de Maldivas
Caro Samuel de Castro,
Acabou de trazer um acrescento muito interessante a esta história.
Quando puder vou ver se encontro alguma coisa sobre Fernão Martins de Mariz e a sua 'capitania' de Maldivas, época, 'provisões e percalços'.
E grato pela sua amável saudação.
VF
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RE: Fernão Martins de Mariz, Capitão de Maldivas
Caro Confrade Vitor Fereira:
Também o meu aplauso por trazer tâo interessante documentaçâo ao forum.
Já me tinha chamado poderosamente a atençâo o facto de haverem várias referencias a casamentos de Senhoras e Donas, em paragens tâo reconditas do Império Português, o que dá uma visâo bastante mais humana ao grande esforço do Império. Nâo foram degredadas, as que acompanharam os nossos nautas, nâo foram famintas as que embarcaram às escondidas nas caravelas do Indico, como li algures, eram gente livre que livremente seguiam para as cidades mais exoticas do chamado Portugal de além mar.
Creio que nâo há paralelismo histórico, pelo menos na epoca, dessa emigraçâo femenina de elite.-
Cumprimentos,
Fernando de Telde
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Havia de tudo ...
Caro Fernando,
Se o caso mais frequente era depositar os degredados por crimes nos sítios mais remotos (olhe para os primeiros tempos do Brasil e para a Austrália como paradigma desse método de primeiros contactos), e esses degredados eram amioritariamente homens, também houve mulheres que foram mandadas para os territórios de além-mar: as órfãs d'el Rei são disso o exemplo.
Pela altura em que começam os casos narrados na mensagem inicial já nós por lá andávamos há cerca de setenta anos e por isso, com uma leva constante de famílias a deslocarem-se de cá para lá, já haveria portugueses e portuguesas de terceira geração na Índia, desde a mais requintada nobreza e burguesia comercial, ao mais necessitado dos apanhados pelos desaires da fortuna. Destes últimos há uns interessantes relatos de 'investigação' religiosa de portugueses que viviam em regime de 'free lancer' pelos locais mais recôndidos das costas do Índico, 'amancebados' com naturais das terras e perfeitamente integrados na vida local, tão pobres quanto o resto dos aldeões.
Quanto ao voluntarismo, eu cá para mim acho que a necessidade é a mãe de todo o engenho, e duvido que a maior parte dos que para lá foram não o tenham feito por verem que por cá "não dava p'ó pitrol" (1).
"Ao cheiro dessa pimenta, o reino se despovoa", conhece? Cá para mim não era bem o cheiro da pimenta que chamava: era o cheiro da pobreza que afugentava. Se isto está a acontecer agora, aos milhares por ano, e com gente preparada profissionalmente, imagine lá por esse tempo!
Cumprimentos e agradeço as amáveis palavras. VF
(1) conhece a expressão? se não, pergunte que eu explico ...
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RE: Havia de tudo ...
Meu caro Victor Fereira:
A montanha pario um rato...
Petição apresentada por Sebastiana Cavaleira
Datas 07/04/1672 - 25/04/1672
NívelDescrição Documento Composto
DimensãoSuporte 2 fl.
CódigoReferAlternCota Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 13750
ÂmbitoConteúdo Acusado que foi de perjúrio, tem um quarto de cristã-nova, natural e moradora em Montemor-o-Velho, filha de Manuel Fernandes Cavaleiro, solteira, saiu sentenciado no Auto de Fé realizado em Coimbra, no dia 31 de Janeiro de 1670. Requere que seja perdoada do degredo para Angola, a que foi condenada.
EntidadeDetentora IANTT
Pois ha no IANTT, 2159 páginas ( até ao momento catalogadas on line)onde encontrar gente que foi condenada a degredo...
Que houvesse em 60 anos de Império uma misseginaçâo, disso ninguém duvida, a necessidade obriga...
O que nâo encontro paralelismo è que outras naçôes tenham feito o mesmo na leva de mulheres livres acompanhando as familias para reconditas partes do globo nessas eras tâo remotas. Isso foi a minha reflexçâo e admiraçâo.
