Árabes em Portugal
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arabes em portugal
bom dia,
necessito de referencias bilbiograficas sobre os arabes em portugal.
muito obrigada
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RE: arabes em portugal
Boa noite, cara Mafalda
Não sei o que procura especificamente, nem sei se lhe será de algum interesse, no entanto mando-lhe alguma bibliografia que tenho consultado para a elaboração de um romance sobre a Terceira Cruzada, que abrange o período das conquistas de Silves (na altura a maior cidade de al-Gharb e uma das maiores do al-Andaluz)e Alvor.
Al-Gharb 1146 - Um romance de Alberto Xavier. Retrata o quotidiano dos árabes no Algarve - Bertrand Editora
Alcorão - Ajuda a compreender a religião e a cultura islâmicas
Atlas dos Impérios - Mostra a expansão do império islâmico - Editorial Teorema
A cidade de Silves num itinerário naval do Século XII por um cruzado anónimo - Faz uma crónica sobre a conquista de Silves - Edições Távola Redonda
Conquista do Algarve 1189-1249 - Um dos melhores trabalhos sobre o período de conquista portuguesa. Imparcial, mostra aspectos sobre ambos os lados em confronto, não esquecendo o vestuário e o tipo de armas que uzavam - Tribuna
Conquista de Lisboa 1147 - Vai na linha do anterior - Tribuna
Caminhos do Gharb Estratégia de interpretação do património islâmico no Algarve: o caso de Faro e de Silves - Edição da CCRA (organismo público)
A Conquista de Lisboa - Pedro Massano - Banda desenhada de muito boa qualidade. - Booktree
Portugal na Espanha Árabe - António Borges Coelho - Atrevo-me a considerar a Biblia dos que procuram aprofundar o conhecimento sobre a história do período árabe em Portugal. Não houve nenhum historiador que não o tivesse mencionado quando andava à procura de bibliografia. - Caminho
Os nossos companheiros Árabes - Ajuda a conhecer a cultura árabe - Hugin
Algarve muçulmano (711-1249) - História, uniformes, armamento, equipamento, organização - Destarte
Xarajib - Revista do Centro de Estudos Luso-Árabes - Edição da Câmara de Silves
As Cruzadas vistas pelos Árabes - Amin Maalouf - Mostra a outra versão das cruzadas - Difel
Jerusalém - Uma cidade 3 religião - Mostra a evolução da cidade de Jerusalém - Temas e Debates
O Livro de Saladino - Tarik Ali - Mostra o lider Saladino visto pelos olhos dos árabes
De elevado interesse, também encontrei as seguintes páginas de internet, que espero lhe venham a ser uteis:
(...)
Com os melhores cumprimentos
Nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
Estimado Nuno inácio:
Parabéns pela quantidade de biblliografia que colocou no forum sobre os Àrabes na Peninsula.
Agora chamo a atençâo para alguns dislates que os autores cometem quando:
"Fala sobre Ibn Qaci, uma das figuras mais ilustres da cultura árabe, poeta famoso e auto-intitulado "madhi" (profeta)Silves:"cidade sob administração portuguesa,"
Ora, para mim è completamente novo essa nova identidade de Silves como cidade sob administraçâo portuguesa.... Será uma especie de protectorado que tem Portugal sobre Silves?? Será algo assim como Ceuta ou Mellilla, que estâo em território de Marrocos???
Desde logo, crei que fosse uma cidade 100% portuguesa, e a pergunta è, se haverá mais cidades sob administraçâo portuguesa por aí!!!!
Cumprimentos
Fernando de Telde
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RE: arabes em portugal
Boa dia, caro Fernando
Por vezes quando retiramos as palavras do seu contexto, ficamos com resultados que nada têm a ver com o que o autor pretende transmitir (e efectivamente transmite).
Neste caso, quando vi o seu comentário fiquei boqueaberto porque nunca tinha visto tal expressão.
