Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
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Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caros ilustres Confrandes,
Sendo este um espaço apenas dedicado à geneologia e ao estudo da história de famílias onde não é permitido o debate e a discussão de ideias acerca de figuras históricas - debates que poderiam certamente dignificar e elevar ainda mais a importância deste espaço - gostaria de ser ilustrado acerca de alguns tópicos que têm surgido aqui no Genea. Certamente todos ainda terão em memória uma petição que surgiu aqui no fórum relacionada com o Rei D. Carlos e com a questão do régicidio. Gostaria sinceramente de perceber qual o valor em termos geneológicos desse tópico que merecidamente tanto tempo esteve presente neste fórum. Por uma questão de espaço não relembro muitos outros casos de debates que vão surgindo neste fórum e que apenas com algum custo têm relação com problemas genuinamente de carácter geneológico.
Sendo este um espaço de carácter geneológico gostaria de apresentar umas breves nótulas geneológicas que poderão acrescentar qualquer coisa à geneologia do Cardeal Cerejeira.
Na linha da descêndencia de Avelino Gonçalves Cerejeira e de Joaquina Gonçalves Rebelo - pais do Cardeal Cerejeira - faltam alguns nomes que simplesmente foram esquecidos. Um desses nomes é o de Deolinda Gonçalves Cerejeira que casou com Adriano ferreira Fontes e tiveram nove filhos: Manuel Gonçalves Cerejeira Fontes; Maria Gonçalves Cerejeira Fontes; José Gonçalves Cerejeira Fontes; Joaquina Gonçalves Cerejeira Fontes; Avelino Gonçalves Cerejeira Fontes; Júlio Gonçalves Cerejeira Fontes; António Gonçalves Cerejeira Fontes; Alberto Gonçalves Cerejeira Fontes e Adelina Gonçalves Cerejeira Fontes. Prontamente introduzirei a descendência destes nove filhos.
Gostaria de promover um espaço de debate e de troca de ideias e de posições relativas à figura do Cardeal Cerejeira - Manuel Gonçalves Cerejeira. Como se deverá hoje em dia pensar esta figura marcante da história do século XX? Será que deveremos conceber como uma das figuras tutelares e fundamentais do regime fascista português? Como um comparça de António de Oliveira Salazar? Será que deveremos pensar o cardeal Cerejeira enquanto uma importante figura da reflexão e do pensamento do século XX? Penso que é de extrema importancia desenvolver uma reflexão e um sério debate acerca desta figura, procurando salientar e relevar e trazer à luz esta importante figura injustamente esquecida. Gostaria que o facto de ser sobrinho neto do Cardeal não fosse um impedimento para o livre debate e discussão de ideias, pois penso ser necessária uma reflexão lúcida e crítica acerca do Cardeal sem qualquer complacência de ligações de sangue. O que desejo é fazer surgir a figura em todos os seus aspectos sejam eles positivos ou negativos.
Cordialmente e com os meus maiores cumprimentos,
Tiago de Moura Leitão Cerejeira Fontes
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Apagaram o outro tópico?
Vou perguntar.
Naturalmente houve alguma resposta pouco católica ao que transcrevi da G.E.P.B.
Cpts
Maria
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Cara Sr. D. Maria Oliveira Martins,
De facto, apagaram o tópico que coloquei aqui no forum. Se não for em demasia gostaria de lhe pedir que me enviasse o texto que transcreveu da G.E.P.B pois não tive a possibilidade de o ler. Agradeço-lhe desde já a atenção e a delicadeza.
Tiago de Moura Leitão Cerejeira Fontes.
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caro Tiago,
Primeiro trate-me só por Maria, como todos aqui neste Fórum.
Peça sff o meu endereço electrónico aos Moderadoes -aeiou2 que eu envi-o-lhe o que vem na G.E.P.B. e farei os meus comentários.
Como lhe disse não sou fã do Sr seu Tio avô Cardeal, Professor Doutor D.Manuel Gonçalves Cerejeira.
Cpts
Maria
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Olá Maria
Aproveito ter passado por aqui, pqara lhe dizer que a investigação do Libânio não acabou, só suspensa por umas semanas.
