Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
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Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meus caros
Devo fazer a minha declaração de interesse.
1. Sou republicano, mas como o Prof Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, acho que devemos comemorar condignamente um chefe de Estado de Portugal, acentuando a dimensão histórica nacional
2. Tive um tio bisavô que foi membro da casa militar de D. Carlos I, na qualidade de oficial à ordens (na vaga de D. Francisco de Almeida) em 1890 e em 1894 é nomeado Ajudante de Campo. Membro do Conselho de D. Carlos I ele foi administrador da Casa de Bragança até 1919. Comprei hoje o livro da Marina Tavares Dias "D. Carlos" e todas as fotografias do rei, em Vila Viçosa, contam com a presença discreta do Gen Guilherme Charters d'Azevedo. O meu (de que sou coautor) livro "Villa Portela - os Charters d'Azevedo em Leiria e as suas ligações familiares (sec XIX) tem várias páginas sobre esta figura e transcreve correspondencia que ele teve com o D. Manuel, Conde d'Ourém e transcrevendo igualmente um bilhete da rainha D. Amélia, a ele dirigido
Mas tudo isto para felicitar as comemorações que se organizam pelo centenário da morte de D. Carlos e que só me dei conta hoje ao ler "O Blogue de Marcelo Rebelo de Sousa" na pág 54 do "Sol" se hoje, que transcrevo:
"Veio falar comigo Inês Dentinho. Está envolvida na organização do I centenário da morte de D. Carlos. I Falou-me do programa. Com entusiasmo e imaginação.
D. CARLOS II - Dia 31 de Janeiro, Rui Ramos abre o ciclo. Na Católica. Dia 1 de Fevereiro, evocação do regicídio no Terreiro do Paço e missa em S. Vicente de Fora.
D. CARLOS III - Na ocasião, cumprimentos a D. Isabel e a D. Duarte Pio. Ensejo para monárquicos afirmarem unidade, ultrapassando divergências gravíssimas do fim da Monarquia...
D. CARLOS IV - Ao longo do ano, homenagem ao diplomata, ao pintor, ao oceanógrafo. Justa.
D. CARLOS V - Desafiou-me para lançar concurso de prosas para jovens do 7.° ao 9.° anos. Sobre D. Carlos. Gostei da ideia. Sou republicano militante. Mas admiro facetas do Rei D. Carlos. E penso que os republicanos devem entrar nas evocações centenárias, até para retirarem o cunho de afirmação monárquica e acentuarem a dimensão histórica nacional. Foi chefe do Estado de Portugal!"
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Ricardo Charters
Como é sabido, sou republicana, mas estou inteiramente de acordo com estas comemorações e agradeço a notícia que dá do programa, pois estava na perfeita ignorância do que se preparava.
D. Carlos foi um monarca multifacetado, com uma dimensão cultural, artística e científica notáveis, que não podem deixar indiferentes os cidadãos deste país, seja qual fôr a bandeira ao lado da qual se perfilem.
Para além disto, considero-o um estadista de grande envergadura, que reinou numa época difícil e conturbada, sendo muitas vezes mal compreendido pelos seus contemporâneos.
Afectuosos cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara amiga Benedita,
Continuo sem o meu computador, este é emprestado pelo vendedor desde o ano transacto, e não nos entendemos….(eu e o computador)
Independentemente de problemas informáticos, desde que me lembro de mim, sempre fui monárquica, independentemente de qualquer influência interna….
Até ler o que o Senhor Azevedo Coutinho (se não me falha a memória) escreveu num fórum. A partir dessa data, garanto que não sei o que sou! Talvez um grande monte de duvidas….
Apesar de tudo, continuo a considerar o Regicídio algo horrendo, altamente cobarde, e a república imposta por desinformação do povo.
Como portuguesa não posso deixar de ter “as mãos sujas”.
Quanto á minha ideologia (monárquica, republicana, anárquica, etc.…) nem eu sei! E isso agradeço ao “Senhor feudal.”
Atenciosamente
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara amiga Anabela
Permita-me que lhe diga que está a dar demasiada importância ao " senhor feudal"! Como deve imaginar, eu, como republicana convicta que sou, não vou fazer a apologia da manarquia nem dos monárquicos, mas não pode tomar a parte pelo todo! Por ter encontrado um " senhor feudal" não pode partir do princípio que todos os monárquicos o são!
Em todos os sítios, em todos os partidos, em todos os regimes, há gente boa e gente que não interessa, afastemos, pois, o que não interessa e sigamos em frente defendendo aquilo em que acreditamos.
Ao que julgo, é muito nova. E é gratificante ver gente nova preocupada com princípios, com ideais, com o sonho de um mundo melhor em que a Liberdade, a Justiça e a Fraternidade ocupem o lugar cimeiro que, por direito, lhes devia pertencer.
Se sempre se conheceu monárquica, continue a sê-lo, e lute por aquilo que acredita ser o melhor para o seu povo.
Claro que o regicídio foi um crime horrendo, aliás matar alguém é sempre horrendo, mas tem que enquadrar esse crime na época, não a nível nacional mas europeu, e, muito especialmente, na política da época! Foi um crime horrendo e desnecessário, que atingiu, infelizmente, um bom rei e um homem de cultura superior.
Mas discordo de si quanto ao advento da República, ela veio porque o regime estava corrompido e os próprios monárquicos não se entendiam entre si! E a desunião entre as tropas é um passo decisivo para se perder a guerra.
Com amizade
Maria Benedita ( que nasceu republicana)
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
A todo o exercício do poder corresponde, a sujeição. O equilíbrio só existe em momentos. As irregularidades do caos correspondem à escrita direita por linhas tortas de Deus. O equilíbrio não existe no nosso curto espaço de tempo vida, na nossa curta compreensão.
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caríssima(o)s,
A homenagem justifica-se, de facto, independentemente da cor das bandeiras que se arvorem.
Não conheço o tópico ou a mensagem que suscitou as dúvidas a Anabela Pinto, mas mesmo assim não posso deixar de partilhar da opinião manifestada por Maria Benedita: "Se sempre se conheceu monárquica, continue a sê-lo, e lute por aquilo que acredita ser o melhor."
Quanto ao advento da República, também concordo que o regime "estava corrompido".. mas não estará este também?
Cumprimentos,
Paulo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Um bom governo só pode ser exercido por alguém que respeite os outros, que se entregue e ponha completamente a sua vida ao serviço dos outros.
Que eu conheça, o melhor dos exemplos, foi Cristo, o rei dos reis.
A nós cabe-nos ter a humildade de o imitar-mos.
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
"O equilíbrio só existe em momentos"
Caro Felpo
O nosso drama, é que a nossa curta compreensão, não nos permite vêr claramente as linhas de Deus.
E por vezes a sujeição é tanta, que a injustiça nos sufoca.
Melhores cumprimentos
Airmid
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Paulo
Este Regime em que secamos, ultrapassa todas as nossas piores espectactivas.
Melhores cumprimentos
Airmid
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Com amizade lhe retribuo, cara Maria Benedita,
Como já disse num tópico, a história da minha família, pelo lado materno está envolta em “nevoeiro”, pelo lado paterno não sei nada porque teria de ir para Resende, o que actualmente, tendo em conta a saúde da minha mãe, se torna completamente impossível.
Quanto a ser monárquica, depreendo que seja algo no meu inconsciente, devido ao que o meu saudoso avô me contava como se fossem histórias para adormecer a neta do coração…
Eu era, repito, era a menina do avô, apesar de existirem mais netas e netos. O meu querido avô, faleceu muito novo – cancro pulmão – nem por isso deixo de fumar….
Quando alega que sou relativamente nova, é um facto! Mas acredite, acho que já vi, apesar da minha idade “o mal do mundo”, e não gostei minimamente das palavras do “tal senhor feudal”, nem dos seus “vassalos”, se a monarquia é isso eu passo para republicana, ai tenho direitos como mulher sem alguém (homem) que me dê “Honra”.
Acredite cara amiga, o que li horrorizou-me! Como deve saber, pedi ajuda para que me fosse revelado que esse senhor(?) era um caso isolado... Não obtive resposta, por isso o meu desanimo!
Obviamente, que considero um Rei, melhor para a minha Pátria que um Presidente de Républica, aliás, nao voto para essas eleições.
Dado o adiantado da hora, e estar cá fora ao frio e chuva, sou obrigada a despedir-me,
Para sempre unida com républicanos,monarquicos, etc., desde que seja para o bem do meu País
Atenciosamente
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Confrade Paulo,
Mesmo com frio e chuva estou no exterior a responder.
Pode abertamente perguntar o que me leva a ter duvidas. Garanto que respondo.
Atenciosamente
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Airmid
Também Cristo morreu, e morre continuamente, sufocado pela nossa injustiça, por nós.
Comos melhores cumprimentos
Felpo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Corrigindo a anterior mensagem
Um bom governo só pode ser exercido por alguém que respeite os outros, que se entregue e ponha completamente a sua vida ao serviço dos outros.
Que eu conheça, o melhor dos exemplos, é Cristo, o rei dos reis.
A nós cabe-nos ter a humildade de O imitar-mos.
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Anabela
Ter dúvidas é inerente à espécie humana.
As certezas também são.
E neste caso, eu que também sou mais velha, sei que o regime em que vivemos, não é uma República.
República vem do latim Res Publica, que significa "Coisa Pública".
Ora, sendo a " Coisa Pública", tida, gerida e alienada, como se de privada se tratasse, este regime é ao invés, uma Oligarquia.
Oligarquia, vem da palavra grega que significa Oligoi=Poucos, e de Ache=Governo
Portanto, Governo de Poucos, ou seja de Um Grupo Restrito, em benefício próprio.
Minha cara, eu não dependo de ninguém.
Mas gosto de saber onde estou, e com o que conto.
Pelo que prefiro sempre os que se assumem como Senhores Feudais, do que os Falsos Republicanos.
Pode contar comigo.
Ajudo-a no que souber.
Só não me questione sobre genealogia, porque eu não sou genealogista.
Melhores cumprimentos
Airmid
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Olá caro amigo Fernando,
Como já tive oportunidade de lhe comunicar sou demasiado frontal!
Que Deus é esse? O americano? O dos Judeus’? O dos Árabes? ….
Não consigo compreender o Deus que em nome d’Ele tantos seres humanos perecem.
Em nome de Deus, morte aos infiéis… Quem são os infiéis? Quem não acredita em Cristo?
Ou quem não acredita na Igreja Católica?
Eu fui baptizada, fiz todas as Comunhões, e infelizmente estudei…
A Santa Inquisição, não foi em nome de Deus?
Que adiantou o Papa pedir perdão, em nome da Santa Igreja?
