Grande notícia, CD-Rom D. João VI
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Grande notícia, CD-Rom D. João VI
Olá,
acabei de conversar com a muito eficiente nova diretora dos Arquivos do Museu Imperial de Petrópolis, Fátima Argon.
E os Arquivos preparam o CD-Rom com todos os documentos relativos ao Rei D. João VI para o mês de março de 2008.
Atenciosamente,
Alberto Penna Rodrigues
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RE: Grande notícia, CD-Rom D. João VI
Caro confrade
Com efeito, é uma notícia interessante, sendo muito enriquecedora essa iniciativa para os historiadores em geral, tanto portugueses, como brasileiros.
Depois, só gostaria de saber como se poderá adquirir esse CD fora do Brasil.
Cumprimentos
Maria José Borges
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RE: Grande notícia, CD-Rom D. João VI
Prezada Maria José Borges,
quando o CD-Rom for lançado eu vou procurar saber como se compra desde o exterior.
Cumprimentos,
Alberto Penna Rodrigues
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E esta?
Acontece hoje Exposição - Homossexualidade na corte de D. João VI
21/01/2008:
Nas comemorações do bicentenário da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, 21 de janeiro, uma revelação bombástica: D.João VI era homossexual! Segundo relatos da época, “O rei D.João VI era masturbado pelo seu favorito, o Tenente General Francisco Rufino!” A revelação é do Grupo Gay da Bahia na exposição HOMOSSEXUALIDADE NA CORTE DE D.JOÃO VI”, onde são tirados do armário seis ilustres personagens da história pátria: quatro gays e duas lésbicas, todos vivendo na Corte do Rio de Janeiro. Entre elas, a Imperatriz Leopoldina, que trocou ternas cartas de amor com sua dama de companhia. De lambuja são citados também dez “castrati” que cantavam na corte real, cuja sexualidade continua enigmática.
Alguns historiadores salientaram o lado negativo de D.João VI: gordo, feio, devorador de franguinhos, covarde, “corno manso”, despreparado para ser rei. Outros resgataram sua prudência e habilidade política, como pioneiro da modernização do Brasil, fundador de nossa primeira universidade, do Banco do Brasil e da indústria nacional. Diversos ilustres viajantes, inclusive sua nora, a Imperatriz Leopoldina, destacaram a grande bondade e amabilidade do filho da Rainha Louca: generoso, sensível, coração mole. Certa vez, de dentro de sua carruagem, ouvindo os gritos de uma escrava sendo açoitada, alforriou-a intempestivamente para livrá-la das chibatas de seu senhor.
A conturbada vida conjugal de D.João VI com Carlota Joaquina foi um dos capítulos mais explorados em sua biografia: desde a noite de núpcias, com a violenta mordida na orelha real desferida pela feia donzela espanhola, passando pelos seus nove filhos, dos quais quando menos cinco são atribuídos a aventuras extra-conjugais da “Messalina de Portugal”, Carlota Joaquina, incluindo esta inconfidência do respeitado historiador potiguar, Tobias Monteiro, senador, chefe de Gabinete de Rui Barbosa e Secretário do Presidente Campos Sales, portanto, cidadão acima de qualquer suspeita, que no seu livro História do Império (1939), diz com todas as letras: “O rei D.João VI era masturbado pelo seu favorito, o Tenente General Francisco Rufino de Souza Lobato”. E acrescenta que ao ser surpreendido em pleno ato homoerótico pelo Padre Miguel, capelão da Fazenda de Santa Cruz, local de repouso e férias da família real, ao divulgar ter testemunhado atos de intimidade homoerótica entre o Rei e seu favorito, este sacerdote foi prontamente exilado para Angola. O favorito de D.João VI, Francisco Rufino, além da patente militar, teve carreira avantajada: de criado da casa real, foi elevado a Barão e Visconde de Vila Nova da Rainha, sendo a pessoa de maior confiança do monarca: era seu guarda-roupa, porteiro da Real Câmara, encarregado do manto real, “tesoureiro do bolsinho”, guarda de suas jóias e tapeçarias. Um versátil “factótum”.