A proposito do Cardeal, lamento informar que até fui fan dele na época da JUC e tive com colega o José Manuel Cerejeira em algumas cadeiras. Além disso o Cardeal era conterrâneo dos meus avós paternos e um Cerejeira fazia parte do grupo de juventude do meu avô António. Há um livro da autoria de Vasco Carvalho que conta umas história interessantes dos principios do sec 20 em Famalicão, terra onde foi parar o filho do nosso conhecido Custódio José
Bjs.
Vasco
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Olá Vasco,
Como passa?
Embora não fosse fan, eu escrevi mal, transcrevi a sua ficha biográfica da GEPB, e não sei se houve alguma resposta pouco católica e o tópico foi apagado, pois até gostaria de ouvir dizer bem do Senhor.
Bjs
Maria
PS quando estiver menos frio vou ao Porto
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Bom dia caros confrades
Conheci o Cardeal Cerejeira no final dos anos sessenta através de uma pequena participação em trabalhos do Secretariado Diocesano das Novas Igrejas. Tive o prazer de o ouvir discorrer sobre vários assuntos, nomeadamente os que diziam respeito aos jovens (que era o meu caso na altura). Do que me lembro ressalta uma preocupação de equilibrio, uma vontade enorme de defender os seus, mesmo os que tinham alguns problemas políticos com o Regime, embora sempre com o propósito de os considerar "ovelhas tresmalhadas". Pessoa afável, um grande intelectual, sofreu obviamente com o facto de estar já numa fase avançada da vida quando se sucederam as muitas revoluções sociais que, embora com alguma vontade, já não poderia acompanhar.
Ainda o visitei algumas vezes na Casa do Bom Pastor, quando resignou em favor de D.António Ribeiro.
Deixou também alguma obra social consubstanciada na Fundação: casas sociais, um infantário, entre outras coisas, no Bairro dos Olivais, onde passou os seus últimos anos de vida.
José Sequeira
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caros confrades,
Desde já gostaria de agradecer todas as mensagens enviadas o que demonstra que podem surgir debates de ideias e de opiniões num espaço como este. Penso ser importante salientar que a intenção que levou à criação deste tópico de debate não está de modo algum relacionada com o desejo de enaltecer a figura do Cardeal, mas sim a de motivar a livre expressão de posições e opiniões relativas ao Cardeal. Gostaria de pedir a Maria e ao Sr. Vasco Briteiros que pudessem explicar mais profundamente as suas posições. Quanto ao Sr. José Sequeira agradeço-lhe vivamente o interessante depoimento pessoal.
Antes de terminar gostaria apenar de referir que o tópico anteriormente colocado neste fórum foi apagado sob o argumento de que este tipo de debates e discussões não são oportunas no Génea existindo outros site na internet mais aptos para isso. Penso que o Genea embora seja fundamentalmente um espaço de pesquisa geneológica deveria também permitir e até recomendar tópicos de discussão e partilha de ideias acerca de personagens históricas de interesse? Não serão este tipo de tópicos uma mais valia para a qualidade deste espaço? Bem, espero que estas palavras possam motivar uma breve reflexão sobre a realidade deste espaço.
Atenciosamente,
Tiago
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira, Vol,6,p.507
"CEREJEIRA( D.Manuel Gonçalves).Prelado professor,cardial-pratriarca de Lisboa.N.na freg.de Santa Marinha de Lousado,conc.de Famalicão, em 29.11.1888.((Fez o ano pasado 120).
Fez o curso teológico no Seminário de Braga, de 1906 a 1909. Em 1909 matriculou-se na Faculdade de Teologia da U.C., concluindo, concluino a formatura em 1912;
tinha recebido as ordens de presbítero em 1911.
Em 1916 formou-se em Letras, em Coimbra e em 1918 recebeu o grau de doutor na mesma faculdade.
Em 1919 foi nomeado professor de Letras na mesma U. e mais tarde arquivista paleógrafo e director do Arquivo da U.
