Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
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Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Caros Confrades,
Alguém saberá onde terá ido parar a biblioteca dos Condes de Vimieiro?
Provavelmente dispersa após a morte de João de Faro e Sousa, 5º conde de Vimieiro, em Abril de 1801? Ou terá passado à casa que herdou o título? Quem será o actual possuidor do título, e eventualmente, desses livros e manuscritos, considerados na época do melhor que havia em Portugal?
O que me interessa é o paradeiro de um documento, manuscrito único (até ver), que estaria nessa biblioteca.
Na BN estão alguns poucos documentos tidos como tendo pertencido à dita 'livraria', mas não este. Daí concluir da sua eventual dispersão ou (espero) venda pontual.
Todas as ajudas serão bem-vindas.
Cumprimentos. Victor Ferreira
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RE: Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Caro Victor,
Tanto quanto sei o título de Conde de Vimieiro está na mão de José Luis Carneiro de Sousa e Faro Velho Melo Cabral, filho de Maria Teresa Caneiro de Sousa e Faro e de Caetano José Velho de Melo Cabral. Bisneto materno de José Dionisio Carneiro de Sousa e Faro, Conde de Vimieiro e último conde de Sousa e Faro. Consta que a biblioteca estará na casa dos Condes de Lumiar.
Cumprimentos,
Ricardo Leitão.
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Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Caro Ricardo Leitão,
Muito grato pela atenção e pelas indicações que me fez o favor de dar.
Muito útil saber quem é o herdeiro da 'casa'. Tentarei saber se a referida pessoa poderá acrescentar mais algum dado importante nesta busca.
Trata-se de uma obra específica, certamente manuscrita, que faria parte da dita biblioteca.
No entanto, passado um ano, pude ficar a saber do seguinte:
- segundo o que consta em bibliografia o título passou para a casa dos Condes de Lumiares;
- por via feminina e por casamento, acabou por ir parar aos condes de Castro Guimarães;
- na catalogação dos documentos Castro Guimarães pertencente à antiga casa de Vimieiro/Sousa e Faro, foram recenseados documentos em Vila Viçosa e, por passarem à edilidade, em Cascais (há mesmo uma publicação patrocinada pela CMC sobre o tema);
- o Arquivo Histórico Municipal de Cascais guarda uma pequeníssima parte desse espólio - o remanescente que ainda se conservava na Casa Castro Guimarães - enquanto a Fundação Casa de Bragança (presumo) guarda o restante (ainda menos);
- como disse na anterior mensagem, alguns documentos isolados foram parar à BNP, presumo que não formando sequer um núcleo documental distinto.
- a dita obra não não se encontra nas colecções existentes.
Ora, a tal biblioteca, a original, é suposto ter sido uma das melhores da sua época, e terá recebido o que se terá salvo da de Severim de Faria, anterior, mas outra das mais famosas do seu tempo. O que aquilo deve ter sido!
Da dita pequena obra – a Apologia ao Conde de Óbidos, de D Brás de Castro, escrita em Goa cerca de 1653-4 – apenas existe uma citação no dicionário de Bibliografia Portuguesa. Provavelmente perdeu-se para sempre.
Mas enquanto procuro, vou aprendendo.
Agora é conseguir uma forma de contactar o Sr José Luís C. de S. e F. V.M. Cabral e torcer para que tenha informação adicional.
Grato mais uma vez e um bom Domingo.
Victor M S Ferreira
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RE: Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Caro Victor,
Neste momento não estou em Lisboa. Chego na quinta feira. Nessa altura mandar-lhe-ei o contacto do josé Luis, com quem de resto já falei.
Abraço,
Ricardo.
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RE: Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Caro Ricardo,
Fico a aguardar, confesso, com expectativas elevadas em relação a que o remanescente da livraria ainda exista na posse do José Luís Cabral.
Até lá.
Victor
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RE: Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Olá Victor,
Não sei se o José Luis tem ou não alguma coisa da livraria mas informações terá com certeza. Já falei com ele e pode ligar-lhe quando quiser. O telefone é o seguinte: 21 7884358.