Lamento caro confrade, eu não sei perdoar… Desculpo, mas perdoar… não!
A outra face também é minha, e garanto que dói como tudo.
Como já disse sou frontal para o bem e para o mal…
Com muita amizade
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Felpo
Embora a minha capacidade para Vêr as linhas de Deus, seja das mais limitadas, creio que consigo compreender o que diz.
Quando falei na injustiça, que nos sufoca, pensava na Senhora de 84 anos, que morreu no hospital, sem ter chegado a ser assistida, e na Professora que faleceu ontem, com um tumor malígno, e foi obrigada a trabalhar até morrer.
Pensava nelas, e em tantas outras como elas, e na nossa incapacidade, em impedir que isto aconteça.
Melhores cumprimentos
Airmid
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Anabela
Lá estou eu a intrometer-me mais uma vez.
Juro que é a última.
Mas eu, que não tenho religião alguma, já compreendi há muito, que o nome de Deus, tem sido usado em vão.
A Santa Inquisição, não foi feita em nome de Deus.
Foi em nome do poder temporal dos homens, que desde o Concílio de Niceia, se ititulam representantes do Cristianismo.
As Cruzadas, foram várias e diferentes. Temos que as analisar uma a uma.
Porque a História do Cristianismo é muito antiga e muito complexa, não a podemos estudar superficialmente, nem com os preconceitos, a que o desconhecimento por vezes nos conduz.
O Cristianismo é muito anterior a Jesus, que por ser Cristão foi chamado Cristo.
A História de Portugal está ligada a esta concepção de Cristianismo, que agora com a tradução e publicação dos Evangelhos Gnósticos de Nag Hammadi, poderemos entender melhor.
A nossa História, que vem dos primórdios da Humanidade, não está ligado à Igreja de Roma - A Igreja do Império Romano.
Está ligada ao Cristianismo Gnóstico.
Se se der ao trabalho, de estudar tudo isto, desprovida de preconceitos, compreenderá, como eu compreendi, o imenso significado, do gesto de
João PauloII.
Com os melhores cumprimentos
Airmid
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carl
Cara Airmid,
Pelos vistos, sofre de insónia como eu!
Acredite que se apanhar uma pneumonia vou enviar a conta a todos os confrades, pois dentro de casa não tenho rede, e estou cá fora a chuva e ao frio a responder a todos vós. É apanágio meu responder a todos os que me contactam
Quanto ao que me diz sei que é mulher, pois assisto aos confrontos sobre Colombo, duvidas efectivamente passei a ter. Não é nada que me alegre, mas efectivamente não gostei do que li num tópico deste fórum. Como já estou cansada de dizer sou demasiadamente frontal, demonstrei no dito tópico o meu total desacordo. Fui mandada para a cozinha e para a casa de banho… O senhor feudal, não se dignou no mínimo a convidar o meu cão…. E muito menos a responder ao que eu argumentei!
Vários confrades me disseram que dei demasiado valor a quem não merece, mas caso a Monarquia seja instaurada, o que não acredito, pois nem os monárquicos se entendem, eu não queria regredir no tempo.
Como também já afirmei neste tópico, com ideologias dentro desse género e com Vassalos daquele calibre, acho sinceramente que estive enganada estes anos.
Não quero isso para a minha pátria!
Com os melhores cumprimentos, gostaria de entrar no tópico do Colombo, não para fomentar discussão, mas para aprender ou apreender o que honestamente me baralha as ideias, mas continuarei a acobardar-me…
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Anabela,
Não se é demasiado frontal. Ou se é frontal ou não. Se formos só um bocadinho enviesados já não somos frontais. Esse bocadinho fez de nós mesquinhos.
Podemos ser frontais e não magoar ninguém. A nossa opinião pode estar certa ou estar errada. Uma opinião é algo de íntimo, só por si não pressupõe uma acção que implique o outro.
Toda a gente pode dizer que fala em nome de Deus, e em nome de Deus, por puro oportunismo, cometer os maiores crimes.
Para os cristãos a palavra de Deus é Cristo e Cristo é uma prova de Amor (Deus fez-se igual a nós, com todos os sofrimentos, que um corpo como o nosso padece, e morreu de cruz, como um reles criminoso).
O Amor é algo incondicional. Não é uma troca, nem um comércio. Amar não implica ser passivo, nem atrasado mental. Amar é, realmente, ser útil, prestar serviço. Não me parece que alguma vez Cristo incitasse alguém a matar. Os judeus que o mataram (a responsabilidade não pode cair em cima de todos, a não ser que assumam essa responsabilidade), foram os que não correspondiam à sua própria lei “não matarás” e, por se sentirem questionados, não suportaram essa contrariedade. Se os cristãos em nome Deus cometerem crimes, por dizerem que foi em nome de Deus, não passam a ser obra de Deus.
Ninguém pode ser obrigado a Amar. Mas sem Amor não há salvação.
Todos cometemos erros, mas há uma clivagem, não se pode juntar o ódio com o Amor.
Odiar é estar dividido, separado daquilo que amamos. Está nas nossas mãos arrependermo-nos, e como o filho pródigo voltar à casa do Pai, encontrar a unidade, o Amor.
No meu entender podemos pedir perdão pelas nossas culpas, pedir perdão pelas culpas dos outros custa-me a compreender. Talvez seja o que se passou com Cristo que se deixou pregar na cruz por algo que nunca fez odiar.
Com os melhores cumprimentos
Fernando
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
eus Caros
Mas o que é que estas mensagens tem a ver com este tópico?
Lancei este tópico, e digo-vos que não comprendo como ele pode ser disvirtuado por mensagens como aquelas que tem sido colocados
Desculpem o meu desabafo, mas tenho visto demasiados tópicos, que devem ser genealógicos, com considerações politico-religiosas que os "matam"
Ainda um dia "matam" este forum
Um bom dia de Reis
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Airmid,
Na minha opinião não se intrometeu, se não quer intervir mais, espero que não seja por minha causa, caso seja, deixo eu de frequentar o fórum, a Senhora tem muito mais a “ensinar “ do que eu, no que me toca só quero aprender.
Eu não disse que o gesto de João Paulo II não teve valor.
Teve sim senhora e muito.
Pode crer que estudei praticamente tudo o que referenciou (não li os Evengelhos Gnosticos),devido ao estudo que estou a fazer sobre a minha terra, estudei e continuo a estudar desde os primeiros povos a ocupar a Peninsula. Qunto á Religião cheguei ao cúmulo de me informar sobre a religião suástica, passando pelo budismo, mormon, etc.
Sou ávida por informações, “devoro” tudo o que são livros.
Só que na minha opinião nada muda, e o nome de Deus continua a ser usado para tudo e mais alguma coisa. Que "Deus" é este que permite que usem o seu nome em vão?
Não sei se me expliquei, tenho dificuldades no discurso escrito.
Por favor informe-me se a sua Jura, tem a ver comigo.
Atenciosamente
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro confrade Ricardo Charters,
Quando li a sua mensagem, num primeiro momento, concordei consigo. Depois de reler o que eu tinha escrito, mudei de opinião.
D. Carlos não morreu apenas, foi assassinado, foi cometido um crime. Houve pessoas que se reuniram, e premeditadamente prepararam a implantação de um regime contra a vontade de quase todos. Para isso, há muito tempo vinham programando, e executando acções que pudessem ridicularizar os valores e as crenças de todo o povo português. O 1.º ministro e a ditadura, vieram mesmo a calhar para confundir as hostes. Só faltava criar o terror e o medo. Matar o rei e o príncipe herdeiro, foi a solução encontrada.
Que melhor maneira de comemorar o centenário da morte de um chefe do estado – que por sinal era rei, culto, amado e prestigiado, quer no país quer no resto do mundo – que tecer considerações acerca da legitimidade do exercício do poder, da vida e da morte.
Também foi um grupo, dentro dos judeus (fariseus), que preparou e levou avante a morte de Cristo.
Com os melhores cumprimentos
Fernando Pinto Coelho
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carl
Caro Anabela
Esta tarde não tenho tempo, mas à noite vou escrever-lhe mais umas linhas que talvez nos ajudem a entender.
Eu também estou a aprender.
Um abraço
Airmid
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RE: Comemorações. Errata
Cara Airmid,
Gostaria se não for abusar da sua boa vontade e do seu tempo, que me responda.
Atenciosamente
Anabela Pinto
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RE: Comemorações. Errata
Cara Anabela
Respondi-lhe para outro Fórum.
Neste, já que não tenho livros para vender, nem antepassados célebres para desfraldar à janela, estou òbviamente a mais.
Saudações
Airmid. A Contestatária
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RE: Comemorações. Errata
cara Airmid,
Esta sinceramente não percebi! Também eu lhe respondi para outro fórum.
Dou ordem ao moderador deste fórum para lhe fornecer o meu contacto electrónico, pois já estou cansada de mal entendidos!
Atenciosamente
Anabela Pinto
P.S. não sei a quem me dirigir no geneall, mas por favor peço ao moderador que dê o meu contacto á Confrade Airmid. Mto obrigada
Anabela Pinto
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Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Dado a "desconversa" de alguns confrades em tópicos de que não são "vistos nem achados" e procuram lançar a confusão e a discussão, e dado ser eu o moderador deste tópico, relanço a informação sobre as comemorações que se organizam pelo centenário da morte de D. Carlos e que me dei conta hoje ao ler "O Blogue de Marcelo Rebelo de Sousa" na pág 54 do "Sol" do fim de semana passado, que transcrevo:
"Veio falar comigo Inês Dentinho. Está envolvida na organização do I centenário da morte de D. Carlos. I Falou-me do programa. Com entusiasmo e imaginação.
D. CARLOS II - Dia 31 de Janeiro, Rui Ramos abre o ciclo. Na Católica. Dia 1 de Fevereiro, evocação do regicídio no Terreiro do Paço e missa em S. Vicente de Fora.
D. CARLOS III - Na ocasião, cumprimentos a D. Isabel e a D. Duarte Pio. Ensejo para monárquicos afirmarem unidade, ultrapassando divergências gravíssimas do fim da Monarquia...
D. CARLOS IV - Ao longo do ano, homenagem ao diplomata, ao pintor, ao oceanógrafo. Justa.
D. CARLOS V - Desafiou-me para lançar concurso de prosas para jovens do 7.° ao 9.° anos. Sobre D. Carlos. Gostei da ideia. Sou republicano militante. Mas admiro facetas do Rei D. Carlos. E penso que os republicanos devem entrar nas evocações centenárias, até para retirarem o cunho de afirmação monárquica e acentuarem a dimensão histórica nacional. Foi chefe do Estado de Portugal!"