Alem de D.João VI e de seu favorito Tenente Coronel Francisco Rufino, a exposição “HOMOSSEXUALIDADE NA CORTE DE D.JOÃO VI” tirou do armário e mostra a cara do Ministro dos Negócios, Marinha e dos Domínios Ultramarinos, o 5º Conde de Galveas, João de Almeida de Melo e Castro, (1756-1814), apelidado depreciativamente de “Dr.Pastorinhas” por D.Carlota Joaquina, sua concorrente na disputa dos serviços sexuais de “brejeiros e vagabundos” do porto do Rio de Janeiro. Foi o fundador do primeiro laboratório químico no Brasil.
Duas resolutas mulheres da Corte Joanina são apontadas como lésbicas nas principais coletâneas internacionais dedicadas ao amor sáfico: a Imperatriz Leopoldina e sua dama de companhia, a inglesa Maria Graham, cuja coleção de cartas revela seus profundos sentimentos amorosos. Leopoldina de Habsburgo, retratada pelos biógrafos como possuidora de aparência masculina e hábitos varonis, assim escreveu à amiga inglesa: “Nenhuma pessoa do mundo será capaz de me forçar a deixar de vos ver diariamente e dizer de viva voz, que sou, para toda a vida, vossa amiga afetuosa e dedicada...” Segundo o historiador Luiz Mott, da Universidade Federal da Bahia, autor do livro O Lesbianismo no Brasil (1987), “o amor romântico entre mulheres no século XIX era tão reprimido pela moral vitoriana, que muitas vezes não passou de uma espécie de masturbação literária ou epistolar. Mesmo sendo obrigadas a se casar, há forte indícios que muitas mulheres célebres, como a Rainha Maria Antonieta, a rainha Cristina da Suécia, e a própria Imperatriz Leopoldina, foram adeptas do “amor que não ousava dizer o nome.”
Outro célebre homossexual vivendo na Corte Real de D.João VI a partir de 1816 foi o músico austríaco Sigismund Neukomm, aluno predileto de Haydn, compositor, organista virtuose, teórico, critico, regente, professor inclusive do jovem D.Pedro I, o qual segundo uma de nossas as principais experts na historia musical do Brasil, a profa. Cleofe Person de Mattos, “só não teve melhor carreira no império Habsburgo por ser homossexual.” Neukomm foi quem primeiro transcreveu as modinhas brasileiras como tema musica clássica. Uma contribuição fundamental de um gay para o cancioneiro nacional.
D.João VI foi grande amante e mecenas da música erudita, tanto que contratou diversos castrati italianos, aos quais pagava com verba de seu próprio “bolsinho” dez destes eunucos são citados na tese de doutorado de Alberto José Vieira Pacheco: Cantoria Joanina: A prática vocal carioca sob influência da corte de D. João VI, castrati e outros virtuoses, (Unicamp, 2007). Muito embora não se saiba ainda qual a orientação sexual destes mutilados sexuais, por suas roupas, maquiagens e maneirismos, vestindo-se de mulher nos palcos e cantando com voz feminina, os castrati eram fatalmente identificados na época com a cultura gay.
Segundo o Presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, “esta exposição tem como objetivo resgatar a presença da homossexualidade na história do Brasil, dos palácios reais às senzalas e quilombos, quebrando o complô do silêncio contra o amor unissexual. Nosso lema continua sendo daí aos gays o que é dos gays, e D.João VI está na nossa lista!”
Relação dos homossexuais da Corte Joanina:
1. D.João VI
2. Tenente Coronel Francisco Rufino de Souza Lobato
3. Conde de Galveas
4. Imperatriz Leopoldina
5. Maria Graham
6. Sigismund Neukomm
Maiores informações e entrevistas: (71) 3328.3782 9989.4748
Local e data da exposição HOMOSSEXUALIDADE NA CORTE DE D.JOÃO VI:
Inauguração: 21-1-2008, 16hs (até 29-2-2008) Horário: das 9-12hs e das14hs-18hs.
Loca: Sede do Grupo Gay da Bahia, R.Frei Vicente, 24 Pelourinho (71-3322.2552)
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