Quem lê o seu comentário, pode ficar a pensar que, actualmente, Silves é intitulada de cidade sob administração portuguesa, o que não é verdade.
Aconselho-o a ler novamente o parágrafo de onde retirou as palavras e, caso ainda mantenha dúvidas de interpretação terei todo o gosto em esclarecê-las:
"Em 1989, por ocasião das comemorações dos 800 anos de Silves como cidade sob administração portuguesa, uma peça de teatro de rua, representada pelo GRUTA (Grupo de Teatro Amador), de Silves, com texto e encenação de Maria Luísa Anselmo, evocou a figura de IBN QASI, divulgando amplamente esta personalidade silvense junto da comunidade."
Cumprimentos
Nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
Caro Nuno Inácio,
Bem haja pelas sua referências!
Para além de ter "raízes" algarvias, eu gosto de ver o Algarve bem citado. Gostaria de lhe fazer uma pergunta, se me permite: o que acha do "ALLGARVE"...?
Com os melhores cumprimentos,
Artur Camisão Soares
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RE: arabes em portugal
Caro Artur
A sua questão é bastante pertinente :-).
A minha boa educação não me permite dizer o que realmente acho relativamente ao Allgarve neste fórum.
Digamos que, para não ser demasiodo óbvio nas criticas, há muito que me tenho habituado a decisões estupidas por parte de quem governa o nosso país, mas esta é das piores.
Por uma anedota já vi ministros a serem demitidos.
Enfim, outros tempos que já lá vão...
Com os melhores cumprimentos
nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
Caro Nuno Inácio,
Pois é...!
Há coisas que me fazem muita confusão. E se a "moda" pega?
Renovados cumprimentos,
Artur João
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RE: arabes em portugal
Caro Artur
O que não faltam por aí são modas a pegar.
É em momentos destes que, além de apelar à regionalização urgente do Algarve, chego a questionar se terá valido apena a conquista do Al-gharb ao Al-Andaluz e, até, se nos foi de alguma utilidade o fim do Reino das Taifas.
Enfim!... Agora temos que viver com o que temos...
Como algarvio compreenderá o que estou a dizer.
Cumprimentos
Nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
Cara Mafalda
Aqui ficam mais algumas páginas onde poderá encontrar matéria interessante sobre os árabes em Portugal
(...)
Cumprimentos
Nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
"por ocasião das comemorações dos 800 anos de Silves como cidade sob administração portuguesa, uma peça de teatro de rua, representada pelo GRUTA"
Estimado Nuno Inácio:
Agradeço a sua resposta e predisposiçâo para a interpretaçâo da frase que está bem explicita: "comemoraçâo dos 800 anos de Silves como cidade sob administraçâo portuguesa. Esta frase está entre virgulas e significa o que significa: que alguém escreveu isto: que se comemorou os "800 anos de Silves como cidade sob administraçâo portuguesa". Que seja ou nâo uma peça de teatro, que seja esta peça de teatro apoiada ou nâo por entidades públicas, a frase aí está e à um autor por detrás da mesma. Parece-me intolerante que nestas alturas, quando o Al- Andaluz anda na boca de reivindicaçôes islamistas que se venha com este tipo de palavreado. Que significa "Silves como cidade sob administraçâo portuguesa"??
Que tipo de idiologismo está subjacente em tal conceito?
Será o mesmo comemorar os 800 anos da conquista de Silves com o conceito de cidade sob administraçâo?
Será o mesmo comemorar os 800 anos de Silves como cidade portuguesa ou os 800 anos como cidade sob administraçâo portuguesa???
A única cidade portuguesa que se encontra sob administraçâo, mas neste caso espanhola, è Olivença. De resto, creio que è aplicar falsos conceitos e abrir caminhos equivocos, considerar qualquer ideia de "sob administraçâo", qualquer parte do território Nacional.Por muito grupinho de teatro que haja por detrás de frases como "Silves cidade sob administraçâo portuguesa"...