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro confrade Ricardo Charters
No seguimento da sua mensagem deixo esta notícia da Câmara de Cascais
"Estátua homenageia Rei D. Carlos em Cascais
A Câmara Municipal de Cascais e a ALA - Academia de Letras e Artes, apresentam sexta-feira, dia 19 de Outubro, pelas 17H30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o projecto da Estátua do Rei D. Carlos, da autoria do escultor Luís Valadares. A estátua será inaugurada em Fevereiro de 2008, no âmbito das comemorações do centenário do Regicídio.
Parceira da ALA na produção do monumento evocativo do Rei D. Carlos, principal responsável pela projecção de Cascais enquanto Vila da Corte, a Câmara Municipal de Cascais associa-se, assim, à homenagem a D. Carlos, no seguimento de outros eventos realizados no decurso deste Verão, como a exposição “Mar! Obra Artística do Rei D. Carlos” e da edição do livro homónimo, em parceria com a editora Sete Mares.
Com os meus melhores cumprimentos
Maria Benedita
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Minha Cara confrade
Ora ai esta. Assim se comemora o centenario para que nao nos esqueçamos do estadista e chefe de Estado
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Ricardo Charters
Segue mais uma notícia evocativa do centenário.
#"A RTP está a preparar uma série televisiva intitulada «O Dia do Regicídio», sobre os acontecimentos históricos que culminaram nos assassínios do rei D. Carlos e do seu filho D. Luís Filipe, em 1908.
«Estamos ainda na fase de pesquisa, mas esta série vai apresentar várias histórias relacionadas com esse momento histórico, contado a partir de diferentes pontos de vista», disse à Lusa o realizador Fernando Vendrell.
A série de seis episódios de 50 minutos é uma co-produção da RTP e da David & Golias
O argumento está a ser escrito por Filipe Homem Fonseca e Mário Botequilha e a rodagem deverá começar em Setembro, com a difusão da série prevista a partir de Fevereiro de 2008, assinalando o centenário do regicídio.
Segundo o realizador, as filmagens vão decorrer em Lisboa, preferencialmente na zona da Baixa, estando ainda a ser desenvolvidos contactos com a Câmara Municipal de Lisboa e com o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), mas o elenco ainda não está definido.
A 1 de Fevereiro de 1908, no regresso de uma estada de alguns dias em Vila Viçosa, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, foram assassinados no Terreiro do Paço, em Lisboa.
#
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Minha Cara Maria Benedita
Muito obrigado
Julgo que dentro de dias teremos o programa tudo anunciado
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Erro:
"Todo" em vez de "tudo"
Sera "anunciado todo o programa", ou sera "anunciado tudo"
As minhas desculpas
Ricardo Charters d'Azevedo
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Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meus caros
Do "Público" de hoje:
"Duarte Pio de Bragança espera que as comemorações do centenário do regicídio, cujas iniciativas decorrem ao longo deste ano, não sejam "vistas com um cariz político". Até porque, afirmou ontem num encontro com jornalistas para apresentar a Comissão D. Carlos 100 anos, "se Portugal não tivesse tido tantas revoluções ao longo da história talvez fosse um dos países mais evoluídos da Europa".
Para o chefe da Casa Real Portuguesa, a evocação do centenário da morte do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe deve ser vista como "um acto de justiça e de reconciliação dos portugueses com a sua história".
Foi sob esta perspectiva que a Fundação D. Manuel II, presidida por Duarte Pio, decidiu apoiar a criação de uma comissão para organizar um conjunto de iniciativas para homenagear o monarca e o seu filho, mortos a 1 de Fevereiro de 1908 na Praça do Comércio.
Integram esta comissão, coordenada por Nuno van Uden, Adriano Moreira, Rui Ramos, Manuel Braga da Cruz, Alexandre Bettencourt e Alexandre Sousa Pinto. A programação pode ser consultada no site www.dcarloslOOanos.pt."
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meus Caros
Mais uma informação
Programa das celebrações da morte do rei D.Carlos e Príncipe D.Luís Filipe, organizadas pela Fundação D.Manuel 2º:
dia 31 de Janeiro, 5ª feira :
21.30, sessão solene na Universidade Católica Portuguesa, auditório Cardeal Medeiros (conferência pelo Prof. Rui Ramos, e concerto pela Banda do Exército)
dia 01 de Fevereiro, 6ª feira :
17:00, homenagem ao Rei e Príncipe, no Terreiro do Paço, esquina Rua do Arsenal 19:00, missa solene em São Vicente de Fora
Mas ha mais como podem ver na primeira mensagem deste tópico
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Peço desculpa a todos mas não gosto do titulo deste tópico. Comemorar? Há alguma coisa para comemorar? Para mim não. Homenagear a memória de El Rei Dom Carlos seria talvez mais apropriado não acham?
Um abc
ZT
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meu caro ZT
Veja as palavras do Duque de Bragança. Ele não utilisa a palavra "regicido". Trata-se da morte de um chefe de Estado Português e comemoramos a sua morte, para que não nos esqueçamos.
Assim terá o povo português, sem dificuldades, nas comemorações.
Com os outros títulos de tópicos que por aqui são colocados, os colegas só procuram manter divisões políticas. Parece que tem prazer em provocar discussões sem fim, que só levam a que não se discuta "genealogia", mas sim política: e este não é um "site" de política e de "abrigo" de discussões "cretinas" (para não usar outro termo mais forte)
Honremos os nossos antepassados evocando-os, nomeadamente quando do aniversário da sua morte. Façamo-lo em relação à dimensão política e diplomatica de um Chefe de Estado como D. Carlos (veja o que a Fundação D. Manuel II promove nunca mencionando o termo "regicido" no seu desdobravel que encontra no site dela).
Espero que esteja globalmente de acordo comigo
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Zé Tomaz
Eu também acho que o título do tópico não foi bem escolhido. Mas a ideia é, sem dúvida, de homenagear D. Carlos. Esqueça o título do tópico, e pense no conteúdo. No fundo é gratificante ver que "todos" estamos unidos numa coisa que seria grata a D. Carlos e a D. Manuel II: o reconhecimento do primeiro como um grande Chefe de Estado, e espero, um dia, que se venha a reconhecer o segundo como um grande patriota!
No meio disto tudo só uma espinha me atravessa a garganta, mas espero não voltar a vê-la em nenhum tópico desta homenagem!
Um abraço
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro confrade José Tomaz,
Tem toda a razão!
Não tem que pedir desculpa. Como é que há gente, ainda hoje, que toma esta data como algo de bom e de benéfico.
Com toda solidariedade
Fernando Pinto Coelho
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Só quem quer ser cúmplice de um crime pode pretender lavá-lo.
Um crime nunca legitima seja o que for.
Se existem outros tópicos a tratarem do mesmo assunto, senhor Chartri porque insiste no seu tópico.
felpo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meu caro Zamot
Va ver o que o decionário da Academia diz de "comemorar"
"Comemorar - Dar especial relevo a um dado conhecimento do passado, assinalando-o ou relembrando-o com uma solenidade ou de qualquer outra maneira, geralmente na data em que faz anos que aconteceu. [...]
Igual a IMORTALIZAR, PERPECTUAR"
Como vê o título deste tópico que abri a 5 de Janeiro de 2008 tem a dignidade que o evento merece
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Fernando Pinto Coelho
Houve um crime, sem dúvida, mas quem foram os criminosos?
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro confrade Fernando Pinto Coelho
Não estará equivacado? Haverá aqui alguém que tome esta data como algo de bom e de benéfico?
A data de um crime?
Perdoe-me, mas não entendo o que quer dizer
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meus Caros
As Comemorações
dinamizada por uma Comissão D. Carlos 100 anos sob o alto patrocínio da Fundação D. Manuel II, são, "grosso modo":
Dia 31 de Janeiro, o prof Rui Ramos abre o ciclo, na Católica (Biblioteca Universitária João Paulo II).
Dia 1 de Fevereiro, ás 17h, homenagem ao Rei D. Carlos e ao Principe D. Luis Filipe no Terreiro do Paço (esquina com a rua do Arsenal). Participação da Fanfarra do Exercito do Regimento de Lanceiros e do Colégio Militar.
Ás 19h missa solene em S. Vicente de Fora presidida pelo Cardeal Patriarca.
Deposição de flores junto aos túmulos no Panteão e na ocasião, cumprimentos a D. Isabel e a D. Duarte Pio.
Inauguração da exposição iconografica e documental sobre as cerimónias fúnebres do Rei D. Carlos e do Principe D. Luis Filipe no Patriarcado de Lisboa
Ensejo para monárquicos afirmarem unidade, ultrapassando divergências gravíssimas do fim da Monarquia...
Ao longo do ano, homenagem ao diplomata, ao pintor, ao oceanógrafo, etc. Concurso de prosas para jovens do 7.° ao 9.° anos, obre D. Carlos.
Uma boa ocasião para se nestas evocações centenárias, se retirarem o cunho de afirmação monárquica e acentuarem a dimensão histórica nacional. Pois D. Carlos foi chefe do Estado de Portugal!
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carl
Caro Amigo Ricardo d'Azevedo.
Nasci em 1946, portanto dentro da República. Com 61 anos sei o que é mais ou menos.
No entanto este momento leva-me a recordar que Portugal nasceu de um rei. Temos grandes feitos ao longo da história e acho que foi pena a monarquia na altura tivesse acabado assim, com a morte de D. Carlos I e filho. Hoje os tempos são outros e acho que os monarcas tem algum receio em manifestar-se mostrando que ser monarca, hoje, é ser português, e democrata. Sempre votei num partido republicano (PS) mas, entendo pela tradição que sinto no PS, acho que o PPM devia de se abrir à sociedade dando a conhecer o que é ser monarca hoje. Entendo que os monarcas pela vós do PPM (é o que temos), devia nesta altura aproveitar para se organizar e lançar bases e novas linhas de orientação programática para, se relançar. Hoje não se justifica que um partido monarca não tenha o mesmo apoio que tem os republicano. Viver em democracia é viver todos juntos, diferentes mas somos todos iguais, Portugueses.
Hoje começo a ter algum apreço pelos ideais da monarquia, no sentido de igualdade de oportunidades na convivência entre irmão. Acho que o PPM devia pensar mais um pouco e sair do anonimato onde se refugia e tentar ganhar força pelo menos possa ter representantes monarcas na Assembleia da Republica. Pensar e seguir os seus ideias e não andar atrelado a um PSD como foi outrora, à qual só perdeu com isso.
Devem ser e estar com independentes na assembleia.
Se o PPM avançar com linhas programáticas bem definidas, por certo, não faltara apoios. Sabe, a maior parte de pessoas monarcas votam no PSD. Porquê que não votam no PPM? Acho que o PPM não consegue organizar-se. Tenho pena. Pelo nosso passado. Ó nobres homens, desenterrem a espada e lutem pela igualdade de direitos e deveres como Portugueses. Vivam, Vivam...
