Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

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Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#266416 | HenriqueSousaAzevedo | 06 dic 2010 22:26

Ex.mos senhores,

Agradecia que algum entendido me esclarecesse de onde vem o Dom dos Azevedos de S. João de Reie da Casa da Tapada. O geneall regista como o primeiro a gozar desta forma de tratamento D. Rodrigo de Azevedo de Sá Coutinho, 9º sr. da Casa da Tapada, indicando sua mãe, D. Bárbara Micaela Xavier de Ataíde de Menezes e Cunha como descendente por varonia de D. João de Azevedo, Bispo do Porto. É aí que origina?
A página familiar do Genea dos Azevedos referencia um D. Pedro Mendes de Azevedo; qual a origem do seu "Dom"?
Já agora pergunto quais são os critérios presentemente reconhecidos pelo IPH para reconhecimento deste tratamento. Baseiam-se na Lei Filipina?

Com os melhores cumprimentos,

Henrique Sousa de Azevedo

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RE: Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#266468 | pinheirov | 07 dic 2010 18:21 | In reply to: #266416

Exmo Henrique de Sousa Azevedo

Pus-me exactamente a mesma pergunta a quando do estudo que fiz dos meus ascendentes que passam pelo paternal de D. João de Azevedo, seja, Luis Gonçalves Malafaia casado com Felipa de Azevedo filha de Lopo Dias de Azevedo e de Joanna Gomes da Silva. Não consegui resposta. Penso no entanto que o Dom nesta descendência de Felipa de Azevedo, será de origem eclesiástica, se transmissível (?), pelo bispo que foi seu filho João de Azevedo Malafaia.
Provavelmente que outros que eu mais versados no assunto lhe poderão ser de maior ajuda. Comunico-lhe no entanto um extracto da informação que compilei a partir das várias fontes consultadas, parte das quais se encontra aí referida. Sobre a Honra de Barboza, da qual provém os Azevedos-Atayde descendentes de D. João de Azevedo, compilam-se algumas informações pertinentes no “Portugal Antigo & Moderno” de Pinho Leal, e na “Corografia Portuguesa” do Pad. A. Carvalho da Costa. Creio que em nenhum desses dados é feita referência ao título de Dom, nem tão pouco nos dados de José de Azevedo Coutinho (na Genea), donde a minha dedução.
Caso tenha alguma dificuldade em recolher a informação abaixo (PDF), ou consultar os dados que refiro, queira pfv avisar e eu os comunicarei por via electrónica.

Melhores cumprimentos

Victor Manuel Malafaia Pinheiro

LOPO DIAS DE AZEVEDO *c.1375 (GP-1100612)
Fontes:
NFP - Nob. das Fam. de Portugal, F.Gayo / Título Malafayas N°1181776/Tomo 18-Pág.33/Parag.1/N1
GAV - Genea. dos Almeida Beça de Vasconcelos (Azevedos) 1762, Frei Manuel Beça, Pág.168-170)
Pai: DIOGO GONÇALVEZ AZEVEDO
Mãe: MARIA COELHO
Nascimento: c.1375
União: cc. JOANNA GOMES DA SILVA *c.1380

Informações individuais
«Cavaleiro confirmado, armado por D. João l depois da batalha de Aljubarrota (Privilégios da Nobreza
e Fidalguia de Portugal, de Luis Pereira Oliveira, Pág.306) «Filho de Diogo Gonçalvez de Azevedo e
de D. Maria Coelho; foi Cavaleiro muito honrado e Fidalgo de Esforço Grande em tempo de El-Rei
D. Fernando e de D. João ll. Casou com Joanna Gomes da Silva, filha de Gonçalo Gomes da Silva e
irmã de João Gomes da Silva, Alferes-Mor d’El-Rei D. João l».
(ver em Pág.243 deste livro, Apontamentos, da autoria de José de Azevedo Coutinho). Teve:

FELIPA DE AZEVEDO *c.1400 (GP-1016012) @ cc. LUIZ GONÇALVEZ MALAFAYA (GP-1016011) @
Fernão Lopes de Azevedo
Joanna de Azevedo
Lopo de Azevedo
Luiz de Azevedo
Maria de Azevedo, 2ª mulher de Gonçalo Annes de Sousa, Sr. de Mortágua, depois mulher de Álvaro de Meira.
Martim Lopes de Azevedo, de quem procede hoje a Casa de Azevedo
Pedro Lopes de Azevedo
João Lopes de Azevedo, Senhor de Aguiar e de S. João de Rei de quem procedem os Azevedos da Vila, e
que casou com D. Leonor Leitão, filha de Vasco Martins Leitão, Senhor da casa, que tiveram:
Diogo Lopes de Azevedo, donde vêm os Azevedos da Tapada
Violante de Alvim Azevedo, cc. Vasco Fernandes de Lucena, Alcaide-Mor de Évora, que teve:
Isabel de Azevedo

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RE: Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#266500 | chartri | 08 dic 2010 11:49 | In reply to: #266468

Caro Confrade "pinheirov"

No estudos que tenho feito, cheguei a uma linha de meus antepassados em Montemor.o-Velho. Trata-se de uma Isabel de Azevedo, de Montemor-o-Velho e aí residente, que se casa com António Ferreira de Mayorga (Alcobaça) e que tem pelo menos dois filhos: O Cap António de Azevedo (nascido por volata de 1626 e falecido a 15 de Fevereiro de 1699), casado duas vezes e com geração e António de Azevedo, escrivão da Câmara de Montemor-o-Velho e casado com Maria de Sá e que teve pelo menos um filho, o António de Sá e Azevedo que tem se torna familiar do Santo Ofício)

Procurei ver quem seriam os antepassados dessa minha avó Isabel de Azevedo que deve ter nascido no início de 1600. Nomeadamente se haveria Azevedo fixados em Montemor-o-Velho

Encontrei um tal Diogo Lopes de Azevedo, fidalgo da Casa Real que em 1508 pagou a sua irmã Brites, freira no Mosteiro de Santa Clara de Montemor-o-Velho. O Diogo de Azevedo, fidalgo da casa real, tinha uma tença de 10$000 reais anuais que deveria vencer desde 1 de Janeiro de 1488. Por outro lado havia uma Brites Coutinho que em 1508 é indicada como filha de Diogo de Azevedo. Donde a Brites era filha de um Diogo Lopes de Azevedo e irmão de um Diogo de Azevedo.

