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Eu tenho a curiosidade de saber quais os metodos de genealogia que se pratica, quando os assentos paroquiais findam entre 1500 a 1600. Como se procura antes destas datas? Através de aproximações locais, de datas, de nomes ou baseia-se unicamente no NFP, anuárioas e armoriais? Desculpem a minha injinuidade, mas é mesmo algo que me deixa mesmo muito curioso!
Obrigada e cumprimentos
d. soares
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RE: Informação
Caro Sr Soares,
A sua ingenuidade não é para desculpar, é para valorizar e tentar esclarecer.
Neste site há imensa bibliografia para além do NFP (é só ver aqui http://www.geneall.net/P/fontes.php).
Há muitos escritos locais, feitos basicamente nos sécs. XVII a XIX, e se for às bibliotecas locais das zonas de origem dos seus ancestrais, encontrará certamente monografias, escritos de sacerdotes e pessoas cultas das terras, que ao longo dos tempos se foram debruçando sobre a colheita de relatos e escritos familiares.
Sobre a época que aponta, … é o cabo dos trabalhos.
Para algumas famílias do que poderíamos chamar de ‘classes dominantes’, preservam-se mais que os relatos anteriores, alguns documentos de transacções imobiliárias, prazos, testamentos, questões judiciais ou com a Igreja, após a Inquisição umas inquirições «de genere», alguns processos, uma ou outra carda de concessão de Armas e pouco mais.
Para a maioria esmagadoríssima da população, quase nada: os registos paroquiais ainda não estavam em prática, como diz e bem.
Aqui e além apanham-se farrapos genealógicos em escritos da época, sem fins genealógicos. Numa acta de reunião da Vereação de uma Câmara qualquer, em 1532, fica-se a saber que o João Fernandes, sapateiro, filho do António Gomes, jornaleiro, foi intimado a servir numa das portas da cidade para não deixar entrar pessoas com sinais de peste. Bom, em 1532, na cidade Tal, havia um João Fernandes filho de um António Gomes, o primeiro vivo, o segundo não se sabe … e pronto. Se eu sei que em 1600 havia alguém que se casa e que era neto de um João Fernandes, sapateiro, dessa mesma cidade, posso arriscar a assumir que era o mesmo, que não queria dar o corpo ao manifesto na porta para ver se não apanhava com a peste. Assim, ando mais uma geração. E provavelmente fico-me por aí.
Outro exemplo: já leu as Cartas de Afonso de Albuquerque, as Lendas da Índia do Gaspar Correia, a obra do Fernão Lopes de Castanheda, a Ásia do João de Barros, Diogo do Couto e Bocarro, e outras crónicas das andanças dos portugueses pelo mundo nos anos de quinhentos? Encontram-se lá inúmeros nomes com filiações e origens. Pode-se dar o mesmo que no caso anterior.
Em suma, há muita coisa dispersa, e pouca paciência e tempo para coligi-la.
O aborrecido neste modelo de investigação é que se sabe de antemão que para a maior parte das linhas de ancestrais, nove ou dez gerações já será bom demais. Para lá dos Paroquiais, nada.
Para alguns casos raros, a sorte grande dos chamados ‘nobiliários’. Mas aqui entre nós, eu não confiava muito neles. Sempre de pé atrás, as contradições são inúmeras.
Cumprimentos. Victor Ferreira
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RE: Informação
Caro Victor Ferreira
Hoje aprendi mais umas coisas consigo sobre hipóteses de investigação, que eu desconhecia. Agradeço-lhe, ainda que não tivesse sido eu a colocar a questão.
Que não lhe falte saúde para estar aqui connosco partilhando os seus vastos conhecimentos, uma dose razoável de paciência para enfrentar muitos que "ainda" pensam que este Forun é uma gigantesca "lista" tipo telefónica/vá pelos seus dedos (desde que sejam os outros a ir) e aquela pitada de saudável humor que dá o toque todo especial às suas mensagens.
Cumprimentos amistosos
maria
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RE: Informação
Muito obrigada, por partilhar essa infornação, assim quando não conseguir mais informação pelos registos, vou á procura pelas historias contadas pelas pessoas da epoca!
Muito obrigado
Cumprimentos
Ricardo Soares
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RE: Informação
Cara Maria,
Não me mime que eu coro ...
Até sempre.
Victor Ferreira
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RE: Informação
Merecidíssimo mimo, meu caro Víctor Ferreira!
Apoio por inteiro a mensagem da nossa confrade Maria e saúdo a graça com que nos ensina as coisas. Decididamente, gosto de o ler!
