Afinal qual é o nome correcto?
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Afinal qual é o nome correcto?
Caros Confrades,
Deparei nas minhas pesquisas, com uma antepassada minha que surge em vários assentos com nomes e apelidos completamente diferentes.
Num surge como BRIGIDA MARIA DE ALMEIDA, outro como BRIGIDA MARIA DE ALMEIDA NAVARRO DE ANDRADE, outro BRIGIDA LUISA MARIA DE ALMEIDA CAMPOS E ANDRADE e outro ainda como BRIGIDA MARIA DE CAMPOS HENRIQUES.
Embora tivesse todo o direito a usar estes apelidos, era normal que os mudasse tantas vezes e até o nome próprio? Agradeço a V. ajuda e esclarecimento e se isto era uma situação corrente no sec. XVIII.
Melhores cumprimentos
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RE: Afinal qual é o nome correcto?
Caro participante,
É sabido que até muito recentemente os nomes flutuavam muito. Como não havia nenhum documento de identificação e as oportunidades em que os nomes se escreviam eram de facto muito poucas durante a vida de um/a cidadão/ã comum, acontecia haver vários registos com nomes diferentes para a mesma pessoa.
- Qual era o 'mais verdadeiro'? Como citar o nome dessa pessoa?
Penso (e é apenas uma opinião pessoal) que à primeira pergunta não há resposta. À segunda, sugiro uma regra: usar o nome COMPOSTO que cronologicamente seja o primeiro a lhe aparecer e entre parêntesis "também" ou "tb." seguido dos outros nomes (tb. por ordem cronológica ou até c/ referências aos documentos onde aparecem). Ou seja, sendo esse o caso, e sendo essa a ordem de aparecimento nos registos, testamentos, etc., então será BRIGIDA MARIA DE ALMEIDA (tb. BRIGIDA MARIA DE ALMEIDA NAVARRO DE ANDRADE, BRIGIDA LUISA MARIA DE ALMEIDA CAMPOS E ANDRADE, BRIGIDA MARIA DE CAMPOS HENRIQUES). É extenso mas informativo.
E para finalizar de uma maneira descontraída, penso também que 'não vale' escolher o que nós gostamos mais ...
Cumprimentos. Victor Ferreira
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RE: Afinal qual é o nome correcto?
Caro Confrade Victor Ferreira
Muito obrigado pela sua resposta. É engraçado que são nos assentos de baptismo dos netos que o nome desta minha 4ª Avó aparece da forma mais simples e foi por aí que comecei. Só que nos assentos dos filhos já aparece o nome mais composto e numas habilitações para umas heranças feitas pela própria (que estão na T.T.) aparece duas vezes com versões ainda mais compostas e completas (Brigida Luisa Maria de Almeida Campos e Andrade e Brigida Maria de Almeida Navarro de Andrade). Com isto tb. penso que respondo ao seu último parágrafo, pois acho que faz mais sentido colocar o nome (ou os nomes) que a própria usou do que aqueles que um páraco escreveu num assento depois de ela ter morrido e muitos anos depois. Também o nome próprio é diferente o que me faz concluir que ela sabia que o seu nome era Brigida Luisa Maria e não apenas Brigida Maria como mais tarde foi tratada.
Claro que são apenas pequenos pormenores tudo isto, mas querendo manter algum rigor nos dados encontrados e perante uma situação destas fiquei uma bocado baralhado. No entanto, uma coisa é certa, todos estes apelidos, não há dúvida nenhuma que ela tinha todo o direito a usar, ao contrário de outros casos que já encontrei que usam apelidos que não faço ideia onde os foram buscar!
Melhores cumprimentos.
JMSA
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RE: Afinal qual é o nome correcto?
Caro confrade,
Cada caso é um caso e a cada cabeça sua sentença.
Concordo basicamente com o confrade Victor Ferreira e a 100% quando diz que se deve dar o máximo de informação. Já não estou tão de acordo com o critério da primazia pelo que primeiro surgiu.
Depois da pessoa ter falecido e mesmo antes, em baptismos de netos, os registos tendem a reproduzir o nome porque era conhecido por terceiros depois de adulto, a que alguns chamam nome de referência. Para efeitos literários ou em notas biográficas mais desenvolvidas, seria o melhor nome, mas em registos genealógicos normalmente não é.
Os nomes constantes em habilitações, escrituras, etc., tendem a ser os mais completos mas sofrem a influência do desejo de agradar - e de receber porque eram também pagos à linha - dos oficiais que redigem ou mandam redigir o documento; e também da própria finalidade do documento que se se referir a uma herança ou doação de bens Navarro, não esquecerá o Navarro, podendo no entanto tal apelido nunca ter sido usado.