Dou-lhe um exemplo, os Belgas no Congo, as poucas mulheres que ali foram parar acompanhando a familia, quando estavam de 6 meses, eram embarcadas para a metropole, para parirem em solo Patrio, pois nâo queriam filhos naturais de Àfrica. Isto passava- se nos anos 59 do s. passado.-
Fazer as Africas, ou as Indias ou os brasis, sempre foi um sonho para obter riqueza, isso nâo esta em discuçâo, nâo vejo a um burguês que lhe vaiam as coisas bem, pensar em ir para zona remota, quando o mais facil è ir esquiar aos Alpes. Uma excepçâo aos que obrigados pelas funçôes e ao serviço da Patria ali iam a parar. Sou neto, bisneto e trisneto desta ultima afirmaçâo e por isso mesmo conhecedor dos que ali foram, como foram e com quem foram.
O reino se despovoou, em èpocas bem mais tardias, e quando o Imperio já fazia àgua e nâo dava para todos a riqueza que dali se trazia. Também podemos afirmar que a capacidade de gestâo daqueles e destes dirigentes, nunca souberam canalizar e aproveitar para o enriquecimento do Pais, a capacidade do povo que governaram e governam...
A incapacidade de gerar riqueza propria è um mal endemico dentro do País; a falta de uma mentalidade empresarial forte, o risco, o apostar para o futuro, sempre foi o mal das mentes mesquinhas do empresariado português.-
Nem a entrada e o escudo da UE foi suficiente para arrancar essa economia para a modernidade. A deriva è evidente, a incompetencia também.-
Cumprimentos,
Fernando
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RE: "A Rainha das Maldivas"
in Nobiliario de Familias de Portugal:
Titulo: Leites, pg. 24
Mahias Leite Pereira filho de António Leite foi à India em 1584 por Capitâo de uma Nao c.c.... filha de Sebastiâo Lopes, escrivâo da Casa da India s.g., mas de Geronima de Vasconcelos Sotomayor mulher nobre teve....
----- dois filhos...
nota a pé de página: Foi o que levou consigo para a India a sua sobrinha D. Francisca de Vasconcelos que casou com o Rei das Ilhas Maldivas e teve D. Filipe s.g. Rei das Maldivas a Infanta D. Inez c.c. Sebastiâo Tavares de Sousa fº de (?) e teve D. Luis de Sousa que vindo a Portugal em 1641, El Rei D. Joâo IV lhe deu tratamento de Rei com Docel e Alteza
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Matias Leite pereira
[A qual Nobiliário das Famílias de Portugal: o de Gayo, o de Manuel de Souza da Silva ou o de Diogo Esteves da Veiga Nápoles?]
O que aí diz é mais ou menos o que dizem Gayo e Alão.
Eu não quis ser muito extenso nas descrições, dando mais atenção a não perder 'o fio à meada'.
Mas se for um dos dois últimos (que nunca consultei) que descobriu esse texto, pergunto-lhe, haverá alguma referência, parágrafo acima parágrafo abaixo, aos pais de Francisca Vasconcelos (prováveis irmã ou irmão de Matias, ou parente, primo, sobrinho ou sobrinha que pusesse ter essa filha). E ao António Teixeira de Macedo e à sua alegada (por Alão) esposa, Helena de Castro?
Cumprimentos, VF
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RE: Matias Leite pereira
Do Gayo. Haveria que pesquizar o que diz em Vasconcelos e em Soutomayor...
Já verei isso mais tarde
Cumprimentos,
Fernando
http://purl.pt/12151/1/hg-40110-v/hg-40110-v_item4/P30.html
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Matias Leite pereira
Aventa uma hipótese que de facto já me tinha ocorrido. É ser Francisca mais uma bastarda de Matias Leite, para além dos dois rapazes que vêm no Alão, sendo o "sobrinha" um tratamento 'envergonhado'.
Cumprimentos
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RE: Matias Leite pereira
Estimado Vitor Ferreira:
Nâo vejo a relaçâo, nem porque a gente da època, ou quem quer que tenha transmitido a noticia, teria que entrar no jogo de esconder a relaçâo familiar, já que a noticia nâo terá sido dada pelo interessado, mas por gente 3ª...