Melhores cumprimentos
Maria Benedita
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RE: Informação
Caro Victor,
... se apartes de tal qualidade são apenas "migalhas", como apregoa, quero continuar a varrê-las... Faço minhas as palavras de Maria David. Seu fino humor é contagiante. E não adianta corar... Cumprimentos. Vilma Araujo (minhas pesquisas vão avançando)
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RE: Informação
Minhas caras Maria Benedita e Vilma
O nosso confrade sabe bem que temos razão, carradas de razão, e que não são, decerto, estas pequenas coisitas que lhe farão subir o rubor ao rosto! Olha quem! Homem da velha guarda, estilo mais vale quebrar que torcer, que nas letras/escrita mistura um pouco de navegador solitário com espadachim, utilizando o verbo com mestria, como quem esgrima, não contra moinhos de vento mas contra uma certa "burrice" instalada. Mas fica-lhe bem este "savoir faire" e que nós continuemos a usufruir de momentos únicos como ele nos tem proporcionado.
Apareçam algumas obtusas aves de arribação e aí estará ele, pronto para fazer o seu tiro ao alvo e certeiro, para gáudio de todos nós!
Cumprimentos
maria
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RE: Informação
Minha senhora
o confrade "Salen" é, na verdade, uma pessoa bem informada e sobretudo sempre capaz de arranjar tempo e disposição para responder aos "estreantes" - que, não fosse ele, muitas vezes ficariam por aí sem resposta.
Mas a verdade é que nós não nascemos omniscientes e é bom, é reconfortante, poder aparecer num forum como este e ter a possibilidade de fazer as perguntas mais elementares, ingénuas ou "aberrantes" (para quem sabe de genealogia ...) e ter a esperança de levar daqui alguma luz ...
De resto, e pegando no tema da "lista telefónica", deixe-me dizer-lhe que talvez não no meu tempo (já por aqui ando há bastantes anos ) mas num futuro não muito afastado isso vai ser assim mesmo. O projecto existe, e o Registo Civil vai ter online uma gigantesca base de dados Nacional.
Sobre datas limites, nada sei ao certo, mas muito provavelmente a partir do ultimo terço do sec XIX.
E como para muitos isso representa chegar pelo menos aos trisavós ... muita gente consultará essa lista telefónica sem grande esforço. Embora possa naufragar em inconclusões perante uns milhares de nomes iguais ...
Os meus cumprimentos
Joao S.R.
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RE: Informação
Caro Confrade
Concordo consigo e penso que os aspectos que referiu sobre a gigantesca base de dados que poderá estar acessível, a médio ou longo prazo, será um passo enorme para as pesquisas on-line. Oxalá seja para muito breve.
Sobre as apreciações que faz ao nosso confrade Salen, também estou de acordo.É uma pessoa bem informada, sempre disponível e que empresta às suas dissertações um colorido que faz toda a diferença.
Mas em relação a este seu parágrafo "Mas a verdade é que nós não nascemos omniscientes e é bom, é reconfortante, poder aparecer num forum como este e ter a possibilidade de fazer as perguntas mais elementares, ingénuas ou "aberrantes" (para quem sabe de genealogia ...) e ter a esperança de levar daqui alguma luz ...", ainda que o subscreva na TOTALIDADE, creio entender nas entrelinhas do que escreveu como que uma crítica velada ao meu comentário. A ser verdade, penso que não soube entender a minha ironia, não por deficiência de capacidades suas na interpretação do que eu disse mas porque fui fraca na exposição do meu raciocínio.
A verdade é que, se alguém cresceu, em maturidade genealógica, neste forun, fui eu. E continuo a crescer, felizmente. Tento aprender com as participações que por este espaço são uma constante e procuro retribuir essa dádiva partilhando o pouco que sei.
Ora este facto não invalida que eu tenha objectividade, dois dedos de testa e sentido do ridículo. Talvez o confrade não tenha reparado ainda mas há participantes que, de uma forma bastante clara, sob a capa da ignorância, procuram questiúnculas, passam-nos alguns "atestados de estupidez" e procedem como se tudo lhes fosse devido: quase exigem respostas. E foi sobre esta camada de interventores que eu deixei passar a minha ironia, nas entrelinhas. Talvez o não tivesse feito da forma mais clara e acabei por dar uma imagem distorcida da realidade. Repûs a verdade dos factos e subscrevo o que o confrade escreveu.
Com os meus cumprimentos
Maria
PS: PEACE!
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