Os registos de baptismo nada dizem quanto aos apelidos e o próprio nome é muitas vezes incompleto ou vem a ser alterado no crisma, a que raramente se tem acesso e se vai conferir.
Ficam assim, os registos de baptismo de filhos e os do casamento dos próprios. São estes os que prefiro e, se diferentes entre si, escolho o que o próprio assinou e sigo a assinatura, muitissimas vezes diferente do que o padre registou. Se o próprio não assinou, procuro aquele em que padrinhos ou testemunhas eram mais próximos; na falta desse conhecimento, opto pelo de casamento, pois é o único em que tenho a certeza que o próprio esteve presente e, se o padre cumpriu, ouviu ler os termos do registo que ia ser feito. Ou seja, quase sempre prefiro o do casamento. Como excepção, se mais do que um registo de filhos forem diferentes e consistentes entre si, interpreto que usou o nome de uma forma até casar e casou assim, porventura por influência familiar, mas depois, por vontade própria, passou a usar diferente, o que sigo.
Se alguma variação me parecer importante, vai como alternativa ou "aliás" mas todos vão em notas.
Com os meus cumprimentos,
Fernando Aguiar
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RE: Afinal qual é o nome correcto?
Caro Confrade,
Obrigado pela sua resposta. Estou de acordo consigo quanto às habilitações para as heranças. Esta minha Avó, na ausência de registos de nascimentos tal como hoje existem, tentou provar o seu parentesco com os apelidos mais próximos dos parentes que morreram e daí comprovar a sua proximidade e direito ás ditas heranças e daí também a razão de aparacer com apelidos diferentes, conforme esse mesmo parentesco e a herança em causa. Já quanto ao nome próprio, acredito que ela se chamava mesmo Brigida Luisa Maria e com o tempo os seus descendentes tenham deixado cair o "Luisa". Claro que isto é apenas um palpite, mas ao contrário do que atrás refiro, não vejo qualquer interesse em alterar o nome próprio.
Aceite os meus melhores cumprimentos
JMSA
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Já que fala nisso...
Caros,
Li a troca de informações e já que o assunto é similar... o Sr. Fernando Aguiar menciona que o nome pode ser alterado no crisma (diferente de baptismo. Onde confirmar?). Tenho o caso de uma familiar com o nome de baptismo, que sempre foi tratada e conhecida por um outro apelido. Ex: Maria Espírito Santo, conhecida por Maria do Carmo.
O que acham?
Será o caso de ter recebido outro nome em adulta, devido ao crisma?
Cumprimentos!
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RE: Afinal qual é o nome correcto?
Eu pessoalmente costumo juntar os nomes todos...
Por exemplo, se um indivíduo é mencionado num documento como Alfredo Augusto Soares Pereira e noutro documento Alfredo Rodrigues Soares Pereira, não vejo mal nenhum em considerar que o «nome real» dele, através de um processo reconstrutivo e rigoroso, ser considerado Alfredo Augusto Rodrigues Soares Pereira...
Alguém se opõe intransigentemente a esta minha postura? Se sim, porquê? Num caso destes, alguém dúvida de que o indivíduo fosse Augusto e Rodrigues?
Cumprimentos!
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RE: Afinal qual é o nome correcto?
Inundado pela exaltação quando escrevia a mensagem anterior, cometi alguns erros, pelos quais peço desculpa...
Onde se lê «não vejo mal nenhum em considerar que o «nome real» dele, através de um processo reconstrutivo e rigoroso, ser considerado Alfredo Augusto Rodrigues Soares Pereira...»,
deve ler-se «não vejo mal nenhum em considerar que o «nome real» dele, através de um processo reconstrutivo e rigoroso, é Alfredo Augusto Rodrigues Soares Pereira...»
Onde se lê «alguém dúvida de que o indivíduo fosse Augusto e Rodrigues?»,
deve ler-se «alguém duvida de que o indivíduo fosse Augusto e Rodrigues?»
Enfim, como diz o outro, foi dos nervos ;)
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RE: Afinal qual é o nome correcto?
Estou completamente de acordo. Se existem provas factuais que o PRÓPRIO usou o nome composto mais completo, genealógicamente não vejo razão para se usar o nome mais simples. Em vez de darmos a informação estamos a retirá-la ou em último caso a omitir essa mesma informação. Como não existiam registos de nascimento, apenas assentos de baptismo onde era mencionado só o nome próprio, e até esse, como no caso que citei no tópico, muitas vezes incompleto. Portanto para mim é claro não existir "crime" absolutamente nenhum.
Melhores cumprimentos
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