Espero bem que o tal grupito de teatro, nâo tenha tido apoios públicos, e que tal frase tenha passado desapercebida aos politicos... e portanto tido apoio oficia.-
Melhores cumprimentos
Fernando
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RE: arabes em portugal
Estimado Artur Camisâo Soares:
E a questâo está em que fazer a um tonto ministro que consegue colar uma propaganda dessas a nivel internacional, sem que ninguém o ponha imediatamente na rua.
Haverá alguma lei em que algum grupo de "amigos do País" possa pegar nesse ministro e colocar-lo baixo a alçada da lei??
Como poder defender o País contra tipos como esse?
Melhores Cumprimentos
Fernando
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RE: arabes em portugal
Estimado Nuno Inácio:
Ao fim e ao cabo nâo estava muito desencaminhado nas minhas lucubraçôes...
Por trás de determinadas palavras se escondem conceitos e idiologias...
O regionalismo terá muito a ver com o conceito de "cidade sob administraçâo portuguesa"!!!
Crê que o regionalismo também nâo está por detrás da palavra "ALLGARVE"?...
Descareterizar nomes portugueses, confundir conceitos ALL ALGARBE até finalmente chegar de novo ao AL- GHARB, chegaremos enfim a tirar a administraçâo portuguesa, passaremos à autonomia e logo à integraçâo. Chegaremos um dia à proposta de refundar o reino ou cora de Ocsonoba, ou ainda mais grandioso à refundaçâo do reino de Sevilha? E dentro da regionalizaçâo, o antigo reino de Santa Maria do Algarve, que conviveu com a cora de Silves,(em igualdade), vai reivindicar o seu antigo apogeu e vai também pedir ser regional? ou vai aceitar a subordinaçâo?
Melhores cumprimentos
Fernando
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RE: arabes em portugal
Caro Fernando
Vivemos num estado com liberdade de pensamento e de opinião e a sua indignação é tão legitima quanto a minha interpretação da frase, que nada tem de depreciativo.
Explico-lhe porquê:
Comecemos pelo conceito de administração:
acção de administrar; governo; gestão de negócios públicos e particulares;
conjunto de normas destinadas a ordenar e controlar a produtividade e eficiência tendo em vista um determinado resultado; conjunto de indivíduos cuja função é a de gerir ao mais alto nível uma empresa, instituição, etc.; local onde estão instalados os serviços administrativos.
Para o que interessa na interpretação da frase em questão, temos: acção de administrar, governo.
É inquestinável que todas as cidades portuguesas estão sob administração do Estado Português, o que acontece, obviamente, com a cidade de Silves.
Não devemos confundir o conceito de cidade sob administração portuguesa com o conceito de território sob administração portuguesa, esse sim, pedaço de terra localizado em terras estrangeiras, como foi o caso de Macau ou Hong Kong e é o caso de Ceuta ou Tânger.
Passemos agora a factos históricos:
1 - A cidade de Silves já existia no período romano. Nesse tempo, encontrava-se sob administração romana.
2 - Entre o Séc. VIII e XII esteve sob administração árabe, tendo posteriormente, no período conhecido por Reino das Taifas, ascendido à situação de Reino independente.
3 - Foi este Reino independente de Silves que veio a ser conquistado em 1189 pelas forças portuguesas, passando, a partir desse momento, a cidade de Silves a estar sob administração portuguesa, o que ainda se mantém.
O que se comemorou foram os 800 anos passados sobre a passagem de Silves como Reino independente árabe para a administração portuguesa.
Por este conjunto de razões, não vejo qualquer inconformidade no texto em questão.
Cumprimentos
Nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
Caro Nuno Inácio,
Muitissimo obrigada pela sua valiosa ajuda. De certo irá ajudar me na perfeição. Vou estudar os sites que me aconselhou, e caso tenha alguma duvida irei de certo contacta-lo.