Pois é mas isto tudo acontece 100 anos antes do nascimento da "minha" Isabel de Azevedo...

Será que o confrade terá algumas pistas?
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

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RE: Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#266527 | pinheirov | 08 dic 2010 17:45 | In reply to: #266500

Caro Ricardo C. d'Azevedo

Não tenho infelizmente mais referências ou dados que lhe possa sugerir. No entanto, ouso pensar que os dados que lhe enviei poderão talvez conter a chave que procura referente à sua Isabel de Azevedo. Notará que um nome idêntico aí figura, assim como o de Diogo Lopes de Azevedo e sua descendência, podendo abrir uma pista de investigação. Deles provêm os Azevedos da Tapada, segundo os antigos genealogistas.
Apercebi-me no entanto, à leitura da mensagem que enviei, que a configuração do pdf que continha esses dados foi alterada ao ser lançada nas páginas do Forum, dificultando a sua interpretação. Na minha dedução, a Isabel de Azevedo que aí figura, filha de Violante Alvim Azevedo, será sobrinha de Diogo Lopes de Azevedo, o que a faz nascida pouco antes de 1500, quatro gerações antes da sua Isabel. Não será por conseguinte a mesma, mas datas e apelidos deixam pensar que poderá ser uma ascendente.

Ao dispor, com os melhores cumprimentos,

Victor M. Pinheiro

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RE: Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#266536 | chartri | 08 dic 2010 19:42 | In reply to: #266527

Caro confrade Victor M Pinheiro

Muito obrigado
Mas como vê continuo a ter 100 anos (4 gerações) em falta...
Bom, vou continuar a pesquisar. Talvez vá a Coimbra, à Biblioteca, consultar as genealogistas manuscritas de D. Flamínio. Difíceis de ler, mas com muita informação.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

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RE: Tratamento de

#266582 | JCA | 09 dic 2010 23:33 | In reply to: #266536

Caros confrades

Alguém sabe a origem ou tem informação genealógica do apelido "Azevedo" em Sernancelhe?
Aparece nos paroquiais pelo menos desde finais do séc. XVII, será que terão ligação aos "Azevedo" de Paredes da Beira?


Obrigado,

José Manuel Correia Alves

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RE: Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#267150 | HenriqueSousaAzevedo | 20 dic 2010 23:42 | In reply to: #266468

Ex.mo Victor Manuel Malafaia Pinheiro,

Muito obrigado pelas informações que transcreve. Ao que parece o Dom vem mesmo por via eclesiástica, mas penso que não será difícil de confirmar. Deve haver na Torre do Tombo um processo de justificação ne nobreza ou registo de uma sentença judicial que atribua esta forma de tratamento. Com efeito, às vezes as vezes as justificações são muito pouco lineares, pois, se não estou em erro, este só deveria ser transmitido por varonia ou no caso de herança da representação genealógica de uma família por via feminina (o que não é o caso).

Uma vez que conhece bem esta linhagem, aproveito para colocar mais uma questão: porque é que não foi o filho mais velho de Lopo a herdar o senhorio de São João de Rei? Do que vejo das páginas pessoais, Martim herdou o couto de Azevedo e a vila de Souto, mas o senhorio passou para o filho João. Eu sempre pensei que um senhorio se transmitia como um morgadio, há alguma diferença prática entre os dois? Já agora, quem passou a ser o chefe da família após a morte de Lopo? Esta última questão prende-se com o facto de eu querer saber quem é o actual representante genealógico dos Azevedo.

Por fim, fiquei com duas dúvidas do que li dos seus apontamentos: a Casa de Azevedo não foi pertença dos srs. de S. João de Rei e quem são os "Azevedos da Vila" a que se refere?

Desculpe a profusão de questões, mas gostava de conseguir perceber muitos aspectos que não se econtram explicitados nas páginas de costados do GeneAll.

Com os melhores cumprimentos,

Henrique Sousa de Azevedo

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RE: Tratamento de

#267151 | HenriqueSousaAzevedo | 21 dic 2010 00:00 | In reply to: #266582

Caro José Manuel Correia Alves,

Existem muitas famílias Azevedo, sendo qeu muitas não têm qualquer parentesco entre si. Isto deve-se ao facto de muitos apelidos serem toponímicos, bem como do facto de muitos judeus que se converteram ao cristianismo adoptarem nomes de antigas linhagens (aquando da conversão tinham que escolher um nome cristão).

Se quiser aprofundar esta questão, sugiro que leia:

TÁVORA, D. Luiz de Lancastre e; Dicionário das Famílias Portuguesas--Os apelidos, os nomes, a origem das famílias. Quetzal

Esta obra encontra-se disponível na Bertrand, tendo sido reeditada recentemente.

No entanto, é possível qeu haja um parentesco, mais próximo ou mais distante. Os Azevedos a que se refere não serão proventura os do Solar de Valmelhorado (também co-propietários da Quinta da Breia)? Se sim, não só são parentes, como descendentes por varonia do Embaixador António de Azevedo, filho do 4º senhor de S. João de Rei.

