Título de Bispo-Conde de Coimbra acabou definitivamente?

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Título de Bispo-Conde de Coimbra acabou definitivamente?

#308341 | Henrique Figueira | 16 jun 2012 18:08

Caros Confrades,

Diz a Wikipédia que "A partir de Dom João Galvão (1460-1481), por decreto de 25 de Setembro de 1472 de D. Afonso V de Portugal, passaram os bispos de Coimbra a ostentar o título de condes de Arganil (donde resultava serem chamados bispos-condes), tradição que se manteve até Dom Ernesto Sena de Oliveira, já no século XX, tendo depois declinado o uso do mesmo".

Questão 1 - Qual a razão (e legitimidade) para Dom Ernesto Sena de Oliveira (25º Conde) ter terminado com uma tradição de seiscentos anos? Sabe-se, em concreto, o que levou a esta decisão nos anos 60 do séc. passado? Razões políticas?

Questão (hipotética) 2 - O actual bispo de Coimbra, Dom Virgílio do Nascimento Antunes, poderia, se quisesse, intitular-se Bispo-Conde? Precisaria de solicitar prévia autorização ao Sr. D. Duarte de Bragança ou ao Instituto de Nobreza?

Obrigado.
Com os melhores cumprimentos,
Henrique Albino Figueira

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RE: Título de Bispo-Conde de Coimbra acabou definitivamente?

#308349 | Conde | 16 jun 2012 19:29 | In reply to: #308341

O título é por inerência e não carece de licença da dinastia. O Concílio Vaticano II "dizimou" as pompas religiosas de origem política e fez cair em desuso esta prática. Claro que a abolição dos títulos pela república deve incluir este, salvo se se considerar que pela inexistência de pagamento de direitos em cada vida, esteja em vigor, graças a uma lei ulterior da própria república. Ou seja o Bispo se quiser usa e não passa cavaco a ninguém. Mas fica mal visto por políticamente incorrecto. E hoje esse anátema magoa mais que o fogo...

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RE: Título de Bispo-Conde de Coimbra acabou definitivamente?

#308352 | JCALD | 16 jun 2012 19:37 | In reply to: #308341

Caro Henrique Albino Figueira:

Se bem me lembro, o título de Conde de Arganil deixou de ser usado em obediência a uma determinação do Concílio Vaticano II.
Parece-me, no entanto, que houve excesso de zêlo no cumprimento da regra, pois o concílio referia-se a títulos que implicavam jurisdição sobre um território, como acntecia em alguns países da Europa. Não era esse o caso, pois o título era meramente honorífico. Desde o tempo da Senhora Dona Maria I, com a reforma das justiças, o Bispo deixara de colocar o seu Ouvidor em Arganil que foi substituído por um Corregedor com alçada sobre uma gigantesca Comarca correspondente grosso modo ao território do Bispado.
Não consta que o título implicasse pedido de Mercê Régia de renovação por cada novo Bispo, funcionando como os velhos títulos de juro e herdade.
A título de curiosidade, informo que o título continua a ser ainda usado na vila de Arganil, mesmo pelas entidades oficiais, nas cerimónias em que Bispo está presente ou se faz representar.

Melhores cumprimentos,
José Caldeira

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RE: Título de Bispo-Conde de Coimbra acabou definitivamente?

#308696 | MontDias | 20 jun 2012 21:17 | In reply to: #308341

Caro Henrique Albino Figueira,

Os outros confrades já responderam às suas questões.
No entanto, acrescento que o actual bispo de Coimbra é conde de Arganil, como todos os seu predecessores desde D. João Galvão.
Não se trata de usar ou deixar de usar um título. Ele é o bispo-conde.
Se ler o decreto d'El Rei D. Afonso V, vai aperceber-se que ele é concedido à Sé de Coimbra, ao bispo de Coimbra (enquanto instituição) e não a uma pessoa em particular, como acontece com a maioria dos títulos nobiliárquicos comuns. Foi concedido por méritos de uma pessoa muito concreta, mas D. Afonso V, quis enobrecer não só a pessoa de D. João Galvão, enquanto homem valoroso e português, mas como bispo de Coimbra, sobretudo. Não carece de qualquer aprovação civil, porque o bispo de Coimbra (enquanto instituição) nunca morre.

Faça uso público, ou não, o bispo de Coimbra, seja ele a pessoa que for, é conde de Arganil a partir do momento que tomar posse canónica da diocese, por nomeação do Sumo Pontífice.

Temos o caso de outros clérigos titulares, que têm títulos por momeação ou por descendência, como é, por exemplo, o caso do Rev.do padre D. Gonçalo Portocarrero de Almada, que é Visconde de Macieira, mas que também não fazem uso público desses títulos, por modéstia, humildade ou por vergonha de serem criticados pelos politicamente correctos...

Cumprimentos,
Tiago Monteiro Dias.

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