Em 23.3.1928 foi elevado ao episcopado, com o título de Arcebispo de Mitilene, e sagrado na Sé Nova de Coimbra a 17.6.1928.((no volume 39,de actualização p,305 corrigem a data para 18.7.1928))"
Continuarei mais tarde com a ctualização.
Em 20.8,191928 tomou posse do cargo de vigário geral do Patriarcado, e a 5.8.de 1929 por morte do Patriarca Mendes Belo,foi elelto pelo cabido de Lisboa,vigário capitular "sede vacante".
No Concistório secreto de 18 11.1929, foi escolhido para Patriarca de Lisboa., a 6.12. 1929 elevado a Cardial da ORdem dos Presbíteros, com o título dos santos Marcelino e Pedro.
Em 18.12. recebeu o barrete cardinalício e a 19 o chapéu de cardial e em 25 tomou posse da igreja do seu título.
Em 22.1.1930, assumiu por procuração,o governo do Patriarcado de Lisboa e em 2.2.1930 fez a sua entrada solene na Sé Patriarcal.
Além de variada colaboração em revistas e jornais como Imparcial,Correio de Coimbra, Estudos, Biblos, Lusitânia, Sua Eminência o Cardial Cerejeira é autor e alguns livros,de alto valor científico e literário,
Em 1917/1918, publicou os dois volumes O Renascimento em Portugal,-Clenardo, trabalho modelar de erudição e critica;
Igreja e o Pensamento Contemporâneo, livro publicado em 1924, despertou muito lnteresse; esgotaram-se rapidamente três edições e foi traduzido em Espanhol.
Do Valor Histórico de Fernão Lopes, Coimbra 1925, é uma réplica cheia de razão, orientada por bom método e excelente críticaàs censuras acrimoniosasde José Estevão de Morais Sarmento, ao grande cronista.
S.E. o cardial Cerejeira tomou parte na eleição de Sua Santidade Pio XII(antes cardial Pascelli).A sua acção na orientação dignificação e disciplina da Igreja foi desde o início deo mais alto valor .
Impondo-se pelas suas altas virtudes, pelos seus talentos, alcançou de todos os portugueses uma veneração profunda;
a sua obra social os movimentos de solidariedadehumana que a sua palavra e o seu exemplo sucessivamente provocam,fazem da sua figura um altíssimo expoente moral e confirmam-lhe um poder espiritual poucas vezes alcançado pelos maiores prelados portuguese.
Chefe da Igreja Católica num dos períodos mais singulares da história e Portugal e do Mundo sempre as suas atitudes e as suas palavras foram tão justas, tão sábias tão altamente inspiradoras que obtiveram não só o respeito de todos os católicos, mas o consenso unânime de todos os portuguese tendo algumas das suas orações instruções ao clero e pastorais alcançado eco mundial.
Teve a glória de alcançar, para a Igreja Romana, a assinatura da Concordata e Acordo Missionário de 1940, com o governo portugues factos de mais transcendente importância moral e política.
É colaborador desta Grande Enciclopédia Portugues e Brasileira,
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Lançamento do livro OS PATRIARCAS DE LISBOA
26 Fevereiro 2009, 18:30h | Sacristia nobre do mosteiro de S. Vicente de Fora
Iniciativa do Centro Cultural do Patriarcado de Lisboa, a presente obra, organizada por ocasião do 30º aniversário episcopal de D. José da Cruz Policarpo, visa o estudo biográfico dos Cardeais Patriarcas de Lisboa, desde D. Tomás de Almeida a D. António Ribeiro. Publicação pioneira no panorama da historiografia religiosa em Portugal, a sua qualidade científica é assegurada pela colaboração de um prestigiado leque de investigadores nacionais.