Com os melhores cumprimentos,

Henrique Sousa de Azevedo

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A Primogenitura dos Azevedo em Portugal

#267186 | S.João de Rei | 21 dic 2010 20:31 | In reply to: #267150

Caro Henrique Sousa de Azevedo e demais Confrades

Vou tentar esclarecer algumas dúvidas que se põe, em parte com a ajuda do genealogista Manuel de Sousa e Silva que escreveu “O poeta do Neiva” e que é reconhecidamente uma pessoa de bem e bem informada.
Felgueiras Gaio nutria uma notada antipatia com o senhor de S. João de Rei da época. Não sei até que ponto o seu casamento com uma Azevedo de S. João de Rei, tenha contribuído para essa postura e para a sua falsa atribuição da primogenitura dos Azevedo.
Cumprimentos,

José de Azevedo Coutinho

Guiné Conakry

Do “Poeta do Neiva”…

A primogenitura de João Lopes de Azevedo afirmada nos nobiliários quinhentistas (entre os quais se conta o escrito por D. António de Lima — seu bisneto) foi, no século XVIII, impugnada por alguns genealogistas acreditados, como José Freire de Monterroio Mascarenhas, que afirma que o filho mais velho do grande Lopo Dias de Azevedo, foi Martim Lopes de Azevedo.
Felgueiras Gaio, cujo nobiliário se conserva na Misericórdia de Barcelos, segue Montarroio e concede a João Lopes de Azevedo o quarto lugar na serie dos filhos varões do 1.° snr. de S. João de Rei e Terras de Bouro! Montarroio, Felgueira Gajo e outros linhagistas mais ou menos respeitáveis, fundaram-se na sentença alcançada por Martim Lopes de Azevedo (neto do suposto primogénito) em 30 de Agosto de 1533; e na inscrição gravada em 1536 na Torre da casa solar dos Azevedos.
O meu bom amigo e prezado parente Conde de Azevedo, actual senhor e digno representante da casa solar dos Azevedos, no seu valioso e apreciado livro Cartas Inéditas de Camilo Castelo Branco ao 1.° Conde de Azevedo, perfilha essa opinião, e reproduz, a páginas 218, as decisivas palavras do memorável documento, ao oferecer a fotogravura da inscrição.
Eu, mais experimentado nas investigações genea¬lógicas, afirmo, sem hesitação, a primogenitura de João Lopes de Azevedo, porque os documentos valem mais que uma inscrição gravada a capricho, séculos antes da censura libaral (que ainda não passou do papel à pedra) e porque a cópia da sentença, cujo original não aparece, está pejada de inexactidões, que lhe roubam prestígio para ser respeitada por quem não foi citado no respectivo pleito.
O processo de fazer lançar nos livros de notas antigos documentos foi muito usado no século XVIII, e, todavia, ainda não consegui ler qualquer desses preciosos originais, em papel ou pergaminho, que seus detentores tanto apreciavam que até temiam o ape¬tite das democráticas e vorazes ratazanas.
Os documentos provam:
l.o —que João Lopes de Azevedo sucedeu nos senhorios e padroados que teve seu pai, com ex¬cepção de Jales (que ficaram a sua irmã D. Maria Coelho e passou por sucessão aos Lemos, snr. da Trofa) e de Souto, que teve seu irmão Martim Lopes de Azevedo.
2.o — que os netos de João Lopes de Azevedo (filhos de Diogo Lopes de Azevedo) receberam em Braga ordens menores nos anos de 1452,1455 e 1457; e que Diogo de Azevedo, filho e sucessor de Martim Lopes as recebeu em 1456. (1) Os netos do primogé¬nito foram, sem dúvida, coevos dos filhos de Martim Lopes.
3.o — que Diogo de Azevedo, snr. da casa de Azevedo, filho, repito, de Martim Lopes, sobreviveu a Pedro Lopes de Azevedo, bisneto de João Lopes de Azevedo. Morreu nonagenário em 1529; mas seu pai não podia ser mais velho que João Lopes de Aze¬vedo 3.o avô de António de Azevedo Coutinho que já em 1520 era snr. de S. João de Rei e de Terras de Bouro.
4.o — que Martim Lopes de Azevedo viveu em Santa Maria do Souto de Riba de Homem, onde nas¬ceram seus filhos.