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro confrade Ricardo Charters d'Azevedo
Não será devido a este género de respostas, que outros confrades optam por outros tópicos?
Atenciosamente
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
Ou esta?
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
"Comemorar - Dar especial relevo a um dado conhecimento do passado, assinalando-o ou relembrando-o com uma solenidade ou de qualquer outra maneira, geralmente na data em que faz anos que aconteceu. [...]
Igual a IMORTALIZAR, PERPECTUAR""
Ricardo
Perante a evidência só tenho uma coisa a fazer : Render-me e ir estudar o diccionário.
Um abraço amigo como só um Mello Breyner pode dar a um Charters de Azevedo que cujas familias há muitos anos são amigas. Meu Bisavô nos seus diários mostra que é assim.
Zé Tomaz
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meu Caro Zé Tomaz
Muito obrigado
Sabe, como acabei de escrever o livro sobre os Charters d'Azevedo, aprendi a ler e reler o dicionário (até de comprar o da Academis e o do Francisco Fernandes sobre adjectivos e verbos e regimes..) pois a minha formação de engenheiro nunca me ajudou na "escrita"...
Julgo que nos devemos ir ver a exposição iconografica que sera inaugurada a 1 de Fevereiro em S. Vicente. Nas fotos da época iremos encontrar os nossos antepassados.
Comprei o livro "D. Carlos Lisboa 1908". Muito interessante: la estão eles...
Cumprimentos amigos
Ricardo Charters d?azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caríssima Mª Benedita,
Foram os seus amigos republicanos, maçonaria, carbonária e todos os restantes traidores.
Foi também a iliteracia e as desigualdades sociais.
Foi o primeiro ministro da época, João Franco...
Com a devida vénia, retira do seguinte sítio:
http://causamonarquica.wordpress.com/2007/10/page/3/
"Na véspera de Natal de 1907, João Franco manda publicar o decreto de convocação de eleições para 5 de Abril de 1908; não tão cedo quanto os partidos reclamavam, mas ainda assim o fim da “ditadura”. Ao convocar eleições, o que já podia fazer em Dezembro sem risco porque a reforma dos colégios eleitorais lhe permitia esperar uma maioria parlamentar, retirava à agitação o pretexto mais sério. Mais alguns meses e o país regressaria à legalidade constitucional. Durante meses concitara contra si e contra o rei, a fúria dos partidos monárquicos e dos republicanos. Agora, com a conspiração republicana controlada, encaminhada a viagem de D. Carlos ao Brasil, e presos alguns raros anarquistas, considerava ter na mão todos os elementos para triunfar. Se vencesse, poderia ser o fim do rotativismo estéril, a redução do republicanismo a uma força marginal e um novo alento para a monarquia.O que João Franco desconhecia eram os planos gizados em Paris por gente do Partido Republicano e das Lojas da Rua Cadet, 15. Em Novembro de 1907, Magalhães Lima, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, anunciou em banquete organizado em sua honra em Paris que graves notícias estavam para chegar de Portugal, e bebia antecipadamente “à República Portuguesa” (87).[1]
Que se passara?
O Partido Republicano enviara a Paris uma missão constituída pelos FF. MM. Magalhães Lima, Alves da Veiga, Ângelo da Fonseca, e eng.º José da Costa Amorim.[2] O grupo aparece reproduzido com relevo, em fotografia, dez dias após o regicídio (11 de Fevereiro de 1908), na primeira página de O Mundo. Tratava-se de procurar junto apoios internacionais para a revolução, e coordenar a respectiva propaganda.[3] Muito embora não se conheçam os nomes dos interlocutores, tudo aponta para o senador Henry Bérenger, apoiado no ministro dos Estrangeiros Stéphen Pichon e do primeiro-ministro Clemenceau, dos radicais franceses no poder.
O rasto da missão foi seguido pelas organizações antimaçónicas francesas que publicaram relatos do sucedido nos jornais e expediram ao ministro de Portugal, em Paris, Sousa Rosa, a informação obtida através de uma loja maçónica parisiense de que D. Carlos seria assassinado “….. “.[4]
A 19 de Novembro de 1907, Magalhães Lima toma a palavra na Loja Cosmos (GOF) sobre o tema “Portugal – decadência da monarquia, necessidade de um regime republicano – advento da república”: A 20 de Novembro está na Loja Garibaldi (GOF). Preside ao banquete do Congresso da Imprensa ( radical) onde profere o sinistro aviso já referido. E volta a surgir numa sessão solene de 21 de Dezembro presidida por altas entidades maçónicas francesas.[5] Sempre espalhafatoso, terá sido mesmo censurado pelos seus pares e é de notar que a 1ª República nunca lhe confiou um cargo político de responsabilidade.
O anarquista José Nunes, inventor confesso de engenhos de morte, maçon e carbonário, revelou as reuniões de Paris em E para quê? (1918). Aí levanta uma ponta do pesado véu quando afirma que a tragédia do Terreiro do Paço foi a realização do que se combinara, em fins de 1907, numa reunião no Restaurante Le Brébant, 32, no Boulevard Poissonière, em Paris. No Congresso da Imprensa, “onde um dos políticos que estavam na casa da rua do Desterro, um outro português e alguns revolucionários franceses, resolveram o assassínio de João Franco enquadrado num golpe revolucionário que veio a ser o 28 de Janeiro.”
[1] Brenier
[2] Em 1909 o PRP envia a Inglaterra uma comissão formada por Magalhães Lima, José Relvas e Alves da Veiga, para obter das autoridades britânicas, onde Lloyd George representa os radicais, havendo encontros com o duque de Connaught.
[3] Araújo
[4] Araújo. Artigo do Padre francês J. Tourmentin contra Magalhães de Lima e Maçonaria“Portugal” 2ª pag. - COPIADO 14/2/1908
Tourmentin é citado por Flavien Brennier, redactor da Revue Anti-Maçonnique
[5] Léon de Poncins, Le Portugal renait, Paris, 1936, pp.20-21
Fonte : 5ª Dinastia, Forum Democracia Real"
Cpts,
Augusto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Augusto
Há época, estávamos, como estamos agora, num Estado de Direito. E, nos termos da lei penal, só se é culpado de um crime após o julgamento e condenação.
Não me deixam dúvidas, pois, o Costa e o Buíça que, comprovadamente, dispararam contra o Rei e o Príncipe Real. Tudo o resto que tem vindo a ser dito sobre a participação no regicídio de personalidades vindas de multiplos sectores, desde a Carbonária e Maçonaria, ao Partido Republicano e a dissidentes monárquicos dos Partidos Regenerador e Progressista são meras especulações. Não se esqueça que o processo crime instaurado desapareceu e que é duvidoso se o atentado era apenas contra João Franco, ou igualmente contra o Rei.
Deixo as palavras de D. Manuel II sobre esse trágico dia.
"O Regicídio visto por D. Manuel II
A 1 de Fevereiro de 1908, no regresso de mais uma estadia em Vila Viçosa, o rei D. Carlos e o princípe herdeiro D. Luís Filipe, são assassinados em pleno Terreiro do Paço. De um só golpe, Costa e Buiça, decapitavam a monarquia portuguesa, deixando o trono nas mãos de um inexperiente D. Manuel, sem capacidade nem margem de manobra para gerir uma situação política explosiva que culminaria com a queda da monarquia e a implantação da República a 5 de Outubro de 1910.
A 21 de Maio de 1908, quase 4 meses após o regicídio, o já então rei D. Manuel II, descreveu a forma como viveu este trágico acontecimento, sob o título de "Notas absolutamente íntimas", de que apresentamos o excerto que se segue.
«Há já uns poucos de dias que tinha a ideia de escrever para mim estas notas intimas, desde o dia 1 de Fevereiro de 1908, dia do horroroso atentado no qual perdi barbaramente assassinados o meu querido Pae e o meu querido Irmão. Isto que aqui escrevo é ao correr da pena mas vou dizer franca e claramente e também sem estilo tudo o que se passou. Talvez isto seja curioso para mim mesmo um dia se Deus me der vida e saúde. Isto é uma declaração que faço a mim mesmo. Como isto é uma historia intima do meu reinado vou inicia-la pelo horroroso e cruel atentado.
No dia 1 de Fevereiro regressavam Suas Magestades El-Rei D. Carlos I a Rainha a senhora D. Amélia e Sua Alteza o Principe Real de Villa Viçosa onde ainda tinha ficado. Eu tinha vindo mais cedo (uns dias antes) por causa dos meus estudos de preparação para a Escola Naval. Tinha ido passar dois a Villa Viçosa tinha regressado novamente a Lisboa.
Na capital estava tudo num estado excitação extraordinária: bem se viu aqui no dia 28 de Janeiro em que houve uma tentativa de revolução a qual não venceu. Nessa tentativa estava implicada muita gente: foi depois dessa noite de 28, que o Ministro da Justiça Teixeira d'Abreu levou a Villa Viçosa o famoso decreto que foi publicado em 31 de Janeiro. Foi uma triste coincidência ter rubricado nesse dia de aniversário da revolta do Porto. Meu Pae não tinha nenhuma vontade de voltar para Lisboa. Bem lembro que se estava para voltar para Lisboa 15 dias antes e que meu Pae quis ficar em Villa Viçosa: Minha Mãe pelo contrário queria forçosamente vir. Recordo-me perfeitamente desta frase que me disse na vespera ou no próprio dia que regressei a Lisboa depois de eu ter estado dois dias em Villa Viçosa. "Só se eu quebrar uma perna é que não volto para Lisboa no dia 1 de Fevereiro. Melhor teria sido que não tivessem voltado porque não tinha eu perdido dois entes tão queridos e não me achava hoje Rei! Enfim, seja feita a Vossa vontade Meu Deus!
Mas voltando ao tal decreto de 31 de Janeiro. Já estavam presas diferentes pessoas politicas importantes. António José d'Almeida, republicano e antigo deputado, João Chagas, republicano, João Pinto dos Santos, dissidente e antigo deputado, Visconde de Ribeira Brava e outros. Este António José d'Almeida é um dos mais sérios republicanos e é um convicto, segundo dizem. João Pinto dos Santos, é também um dos mais sérios do seu partido. O Visconde de Ribeira Brava, não presta para muito e tinha sido preso com as armas na mão no dia 28 de Janeiro. Mas o António José d'Almeida e João Pinto dos Santos não podiam ser julgados senão pela Câmara como deputados da última Câmara. Ora creio que a tensão do Governo era mandar alguns para Timor tirando assim por um decreto dictatorial um dos mais importantes direitos dos deputados. O Conselheiro José Maria de Alpoim par do Reino e chefe do partido dissidente tinha tido a sua casa cercada pela policia mas depois tinha fugido para Espanha. Um outro dissidente também tinha fugido para Espanha e lá andou disfarçado. Outro que tinha sido preso foi o Afonso Costa: este é do pior do que existe não só em Portugal mas em todo mundo; é medroso e covarde, mas inteligente e para chegar aos seus fins qualquer pouca vergonha lhe é indiferente. Mas isto tudo é apenas para entrar depois mais detalhadamente na história íntima do meu reinado.