Autores :
António Filipe Pimentel, António Matos Ferreira, D. Carlos A. Moreira Azevedo, Celina Bastos, Filipe Folque de Mendóça, Henrique Pinto Rema, OFM, João Soalheiro, Luís Salgado de Matos, D. Manuel Clemente, Maria Lúcia Brito Moura, Nuno Saldanha, Paulo Fontes, Rui Ramos, Sandra Costa Saldanha, Teresa Ponces, Zília Osório de Castro
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
PS: estou interessado no Frei Doutor D. Patrício da Silva, 7º Cardeal Patriarca de Lisboa e meu tio
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Ligam-me a Sua Eminência laços de consanguinidade. Seu irmão, Dr.Joaquim Gonçalves Cerejeira, Juiz Desembargador e Presidente do Tribunal da Relação de Moçambique foi nesse território,meu padrinho de baptismo. Meu pai nasceu também em Lousado-Famalicão em 1914.
Apesar de me situar nas antípodas do pensamento do Cardeal Cerejeira,reconheço o interesse da sua obra e pensamento confessional e político,tendo em vista uma melhor compreensão sociológica do século XX português.
Porém,não posso deixar de lamentar o seu silêncio em relação às arbitrariedades cometidas durante a ditadura sob a batuta do seu amigo e correlegionário Salazar.
Silêncio esse traduzido numa cumplicidade tática e expressa entre ambos a que por certo não foi alheia a luta comum contra o laicismo da 1ª república e alicerçada ideológicamente no chamado «Integralismo Lusitano» de raiz católica e reaccionária.
Certo é que na memória colectiva do povo português ainda estão presentes a arbitrariedades da polícia política,o desrespeito pelos direitos humanos, a realização de «eleições» fraudulentas,o assassinato do General Humberto Delgado em 1965,a decapitação da oposição,a inibição de direitos às mulheres (magistratura,submissão cega ao marido...),a deportação da inteligência da nação com a inibição do exercício de funções públicas,o colonialismo,a guerra colonial e o isolamento diplomático do país.
Omitir estes e outros elementos históricos é branquear e deturpar a nossa história recente, falseando a doutrina da Igreja católica assente em princípios bem diferentes daqueles que presidiram à implantação do «Estado Novo».
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caro Sr,.
Tem laços de consanguinidade com o Cardeal? Permita-me que lhe pergunte qual o seu nome, pois colocou o nome de Cerejeira. Eu sou sobrinho-neto do Cardeal, neto de Deolinda Gonçalves Cerejeira e filho de António Gonçalves Cerejeira Fontes. Não sei se terá conhecimento de alguns destes nomes.
Gostaria de agradecer a partilha de ideias e de convicções relativas à figura do Cardeal. Pessoalmente a sua mensagem parece-me bastante interessante, pois demonstra de modo veemente que o facto de ser descendente e familiar do cardeal não implica necessariamente que não existam dentro da família posições críticas e imparciais. Penso que é necessário procurar incentivar o debate de ideias e a criação de trabalhos de rigor científico e de análise crítica que possam permitir o revelar da verdadeira face do cardeal seja qual for o rosto que surgir, ou seja, seja ele agradável ou não. É necessário começar a reflectir sobre o pensamento e as tomadas de posições do Cardeal com o devido afastamento e a devida imparcialidade para que se possa compreender com clareza e com profundidade a sua posição na história do séc. XX português.
Atenciosamente,
Tiago.
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RE:Ilustre parente
Agradeço sensibilizados a gentileza da resposta que de pronto deu ao meu modesto contributo opinativo.
Na verdade,longe de mim neste espaço promover qualquer apreciação à figura e obra do Cardeal,nosso parente.A história contemporânea portuguesa já lhe reservou um lugar de destaque passados trinta e um anos após o seu falecimento.
Limitei-me a recordar o que trepassa pela memória colectiva do povo português estigmatizado por uma regime político aonde as mais elementares liberdades foram cerceadas. Daí os juízos de valor em relação a sua Eminência conotando-o de forma incontornável com o ditador de Santa Comba Dão.
Certo é que apesar dessa proximidade,as diferenças de carácter eram abissais.
Desde logo,o Cardeal que apenas conheci pessoalmente em 1971 no retiro do Bom Pastor na Buraca,irradiava uma simpatia contagiante. Lente em Coimbra com uma brilhantíssima tese de doutoramento «Cleonardo e a sociedade portuguesa do seu tempo», criador da Universidade Católica, participante activo no Concílio Ecuménico Vaticano II, a partir do qual se operaram mudanças profundas na Igreja Católica, interveniente primeiro na Concordadta de 1940, eminente orador, autor de obras pastorais de fino recorte literário e viajando pelo mundo,desde o Brasil a África e outras paragens. Ao contrário do ditador,governante do Império a partir de S.Bento.