Mais uma vez , muito obrigada.
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RE: arabes em portugal
Estimado Fernando
Sou social-democrata de ideologia e regionalista por convicção. E tenho muito orgulho disso, porque o que defendo está de acordo com a minha consciência.
A palavra Allgarve, não tem o mínimo de fundamento, nem como campanha publicitária, uma vez que o Algarve já é uma marca de referência turistica desde os anos 60. Trocá-la por outra nova, só trará confusão nos turistas e nos operadores turisticos sendo por isso, na minha modesta opinião (e espero não vir a ser condenado por delito de opinião, como aconteceu ao outro) pelo menos patético.
Pessoalmente não acredito que essa palavra seja alguma derivação do antigo reino de Al-Gharb, nem faria sentido no contexto actual.
O que eu defendo, enquanto regionalista é uma maior autonomia da região no contexto nacional, não sendo apologista de qualquer separatismo, ainda que saiba que haja quem defenda tal separatismo.
Também tenho conhecimento do projecto de fusão da Andaluzia com o Algarve e o Alentejo, criando uma grande região Andaluza (o antigo Al-Andaluz) mas, se a memória não me falha (neste momento não me apetece ir consultar dados históricos) essa ideia foi apresentada numa das cimeiras anuais entre Portugal e Espanha pelo governo Espanhol. Logo foi apresentado oficialmente ao Governo Português, sem interferência regionalistas.
Pessoalmente, defendo os que cada um deve ficar na sua casa. Espanhois é para lá do Guadiana, os outros para cá.
Quanto aos antigos Reinos das Taifas, não posso falar por eles.
S. Lourenço da Barrosa só foi fundada em 1463. :-)
Cumprimentos
Nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
Caro Nuno Inácio:
Estou de acordo que cada qual defenda as suas ideias e proponha o que quer que seja dentro dos limites que impôe ser democráta. Assim, nada tenho que criticar-lo por isto.
Quanto à campanha ALLGARVE estou também de acordo consigo. Pena nâo haver mecanismos para iniciar a destituiçâo desse ministrozinho, que vem com uma ideia, idiota, tentar desvirtuar um nome, uma tradiçâo, (como diz uma marca já implantada desde os anos 60) e desvirtuar aquilo que è bem nacional.-
Congratulo-me com saber que nâo è "separatista" e que vê o regionalismo como uma forma de extender o desenvolvimento, dentro de interesses locais. Nada obsta a que os mesmos sejam bem entendidos... Porém, como anda de moda a tentativa de criar a grande e indivisa naçâo Iberica, tudo è pouco para alertar e tentar desenmascarar os pseudo regeonalismos e o pan europeismo iberista...
A forma de conseguir essa "ansiada", ( por alguns) uniâo Iberica è exactamente propor o regionalismo como forma já muito batida do divide e vencerás. As cimeiras Ibéricas, (creio que como todas, as reuniôes entre Países), terâo um protocolo de discuçâo e uma agenda do dia, e parece-me experpentico, ou pelo menos inusual, que Espanha tenha proposto numa reuniâo algo fora do protocolo e da angenda do dia e sem um protesto por parte do governo. Assim, se esta proposta foi elevada, isto teve a anuencia dos Ministros ou do Governo português. Como se pode ver, se anda a trabalhar por detrás da cortina...
Estará fora deste tópico, mas gostaria de conhecer as vantagens regionalistas dentro de um País como Portugal, onde nâo há barreiras naturais nem linguisticas nem económicas que levantem essa questâo. Mas gostaria de conhecer as ideias da proposta regionalista para Portugal.-
Melhores cumprimentos
Fernando
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RE: arabes em portugal
Estimado Nuno Inácio:
As palavras tem além de simbolismo, uma interpretaçâo e nâo nos referimos a Portugal, como uma naçâo baixo administraçâo portuguesa, e da mesma forma uma cidade portuguesa nâo está baixo administraçâo portuguesa. È uma naçâo baixo o governo nacional e è uma cidade portuguesa, baixo o governo da naçâo. Nâo se pode dizer Portugal baixo administraçâo portuguesa e está mal dizer Lisboa uma cidade baixo administraçâo portuguesa.