(1) Arquivo Distrital. Matriculas d’ordës gerais.
5.° — que a quinta de Azevedo não estava vinculada e pertenceu a seus irmãos Lopo de Azevedo e Inês de Azevedo.
6.0 — Que Lopo de Azevedo, snr. da Casa de Crasto, fez doação a sua irmã D. Inês, a 15 de Feve¬reiro de 1439, da parte que lhe havia tocado na quinta de Azevedo; e que Fernão Afonso, marido de D. Inês de Azevedo «por se achar fraco e cançado e não poder correger a Quinta de Azevedo de que era se¬nhor a vendera por 12:000 reais a Diogo de Azevedo, filho de Martim L. de Azevedo a 15 de Junho de 1454.
7.o — Que Diogo de Azevedo, filho de Martim Lopes de Azevedo, teve o padroado de Santa Maria de Galegos e da sua anexa S. Salvador de Quirás, por doação dos respectivos fregueses, a 23 de Maio de 1480. O arcebispo D. Diogo de Sousa confirmou essa doação em 1505.
8.0 — E que Diogo Lopes de Azevedo, neto de Lopo Dias de Azevedo, e 3.o snr. de S. João de Rei, teve os padroados da coroa dados por D. João 1.° e foi compíïdroeiro de S. Clemente de Basto, como herdeiro de Diogo Gonçalves de Crasto. A 23 de Dezembro de 1466, foi confirmado em S. Clemenso de Basto, o abade Diogo Gonçalves, apresentado por Diogo Lopes de Azevedo e Fernão de Sousa, herdei¬ros de Diogo Gonçalves de Crasto e de Martim Afonso Botelho. (1)
(1) Arq. Dist.—Livto de Mostras de D. Diogo de Sousa, fl. 405.
O snr. Conde de Azevedo, que usa um nome ilustre e o sabe honrar, merece-me o conceito de juiz imparcial ainda mesmo quando seja interessado.
Não sacrifica a Verdade ao interesse, como eu, neste caso e sempre, a não pretiro para ser lisongeiro.
Há de concordar, como espero, com a solução deste problema de mero interesse genealógico; mas, se eu não lograr convencê-lo, resta-me a certeza de que não duvida da minha sinceridade e da considera¬ção e simpatia que lhe consagro. (1)
A História não regista a primogenitura de João Lopes de Azevedo, nem discute a pretenção dos des¬cendentes de seu irmão Martim: narra comovida, os feitos desses dois heróis em Ceuta, Tânger e Arzila e conta-os entre os mais intrépidos mártires da nossa Pátria.
Ambos morreram em África, em serviço del-Rei, para dilatar a Fé e enobrecer Portugal.

(1) Luís de Azevedo, irmão inteiro de Diogo de Azevedo, snr. da Casa de Azevedo (como mostra a justificação feita em Prado, pelo tabelião Simão da Rocha Pimentel, a 29 de Janeiro de 1592, na qual juraram, além de outras testemunhas, Martim Lopes de Aze¬vedo, snr. de Azevedo e sua mulher D. Leonor da Silva) é ascen¬dente da casa da Torre de Vilar que possuo e represento. Este facto torna-me absolutamente insuspeito para considerar primogénita a linha dos senhores de S. João de Rei e Terras de Bouro.

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Diogo Lopes de Azevedo, Diogo de Azevedo … e embaixadores de S. João de Rei

#267187 | S.João de Rei | 21 dic 2010 21:05 | In reply to: #267186

Senhores de S. João de Rei…


3° —Diogo Lopes de Azevedo, que viveu no Paço de S. João de Rei e em Santiago de Soutelo (Aguiar da Pena), com sua mulher Catarina Lopes ou do Carvalhal, filha de Martim Gonçalves Carvalhal, Sr de Évoramonte Alcaide Mor de Tavira, irmão da mãe do Condestável D. Nuno Alvares Pareira e de sua mu¬lher D. Violante Pereira, irmã do santo condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Sua mãe Leonor Leitão teve grande desgosto com o casamento deste seu filho, chegando a amaldiçoar sua descendência.
Os senhorios de S. João de Rei e de Terras de Bouro abrangiam, nos termos da doação régia, os pa¬droados das igrejas de S. João da Rei, Santa Marinha de Chorense e S. João do Campo.
D. Afonso v apresentou, nesta última igreja, Ál¬varo Gonçalves, capelão da rainha, sua mulher, mas Diogo Lopes de Azevedo protestou. O rei, reconhe¬cendo o direito do reclamante, pediu a Diogo Lopes de Azevedo que desse, como deu, seu consentimento àquela apresentação. Tudo isto consta da carta de 20 de Abril de 1442, dada em seu nome por autoridade do infante D. Pedro, tutor e curador del-rei. Confirmado por El Rei D. Afonso V em 6 de Março de 1448.
Diogo Lopes de Azevedo passou a segundas nú¬pcias com Inês Pereira, filha de Gonçalo Rodrigues de Abreu, Alcaide mor de Elvas e de sua mulher Teresa Tavares Pereira, irmã do santo condestavel.
Teve filhos dos dois matrimônios.
Sucedeu na casa seu filho do primeiro matrimó¬nio:
4° — Diogo de Azevedo,
Recebeu or¬dens menores em 1452. Foi Cavaleiro Fidalgo (1462) e do Conselho del-Rei.
Foi casado com D. Maria da Cunha (filha de Fernão Coutinho, snr. de Celorico de Basto, Montelongo etc. e de sua mulher D. Maria da Cunha/Vilhena) a quem prometeu em arras duas mil do¬bras de oiro, a que obrigou os bens próprios e os da coroa, por escritura outorgada, no Porto, a 10 de Fe vereiro de 1466. Passou a segundas núpcias com D. Leonor de Melo, filha de Vasco Martins de Melo, Alcaide mor de Castelo de Vide, s. g.
Feito mercê do Senhorio, por el Rei D. Manuel, dado na vila de Estremoz a 18 de Janeiro de 1497. Apresentou João Aires Ramos na igreja de S. João de Rei, vaga pela renúncia de Martim Anes, e Vicente Anes na igreja de S. João do Campo. Estas apresen¬tações foram respectivamente confirmadas, a 8 de Março de 1487 e a 13 de Maio de 1497, pelo arce¬bispo D. Jorge da Costa. Em 1499, apresentou na igreja de S. João do Campo António de Azevedo, seu filho. Por alvará, assinado por sua mão a 31 de Maio de 1497, apresentou em S. João de Rei, João Anes, abade de Rande, que foi confirmado a 22 de Junho do mesmo ano.
Herdou a casa seu filho:
5° — Diogo Lopes de Azevedo, casado com D. Leonor de Menezes, filha de Henrique de Sá de Menezes, snr. de Sever, Matosinhos etc. e de sua se¬gunda mulher D. Brites de Menezes, da casa de Cantanhede. Parece que passou a segundas núpcias, mas não houve filhos nem do primeiro nem do segundo matrimónio. Era tresloucado e brigão, e tantos crimes praticou que foram confiscados seus bens. Os senho¬rios de S. João de Rei, de Terras de Bouro e de Aguiar de Penas voltaram à coroa.
Manuel de Sousa e Silva refere no seu nobiliário esses crimes, que outros denominam desmandos ou excessos filhos das manias que tinha. Deu uma cuti¬lada no rosto de D. Leonor de Menezes, sua mulher; tomou à ponte de Caldelas uma donzela do povo que vinha com o noivo da igreja onde se haviam casado; e matou um padre que estava no altar a dizer missa.
Morreu contrito em Roma.
Diogo Lopes de Azevedo já era senhor da casa em 1505, porque, nesse ano, apresentou, como senhor de Aguiar da Pena, Gonçalo Gil, na igreja de S. Martinho de Barroso.
6° — Os senhorios de S. João de Rei e de Terras de Bouro passaram à coroa e foram dados ao infante D. Luís, com os respectivos padroados, jurisdições e data dos tabeliães, devendo os juizes chamar-se por êle.
7° — Pedro Lopes de Azevedo, irmão de Diogo Lopes de Azevedo e seu imediato sucessor, prestou tão relevantes serviços ao ínclito infante D.Luís que este lhe fez, por carta, doação destes senhorios, como consta da doação feita a seu filho António de Azevedo.
Pedro Lopes de Azevedo, Fid. da Casa Real com 15:000 reis de tença (1473) serviu em Arzila, onde casou por amores com D. Maria Ribeiro, filha de Diogo Fernandes Ribeiro, cavaleiro honrado principal e escrivão dos contos daquela praça e de Enes Álvares, filha de Diogo Fernan¬des. Morreu glo¬riosamente em Arzila, no dia 15 de Outubro de 1519, sem tomar posse das terras que lhe doou o infante D. Luís. D. João III, por carta de 26 de Fevereiro de 1521, mandou a Fernão Álvares que desse a D. Maria, viúva de Pedro Lopes de Azevedo, 40:000 reis que lhe havia mandado dar no ano ante¬rior, para a criação de seu filho Francisco de Aze¬vedo (Coutinho), ainda menor.