Antes pelo contrário, se a noticia a tivesse dado o interessado, ao ter a dita Srª casado nada mais nada menos que com um Rei, ao Mathias Leite, deveria ter interessado mais, que fosse sua filha, que uma sobrinha, mais quando o que eu leio alí, na genealogia, è que seria nâo consanguinea. Quem lhe dera a Mathias ter sido o sogro do Rei das Maldivas. Já vio o regresso ao Reino, o que nâo lhe teria aberto as portas, já que teria sido avô de um um personagem a quem D. Joâo IV lhe deu o tratamento de Rei com Docel e Alteza??
Que vergonha poderia ter tido?? A vergonha de ter descendencia Real??
Nâo funcionava, nem funciona isso ainda hoje, quando pelo meio se joga maior grandeza do que ser pai de um simples bastardo zé-ninguém...
Veja a quantidade de bastardos perfilhados quando jugamos na linha da linhagem senhorial. A vergonha, está, e sempre esteve, para os que tinham e tem que chegar a algo, porque aquele que tem, nâo tem que presumir de nada, e menos de se envergonhar de nada.... O Mathias, nâo tinha mais que uma longinqua nobreza, e se pudesse ter presumido de grandeza, esteja seguro que a sobrinha teria passado por filha, ainda que bastarda.-
Demasiado pesado.
Cumprimentos,
Fernando de Telde
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"A Rainha das Maldivas": correcção
O irmão mais novo de D. Francisco e D. João era D. Paulo e não D. Pedro. Foi casado com uma senhora (filha de portugues(a?) e indiana (o?), muito nobre e rica, e que o mantinha no seu estado, uma vez que a pensão que lhe era devida raramente era paga pelo poder central de Goa.
Fica a retificação.
VF
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Adenda IV
O que se sabia sobre a família de origem de Francisca de Vasconcelos - a segunda rainha cristã de Maldivas - era o que está na mensagem inicial: ser 'sobrinha' de Matias Leite Pereira e irmã de um António Teixeira de Macedo.
Recentemente, nos Documentos Remetidos da Índia em carta do Rei para o Vice-Rei, e numa chancelaria de Filipe III de Castela para concessão de tença, encontra-se o seguinte:
- que se chamava Francisca Teixeira, antes de ser conhecida por Francisca de Vasconcelos; que o seu pai seria Jerónimo Teixeira de Macedo; e que teria outro irmão para além de António Teixeira de Macedo, a saber Francisco Teixeira;
- ambos António e Francisco já teriam falecido em 1607, o primeiro num cerco a Mangalore onde teria sido capitão, o segundo na "Armada do Sul", provavelmente uma dos grupos de embarcações que andaria à caça de corsários na costa Sul da península Indiana;
- que Francisca teria ido para a Índia como órfã d'el Rei. Consequentemente já seria órfã em 1584 quando para lá partiu com seu "tio" Matias. No entanto, uma viagem a Banda que lhe é comutada em chancelaria, parece ter-lhe sido dada pelos serviços de seu pai na Índia. Isto põe Jerónimo e (ambos) os seus filhos na Índia antes de 1584.
Cumprimentos. VF
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RE: "A Rainha das Maldivas"
O "Cardeal" que segundo Felg. Gayo fez o funeral de D. Francisco afinal não foi o Cardeal Rei, mas o Cardeal Vice-Rei, primo de D.Filipe, o que volta a por a morte de D. Francisco já durante o domínio Filipino.
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RE: "A Rainha das Maldivas"
Caro Vítor Ferreira,
Tendo ficado com esta sua notável mensagem de memória, junto-lhe agora alguma informação com que topei por puro acaso.
A grafia do seu Assan IX ou Hassan IX até poderá também ser Hasan pois, como bons maometanos foram buscar os nomes aos netos de Maomé Hasan e Husein.
Aliás sobre grafias de nomes árabes há uma *estória* deliciosa.
Pertencia à dinastia Hilali, iniciada em 1388, por um dos filhos gémeos de Abbas de Hilal, Husain a quem se seguiu o outro gémeo, Hasan. Abbas, como sabe era o nome do tio de Maomé, genearca dos califas abássidas.