Uma colónia, um protectorado uma cidade, pode estar sob ou baixo administraçâo de outro estado ou das Naçôes Unidas, mas nunca baixo ou sob a administraçâo do próprio estado nacional. Nâo se confundâo os termos, entre a administraçâo nacional que engloba todo o território nacional e uma zona baixo ou sob administraçâo. Baixo ou sob, è tutela, e uma naçâo nâo tutela o seu território, domina-o, administra-o.
Assim Silves, depois de conquistada passou a fazer parte do território nacional e è uma cidade portuguesa, nâo sob tutela nem baixo administraçâo portuguesa. Quando nos referimos a que Silves, ou outra cidade esteve baixo administraçâo Romana ou Àrabe, temos aí exactamente a diferença, è que aquela cidade ou cidades, deixaram de ser Romanas ou Àrabes, e se pretendemos que Silves seja por toda a Eternidade portuguesa e que nunca venha a ser referida históricamente como a cidade que esteve sob administraçâo portuguesa, entâo, sejamos claros, se comemorou os 800 anos da conquista de Silves e a integraçâo ao território de Portugal desta. Se comemorou os 800 anos da cidade portuguesa de Silves, da incorporaçâo de Silves a Portugal...
Olhe, poderemos um dia propor aos espanhois, ou aos marroquinos, ( espero que brevemente) a comemoraçâo dos 400 anos em que Ceuta esteve baixo ou sob a administraçâo portuguesa, como ponto de reencontro entre culturas.-
"a cidade de Silves a estar sob administração portuguesa, o que ainda se mantém". E esperemos que eternamente!!!
Cumprimentos
Fernando
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RE: arabes em portugal
Caro Fernando.
Sei que está fora do presente tópico, mas a verdade é que a Mafalda, além das mensagens que eu próprio enviei com alguma bibliografia, ainda não obteve mais elementos que solicitou, pelo que, certamente, também não se importará que troquemos algumas ideias regionalistas, até que vai mantendo o tópico na linha da frente.
Obviamente que a questão da regionalização e os argumentos dos regionalistas variam de região para região.
No meu último livro, intitulado Reinventar Portugal, apresento um projecto de mudança do sistema politico português, que visa tornar o nosso país mais democrático e com governantes mais próximos do povo.
E um dos aspectos que acho positivo com a implementação da regionalização é a aproximação entre eleitores e eleitos.
Convenhamos que é mais fácil ao povo de uma determinada região contactar com alguém que está sediado nessa região; que conhece as necessidades dessa região; que conhece a realidade social, cultural, educativa e económica das gentes dessa região e é eleito directamente com os votos dos eleitores dessa região (defendo a eleição directa dos órgãos regionais), do que com alguém que está sediado na capital, que administra o país no seu todo, com uma visão meramente economicista, indiferente às assimetrias e realidades regionais.
Apesar de sermos um país pequeno, penso que todos temos consciência de que o modo de vida e as necessidades sociais variam de região para região.
Com a implementação da regionalização, aumenta a reivindicação das várias regiões relativamente ao poder central, que actualmente é feita no quadro politico dos partidos, pelas autarquias locais e deputados da Assembleia da República, maioritariamente afectos e obrigados a respeitar as normas internas desses mesmos partidos.
No contexto nacional, o Algarve é, certamente, a região com melhores condições para implementar a regionalização.
Passo a explicar:
Não foi por acaso que, durante séculos, os reis de Portugal intitulavam-se "Rei de Portugal e dos Algarves"
Na verdade, o Algarve foi o último território do continente a ser conquistado pelos Portugueses.