Como disse mais atrás eu estava em Lisboa quando foi 28 de Janeiro; houve uma pessoa minha amiga (que se não me engano foi o meu professor Abel Fontoura da Costa) que disse a um dos Ministros que eu gostava de saber um pouco o que se passava, porque isto estava num tal estado de excitação. O João Franco escreveu-me então uma carta que eu tenho a maior pena de ter rasgado, porque nessa carta dizia-me que tudo estava sossegado e que não havia nada a recear! Que cegueira!
Mas passemos agora ao fatal dia 1 de Fevereiro de 1908 sábado. De manhã tinha eu tido o Marquês Leitão e o King. Almocei tranquilamente com o Visconde d'Asseca e o Kerausch. Depois do almoço estive a tocar piano, muito contente porque naquele dia dava-se pela primeira vez "Tristão e Ysolda" de Wagner em S. Carlos. Na vespera tinha estado tocando a 4 mãos com o meu querido mestre Alexandre Rey Colaço o Septuor de Beethoven, que era, e é uma das obras que mais aprecio deste génio musical. Depois do almoço à hora habitual quer dizer às 13:15h comecei a minha lição com o Fontoura da Costa, porque ele tinha trocado as horas da lição com o Padre Fiadeiro. A hora do Fontoura era às 17:30h. acabei com o Fontoura às 15 horas e pouco depois recebi um telegrama da minha adorada Mãe dizendo-me que tinha havido um descarrilamento na Casa-Branca, mas não tinha acontecido nada, mas que vinham com três quartos de hora de atraso. Vendo que nada tinha acontecido dei graças a Deus, mas nem me passou pela mente, como se pode calcular o que havia de acontecer. Agora pergunto-me eu aquele descarrilamento foi um simples acaso? Ou foi premeditado para que houvesse um atraso e se chegasse mais tarde? Não sei. Hoje fiquei em dúvida. Depois do horror que se passou fica-se duvidando de muita coisa. Um pouco depois das 4 horas saí do Paço das Necessidades num "landau" com o Visconde d'Asseca em direcção ao Terreiro do Paço para esperarmos Suas Magestades e Alteza. Fomos pela Pampulha, Janelas Verdes, Aterro e Rua do Arsenal. Chegámos ao Terreiro do Paço. Na estação estava muita gente da corte e mesmo sem ser. Conversei primeiro com o Ministro da Guerra Vasconcellos Porto, talvez o Ministro de quem eu mais gostava no Ministério do João Franco. Disse-me que tudo estava bem.
Esperamos muito tempo; finalmente chegou o barco em que vinham os meus Paes e o meu Irmão. Abracei-os e viemos seguindo até a porta onde entramos para a carruagem os quatro. No fundo a minha adorada Mãe dando a esquerda ao meu pobre Pae. O meu chorado Irmão deante do meu Pae e eu deante da minha mãe. Sobretudo o que agora vou escrever é que me custa mais: ao pensar no momento horroroso que passei confundem-se-me as ideias. Que tarde e que noite mais atroz! Ninguem n'este mundo pode calcular, não, sonhar o que foi.creio que só a minha pobre e adorada Mãe e Eu podemos saber bem o que isto é! vou agora contar o que se passou n'aquella historica Praça.
Sahimos da estação bastante devagar. Minha mãe vinha-me a contar como se tinha passado o descarrilamento na Casa-Branca quando se ouvio o primeiro tiro no Terreiro do Paço, mas que eu não ouvi: era sem duvida um signal: signal para começar aquella monstrosidade infame, porque pode-se dizer e digo que foi o signal para começar a batida. Foi a mesma coisa do que se faz n'uma batida às feras: sabe-se que tem de passar por caminho certo: quando entra n'esse caminho dá-se o signal e começa o fogo! Infames! Eu estava olhando para o lado da estatua de D. José e vi um homem de barba preta , com um grande "gabão". Vi esse homem abrir a capa e tirar uma carabina. Eu estava tão longe de pensar n'um horror d'estes que me disse para mim mesmo, sabendo o estado exaltação em que isto tudo estava "que má brincadeira". O homem sahiu do passeio e veio se pôr atraz da carruagem e começou a fazer fogo.
Quando vi o tal homem das barbas que tinha uma cara de meter medo, apontar sobre a carruagem percebi bem, infelizmente o que era. Meu Deus que horror. O que então se passou só Deus minha mãe e eu sabemos; porque mesmo o meu querido e chorado Irmão presenceou poucos segundos porque instantes depois também era varado pelas balas. Que saudades meu Deus! Dai-me a força Senhor para levar esta Cruz, bem pesada, ao Calvário! Só vós, Meu Deus sabeis o que tenho sofrido!
Logo depois do Buíça ter feito fogo (que eu não sei se acertou) começou uma perfeita fuzilada, como numa batida às feras! Aquele Terreiro do Paço estava deserto nenhuma providência! Isso é que me custa mais a perdoar ao João Franco. Se durante o seu ministério sobretudo na parte da ditadura cometeu erros isso para mim é menos. Tenho a certeza que a sua intenção era muito boa; os meios é que foram maus, péssimos, pois acabou da maneira mais atroz que jamais se poderia imaginar. Quando se lhe dizia que isto ia mal que havia anarquistas no nosso País ele não acreditou. O primeiro sintoma que eu me lembro de ter havido foi a explosão daquelas bombas na Rua de Santo António à Estrela. Recordo-me perfeitamente a impressão que me fez quando soube! Foi no Verão estávamos então na Pena. Quem me diria o que havia de acontecer 6 ou 8 meses depois! Mas voltando novamente ao pavoroso atentado.
Sei de um dos comandantes da polícia o Coronel Correia estava muito inquieto e o João Franco não acreditava que pudesse ter lugar qualquer coisa desagradável, quanto menos um horror destes, e infelizmente não estavam tomadas providências nenhumas.
Imediatamente depois do Buíça começar a fazer fogo saiu de debaixo da Arcada do Ministério um outro homem que desfechou uns poucos de tiros à queima-roupa sobre o meu Pai; uma das balas entrou pelas costas e outra pela nuca, que O matou instantaneamente. Que infames! para completarem a sua atroz malvadez e sua medonha covardia fizeram fogo pelas costas. Depois disto não me lembro quase do resto: foi tão rápido! Lembra-me perfeitamente de ver a minha adorada e heróica Mãe de pé na carruagem com um ramo de flores na mão gritando àqueles malvados animais, porque aqueles não são gente «infames, infames».
A confusão era enorme. Lembra-me também e isso nunca poderei esquecer, quando na esquina do Terreiro do Paço para a Rua do Arsenal, vi o meu Irmão em pé dentro da carruagem com uma pistola na mão. Só digo d'Ele o que o Cónego Aires Pacheco disse nas exéquias nos Jerónimos: «Morreu como um herói ao lado do seu Rei»! Não há para mim frase mais bela e que exprima melhor todo o sentimento que possa ter.
Meu Deus que horror! Quando penso nesta tremenda desgraça, ainda me parece um pesadelo!
Quando de repente já na Rua do Arsenal olhei para o meu queridíssimo Irmão vi-O caído para o lado direito com uma ferida enorme na face esquerda de onde o sangue jorrava como de uma fonte! Tirei um lenço da algibeira para ver se lhe estancava o sangue: mas que podia eu fazer? O lenço ficou logo como uma esponja.
No meio daquela enorme confusão estava-se em dúvida para onde devia ir a carruagem: pensou-se no hospital da Estrela, mas achou-se melhor o Arsenal. Eu também, já na Rua do Arsenal fui ferido num braço por uma bala. Faz o efeito de uma pancada e um pouco uma chicotada: foi na parte superior do braço direito.
Agora que penso ainda neste pavoroso dia e no medonho atentado parece-me e tenho quase a certeza (não quero afirmar porque nestes momentos angustiosos perde-se a noção das coisas) que eu escapei por ter feito um movimento instintivo para o lado esquerdo.
Na segunda carruagem vinham os Condes de Figueiró e o Marquês de Alvito e na terceira o Visconde de Asseca, o Vice-Almirante Guilherme A. de Brito Capelo e o Major António Waddington. Quando vínhamos a entrar o portão do Arsenal a Condessa de Figueiró entrou também na nossa carruagem e lembra-me que o Visconde de Asseca e o Conde de Figueiró vinham ao lado da carruagem. Dentro do Arsenal saí da carruagem primeiro e depois a minha adorada Mãe. Foi verdadeiramente um milagre termos escapado: Deus quis poupar-nos! Dou Graças a Deus de me ter deixado a minha Mãe que eu tanto adoro. Sempre foi a pessoa que eu mais gostei neste mundo e no meio destes horrores todos dou e darei sempre graças a Deus de me A ter conservado!
Quando a Minha adorada Mãe saiu da carruagem foi direita ao João Franco que ali estava e disse-lhe ou antes gritou-lhe com uma voz que fazia medo «Mataram El-Rei: Mataram o meu Filho». A minha pobre Mãe parecia doida. E na verdade não era para menos: Eu também não sei como não endoideci. O que então se passou naquelas horas no Arsenal ninguém pode sonhar! A primeira coisa foi que perdi completamente a noção do tempo. Agarrei a minha pobre e tão querida Mãe por um braço e não larguei e disse à Condessa de Figueiró para não a deixar.
Contudo ia entrando muita gente da Casa, diplomatas, os ministros e mesmo ministros de Estado honorários.
Estava-se ainda na dúvida (infelizmente de pouca duração se ainda viviam os dois entes tão queridos! Estavam lá muitos médicos entre outros o Dr. Bossa (que me parece foi o primeiro que chegou) o Dr. Moreira Júnior e o Dr. D. António Lencastre. Contou-me depois (já alguns dias depois) o Dr. Bossa que logo que chegou acendeu um fósforo e ainda as pupilas se retraíram. Quando porém repetiu a experiência nem mesmo esse pequeno sinal de vida lhe restava.
Descansa em paz no sono Eterno e que Deus tenha a Tua Alma na sua Santa Guarda!
De meu Pai e mesmo meu Irmão não tinha grandes esperanças que pudessem escapar. As feridas eram tão horrorosas que me parecia impossível que se salvassem. Como disse já lá estava o Ministério todo menos o Ministro da Fazenda Martins de Carvalho.