"1388 - 1397 Sultan Husain I al-Hilali, Sultan of the Maldives. Deposed and exiled the aged Sultan Usman al-Fehendu, 1388. Ascended the throne as the first ruler of a new dynasty, the Hilali."
A informação sobre o seu Assan IX vai como a encontrei, infelizmente com perda de formatação.
"1550 - 1552 Sultan Hilali Hasan IX bin 'Umar Sri Dirikusalokya Maha Radun [Dom Manoel], Sultan of the Maldives, son of 'Umar Mafat Kilege. Usurped the throne from his half-brother, 1550. Fled to Cochin in 1551 where he joined the Portuguese and converted to Catholicism on 1st January 1552, taking the name Dom Manoel. Restored as nominal suzerain by the Portuguese in May 1558. m. (first) at Male, …… who also became a Christian but d. before 1553. m. (second) at Goa, 1553, a Portuguese noblewoman. He d. at Cochin, 1583 aged over 50, having had issue three sons and at least one daughter:
1) Dom Francisco (s/o the Portuguese wife). He sailed for Europe with a returning Portuguese fleet, met a violent death in a brawl at Lisbon, 1584.
2) Dom Joao (s/o the Portuguese wife). Titular King of the Maldives under the Portuguese. m. ca. 1589, Dona Francisca Vasconelles, a sister of Antonio Teixeira de Macedom. He d. in semi-confinement at Goa ca. 1601-1604, having had issue:
a) Dom Felipe. Titular King of the Maldives under the Portuguese. b. ca. 1592. He d.s.p. unm.
a) Dona Inez. m. 'a Portuguese fidalgo' named de Sousa, Captain of Canara Fort and later of Daman. She had issue:
i) Dom Luis de Sousa. Succeeded his uncle as titular King of the Maldives. Involved in the attempted overthrow of the Portuguese Viceroy of India, Count de Obidos in October 1653. He d. unm. a prisoner on board the 'Nossa Senhora de Grava', off the coast of Mozambique in 1656. He left no legitimate successor; but named the King of Portugal as his heir to the Eleven Thousand Islands.
ii) (perhaps) Dom Malavis. He was k. in an attack on Male, 1650.
3) Dom Pedro (s/o the Portuguese wife). m. at Cochin, a Metice (half-caste) lady, nobly born and vastly rich.
Como pode ver, também não tinham a identidade da 1ª rainha nem a da referida filha.
Com os meus cumprimentos,
Fernando Aguiar
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As Rainhas das Maldivas
Caro Fernando Aguiar,
Grato pela atenção, e contente por o ter despertado para esse 'episódio' que durou pelo menos 100 anos.
Há várias páginas na net sobre as famílias reinantes nas Maldivas e demais história. Muitas contêm de facto 'histórias edificantes' (de origens locais - e quanto a isto nada de mal) e pouca "História" com "h" maiúsculo. Acredito que não seja 'por mal', mas apenas por essa 'disciplina' não ter sido (e o ser pouco ainda hoje) cultivada nas ditas culturas.
Os relatos locais têm sido cada vez mais utilizados por historiadores de gabarito, e é bom que assim seja: só eles saberão retirar desses relatos aquilo que de facto é revelador de impressões locais sobre os acontecimentos, percebendo o que é facto e o que é interpretação (às vezes, pura invenção, distorção, em suma 'negação moralizadora' de factos, realmente ocorridos segundo outras fontes).
Entretanto tenho amealhado consideravelmente mais informação nas fontes portuguesas sobre o tal século das Maldivas, e digo-lhe, cada vez me aviva mais a curiosidade. Se dá em escrito ou não, só o tempo o dirá.