Durante o domínio árabe da península, o Algarve sofreu muito mais influências desse povo do que o resto do actual Portugal. Tais influências encontram-se ainda presentes na linguagem, na arquitectura (que na verdade tem-se ido degradando) e na cultura algarvias.
As fronteiras regionais algarvias foram aquelas que sofreram menos alterações ao longo da história.
A região coincide com o distrito.
A região está afastada do centro de decisão por uma outra (o Alentejo, que me merece o máximo respeito) que nada tem a ver com o Algarve em termos culturais, de organização económica, demográfica e populacional.
As caracteristicas económicas do Algarve não têm par em qualquer outra região do país.
O Algarve está voltado para o sector turistico (com o que isso tem de bom e de mau), tendo uma forte implementação urbana na linha da costa, que necessita de um conjunto de infraestruturas que são deficientes em termos regionais. Vive com grandes assimetrias demográficas entre o Verão e o Inverno que têm que ser geridas no terreno e em tempo real, que muitas vezes não se enquadra na realidade politica do país.
O Algarve tem uma forte implementação demográfica não eleitora (cidadãos estrangeiros, imigrantes e migrantes nacionais que não se recenciam), que obriga as autarquias locais a realizarem um esforço suplementar para garantir boas condições de vida para uma população residente de facto de, por exemplo, 80000 pessoas, com um orçamento e organização politica voltadas para 35000 eleitores (no caso de Portimão, por exemplo).
Com a implementação da regionalização, acredito que mais pessoas se recenciariam na região, aumentando a parcela do orçamento de Estado para a região.
Por último e a título de exemplo do que o Algarve perde não sendo regionalizado, posso-lhe dizer que o sector Turismo do Algarve vale 5000 milhões de euros por ano, tendo recebido do orçamento de Estado 200 milhões de euros.
Esperando não ter sido muito chato, apresento os melhores cumprimentos
Nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
Estimado Nuno Inácio:
Nada de Chato, pelo contrário, a mim isso è uma das coisas que mais me apaixonam: a discussâo das posdsibilidades de desenvolvimento do País, e muito me atrai a questâo do regionalismo,como conceito de aproximar a governaçâo às necessidades locais...
Porém tenho também as minhas reservas quanto às necessidades, e segundo do que se entende e que profundidade se pretende do regionalismo.-
A meu ver, há que que entender duas vertentes de regionalismo:
1ª : A potenciaçâo do poder local, dentro do actual estatuto organizativo do País,
2ª : A divisâo do País em Autonomias
Se dentro do primeiro ponto, estou de acordo em que cada regiâo, ou Provincia, deveria ter um "Cidadâo Eleitor", com possiblidades de acrescentar um voto mais, de qualidade, sobre as decisôes inerentes à sua regiâo, já no segundo ponto, tenho revervas muito acentuadas quanto à individualizaçâo do poder local, ou Autonomias. Isto porque poderiamos ter tendencias divisonistas, separatistas e articulariamos uma divisâo assimétrica do País, segundo os ingressos por Autonomias. È isso exactamente o que vejo reflectado na sua propossiçâo, sobre o deve e haver da Regiâo, baseado nos ingressos....
Estamos, de acordo que deverá haver uma maior proporcionalidade entre a riqueza gerada por uma regiâo e o gasto do Estado para a mesma, mas nâo nos podemos esquecer do principio de solidariedade que deve regir o conjunto do País.
Nâo seria logico que, porque o Porto de Lisboa, ou Setubal, sejam os portos que dâo ao Algarve as entradas dos productos essenciais para poder manter um turismo de qualidade no Algarve, que deveriamos tirar ao porto da Figueira da Foz, os instrumentos para o desenvolvimento do centro... Explico, se tivessemos uma assimetria, o Algarve+ Lisboa+Setubal, poderiam reivindicar ( pelo turtismo) uma grande fatia dos investimentos, sustraindo a outros portos a possibilidade de desenvolvimento...