Quanto à pergunta que me dirige,dir-lhe ei que minha avó paterna, se chamava Glória Amélia Gonçalves Cerejeira prima em 1º grau do Cardeal e meu pai Domingos Cerejeira Alves da Rocha,ambos nascidos em Lousado.
Chamo-me Fernando Cerejeira,nasci em Lourenço Marques em 1951,baptizado na Catedral inaugurada pelo Cardeal em 1944 e foram meus padrinhos o Dr.Joaquim Gonçalves Cerejeira (Juiz desembargador) e a esposa Dona Guilhermina de Melo Gonçalves Cerejeira.
Com os protestos da mais elevada estima e consideração,
seu primo,
Fernando Cerejeira
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Bom dia. Venho aqui colocar uma questão à qual espero ter resposta. Comecei a interessar-me à pouco tempo pelos meus antepassados familiares e nessa altura disseram-me que o meu avô era primo em 2º grau do Cardeal Cerejeira. Andando um pouco mais para trás o meu bisavô era primo directo, necessariamente :). Queria saber um pouco mais por isso pesquisei. O meu bisavô chamava-se António da Costa Oliveira e casou com Maria Augusta da Silva. Eu habito em Santo Tirso assim como o meu avô. Que informações mais me conseguem arranjar? Obrigado
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caro Luisgis,
Presentemente encontro-me a desenvolver um estudo sobre a familia Cerejeira - ascendências e descendências - e devo-lhe dizer que tenho conhecimento dos vários ramos até quase ao século XVI. Existem vários ramos que tiveram descendência em Sto. Tirso. Seria mais esclarecedor para definir claramente que ligação têm os seus ascendentes com os Cerejeira, e no caso com Manuel Gonçalves Cerejeira, descobrir os nomes dos seus trisavôs. Naturalmente encontra essa informação no registo de casamento de António da Costa Oliveira com Maria Augusta da Silva. Apenas com esses dados posso-lhe dar mais informações, pois não detenho em minha posse nenhum dos nomes que apresenta. Se quiser conversar mais e directamente peço-lhe que me envie por este meio o seu mail e posso explicar mais pormenorizadamente o que estou a fazer. Tenho todo o gosto em o ajudar no que puder. Afinal se descobrir a ligação com Manuel Gonçalves Cerejeira certamente somos primos, um pouco afastados, mas somos.
Tiago de Moura Leitão Cerejeira Fontes
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caro Tiago Fontes, agradeço a pronta resposta. De certo que o meu trisavô seria um bom elo de ligação, pois este é tio do Cardeal correcto? Estou a terminar os meus estudos e espero conseguir ter algum tempo para obter essa informação. Obrigado
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caro Ricardo Charters d'Azevedo
Admito que possa ter algum interesse nos dados seguintes. Porém, talvez já tenha conhecimento deles. Ainda assim, poderão ser interessantes para alguns dos leitores do "fórum".
1 Patrício da Silva nasceu em Leiria, freg. do Arrabalde, a 15 de Outubro de 1756. Oriundo de família pobre, entrou no convento dos eremitas agostinhos da cidade como criado, mas a capacidade intelectual que demonstrou, o desejo de estudar e a vocação que também evidenciou permitiram-lhe o ingresso na Ordem. Veio a ser ordenado presbítero a 21 de Dezº de 1780. Na Univ. de Coimbra formar-se-ia em Teologia em 1785 e aí se doutorou a 31 de Julho de 1820.