Grato novamente pela contribuição e os melhores cumprimentos. VF
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RE: As Rainhas das Maldivas
Caro Vitor Ferreira;
Gostei muito de ler tudo o que aqui se escreveu, porque já tinha conhecimento desta história pelo Rebelo da Costa, já que estoua trabalhar sobre os padres lóios, a que pertencia o tio da referida "Dona Maria". De facto existe aqui alguma verosimilhança, já que o tio cónego não era um cónego qualquer, mas um cónego da ordem dos cónegos seculares de S. João Evangelista, com duas casas em Lisboa, o convento de Sto Elói e o convento do beato em Xabregas, ordem que contava o apoio da Casa de Aviz (de notar que a rainha D. Leonor foi sepultada em hábito de irmão lóio), e onde o Rei D. João III ia muitas vezes fazer retiros, recebendo conselho espiritual dos cónegos da congregação. Assim poderia ser que o tal tio cónego (e note-se também que a nobreza foi um dos principais pontos de recrutamento desta Congregação, que muito tem sido ignorada pela historiografia e pela genealogia, excepto talvez por Eugénio Cunha e Freitas) fosse uns dos conselheiros e privados de El-Rei, e que tivesse uma sobrinha orfã e empobrecida que o rei dotara (pois assim narra a sua história) para ir casar no oriente, tanto mais que estes cónegos que abdicavam dos seus bens para a sua congregação, não deixavam apesar de tudo de considerar as suas famílias, como pude ver diversas vezes, não com a concessão de bens, obtenção de benesses, como pela formação de sucessivas gerações de cónegos de determinada família.
Mas pela dica que aqui deixou vou ver que mais encontro na documentação e na cronística da congregação, quem sabe se descobre mais alguma coisa?
Não esquecer que foram estes padres que organizaram as primeiras expedições de catequização em África, e que foi nos seus conventos de Lisboa que foram educados or primeiros "pretos do manicongo" como dizia D. João III numa sua carta, e onde esteve e foi formado o primeiro bispo negro da cristandade, D. Henrique, filho do rei do congo, sagrado nos tempos de Leão X.
Melhores cumprimentos
Nuno Falcão
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rectificações
"não com a concessão de bens", leia-se "não só com a concessão de bens"
"quem sabe se descobre mais alguma coisa", leia-se "quem sabe se descubro mais alguma coisa".
Ao ler o que escrevi, e por fruto da pressa e pouco cuidado com que o fiz(mais preocupado com a informação do que com o rigor de linguagem), apercebi-me que o português não é o melhor, pelo que peço desculpa.
Renovados cumprimentos
Nuno Falcão
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D. Leonor e a sua história
Caro Nuno Falcão,
Mensagem informativa a sua, e que - apesar de não me terem passado procuração - agradeço pelos intervenientes neste Tópico.
O interessante nesta história é que Camilo refer-se à primeira, mas é sobre a segunda (D. Francisca) que consegui até agora mais informações. Sobre D. Leonor, apenas o nome do pai, que nem sei de que 'banda' dos Sousa ou Ataíde será (se é que os apelidos não foram 'apropriados' por esse grupo familiar, como não era invulgar). De forma que essa informação sobre a maneira como ela foi sepultada e tudo o mais, para mim é nova. Onde a conseguiu?
Tenho mais informação que posso partilhar, embora não exactamente sobre os Regrantes de Stº Elói. Gostaria de continuar esta troca de informação, seja nestas páginas seja por mail, se não se importar e se for do seu interesse, claro está.
Se escolher a segunda via, posso pedir-lhe que solicite o meu mail pessoal ao nossos Moderadores?
Se estiver de acordo, grato desde já.
(ainda não tive conhecimento da publicação da carta anunciada pelo Miguel Corte Real na 'Armas e Troféus': será aí que o Nuno foi buscar a informação?)
Cumprimentos. VF
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Arabescos
A propósito caro Fernando, esta escapou-me: qual é a história engraçada sobre nomes e grafias a que alude na sua mensagem?
VF
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Canela, pimenta, e Gato Fedorento ...
O seu a seu dono e na forma como o criou. Permita-me a correcção:
"Não me temo de Castela,
onde inda a guerra não soa,
mas temo-me de Lisboa,
que ao cheiro desta CANELA,
o Reino nos despovoa."
Falou Sá de Miranda, o poeta.
(qual pimenta qual carapuça, onde é que eu tinha a minha?...).
Mil perdões aos leitores, e mil perdões ao Sá ("Intimidade ... primeiro nome ..." como diria o Ricardo Araújo Pereira).