O Embaixador António de Azevedo que o confrade Henrique Sousa de Azevedo refere, era irmão de Diogo e de Pedro Lopes de Azevedo, respectivamente 5º e 7º Senhores de S. João de Rei. A carreira diplomática mantem-se na família com o seu sobrinho António de Azevedo Coutinho (Embaixador em Itália e em Espanha) e na sua própria descendência (refiro-me a António de Azevedo) em que irá mais tarde, distinguir-se Marco António de Azevedo Coutinho, primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros, quando da criação dos ministérios em Portugal, na primeira metade do século XVIII.
António de Azevedo Coutinho tinha aliás como genro, casado com a sua filha D. Isabel Coutinha, primo e também embaixador, Diogo Soares de Abreu, o Rodovalho, cuja filha Maria de Abreu irá mais tarde casar-se com Francisco de Azevedo Coutinho seu primo direito, filho de António e progenitores dos Azevedo Coutinho de Mazagão e Lagos de que descendo.

Cumprimentos

José de Azevedo Coutinho

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Atribuição de títulos á antiga nobreza

#267188 | S.João de Rei | 21 dic 2010 21:27 | In reply to: #267187

A atribuição de títulos á antiga nobreza fundadora do condado e reino de Portugal, pela realeza, nunca foi vista de bom tom.
A antiga nobreza (guerreira) não servil, sempre manteve distância com a realeza.
Os Azevedos são um exemplo da antiga nobreza feudal portuguesa. Cujo ramo colateral, senhores do couto de Azevedo e do Souto (herdados dos Coelhos, século XIV) acabam por quebrar essa tradição ao aceitarem o título de Conde de Azevedo, já no século XIX…

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#267190 | tmacedo | 21 dic 2010 21:43 | In reply to: #267188

Caro "S. João de Rei",

Nunca houve títulos atribuídos "á antiga nobreza fundadora do condado e reino de Portugal". Os primeiros títulos são muito posteriores. Não se destinaram a recompensar os descendentes das cinco famílias de ricos homens que apoiaram o infante D. Afonso Henriques. Onde parariam estes dois ou três séculos depois...O primeiro título, de final do século XIII é atribuído a alguém próximo da casa real que não descendia da antiga nobreza "que filhou o reino de Portugal". Foram concedidos a membros das famílias dominantes por serviços prestados ao rei.

Cumprimentos,

António Taveira

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RE: Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#267198 | pinheirov | 22 dic 2010 03:39 | In reply to: #267150

Prezado Henrique Sousa de Azevedo

Respondi hoje à sua mensagem do 20, a qual apareceu publicada. Constato porém que a dita mensagem foi retirada do rol, e sem compreender porquê, apreciaria me informasse se a conseguiu receber, o que satisfaria o meu empenho em dar sistematicamente resposta a todos os meus correspondentes. Felizmente que a contribuição do confrade José de Azevedo Coutinho, que acabo de ler, lhe será com certeza de grande benefício.
Antecipando a resposta, com os melhores cumprimentos,

Victor M. Pinheiro

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RE: Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#267516 | HenriqueSousaAzevedo | 28 dic 2010 19:41 | In reply to: #267198

Caro Victor M. Pinheiro,

Desculpe o quanto tardou a resposta, mas estive fora do Porto, pelo que não pude responder.

Lamento, mas não recebi a sua resposta, nem o habitual e-mail que me informa das participações no tópico. Lamento que o seu esforço tenha sido perdido e desde já agradeço os seus contributos para este tópico.