D. Fr. Patrício da Silva foi o único agostinho (eremita calçado de Santo Agostinho) purpurado em Portugal) .Criou em S. Vicente de Fora a cadeira de Teologia Moral (2 de Outubro de 1838) de que foi Mestre. Apresentado bispo de Castelo Branco (13 de Maio de1818) não chegou a tomar posse embora tenha sido concluído esse processo canónico e, no ano seguinte (3 de Maio de 1819), foi apresentado arcebispo de Évora (confirmado a 21 de Fevº de 1820, exerceu até 1825)2. A sagração ocorreu na ig. de Nª Srª da Graça de Lisboa a 30 de Abril. Foi elevado a cardeal-presbítero por Leão XII em 27 de Setº de 1824. Após a morte de D. Carlos da Cunha foi escolhido para lhe suceder como cardeal-patriarca de Lisboa (1825-1840), com confirmação por bula papal de 13 de Março de 1826. Quando, em 1834, as ordens religiosas foram extintas (decreto de Joaquim António de Aguiar) os agostinhos foram reduzidos a clero secular.
Participante da vida política, D. Patrício exerceu o cargo de Ministro da Justiça em 1824. Foi nomeado conselheiro de Estado (1826) para o exercício do governo do Reino durante a doença de D. João VI e depois da sua morte, até à aclamação do sucessor da Coroa, e par-do Reino (1826).
D. Fr. Patrício faleceu em 3 de Janeiro de 1840 (a rainha D. Maria II nomeou D. Fr. Francisco de São Luís Saraiva como seu sucessor na diocese de Lisboa). Está sepultado no jazigo patriarcal de S. Vicente de Fora.
Existe uma boa reprodução do seu retrato em Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, nova ed. dir. por Damião Peres, Livr. Civilização Edit., Porto-Lisboa, 1970, vol. III (extra-texto; pp. 534/535). Aliás, note-se a existência do seguinte estudo: Corte-Real, João Afonso, “O Calipolense Doutor Dom Frei Patrício da Silva, Cardeal-Patriarca de Lisboa”, in I Congresso das Actividades do Distrito de Leiria (Actas), ed.?, local?, data?. Aqui se refere o facto de o retrato ter sido abandonado nas caves da TT, e o desejo de fazê-lo transportar para o Museu Municipal de Leiria, o que parece nunca ter sido concretizado.
1 Estes breves apontamentos foram coligidos da bibliografia seguinte: Fortunato de Almeida (op.cit.) e Dicionário de História Religiosa de Portugal, dir. de Carlos Moreira de Azevedo, Circ.Leit., 2001 (4 vols.) (ISBN 972-42-2416-3)
2 Vide a este propósio Gazeta de Lisboa, 1818, nº 180 e 1819, nº 181.
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Dr D. Frei Patrício da Silva, Cardeal Patriarca
Cara Marisamich
Efectivamente conheço tudo isto, pois acabo de publicar um livro sobre este meu 6º tio-avô (http://www.guardamor.com.pt/livro.php?id=1328). o Doutor D. Frei Patrício da Silva, Cardeal, Patriarca de Lisboa, (1756 – 1840), onde tal é referido, alem de ter acrescentado novos dados até hoje desconhecidos, nomeadamente sobre a origem da sua família e seus bens.
Alem do interesse em honrar um antepassado também procurei dar resposta ao que D. Carlos Azeveo publicou sobre ele num recente livro sobre os Cardeais de Lisboa, com o qual não concordo totalmente.
Sabemos que D. Frei Patrício da Silva foi elemento preponderante na política nacional e na governação pública, ocupando elevados cargos de ministro e secretário de estado dos negócios eclesiásticos e de justiça, conselheiro de estado e regedor das justiças . Na política, foi sempre fielmente obediente aos poderes constituídos. Alguns dos seus críticos consideraram-no, por isso, “bajulador e homem de dois rostos” . Outros consideram-no com uma personalidade “vacilante e acomodatícia” ou “o paradigma no tempo de viragem histórica” ou ainda com imparcialidade para obedecer a quem estava no poder, independente das suas opções pessoais. Ainda para outros “na instabilidade política persistente [..] demonstrou não só maleabilidade no acolhimento das diversas propostas, mas também sagacidade para encontrar argumentos para defender situações quase opostas, conservando a cátedra ao serviço de qualquer trono” . Claro que “defender a liberdade da Igreja tem custos, e aí sim toda a inteligência denuncia ou aponta caminhos de justiça e verdade. A subserviência de Patrício rondou o oportunismo” . Outros ainda consideraram-no um “grande Homem que atravessou a sua longa existência dando o verdadeiro exemplo das virtudes cristãs” . “A honestidade de costumes, que se tornou exemplar em toda a sua vida, é digna do mais alto elogio: a prudência, com que regeu as duas Igrejas em tempos dificílimos, e as tribulações, que n’uma idade provecta experimentou com resignação, fazem ilustre a sua memória posthuma”
Como eu digo no meu livro, é possível que tenha sido tudo isto. Acima de tudo, serviu a Nação, sem olhar às formas do governo, procurando manter intocável o poder da Igreja, o que não foi fácil. Teve nas suas exéquias a Corte, tendo tido as honras fúnebres devidas a Príncipes.