Victor Ferreira
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RE: "A Rainha das Maldivas"
Baseado no texto de FG citado pelo nosso caro Fernando de Telde, a saber:
"Mahias Leite Pereira filho de António Leite foi à India em 1584 por Capitâo de uma Nao c.c.... filha de Sebastiâo Lopes, escrivâo da Casa da India s.g., mas de Geronima de Vasconcelos Sotomayor mulher nobre teve..."
pode-se levantar a hipótese de Francisca Teixeira; documentadamente filha de Jerónimo Teixeira de Macedo e irmã de António Teixeira de Macedo e Francisco Teixeira; depois chamada de Francisca de Vasconcelos; de que não se conhece a filiação; de que se sabe que foi sobrinha de Matias Leite Pereira, mas que não se consegue encaixar encaixar como filha de algum dos familiares próximos de Matias:
- poder ser de facto sobrinha por afinidade, ou pela família de Sebastião Lopes (Escrivão da Casa da Índia) seu sogro, através de uma sua filha, esposa de Jerónimo Teixeira de Macedo;
- ou mais remotamente por ser Francisca sobrinha direita da mulher com quem Matias teve dois filhos, a saber Jerónima de Vasconcelos Sotomaior, que por acaso até tem Vasconcelos no nome, como uma sua irmã poderia igualmente ter. Nesse caso seria uma irmã de D. Jerónima a esposa de Jerónimo Teixeira e mãe de Francisca.
Já procurei e ainda nada encontrei. Agadecia a quem pudesse ter informações acerca destas personagens que me pudesse dar indicações de consulta:
- Sebastião Lopes, escrivão na Casa da Índia por meados de 500, provável avô de D.Francisca;
- as suas filhas, de identidade desconhecida, uma esposa de Matias Leite, outra (casada com Jerónimo Teixeira de Macedo) provável mãe de D. Francisca;
- D.Jerónima Vasconcelos Sotomaior, sua filiação e irmãs, uma delas possivelmente casada com Jerónimo Teixeira de Macedo e mãe de D. Francisca.
Os meus cumprimentos. VF
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RE: "A Rainha das Maldivas"
Perdão: "de que não se conhece a FILIAÇÃO ...",
LEIA-SE "de que não se conhece a MÃE...",
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RE: D. Leonor e a sua história
Caro Vitor Ferreira;
Creio que o induzi em equívoco. A dona Leonor a que me refiro não é a Rainha das Maldivas, mas a Rainha de Portugal, que foi uma grande dotadora dos lóios e frequentava a casa de S. Bento de Xabregas, que não andava longe de uma outra casa monástica onde estanciava. De facto o meu conhecimento anda muito em torno do que sei dos lóios, mas se de algum modo puder ajudar, diga.
Renovados cumprimentos,
Nuno Falcão
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"After all there was another ..."
... como diria a 'Mónica Sintra', ou o David Fonseca, como queira.
Ora bem, estava a parecer-me demasiado mirabolante para uma obscura senhora na distante Cochim uma informação tão detalhada. Mas confesso que só li a sua mensagem uma vez.
De qualquer forma grato pela disponibilidade, e aproveito para falar-lhe de um tema paralelo, também do meu interesse.
Li num site que nunca mais consegui re-encontrar que numa Igreja afecta aos Cónegos Regrantes do seu interesse, trabalhou numa reforma um mestre de obras Pedro Fernandes de Torres. Este homem era escrivão do contrato das obras e passou a meste pelos fins de 500, quando foi substituir cerca de 1597 Filippo Terzi no Convento de Cristo, onde esteve até cerca de 1615. Por essa altura renuncia ao ofício em Tomar e no contrato que tinha para as obras de pedreiro em Lisboa. Ora se teve responsabilidades directas em algumas obras de fundo numa igreja de Padres Lóios terá sido antes de 1595, mais coisa menos coisa.
Sabe de alguma intervenção havida por essa época de que possa haver documentação que confirme o envolvimento de PFT? Ou sabe onde posso conseguir consultá-la?
Grato novamente pela sua atenção. VF
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RE: "After all there was another ..."
Boa questão coloca...