Seria perdir-lhe muito que pelo menos sumariasse o conteúdo da mensagem desaparecida?

Com os melhores cumprimentos,

Henrique Sousa de Azevedo

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#267518 | HenriqueSousaAzevedo | 28 dic 2010 20:11 | In reply to: #267190

Caro António Taveira,

A meu ver, a antiga nobreza nunca aceitou mercês dos monarcas, uma vez que nunca esteve particularmente interessada em adquirir status. Deixavam isso para famílias menores, que necessitavam de tratamentos de Dom e viscondados para esconder as suas origens (muitos desses titulares do século XIX não possuiam qualquer nobreza cem anos antes, quanto mais durante os séculox XII a XIV).

O caso dos Azevedos preconiza bem essa realidade: o ramo primogénito (do Paço de São João de Rei) nunca procurou grandes honras nem coleccionou apelidos e só dois membros deste ramos usaram o "Dom". Apesar disto, nunca a sua nobreza foi colocada em questão. Evidentemente que, sendo uma família muito antiga, os seus ramos acabaram por se dispersar--uns, como os Azevedo e Bourbon e os Condes de Azevedo, viriam a integrar a elite portuense e até mesmo a aceitar títulos do regime; outros como de S. João de Rei mantiveram-se nos seus feudos, distantes e desinteressados de tudo o que "cheirava" a nobreza de 2º grau. Há ainda ramos que integram a pequena nobreza rural nortenha e, como não poderia deixar de ser, aqueles que por divisão de património, viriam a perder a sua posição.

Mesmo assim, das linhagens medievais do tempo da fundação do Reino que duram até aos dias de hoje, os Azevedos foram uma das que melhor se saiu. Certamente não mantiveram o destaque de outrora (até ao século XV foram das famílias mais importantes), mas não chegaram à degradação dos Braganções, Riba Douro, etc.

Naturalmente, desta análise ficam excluídas famílias de cristãos-novos e escravos a quem fora concedida liberdade, que costumavam adoptar o nome de famílias de destaque ou dos seus antigos donos aquando da sua conversão/libertação, atendendo ao facto de nada terem a ver com a antiga linhagem. Aliás, porque será que há tantas famílias com o nome Azevedo? A maioria não descende dos antigos senhores feudais, mas se tanto escravo e cristão-novo, quando tinha que adoptar um apelido português escolhia este, só abona em favor dos "verdadeiros".

Com os melhores cumprimentos,

Henrique Sousa de Azevedo.

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#267543 | tmacedo | 29 dic 2010 13:00 | In reply to: #267518

Caro Henrique Sousa de Azevedo.

A realidade que retrata só se aplica à monarquia consttitucional. Nesse período, com a profusão de títulos concedidos (principalmente de barão, visconde e conde) a muitos "novos ricos" (capitalistas, industriais, "brasileiros de torna viagem",...), muitos elementos da antiga nobreza (muitas vezes afectos ao partido derrotado de D. Miguel) não aceitaram títulos do novo regime. Mas não pode extrapolar essa realidade (do século XIX) para o passado.

"Desde sempre", no antigo regime, a nobreza aceitou os títulos que o poder real lhe foi concedendo. As famílias mais poderosas, em cada época dominantes, eram tituladas. Não conheço casos, até ao século XIX, de recusa de títulos...Bem pelo contrário - os favores reais eram ávidamente disputados porque eram sinónimos de mercês e fortuna. Nem faria sentido aceitaram uma mercê de terras e rejeitaram um título...O poder real era omnipresente. E, quem não conseguia disputar os favores régios, caía numa niveladora mediania provinciana.

Com os melhores cumprimentos,

António Taveira

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RE: Tratamento de "Dom" dos Azevedos de S. João de Rei/da Casa da Tapada

#267568 | pinheirov | 29 dic 2010 16:37 | In reply to: #267516

Caro Henrique Sousa de Azevedo

A mensagem em questão nada continha de relevante, mas apenas referências a dois tópicos da Genea que eu pensei poderem ter algum interesse para as suas questões. Não compreendi a razão da recusa da mensagem. Pensei mesmo ter derrogado a alguma regra do forum, que desconheço. Ou talvez por distracção eu tenha omitido de fazer o envio, passando a outras coisas.
A melhor maneira de saber o que se passou, é tentar de novo o envio dos dois links, esperando que lhe possam ser ainda de qualquer utilidade, pois que a mensagem que recebeu de José de Azevedo Coutinho é provavelmente muito mais esclarecedora. Assim espero.

www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=129535
www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=125463

Meus umprimentos, e melhores votos para 2011

Victor M. Pinheiro

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RE: Diogo Lopes de Azevedo, Diogo de Azevedo … e embaixadores de S. João de Rei

#267574 | pinheirov | 29 dic 2010 17:03 | In reply to: #267187

Caro José de Azevedo Coutinho

Li com interesse a sua mensagem a Henrique de Azevedo. Permita-me satisfazer uma pequena curiosidade. Conheci na minha juventude uma família Coutinho, no Minho, de trato próximo dos meus familiares e dos quais penso existirem ainda alguns descendentes em Viana do Castelo, com casa notável. Apreciaria saber se os Coutinhos a que refere têm alguma ligação a estes, se é que os pode identificar.