Mais uma vez agradeço o seu interesse por esta figura que foi Cardeal num dos tempos mais difíceis em Portugal, onde imperava a "zanga real" e depois o corte de relações com a Santa Sé e ainda a nacionalização dos bens das Ordens Religiosas e o "crash" financeiro em 1838.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caro Luisgis,
De facto, o nome do seu trisavô é chave para lhe dar mais dados acerca da sua ascendência, mas essa informação depende também da posição do seu trisavô em relação a Manuel Gonçalves Cerejeira. Clarificando, o seu trisavô pode ser irmão de Avelino Gonçalves Cerejeira (pai de Manuel Gonçalves Cerejeira) ou irmão de Joaquina do Sacramento de Jesus (mãe de Manuel Gonçalves Cerejeira), ou eventualmente ser tio por afinidade (daí que o nome do casal é muito importante). Poderá eventualmente o seu bisavô ser primo em qualquer grau de Manuel Gonçalves Cerejeira necessitando a investigação de ir mais para trás. Sabe porventura a freguesia onde nasceu o seu Bisavô e o ano? Não têm o rergisto de nascimento do seu Bisavô? aí terá a informação relativa ao seu trisavô e trisavó e quais as suas origens. Não será que alguém na sua família tem essa informação? Deste modo não teria de se deslocar ao Porto. Procure ver entre pessoas mais idosas e que terão algum conhecimento desses dados.
Boa sorte para os seus estudos e que tudo lhe corra bem. Peço-lhe que me trate por Tiago, pois seja qual for o grau somos primos, não é verdade?
Tiago
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RE: Cardeal Cerejeira - um debate proscrito
Caro Tiago:
Não consigo compreender que um debate relativo ao Cardeal possa ser proscrito. Na nossa sociedade há lugar para todo o tipo de debates, no caso concreto, não estando eu desse lado ideológico, não posso ignorar a valia intelectual de D. Manuel Gonçalves Cerejeira.
Neste caso concreto, o debate genealógico, considero-o interessante, já que tenho laços de sangue em Lousado. Reparo, contudo que, embora a base de dados da família ter crescido, faltam ramos.
E digo isto porque, tendo conhecido duas senhoras sobrinhas do Cardeal, uma delas tem 2 filhos que conheço bastante bem, o António e o Zé Cerejeira Leitão , sendo o primeiro licenciado em Direito pela FDL.
Penso que a adição de nomes depende da vontade das pessoas.
Não tenho nenhuma árvore publicada, embora avós meus de Viana(neste momento não tenha à mão o grau) estejam na árvore dos Pires de Lima de Sº Tirso...
Suponho que o Tiago conheça Lousado-isto é uma mera curiosidade, mas no cemitério vi a grafia "Serejeira"...
Creio que se quiser procurar os assentos paroquiais pode tentar o contacto telefónico com o Arquivo Distrital de Braga. Pela minha experiência, existe uma grande abertura e simpatia por parte das pessoas que tralham nos arquivos distritais, embora não haja nada com consultar os livros ao vivo...Estou para fazer isso relativamente aos livros de Lousado...há anos, mas também não vou a Lousado desde o funeral do meu pai, há 15 anos.
Melhores cumprimentos
luis
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