Isso é que nunca poderei esquecer é que fazendo parte do Ministério do meu querido Pai quando foi assassinado não foi ao Arsenal! Diz-se (não o quero afirmar) que fugiu para as águas-furtadas do Ministério da Fazenda e ali fechou a porta à chave! seja como for há agora seis meses que Meu Pai e Meu Irmão de chorada memória foram assassinados e nunca mais aqui pôs os pés! Acho isso absolutamente extraordinário!... para não dizer mais.
Preveniu-se para o Paço da Ajuda a minha pobre Avó para vir para o Arsenal. Eu não estava quando Ela chegou. Estavam-me a tratar o braço na sala do Inspector do Arsenal.
Quando a Avó chegou foi direita à minha Mãe e disse-lhe «On a tué mon fils!» e a minha Mãe respondeu-lhe: «Et le mien aussi!» Meu Deus dai-me força. Mas antes disto houve diferentes coisas que quero contar.
A minha pobre e adorada Mãe andava comigo pelo Arsenal de um lado para o outro com diferentes pessoas: Conde de Sabugosa, Condes de Figueiró, Condes de Galveias e outros falando de sempre num estado de excitação indescritível mas fácil de compreender. De repente caiu no chão! Só Deus e eu sabemos o susto que eu tive! Depois do que tinha acontecido veio aquela reacção e eu nem quero dizer o que primeiro me passou pela cabeça.
Depois vi bem o que era: o choque pavoroso fazia o seu efeito! Minha Mãe levantou-se quase envergonhada de ter caído. É um verdadeiro herói. Quem dera a muitos homens terem a décima parte da coragem que a minha Mãe tem.
Tem sido uma verdadeira mártir! O que eu rogo a Deus sempre e a cada instante é para m'A conservar!
Pouco tempo depois de termos chegado ao Arsenal veio ainda o major Waddington dizendo que os Queridos Entes ainda estavam vivos; mas infelizmente pouco tempo depois voltou chorando muito. Perguntei-lhe «Então?» Não me respondeu. Disse-lhe que tinha força para ouvir tudo. respondeu-me então que já ambos tinham falecido! Dai-lhes Senhor o Eterno descanso e brilhe sobre Eles a Vossa Luz Eterna Ámen!
Pouco depois vi passar João Franco com o Aires de Ornelas (Ministro da Marinha) e talvez (disso não me lembro ao certo) com o Vasconcelos Porto, Ministro da Guerra, dirigindo-se para a Sala da Balança para telefonarem que se tomassem todas as previdências necessárias. São isto cenas, que viva eu cem anos, ficarão gravadas no meu coração. Agora já era noite o que ainda tornava tudo mais horroroso e sinistro: estava já então muita gente no Arsenal, e principiou-se a pensar no regresso para o Paço das Necessidades. No presente momento em que estou escrevendo estas linhas estou repassando com horror, tudo no meu pensamento! Entrámos então para o landau fechado, a minha Avó, minha Mãe e o Conde de Sabugosa e eu. Saímos do Arsenal pelo portão que deita para o Cais do Sodré onde estava um esquadrão da Guarda Municipal comandado pelo Tenente Paul: Na almofada ia o Coronel Alfredo de Albuquerque: à saída entregaram ao Conde de Sabugosa um revólver; minha Avó também queria um.
Viemos então a toda brida para o Paço das Necessidades. À entrada esperavam-nos a Duquesa de Palmela, Marquesa do Faial, Condessa de Sabugosa, Dr. Th. de Mello Breyner, Conde de Tattenbach, Ministro da Alemanha e a Condessa, e muitos criados da casa. Foi uma cena horrorosa! Todos choravam aflitivamente. Subimos muito vagarosamente a escada no meio dos prantos e choros de todos os presentes. Acompanhei a minha pobre e adorada Mãe até ao seu quarto e deixei a minha pobre Avó na sala.»
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Maria Benedita
Já agora dê uma olhadela aqui :
http://regicidiomemoria.blogspot.com/
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Zé Tomaz
Está excelente! Magnífica ideia essa de partilhar com todos nós recordações e testemunhos de quem tudo presenciou, na intimidade da Família Real. São depoiementos privilegiados, vistos através da mente e do coração do grande Homem que foi seu Bisavô. Comove-me a maneira como ele se refere ao infeliz D. Manuel II, "reizinho"! Efectivamente era um rapazinho com uma carga demasiado pesada sobre os ombros, carga essa a que se misturava a tragédia acabada de viver. Lindíssima a saudade do seu Rei e amigo, tristemente expressa pelo Conde de Mafra.
Bem haja por este Blog!
Um abraço
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Maria Benedita:
"...Não me deixam dúvidas, pois, o Costa e o Buíça que, comprovadamente, dispararam contra o Rei e o Príncipe Real. Tudo o resto que tem vindo a ser dito sobre a participação no regicídio de personalidades vindas de multiplos sectores, desde a Carbonária e Maçonaria, ao Partido Republicano e a dissidentes monárquicos dos Partidos Regenerador e Progressista são meras especulações. Não se esqueça que o processo crime instaurado desapareceu e que é duvidoso se o atentado era apenas contra João Franco, ou igualmente contra o Rei..."
Comprovadamente, como? Se não houve julgamente? Se os disparos foram múltiplos e vindos de várias partes? Se calhar também estavam inocentes…
O processo crime concluído, e com julgamento marcado para final de Outubro de 1910 foi entregue pelo juiz Silva Monteiro ao novo Ministro da Justiça, do novel regime, o célebre Afonso Costa e, como não podia deixar de ser, desapareceu…Quem o fez desaparecer? Porquê?... De facto não chegou a haver condenados por aquele hediondo crime – a página mais negra da nossa história de oito séculos. Mas responsáveis, com certeza que houve.
Não falamos de especulações. Dezenas de pessoas viveram de perto os acontecimentos e transmitiram o que viram e viveram. Os responsáveis, por acção ou omissão, calaram-se como é óbvio. Não sentiram orgulho na sua participação. Para mais o “novo mundo” prometido foi uma desilusão para os conspiradores.
A incapacidade de enfrentar, 100 anos volvidos, a história de frente aceitando quem esteve comprometido (com certeza com a crença num futuro melhor) – Deixaram filhos e netos – tem mantido um pacto de silêncio que não nos ajuda como nação.
Tivemos um grande Chefe de Estado num Estado de Direito (como sublinha) e, “Grandes Figuras” da nossa História Contemporânea, conspiraram para o matar, como se de um animal de caça se tratasse. É ESSA VERDADE QUE ENQUANTO NAÇÃO NÃO CONSEGUIMOS ASSUMIR CEM ANOS VOLVIDOS. E todos o sabemos. O único que confessou publicamente estar envolvido no processo foi há escassos meses para o panteão nacional. Há perto de trinta anos recusei-me a participar numa reunião numa sala da sede distrital do PSD no Porto, por estarem penduradas nas paredes as fotografias do “Costa” e do “Buiça”. As fotografias não foram apeadas e a reunião fez-se noutra sala. Essa constatação foi um choque para os meus verdes anos. Esses “mártires” (de facto pagaram a demência com a vida) da 1.ª República. Esses, que no dizer da cara Maria Benedita, são os únicos comprovadamente responsáveis. São heróis para quem? E a que título? Só quem não queira ver…
A Maçonaria ao mais alto grau estava ciente e apoiou o crime. O abate de D. Carlos foi decretado. Muitos de nós temos relações de parentesco com quem viveu esse período. E NÃO TEMOS CORAGEM DE DIZER O QUE SABEMOS POR VERGONHA E PARA NÃO COMPROMETERMOS FAMILIARES OU PARENTES. À semelhança do que se passa na Alemanha do pós-guerra.
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Esqueci-me de assinar.
António Taveira
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro confrade José Tomaz,
Felicito-o pela página Blog que criou.
Para quem como eu, nascido em 1980 e sem qualquer ligação familiar monárquica ou filiação política, é um prazer ler as suas intervenções.
Sou ávido de conhecimento, e em tudo o que toca à história da nossa Nação, fico estupefacto por a maioria política pouco fazer por fortalecer Portugal.
Cumprimentos,
Augusto Costa
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Confrade T Macedo
O Costa e o Buíça foram apanhados em flagrante, e ali morreram. Esses, confesso que não me deixam dúvidas de terem sido os autores materiais do crime. Após a implantação da República o processo foi entregue a Afonso Costa e desapareceu. Ao que parece haveria uma cópia, que D. ManuelII teria em casa...e, talvez por isso mesmo, essa casa foi assaltada e roubara-na, ou desapareceu, da biblioteca do Rei.
Aquilino Ribeiro confessou a sua participação no fabrico de bombas, foi o rebentamento de uma que o levou á prisão, da qual fugiu e se escondeu numa água furtada. Pessoalmente, depois da leitura de um livro há pouco posto á venda, Regicídio, de Jorge Morais, penso que estaria envolvido na conjura, ou saberia da mesma, mas não teria saído das tais águas furtadas.
Jorge Morais dá-nos indicação promenorizada dos preparativos da conjura e dos nomes dos respectivos intervenientes. Todos nós os sabemos, como diz, pelo menos os dos principais implicados, efectivamente deixaram filhos e netos, mas vamos, 100 anos volvidos, pedir contas a esses filhos e netos? Será justo?
"Há perto de trinta anos recusei-me a participar numa reunião numa sala da sede distrital do PSD no Porto, por estarem penduradas nas paredes as fotografias do “Costa” e do “Buiça”. As fotografias não foram apeadas e a reunião fez-se noutra sala. Essa constatação foi um choque para os meus verdes anos. "
Como seria para os meus, se tal se tivesse passado comigo. Assassinos não são heróis, muito menos assassinos traiçoeiros que " caçaram", naquele dia, o Rei e o Princípe Real.
"A Maçonaria ao mais alto grau estava ciente e apoiou o crime. O abate de D. Carlos foi decretado. Muitos de nós temos relações de parentesco com quem viveu esse período. E NÃO TEMOS CORAGEM DE DIZER O QUE SABEMOS POR VERGONHA E PARA NÃO COMPROMETERMOS FAMILIARES OU PARENTES. À semelhança do que se passa na Alemanha do pós-guerra."
Não foi só a Maçonaria e a Carbonária que estiveram presentes nesse crime, foram igualmente republicanos não maçons e monárquicos.
Mantenho o que já disse: por um crime deve pagar o criminoso, os seus filhos e netos não podem ser responsabilizados nem sofrer mais vexames por actos que não são da sua responsabilidade.
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Zé Tomaz,
Viva!!