Não lhe posso dar certezas, tanto mais que é informação que mais facilmente pode encontrar nos notariais do que nos fundos desta congregação, muito defraudados. Diversas são as casas com obras entre o séc. XVI e XVII, mas pela cronologia que me dá, penso que poderá ser o convento de Xabregas, cuja igreja nova teve inicio em 1592, em cuja capela mor ficou colocado o túmulo dos condes de linhares, ou do Porto, que teve inicio um pouco depois. Mas se pensarmos em cronologias um pouco anteriores podemos também olhar para o convento da Feira; é uma questão que não posso responder neste momento, mas quem sabe acabo por encontrar alguma referência
Uma rectificação, fruto de um erro, a rainha sepultada em hábito lóio foi D. Isabel, mulher de D. Manuel, ainda que D. Leonor das Misericórdias fosse uma forte protectora dos lóios, e tivesse sido de facto irmã leiga desta congregação, como aliás o seu marido, irmão, a sobredita cunhada e as duas sequentes mulheres de D. Manuel, o condestável D. Pedro rei de Aragão, a Infanta D. Maria, D. João III, membros da casa de Linhares e Atouguia, D. Jorge mestre de Santiago, etc.
Cumprimentos
NF
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RE: Arabescos
Caro Vítor Ferreira,
Tive alguma dificuldade em localizar a história e verifico agora que tem algumas limitações. Tive dela conhecimento num fórum internacional em que, depois de furiosa - o fórum não é moderado - discussão sobre grafias medievais de nomes, um dos intervenientes, por acaso australiano, declarou que desvalorizava completamente as grafias e citou o exemplo com que acabo.
Trata-se de uma resposta de T.E.Lawrence (da Arábia) ao seu editor que, a propósito da 'Revolta no Deserto', o questionava sobre diversas inconsistências de nomenclatura. Infelizmente só poderá ser inteiramente apreciada por quem domine o inglês e seja sensível ao seu característico "sense of humor".
Com os meus cumprimentos,
Fernando Aguiar
"I reprint here a series of questions by the publisher and answers by the
author concerning the printing of Revolt in the Desert.
Q. I attach a list of queries raised by F. who is reading the proofs. He
finds these very clean, but full of inconsistencies in the spelling of
proper names, a point which reviewers often take up. Will you annotate it in
the margin, so that I can get the proofs straightened?
A. Annotated: not very helpfully perhaps. Arabic names won't go into
English, exactly, for their consonants are not the same as ours, and their
vowels, like ours, vary from district to district. There are some
'scientific systems' of transliteration, helpful to people who know enough
Arabic not to need helping, but a wash-out for the world. I spell my names
anyhow, to show what rot the systems are.
Q. Slip 1. Jeddah and Jidda used impartially throughout. Intentional?
A. Rather!
Q. Bir Waheida was Bir Waheidi.
A. Why not? All one place.
Q. Slip 20. Nuri, Emir of the Ruwalla, belongs to the 'chief family of the
Rualla.' On Slip 23, 'Rualla horse,' and Slip 38, 'killed one Rueli.' In
later slips 'Rualla.'
A. Should have also used Ruwala and Ruala.
Q. Slip 28. The Bisaita is also spelt Biseita.
A. Good.
Q. Jedha, the she-camel, was Jedhah on Slip 40.
A. She was a splendid beast.
Q. Slip 53. 'Meleager, the immoral poet.' I have put 'immortal' poet, but
the author may mean immoral after all.
A. Immorality I know. Immortality I cannot judge. As you please: Meleager
will not sue us for libel.
Q. Slip 65. Author is addressed 'Ya Auruns,' but on Slip 56 was 'Aurans.'
A. Also Lurens and Runs: not to mention 'Shaw.' More to follow, if time
permits.
Q. Slip 78. Sherif Abd el Mayin of Slip 68 becomes el Main, el Mayein, el
Muein, el Mayin, and el Muyein.
A. Good egg. I call this really ingenious."
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Igual a si próprio ...
... como parece que foi, um dos indubitáveis 'one of a kind'.
Só levando a coisa para o humor: passar pelo que passou, viver o que parece que viveu, e depois ter que responder sem o mandar às malvas às questiúnculas do editor, pertinentes sem dúvida para a o nível de discussão em causa, mas realmente incipentes para alguém como o dito aventureiro.
O que não consigo é dissociar a imagem do 'Aurenz' da figura do P. O'Toole (o que nos fazem os filmes!...).