Entrar na dinamica da proporcionalidade directa entre ingressos e inversâo, daria uma assimetria de investimentos dentro do próprio País, o que seria gerar desniveis entre regiôes, divisôes internas e desintegraçâo de um modelo Nacional...
Quanto à questâo dos votos, esses sâo os que sâo, e nunca se poderá alterar os mesmos fazendo votar populaçôes flutuantes. Nâo vejo como poder enquadrar isso...
O recenciamento, dentro das Autonomias, pode ser uma arma de dois fios. Pode ou nâo ser beneficiosa...
Vivo ha mais de 23 anos em Espanha e sei bem o custo das Autonomias, se bem aqui, se entende a questâo pela própria genesis espanhola e do ponto de vista histórico...
Quanto às Ilhas, estou de acordo com o Regionalismo Autonomista. Está justificado e funciona em Portugal, sem muitos problemas, quanto ao resto do País, permita-me que o considere nâo justificado e se me permite a liberdade democrática: "Um autentico disparate"... Na minha assumida opiniâo.-
Já agora, se me permite, fiquei boquiaberto por saber que o seu partido, tal como o P.S., comungam da mesma ideia regionalizante para Portugal..- Autentica sorpresa, mas que está de acordo com a minha ignorancia sobre a politica portuguesa, por viver tantos anos fora.-
Permita- me enviar-lhe um abraço
Com o desejo de uma boa noite,
Fernando
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RE: arabes em portugal
Caro Fernando Leite Velho,
Desculpe-me a demora em responder, mas outros afazeres assoberbaram-me o espírito e o tempo.
Compreendendo o que pretende significar, devo-lhe dizer que o chefe do governo é quem em última instância tem a responsabilidade.
Os "amigos do País" podem, claro, iniciar uma "Petição". A eficácia desta é que será de duvidar. De qualquer das formas, não existe a Procuradoria Geral da República...?
Melhores cumprimentos,
Artur Camisão Soares
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RE: arabes em portugal
Boa tarde, caro Fernando
Parece que finalmente percebi o seu receio pela coesão nacional :-).
O caso espanhol, com o aumento de reivindicações regionais com vista a uma maior autonomia ou até independencia, nada têm a ver com a realidade portuguesa.
A título de exemplo, diga-se que, após o 25 de Abril, surgio no Algarve o MIA (Movimento de Independencia do Algarve), que não conseguiu cativar minimamente os algarvios, ao ponde de se extinguir por completo ao fim de pouco tempo.
Também no último referente (com uma abstenção gritante) a maioria dos votantes do Algarve votou não à regionalização.
Não existe por parte do Algarve e dos algarvios a mínima intenção de se tornarem independentes ou autónomos. Existe sim um apelo à descentralização do poder concentrado em Lisboa, para que um conjunto de decisões possam ser tomadas por responsáveis politicos algarvios e no Algarve, o que é deveras diferente.
Gostaria de lhe citar um simples exemplo.
Há muito que o mercado inglês perdeu terreno no turismo algarvio. Há cada vez menos turistas ingleses no Algarve e cada vez mais turistas irlandeses, alemães e nórdicos.
No entanto e apesar desta mudança de facto, qual tem sido a politica governativa para o turismo do Algarve?
Continua a actuar como se vivesse exclusivamente do mercado inglês!...
Existem linhas aéreas directas do Algarve para a Inglaterra, enquanto os Irlandeses, Alemães e Nórdicos têm que fazer escala em Lisboa.
Neste caso, têm sido os empresários algarvios a apostar (sem apoios governamentais) na mudança do turismo no Algarve, trocando pub's inicialmente dedicados a ingleses para pub's tipicamente irlandeses; têm dado formação aos recepcionistas e outros empregados da industria hoteleira de alemão, para prestar um melhor serviço; têm tradizido ementas, mapas, catálogos e folhetos para outras linguas que não apenas o inglês.