Quero-te manifestar o meu reconhecimento pelo teu esforço e talento empregues em divulgar as "Comemorações". Muitos falam..., mas fazem pouco.
Registo com muito agrado a qualidade do "blog". Emocionei-me bastante, devo confessar-te.
Conseguiste, também, reunir vários familiares com vista a um objectivo comum. É louvável e cada vez mais raro, meu amigo!
Aquele abraço,
Artur João
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Maria Benedita:
Mantenho tudo o que disse, concordando com tudo aquilo que me diz na sua resposta. Ningém quer responsabilizar filhos ou netos, mas será justo fingir que não se sabe. Não se ver o que fizeram NOSSOS avós. Devemos passar uma esponja ?Ou aprender com os erros e assumi-los colectivamente?
Será um erro trágico de que nos poderemos arrepender no futuro.
Não me parece que sejamos de épocas diferentes. Nos tempos do meus bancos de escola, no tempo do Dr. Oliveira Salazar, a primeira república era efectivamente (e justamente) apresentada como época de desmandos e desvarios sem "geito" (com o dr. Afonso Costa a reger a orquestra). O regicídio era sumariamente referido como o assassinato do rei, o fim natural da monarquia. Não como a grande vergonha nacional, essa era Álcacer Quibir.
Seria um sinal de maturidade democrática se, ao fim de cem anos desse crime, reconhecessemos colectivamente que o regicídio É A GRANDE VERGONHA DA NOSSA HISTÓRIA DE OITOCENTOS ANOSi
Cumprimentos
António Taveira
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro confrade António Taveira
Concordo que o regicídio será a "vergonha" da nossa história. Alcácer -Quibir, sempre a vi como a " tragédia", não " vergonha".
Mas, a propósito de todo este drama lembro-lhe as palavras de D. Duarte Pio, a evocação do centenário da morte do Rei D. Carlos "é um acto de justiça e de reconciliação do povo português com a sua História".
"Em declarações à agência Lusa, o Chefe da Casa Real Portuguesa disse que "seria justo e não custaria nada" decretar luto nacional no próximo dia 01 de Fevereiro, como forma de assinalar a passagem dos cem anos do assassinato do rei D. Carlos e do Príncipe herdeiro Luís Filipe.
A proposta de Dia de Luto Nacional foi feita pela Causa Real, federação que reúne as reais associações de todo o país, que lançou uma petição online."(16 de Janeiro)
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Maria Benedita:
Tenho profundas dúvidas que a derrota de Alcácer Quibir tenha tido consequências mais funestas para Portugal que o regicídio. Este marcou profundamente todo o nosso século XX. Se calhar foi a nossa vergonha e a nossa tragédia.
Estou totalmente de acordo com as palavras do senhor D. Duarte.
Mas quer apostar que os doutos deputados, que há poucos meses "mandaram" os restos mortais de Aquilino para o panteão nacional (por ter tido a coragem de referir públicamente ter estado envolvido na organização do regicídio?), não vão decretar nenhum dia de luto?
Assinei a petição provávelmente no mesmo dia que a senhora. E pouco tempo depois, fui o 19.º subscritor. Mas os deputados farão por agora ouvidos moucos. Não me parece que haja qualquer clima para reconciliação com o sinal dado por quem quiz a transladação.
Melhores cumprimentos
António Taveira
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meus Caros
O Expresso de hoje noticia a colocação de diversos "Mupis" (são aqueles placards metálicos onde se colocam cartazes) alusivos a D. Carlos I e ás comemorações apoiadas pela Fundação D. Manuel II.
Vários encontram-se na Baixa e nomeadamente no Terreiro do Paço
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meus Caros
Vários livros estão previstos ainda este mês .
Um deles é o "DOSSIER REGICÍDIO - O PROCESSO DESAPARECIDO
Com lançamento previsto para Janeiro de 2008, este documento enquadra-se na memória do Regicidio (ocorrido em 1908), e traz uma prespectiva reforçada sobre os acontecimentos que levaram á fragilização do Estado Português,que se iniciou durante o regime monarquico, enquanto nação europeia desenvolvida.
Produto de um esforço ,com base em documentos completamente novos, de investigação de Mendo Castro Henriques, Maria João Medeiros, João Mendes Rosa, Jaime Regalado e Luiz Alberto Moniz Bandeira, “DOSSIER REGICÍDIO - O PROCESSO DESAPARECIDO” é absolutamente uma obra que vem completar 100 anos de ocultação daquilo que foi um Homicidio premeditado de um Chefe de Estado e sua familia, algo que nunca tinha acontecido nem faz parte da cultura portuguesa, mas que naquela altura (fins sex XIX e início do sc XX) foi "habitual" em todo o mundo ocidental.
Para saber mais e ver o video de promoção:
http://www.regicidio.org/livro.htm
http://www.youtube.com/watch?v=gc3wM1aZVOc&eurl=http://www.regicidio.org/livro.htm
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Caro Ricardo Charters d'Azevedo,
(para mim é dificil o seu nome)
Tropeço sempre.
Demoro meia hora (exagero) para conseguir escrever.
Parece o meu “problema com lagarto/largato”.
Exactamente, sobre esse livro, pedi noutro tópico que o Confrade Fernando me informasse quando estiver á venda. Estou praticamente “no fim do mundo”, apesar de Amarante pertencer ao Distrito do Porto.
Por favor, quando estiver á venda informem-me.
(falando em livros, ainda não recebi o seu, pelo que nada posso dizer).
Atenciosamente
Anabela Pinto
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cao Ricardo Charters
Estou francamente curiosa para saber como pode ser reconstituído um processo que estava em segredo de justiça e...desapareceu!
Bom, mal saia mato a curiosidade! Mas espero novidades, O Jorge Morais deu algumas, outras constam da biografia de D. Manuel II, outras do depoiemento de Aquilino Ribeiro...o que virá agora aí?
Cumprimentos amigos
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Cara Maria Benedita
E eu tambem. Ainda por cima um proceso que existiu e desapareceu ha 100 anos!
Vamos ver. Tambem estou curioso.
Interessante tambem é consultar os jornais da época. O Século e o Diário de Noticias (existem microfilmados na Biblioteca Nacional) são uma fonte preciosa sobre o que politicamente veio a lume
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Minha cara Maria Benedita
Este fim de semana o Expresso (no caderno principal) e o Sol (nomeadamente na revista) saem bons artigos sobre o que se passou no dia 1 de Fevereiro. Igualmente os antecedentes são abordados, bem como o que se passou.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Meu caro Ricardo Charters
Bem haja pela indicação. O Expresso já cá tenho, de tarde vou comprar o Sol.
Entretanto, na livraria aqui ao pé de casa, informaram-me que o novo livro "Regicídio, o Processo", saírá a 30 de Janeiro.
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Comemorações do centenário da morte de D. Carlos
Minha Cara Maria Benedita
Hoje (27.1.2008), no Público (pag 10 e 11) uma boa intervista ao historiador Rui Ramos sobre D. Carlos.
Muito interessante
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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Temos um regime para todos
De Hoje, no Público de 27.01.2008, entrevista de José Manuel Fernandes (Público) e Paulo Magalhães (Rádio Renascença) ao Históriador Rui Ramos
Temos um regime para todos
"Só alguém com a legitimidade do sufrágio universal pode tomar algumas decisões que o nosso Presidente toma"
Rui Ramos não acredita que exista ainda uma questão monárquica, mesmo comparando os poderes actuais dos nossos Presidentes da República aos dos reis na monarquia constitucional.
Q: A questão monárquica é uma questão encerrada em Portugal?
R: Não é uma questão política nem angustia os portugueses. Há algumas pessoas que vêem nela uma tradição histórica que gostariam de ver regressar, há outras que se exaltam muito quando se fala nisso, mas não é um problema. O que nós temos é um regime para todos, uma democracia para todos - republicanos, monárquicos e indiferentes -, que tem ainda a grande vantagem de assegurar um equilíbrio de poderes que dificilmente poderia ser concebido numa monarquia. O Presidente da República tem competências importantes, como a de dissolver a Assembleia, competências que fazem lembrar as dos monarcas constitucionais, mas que muito dificilmente as poderíamos atribuir hoje a um rei. Só alguém com a legitimidade do sufrágio universal pode tomar algumas das decisões que o nosso Presidente toma sem que isso deixe de ser aceite como natural pelos que são contrariados.
Q: Há três anos, neste mesmo programa, disse que Portugal tinha muita dificuldade em fazer reformas, que por regra só era capaz de fazer revoluções. Depois destes anos de José Sócratres mudou de opinião?
R: Eu disse que era difícil, não que era impossível. O problema é conseguir encontrar o ponto de apoio para as fazer, pois todas as reformas incomodam interesses e prejudicam sempre pessoas. O importante é ter o apoio suficiente para conseguir enfrentar a oposição que de imediato qualquer reforma suscita. No tempo da monarquia constitucional as oposições cavalgavam logo esses descontentamentos e viravam-nos contra o rei, sendo que os governos dependiam da legitimidade e do apoio do rei. Com a ditadura viu-se como Marcelo Caetano também não as fez. E na nossa democracia actual temos visto as dificuldades que mesmo governos de maioria têm em fazê-las.
Q: Mesmo este?
R: Sim, porque ganhou as eleições sem ter explicado aos eleitores o que teria de fazer no governo. Fez promessas que não cumpriu, e isso tirou-lhe uma base de apoio sólida. Já Sarkozy fê-lo em França e isso não o impediu de ganhar as eleições, e isso tem-lhe dado muita força política. O Governo utilizou depois alguns argumentos, que não eram falsos, para fazer passar medidas que não tinham sido votadas pelos portugueses. É isso que falta em Portugal: um governo que tenha sido eleito com um mandato explícito, feito um contrato com os portugueses.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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D. Carlos morreu porque estava a reformar o pais
Rei D. Carlos morreu porque estava a reformar o país
In Público de 27.01.2008, O Historiador Rui Ramos entrevistado por José Manuel Fernandes (Público) e Paulo Magalhães (Rádio Renascença)
É impossível avaliar a figura de D. Carlos sem entender o que foi a monarquia constitucional, defende o historiador e cronista Rui Ramos
O destino do penúltimo rei de Portugal, D. Carlos, ficou traçado quando tentou que João Franco fosse a alavanca das mudanças políticas e económicas que todos defendiam e ninguém concretizava. Isolado entre os velhos políticos monárquicos e odiado pelos republicanos, morreria assassinado a 1 de Fevereiro de 1907. Seguia numa carruagem aberta e com pouca protecção apesar de, três dias antes, a 28 de Janeiro, ter abortado em Lisboa uma tentativa de golpe de Estado.