Agradecendo, os meus cumprimentos e bons votos para o Novo-Ano

Victor M. Pinheiro

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#267995 | HenriqueSousaAzevedo | 05 ene 2011 00:06 | In reply to: #267543

Caro António Taveira,

Sem querer colocar em dúvida os seus conhecimentos de genealogia, penso que o caso dos Azevedos (do ramo primogénito de S. J, de Rei e da Tapada) não se integra na "niveladora mediana provinciana", havendo indivíduos de algum destaque nas últimas gerações:

D. Luís António de Azevedo e Sá Coutinho de Miranda (1822-1887), fidalgo da CR, deputado da Nação, etc.

D. Luís Manuel de Azevedo de Sá Coutinho (1790-1822), comendador da Ordem de Cristo.

Sem dúvida que nenhum deles atingiu o destaque dos seus antepassados do período medieval, em que foram verdadeiramente pessoas principais do reino, mas penso qe se mantiveram categoricamente na nobreza.

Penso que neste caso particular há um desinteresse bastante grande por títulos: se consultar as páginas do Genea verá que esta linhagem cumpre todos os "requisitos" para integrar a nobreza titular, contudo nunca o fez. A alguma razão se deve. Parece-me que nem sequer se dignavam a deslocar-se à corte.

Com os melhores cumprimentos,

Henrique Sousa de Azevedo

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RE: Diogo Lopes de Azevedo, Diogo de Azevedo … e embaixadores de S. João de Rei

#267999 | HenriqueSousaAzevedo | 05 ene 2011 00:29 | In reply to: #267187

Caro José de Azevedo Coutinho,

Antes de mais, um muito obrigado pelo que transcreve. Claramente deu-lhe bastante trabalho e fico grato pela sua disponbilidade.
Do que leio, o comportamento do 5º senhor de S. João de Rei era tudo menos exemplar, mas fiquei com uma dúvida: o senhorio foi-lhe imediatamente retirado após tais atrocidades ou só depois de morrer "contrito em Roma"? Podemos então dizer que houve uma segunda concessão do senhorio na pessoa de seu irmão, que com os seus feitos conseguiu reaver os bens da família. Sabe indicar-me alguns desses feito?
Aproveito também para perguntar quem é o actual representante dos Azevedos de S. J. de Rei, uma vez que a base de dados se encontra incompleta (penso eu). Repare que na página de D. Rodrigo (1753-1814) , 9º sr. da Casa da Tapada se listam três filhos ilegítimos de uma tal Josefa Clara das Neves e na de seu neto, também chamado D. Rodrigo (1809-1881), também mencionam três filhos ilegítimos de uma mulher com o mesmo nome. Bem sei que estes não contam para efeitos de representação, mas achei que seria interessante mencionar esta possível gralha.
Por fim, e reconhecendo que deve estar farto de tanta questão, pergunto se sabe alguma coisa das últimas gerações desta família. O "Poeta do Neiva" (obra que vou tentar arranjar) cita alguma vivência ou facto biográfico sobre os últimos membros da família? Não posso deixar de reparar que não pareciam muito preocupados em fazer casamentos com senhoras de grande linhagem, ao contrário dos seus antepassados.

Com os melhores cumprimentos e mais um agradecimento,

Henrique Sousa de Azevedo

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#268013 | tmacedo | 05 ene 2011 12:15 | In reply to: #267995

Caro Henrique Sousa de Azevedo,

Não me parece haver divergência nem contradição entre as nossas mensagens. sem dúvida que os senhores de S. João de Rei descendem por varonia da antiga nobreza da 1.ª dinastia. O que não creio é que tenham desprezado títulos que o poder real lhes tenha achado por bem conceder (ressalvando o período da monarquia constitucional em que isso possa ter ocorrido). Não se questiona que pela sua antiga nobreza lhes pudessem ter sido concedidos. Ter-lhes-á faltado serviços ao rei ou poder e fortuna para os obter.

A concessão de títulos no século XIX representava emolumentos para o Estado que eram tão necessários para reduzir os crónicos deficites...Essa uma das razões da sua profusão.

Com os melhores cumprimentos,

António Taveira

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#268037 | ruifaria3 | 05 ene 2011 19:09 | In reply to: #268013

Meus caros
Tal como hoje quase tudo se resumia à capacidade económica, salvo raras excepções.
Por um que herdava a casa e conseguia manter o título, havia outro que, ora porque se aventurava no mercado matrimonial sem dote condigno ao estatuto, ora porque se amancebava, originavam geração que quebrava irremediavelmente o vínculo à linhagem principal. Estes, apesar de conservarem o apelido, decaiam na sua maioria para um "nivelamento provinciano" ou mesmo para a pobreza extrema. O facto de gozarem um estatuto inferior ao da família de origem contribuía para esse distanciamento, tanto maior quanto maior a perda. Daí que no Gaio surjam expressões: "casou a gosto" (1 ocorrência) "casou mal" (54 ocorrências), "casou pobre ou pobremente" (2 ocorrências), "casou contra a vontade de pai, irmãos ou parentes" (33 ocorrências), indícios claros de declínio sócio-estatutário.
Uma vez por outra membros destas linhagens mais pobres lá ressurgiam fruto da fortuna conseguida na aventura migratória ou na mercância, contudo, a maioria preservava o seu modesto mas não menos digno estatuto social.
Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#269531 | BarroseCunha | 30 ene 2011 19:51 | In reply to: #267543

CARO ANTONIO TAVEIRA,

Tive de sorrir com o "Quem te fez conde?/Quem te fez Rei?".... na 'autorga' de Titulos

Ao meu Trisavo Joao Gualberto de BC (da Quinta das Pederneiras, Torres Vedras), foi 'oferecido' o Titulo de Conde de Runa...

ao que a historia de familia conta, ele agradeceu, mas disse que ja era velho demais para por "coleira de cao" (e pagar para isso?!)

Giro e'?