Acredito que com a regionalização estas situações seriam corrigidas de forma mais celere, com beneficios para todos.
Cumprimentos
Nuno Inácio
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RE: arabes em portugal
Estimado Nuno Inácio:
Claro está que nâo comparo minimamente Espanha com Portugal nas questôes diferenciadoras entre as diversas nacionalidades espanholas, com linguas e culturas diferentes, com o caso português, onde a pesar do seu escrito, nâo vejo que haja culturas diferentes entre o norte e o sul, até porque a reconquista e posterior colonizaçâo do sul, foi feita com muita gente do norte... Claro que há regionalismos, mas nâo diferente cultura...
Quanto à questâo da unidade do País, aí está um grupo de "amigos da Galiza", que propugnam uma autonomia galega, que seria o território ao norte do Douro até Finisterra... Claro que isto è uma forma subtil de trabalhar para a desgregaçâo do País. Nâo nos enganemos, pois a ideia nâo è integrar Galicia em território português, mas sim integrar um território português na Galiza... O inicio da integraçâo regional, com interesses económicos, dividindo Portugal em zonas de influencia transfroteiriça, trazendo para um futuro a ideia de que nâo há fronteiras, nâo há necessidade de manter um País...
A questâo que coloca sobre terem sido os empresários a traduzir os menus às diversas linguas, isso nâo passa por ser uma obrigaçâo do empresariado, que è a quem compete adaptar-se à demanda. Espero que tenham pelo menos a gentileza de manter o menu também em português, já que nas minhas visitas ao Algarve, muitas vezes fui surprendido por menus em alemâo ou inglês e nâo em português. Há e também que se obrigue aos empregados a falar português, porque muitas vezes fui atendido por alemâes ou ingleses que nâo entendiam uma única palavra de português...
Quanto aos voos, creio que isso dependerá também das companhias aereas, que deverâo ajustar as suas ofertas aos interesses dos clientes. Nâo vejo que determinada companhia queira fazer um voo Berlim - Faro e que o governo nâo a autorize... Congestâo de tráfico aèreo?
A questâo dos mapas, catalogos e folhetos, nâo sei se haverá um organismo algarvio de turismo, a quem competiria o fazer desses ajustes. Também haverá organismos Camarários de Turismo, a quem competirá fazer esses catálogos e folhetos. È sobre tudo uma questâo de trabalho regional tudo o que indica, mas nâo vejo que tivesse que haver uma autonomia para resolver esses pormenores de menor entidade.
Quando falo dos custos das autonomias em Espanha, estou a referir-me ao tremendo gasto económico que significa duplicar e muitas vezes triplicar gestores, funcionariado, conselheiros etc... etc...
Nâo è uma panaceia o regionalismo e dou-lhe um exemplo:
Comunidade Autonoma de Canarias, dividida em dois provincias, Las Palmas ( ilhas de Lanzarote, Fuerteventura e Gran Canarias) e Tenerife, ( ilhas de Tenerife, La Palma, Hierro e Gomera)... Duas sedes governamentais, uma em Tenerife e outra em Las Palmas de G. C.... rotaçâo quinzenal de sede de governo, com os gastos de traslado de senadores, governo, empregados principais, conselheiros, e arquivos... divisâo constante entre as populaçôes das duas provincias, em especial se discute se aquela gasta mais ou recebe mais, se aquela leva trem e esta nâo... Se o gasto è proporcional aos ingressos... se esta tem mais ou menos populaçâo e se o gasto è proporcional a esta... se a cerveja que se fabrica em Tenerife nâo è consumida em Las Palmas e viceversa... Uma pessoa de fora, fica extemamente chocada com esta divisâo entre estas ilhas, e isso só pode ser obra do regionalismo mal concebido. È algo histórico esta divisâo...
Cumprimentos,
Fernando
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