Cumprimentos,
Ricardo Leitão.
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Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Caro Ricardo Leitão,
Muito grato por esta ajuda com uma relevância singular.
Farei a chamada ao José Luís Cabral o mais depressa que possa.
Bom fim de semana.
Victor ferreira
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RE: Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Olá, eu teria muito interesse também em saber se alguns dos manuscritos da Casa de Vimieiro ainda poderiam estar na posse do seu representante actual. Contudo, este telefone acima está, aparentemente, desligado. Há alguma forma de contactá-lo? Muito obrigado.
Pedro Pinto
CEH-UNL
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Condes do Vimieiro: 'Livraria' e manuscritos
Bom dia,
Segundo refere Ana Paula Torres Megiani (da Universidade de S. Paulo, Brasil) na sua comunicação "Conexões e informantes entre Portugal e as partes do Império
no tempo dos Filipes: o circuito do Chantre Manuel Severim de Faria", publicada nas Actas do Congresso Internacional Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades (2006), nota de rodapé n.º 7 - http://cvc.instituto-camoes.pt/eaar/coloquio/comunicacoes/ana_paula_megiani.pdf -:
«A melhor relação da coleção de manuscritos e impressos que pertenceram ao Chantre de que se tem notícia foi realizada pelo Conde da ERICEIRA, quando do levantamento da Livraria dos Condes de Vimieiro, e publicada na Collecçam dos Documentos, e Memorias da Academia Real da Historia Portugueza, neste anno de 1724 se compuzerão, e se imprimirão por ordem dos seus Censores, Dedicada A ElRey Nosso Senhor, seu augustíssimo protector, E ordenada pelo Marquez de Alegrete Manoel Telles da Sylva, Secretário da mesma Academia, Lisboa Occidental, Officina de Pascoal da Sylva, Impressor de sua Magestade, e da Academia Real, M.DCCXXIV, ao abrir a primeira relação afirma Ericeira: “A Livraria do Conde de Vimieiro será a primeira, de que dê conta; compomse de quatrocentos manuscritos, e livros raros, a amyor parte do Erudito, e Ilustre Chantre de Evora Manuel Severim de Faria, alguns de parentes seus muito scientes, outros do preclaro varão Martim Affonso de Souza.”, Notícias da Conferência que a Academia Real da Historia Portugueza fez em 27 de Abril de 1724, p. 4.
Este levantamento detalhado do 4.º Conde da Ericeira começou a ser publicado nas "Notícias da Conferência que a Academia Real de História fez em 27 de Abril de 1724", mas prolongou-se até ao ano de 1731, conforme podem conferir aqui - http://pb.lib.berkeley.edu/saxon/SaxonServlet?source=BITAGAP/Display/6300Person.xml&style=BITAGAP/templates/Person.xsl&gobk=http%3A%2F%2Fpb.lib.berkeley.edu%2Fxtf%2Fsearch%3Frmode%3Dphilobitagap%26title%3Dbeja%26text-join%3Dand%26rmode%3Dphilobeta%26browseout%3Dwork%26sort%3Dmoniker%26startDoc%3D21
A Collecçam dos documentos, estatutos, e memorias da Academia Real da Historia Portugueza já se encontra disponível para leitura ou mesmo descarregamento na internet. Assim, será talvez possível chegar à identitifcação dos manuscritos e impressos que constituiam a biblioteca do 3.º Conde de Vimieiro, D.Diogo de Faro e Sousa.
Creio que por esta via se poderá deduzir que, fosse por herança da família materna, fosse por compra num alfarrabista, tanto os documentos relacionados com a família Faro como a Crónica de D. Afonso Henriques por Duarte Galvão, existentes na livraria do Conde de Castro Guimarães e legados por este à vila de Cascais, seriam provenientes sucessivamente das lendárias livrarias de Manuel Severim de Faria e do Conde de Vimieiro. Nem todos os livros e manuscritos se terão perdido no incêndio após o terramoto de 1755.
Até breve.
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