LuisCarlos

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#269572 | Hirão | 31 ene 2011 13:36 | In reply to: #269531

Há tempos me contaram a seguinte "história":

Em plena Idade Média, um dos reis de Portugal quis agraciar o chefe de uma das mais antigadas e respeitadas famílias fidalgas do Reino. Para tanto, enviou um dos seus oficiais para anunciar ao fidalgo a real disposição que o titulava... Diz-se que ao ouvir a nova, o nobre de vetusta linhagem desdenhou da mercê e disse ao enviado do rei: "Vá e pergunte ao seu senhor qual o título que ele quer que eu lho conceda..."

Saudações

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#269573 | Hirão | 31 ene 2011 13:37 | In reply to: #269572

* lhe conceda

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#269585 | BarroseCunha | 31 ene 2011 17:56 | In reply to: #269572

Ola... Hirao...

Giro nao e'?

Oferecer "Coleira de Cao" a "Lobo", hem?
(E' quasi "suborno", que insulta quem aceita, e degrada quem o faz (?))

Bicunhas d'Aqui

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#269589 | Hirão | 31 ene 2011 18:19 | In reply to: #269585

Estimado confrade Luis Carlos Barros e Cunha,

Não creio que seja "degradante" receber ou conceder títulos/honras/mercês nobiliárquicos, no entanto, admito, com inteira certeza de razão e consciência, que há contextos, razões e porquês que, às vezes, legitimem toda e qualquer atitude negativa e até mesmo renúncia de aparentes graças que, com o tempo, acabam se configurando em marca de miserável, afetada e corrupta vassalagem, enfim, uma mão lavando despudoradamente a outra (pagando favores...). Mas, por regra geral, tal pratica é honrosa e sobremodo desejável.

Melhores cumprimentos.

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#269593 | BarroseCunha | 31 ene 2011 20:16 | In reply to: #269589

O' HIRAO... TEM TODA A RAZAO:

Nem tudo e' "Com Papas e Bolos....".

Honrar e aplaudir actos corajosos, bem feitos feitos com desinteresse e 'grandeza d'alma',
honram quem os fez, e quem da o 'comprimento'... igualmente...

Muito obrigado por mo lembrar!

Amigo

Luis-Carlos Bicunhas

(D'Aqui, Numa Quinta-n-Ilha no Canada!)

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RE: Diogo Lopes de Azevedo, Diogo de Azevedo … e embaixadores de S. João de Rei

#269626 | S.João de Rei | 01 feb 2011 13:08 | In reply to: #267574

Caro Victor M. Pinheiro

Efectivamente desconheço esses Coutinhos de Viana, ou melhor e daí poderão ser Pereira Coutinho, de Paço de Vitorino. Apesar da relação de amizade que tenho, não os vejo ligados a S. João de Rei.
Os Azevedos acabaram “filhando” a maior parte da nobreza minhota e…Portuguesa!
Cumprimentos

José de Azevedo Coutinho

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RE: Diogo Lopes de Azevedo, Diogo de Azevedo … e embaixadores de S. João de Rei

#269627 | S.João de Rei | 01 feb 2011 13:10 | In reply to: #267999

Caro Henrique Sousa de Azevedo

Efectivamente por mais “chocante” que poderia á primeira vista ser visto pelo comportamento do 5º Senhor de S. João de Rei, Diogo Lopes de Azevedo. Acredito que existiam problemas de foro médico, provocado em primeiro lugar por casamentos sucessivos de parentes próximos…em tempos atrás Carlos Silva, abordava aqui no Forum, http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=208719 Três irmãos Coutinhos, seriam primos direitos deste Diogo, por parte da mãe http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=1927
De qualquer forma contribuíram para a formação do Império, dando por isso as vidas, que era comum nos tempos de outrora. Nos dias de hoje como sabe, vinham primeiro perguntar-lhe quanto ganhavam…condições de vida…segurança, etc etc!! Portanto sociedades completamente distintas em termos de valores, fundamentalmente! Questionar a moral, pessoalmente acho brejeiro, até porque sou adepto inequivocamente do antigo (bem antigo) regime em que castigos corporais e pena de morte eram algo que saudavelmente contribuíam, para uma sociedade mais empenhada e portanto pouco ou nada burguesa.
A decadência das famílias nobres é um assunto vasto e que se verifica desde a Antiguidade. Aliás é perfeitamente Natural. Ao contrário da sociedade burguesa pós revolução francesa até aos nossos dias, em que a noção de nobreza fica muito a desejar. O ciclo que muito se ouve falar de “pai rico, filho “nobre” neto pobre” faz parte de um ciclo perfeitamente burguês á quem dos valores e em que a dinheirama “canta” mais alto!
È portanto necessário nestes assuntos relativos a determinada decadência da nobreza, não atingir a nobreza em si, mas eventualmente as condições que tinham de acesso ou não ao “vil metal”! nada de mais!
Quanto a aceitar-se ou não títulos reais sempre foi uma realidade…os Azevedos foram sempre um exemplo a referir. O espírito Feudal sempre foi mais alto!
A única nobreza que efectivamente pode ser tratada como tal é a nobreza guerreira, o resto são lacaios.
Com os melhores cumprimentos,

José de Azevedo Coutinho

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RE: Atribuição de títulos á antiga nobreza

#269691 | tmacedo | 02 feb 2011 10:31 | In reply to: #269531

Caro Luis Barros e Cunha,

Antes demais desculpe-me o atraso na resposta mas só agora me apercebi da sua mensagem.

Histórias como a de seu trisavô são voz corrente durante a monarquia constitucional e não temos razões para duvidar da sua veracidade, bem pelo contrário. Mas o peso do rei na governação do reino não era a do antigo regime. Neste, nos séculos anteriores, não me recordo de recusa de títulos nobiliárquicos por eventuais agraciados.

Com os melhores cumprimentos,

António Taveira

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