Dúvida em assento de nascimento - S. Pedro do Loureiro - ADVR
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Dúvida em assento de nascimento - S. Pedro do Loureiro - ADVR
Boa tarde.
Venho pedir ajuda na leitura de um assento de nascimento no AD Vila Real.
O assento encontra-se na Freguesia de S. Pedro do Loureiro no livro de assento de nascimentos entre 1689/08/30 - 1718/08/06 na página nº 29 no fim da 1ª folha que se estende ao início da 2ª folha.
O que não compreendo bem são as duas primeiras linhas e eram essas duas linhas principalmente em que preciso de ajuda.
Parece que Maria de Mesquita teve a filha Maria com o Padre João de Mesquita Cabral, ou não será isto que lá está. O Padre no fim do assento também volta a aparecer mas desta vez como testemunha...
"Maria filha de Maria de Mesquita solteira..."
Agradeço antecipadamente a ajuda de algum confrade,
Paulo Braga
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Caro Paulo Braga
Presumo que não terá sido a leitura do assento que obstou à boa interpretação, pois ela não apresenta qualquer dificuldade:
Maria, f.a de M.a de Mesq.ta solteira & dice ser f.a do p.e João de Mesq.ta Cabral...
Maria, filha de Maria de Mesquita, solteira, e disse ser filha do Padre João de Mesquita Cabral...
A deficiente redacção é que suscita a dúvida.
De quem era pai o padre João? da mãe ou da filha?
Fosse a criança do sexo masculino, e a questão não surgiria, dado que na muito sex-oriented língua portuguesa os substantivos flectem de género; mas dada a circunstância, não me parece que, sem dados suplementares, se possa seguramente ultrapassar a ambiguidade.
Se a mãe não usasse o apelido do padre, penso que deveria considerar-se como de maior probabilidade que o pároco tivesse querido expor o pai da criança; no caso vertente, parece-me existir equilíbrio entre as duas possíveis interpretações.
Engana-se quando diz que o padre João é nomeado como testemunha; quem representou esse papel foi outro padre, de nome Manuel, talvez irmão do referido pai de alguém do sexo feminino.
É descendente do escritor seu homónimo?
Cumprimentos,
Manuel Cravo.
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Boa tarde.
Caro Manuel Cravo,
muito obrigado pela sua pronta resposta, eu é que demorei a responder, mas uma situação familiar não me permitiu fazê-lo antes.
Acerca do assento, realmente tive algumas dificuldades na sua compreensão e agradeço-lhe muito a sua atenção. A deficiente redacção também teve alguma culpa.
Penso que o Padre João, no meu entender, era pai de Maria, querendo sua mãe, Maria de Mesquita, expor a situação no assento. Vou ainda dar bastante atenção a tudo isto.
Quanto ao meu nome, sou descendente do escritor José Paulo de Oliveira Braga. Sou o seu neto mais velho. Infelizmente poucos o conhecem, era um belíssimo escritor de ficção e não só. Dedicou-se também a escrever sobre Timor e suas gentes, com vasta obra publicada.
Os melhores cumprimentos,
Paulo Braga
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Caro Paulo Braga
Desconhecia que o seu avô tinha escrito sobre Timor, mas li em miúdo um livro dele cujo entrecho era baseado na Peregrinação do Fernão Mendes Pinto. Pensando melhor, fico na ideia de que talvez até fossem dois livros, de tema semelhante.
Cumprimentos,
Manuel Cravo.
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Caro Manuel Cravo,
sobre Timor escreveu vários livros para uma colecção de nome "Cadernos coloniais".
O livro que leu o mais certo é ser o "Roubo nos túmulos imperiais" ou "Em luta com os corsários da China".
Em alfarrabistas estes livros ainda aparecem de vez em quando.
Cumprimentos,
Paulo Braga
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