Viagem a esses dias guiados por Rui Ramos, um biógrafo de D. Carlos e do seu último primeiro-ministro, João Franco. Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado em Ciência Política pela Universidade de Oxford, Rui Ramos é investigador principal do Instituto de Ciências Sociais e colunista do PÚBLICO.
PÚBLICO/RR - O regicídio foi fruto de vontade popular? Os portugueses estavam fartos de D. Carlos?
RUI RAMOS - O regicídio deve ser visto no contexto da época, sobretudo após o falhanço da tentativa de golpe de Estado que estava preparada para 28 de Janeiro, três dias antes. É esse falhanço que leva um dos grupos armados a realizar o atentado contra a família real quando esta regressava de Vila Viçosa. Não conhecemos ainda todos os pormenores da conspiração, mas sabemos que aquele grupo tinha participado nas reuniões dos que, desde meados do ano anterior, preparavam um golpe de Estado. Sabemos que nessas reuniões se falou umas vezes de um atentado contra o rei, outras contra o chefe do Governo, João Franco.
Esse grupo acabaria por ser descoberto pela polícia, o que permitiu que, quando avançaram a 28 de Janeiro, a maioria dos seus membros fosse presa. Não sabemos porém se o grupo que actuou no Terreiro do Paço recebera ordens dos líderes da conspiração, ou se actuou por conta própria.
O país estava cansado da monarquia ou foi um gesto de uma pequena facção revolucionária?
Não é correcto dizer que o país estivesse cansado do rei. Este era muito discutido pelos políticos porque estávamos num regime político em que as eleições não eram vistas como um instrumento de provocar a mudança dos governos. A alternância dependia muito do rei, que, ao escolher um Governo, dava uma oportunidade a um outro partido de subir ao poder. Na época já havia eleições, já existia um sistema representativo, mas o eleitorado não era visto pela classe política como sendo capaz de tomar uma decisão consciente.
Era por isso o rei que interpretava o sentimento geral e fazia rodar o pessoal político. Não podemos dizer por isso que o rei fosse impopular, antes que era muito discutido pelos políticos e nos meios políticos. O que se passava em 1908 era que o rei optara nomear para o Governo João Franco, chefe de um pequeno partido que se esperava viesse a ganhar as eleições, e isso tinha irritado imenso toda a classe política.
PÚBLICO/RR - D. Carlos era o rei inteligente e reformista que, na sua biografia, sugere ter sido o melhor dos monarcas da IV Dinastia, ou era o estouvado que entregou o poder a um ditador, João Franco?
RUI RAMOS - D. Carlos era um monarca constitucional muito consciente da necessidade de defender a Constituição liberal vinda dos tempos de D. Pedro, até porque sabe que é rei pela Carta Constitucional. Ser um rei constitucional nessa época significava reinar com partidos e serem estes a governar. O que D. Carlos fizera desde que chegara ao trono fora tentar encontrar líderes políticos capazes de mobilizarem a classe política para evitar que, ao recorrer demasiado aos seus poderes constitucionais, ele próprio se expusesse.
Começou por tentar ressuscitar os grandes partidos da monarquia, o Regenerador e o Progressista, mas em 1906, 1907, chegara à conclusão de que as velhas lideranças partidárias estavam gastas e desacreditadas, mas não concluíra que o regime estava apodrecido. Procurou assim criar elementos para uma nova rotação de partidos.
PÚBLICO/RR Mas porque é que escolhe João Franco?
RUI RAMOS - João Franco não é um político desconhecido. Já tinha sido ministro, era deputado desde 1885, vinha do partido Regenerador, era alguém que o rei, que era muito cauteloso, já conhecia. O que é que ele tem que os outros políticos não tinham? Tem a determinação, é um político corajoso, ao contrário dos velhos líderes, que temiam e recuavam perante os problemas e se socorriam do rei para os resolver. Como a reforma das finanças públicas, da Casa Real ou do sistema eleitoral, passando para círculos uninominais, temas antes muitos debatidos e que geravam consenso.
PÚBLICO/RR - Era um ditador? Governou em "ditadura"...
RUI RAMOS - O termo ditadura na tradição constitucional no século XIX tem um significado completamente diferente da do século XX. Queria dizer apenas que o Governo podia governar por decreto-lei enquanto o Parlamento estava fechado. Houve vários momentos de governo de "ditadura" na monarquia constitucional.
PÚBLICO/RR - Implicava uma redução das liberdades e garantias?
RUI RAMOS - Não. A ditadura, na tradição romana, referia-se apenas à acumulação no executivo do poder legislativo. Não implicava com as liberdades formais.
PÚBLICO/RR - Como é que essa imagem de um rei constitucional, preocupado com a sua missão, se compagina com a imagem mais conhecida de um rei folião, que gostava de caçar, de pintar, de vestir bem, de realizar explorações marítimas?
RUI RAMOS - Essas características de D. Carlos têm sido distorcidas e ampliadas para difamar o rei. Mesmo que quisesse, ele não se podia distrair dos negócios públicos. Os políticos gostavam de ter o rei do seu lado porque o seu poder dependia do rei. Há até áreas, como a Defesa e os Negócios Estrangeiros, que acompanha muito de perto. Agora ele cumpria com os seus deveres, mas ao mesmo tempo não deixava de passear, de ter uma vida ao livre. Gostava de levar uma vida cosmopolita e de vestir de forma elegante.
Isso entrava em choque com os dois modelos de homem público dominantes em Portugal, a do homem piedoso e clerical, a do homem cívico e republicano, ambas muito assentes num certo tipo de austeridade, de sacrifício. Saber que o rei se vestia de acordo com a última moda era muito mal visto pela burguesia, que não achava que isso fosse próprio.
PÚBLICO/RR - Os portugueses gostam de governantes austeros?
RUI RAMOS - De certa forma, durante o século XX, uma das manhas dos governantes, umas vezes sinceramente, outras hipocritamente, passa por esta imagem de austeridade, de um modelo quase sacerdotal. Salazar era o monge no poder. E julgo que isto em parte sucede porque o poder em Portugal pode muito, razão porque os portugueses ainda apreciam os que se sentam na cadeira do poder dizendo que o fazem a contragosto, com sacrifício, sem tirar vantagem nenhuma daquilo.
PÚBLICO/RR - A redescoberta do liberalismo português do século XIX e do reinado de D. Carlos, de que o historiador Rui Ramos tem sido um dos protagonistas, é hoje mais fácil pois já não existe o ódio anti-monárquico da I República, nem a aversão aos princípios liberais do Estado Novo.
Porque é que a figura de D. Carlos tem sido tão mal conhecida e até desmerecida? Foi preciso o centenário do regicídio para o redescobrirmos?
RUI RAMOS - A I República e o Estado Novo cortaram Portugal do seu passado, do passado liberal. Os republicamos desprezavam esse período porque entendiam que não correspondera a um verdadeiro constitucionalismo; para a direita, os salazaristas, a herança liberal nunca foi bem vista. Atacou-se a monarquia constitucional, não se procurou sequer estudá-la. Mas a verdade é que o Estado moderno em Portugal nasceu com ela, a começar pelos principais códigos legais. A redescoberta do D. Carlos, a meu ver, tem também muito a ver com este regime em que vivemos ter mais a ver com o do constitucionalismo monárquico do que com qualquer dos outros dois regimes que o precederam. Porquê? Porque a nossa democracia conseguiu ser um regime para todos, o que a distingue claramente do Estado Novo, mas a distingue da chamada I República, que foi antes do mais a dominação do Estado pelo Partido Republicano (eles diziam "Portugal é para todos, mas o Estado é para os republicanos"...). Em contrapartida, os valores associados à cidadania, ao Estado de direito, ao sistema representativo, eram valores da monarquia constitucional. De resto, muitos dos seus políticos viam-na como uma República com um rei.
PÚBLICO/RR - A I República era menos democrática do que a monarquia constitucional?
RUI RAMOS - Se verificarmos que na I República tivemos um partido que quis ter o monopólio do poder e que para isso foi ao ponto de diminuir o número de portugueses que podiam votar, acho que não pode haver muitas dúvidas. O modelo dos políticos do tempo de D. Carlos era o da democracia inglesa, o que desejam é socializar uma população muito atrasada e analfabeta, querem criar uma comunidade cívica, mas acreditam que a melhor forma de o fazer é através de um regime que assegure a continuidade com a tradição histórica portuguesa, nomeadamente através de um rei que signifique a unidade do Estado. Falava-se em republicanizar o país através da monarquia para evitar violências.
Já a I República correspondeu à conquista do Estado por um só partido, que se distinguia dos outros não pelos seus ideais - até os ideais seculares eram os dos outros -, mas pelos seus métodos revolucionários, o facto de não respeitarem a legalidade. É um partido que tinha apoio minoritário e por isso não confia na população, excluindo aqueles que julgam não os apoiarem do processo político. É assim que muitos analfabetos que tinham direito de voto na Monarquia deixam de o ter na República. E que esta não dá esse direito às mulheres, que diz serem reaccionárias. Afonso Costa dizia que não queria fazer a República com carneiros...
PÚBLICO/RR - O fim da monarquia foi um mal para a democratização do país?
RUI RAMOS - Foi, se pensarmos que democratização e a secularização se podiam ter obtido de forma muito mais tranquila. Mas isso implicava que ela tivesse conseguido resolver os grandes problemas políticos que tinha, domínio em que falhou.
Aqui fica o registo
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: D. Carlos morreu porque estava a reformar o pais
Meu caro Ricardo Charters
Gostei muito! Já tinha lido a biografia de D Carlos, de Rui Ramos, e tinha gostado. Neste artigo acho que ele faz uma síntese claríssima do ideário da Monarquia Constitucional e do que se perdeu com a Iª República e com o Estado Novo.
E foca, igualmente, um ponto que sempre me causou certa preplexidade: os governantes austeros que sempre seduziram o povo português!
E, pela primeira vez, creio, gostei de ler Vasco Pulido Valente, ontem, no Público, insurgindo-se contra o protesto feito pelo Bloco de Esquerda, pela participação, a 1 de Fevereiro, de unidades militares ( as Fanfarras do Colégio Militar, do Exército e de Lanceiros 2) na cerimónia do centenário. O Bloco considera essa cerimónia uma apologia da monarquia e uma condenação implícita da república, Pulido Valente clarifica " comemorar o assassinato de um homem talentoso e bem intencionado, prisioneiro do seu tempo e de uma velha história, não devia provocar a intolerância e a estupidez da esquerda. Provocou a do Bloco"
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: D. Carlos morreu porque estava a reformar o pais
Minha Cara Maria Benedita
Tem toda a razão. O Vasco Pulido Valente (meu colega no liceu Camões) tem habitualmente posições não alinhadas e de grande independência: reflete e... escreve bem
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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