Bom fim de semana e obrigado por esta pequena pérola.
VF
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Adenda VI
Novos dados a partir de uma carta de D.Manuel de Maldivas a D. João III por ocasião da morte no ano anterior do Príncipe D. João (pai de D. Sebastião):
- O nome do primeiro filho - mais exactamente uma filha, nascida antes de 27/01/1555 - de D.Manuel/Assan IX e de D. Leonor de Ataíde era Leonor.
- O pai de D. Leonor, Heitor de Sousa de Ataíde, morreu nas ilhas em 1554, em circunstância que se desconhecem.
CUmprimentos. VF
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RE: "A Rainha das Maldivas"
Caro Vitor Ferreira
Li com toda a atenção o seu texto sobre a Rainha das Maldivas. Estive, como turista, nessas ilhas nos finais dos anos 80 e lembro-me de o "gerente da ilha" (1) ter comentado que era a primeira vez que via um português por lá. :-))
Tive de lhe explicar que, provavelmente, até ELE descendia dos portugueses que por ali tinham andado uns 500 anos antes. Coisa que ele, em absoluto, desconhecia (apesar de ele conhecer o nome dO herói nacional, não se lembrava que este tinha sido executado por ordem dos portugueses). :)
Um abraço e obrigado pela magnífica história
Luis K W
Lisboa-Portugal
(1) disse "gerente da ilha" porque toda a ilha de Nakatschafudgi (pouco maior que a Praça de Londres, em Lisboa) era um pequeno resort turistico - como, aliás, muitas das ilhas em redor.
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Ah Nakatschafudgi, de saudosa memória ...
Bom, é capaz de ter sido de facto a primeira vez que ELE viu um Português. por lá, não duvido.
Sobre o Takufuran, falo-lhe noutra altura que agora estou com pouco tempo.
Grato pelo cumprimento, embora o mérito (ou desmérito) da história seja dos protagonistas (e dos 'relatores', claro). Cada vez que me dou ao trabalho de procurar qualquer coisa sobre esses 150 anos de maior influência (~1500-1650) mais coisas descubro e mais 'agarrado' fico (salvo seja).
Cumprimentos. VF
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D Leonor, a(s) sua filha(s) e uma pedra
Caro Miguel CR,
Não li ainda o artigo na Armas e Troféus, mas tendo procurado e encontrado o texto original na TT, dou-lhe outra interpretação no que diz respeito ao "Rainha minha Senhora".
Nessa carta de 27-01-1555, D Manuel diz a D João III que já tem uma filha do seu casamento com D Leonor de Ataíde, "... de que' me nos o Snñor jaa / deu huma fª a quem pus o nome da Rainha minha Snora que com a sua a-/juda espero q' seja tal que o meresa, fª deitor de Sousa ... etc.".
A "Rainha minha Senhora" a quem D Manuel se refere não será sim D Catarina, mulher de D João, de facto essa sim, na correspondência oficial de que estamos em presença a rainha sua Senhora, esposa do Rei seu Senhor, como o tratava D Manuel?
Assim, a talho de foice e com base em mais documentos, os filhos de D Manuel e D Leonor teriam sido pelo menos 5, e por ordem: D Catarina, D Francisco, D João, D Pedro, e pelo menos mais uma filha (ignorando-se o seu lugar na ordem) uma vez que à morte de D Manuel uma carta régia fala "das filhas" de D Leonor.
Mas falando de armas, descobri num número de O Oriente Português num artigo sobre pedras tumulares armoriadas, uma quase que certa pedra de armas de um deles. Não será a de D Manuel uma vez que lhe faltam a cruz e a coroa de espinhos. Mas as cinco chagas estão lá, em aspa, quatro nos cantos e uma no centro. E o que me faz pensar que não se trata de apenas umas armas 'franciscanas' é o facto de, sobre o escudo ... ter uma coroa. Uma coroa real, de cinco 'apoios', encimada por uma pequena cruz.
Com toda a modéstia que uma afirmação deste tipo deve revestir-se, arriscaria afirmar que será a pedra tumular de D João ou de D Filipe, seu filho.
Cumprimentos. Victor Ferreira
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