Joseph Legay - Investigação genealógica em França
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Joseph Legay - Investigação genealógica em França
Caros confrades,
Escrevo para perguntar se alguma vez já realizaram pesquisas genealógicas em França e se podem me dar alguma orientação.
Este Joseph Legay, filho de Jacques Legay e de Euphrosine Céline Gabayet, casou em Niterói, no dia 04 de junho de 1898, com Hercília Augusta de Paiva:
Imagens 69-70 / Fólios 68-68v: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-DZ23-Z83?cc=1582573
Tinha uma irmã de nome Marie Léonie Legay, a qual se casou no Rio de Janeiro (6ª Circunscrição) em 07 de outubro de 1902, com Léon Montariol:
Imagem 159 / Fólios 152v-153: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-DTXQ-GQ6?i=158&cc=1582573
Considerando as informações à disposição, não sei o que posso fazer para dar prosseguimento às pesquisas. Alguma sugestão?
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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Olá Filipe,
Localizei uma chegada em 03/06/1891 de uma familia vinda do Rio da Prata. O nome do marido está errado, na lista de passageiros entendo Jacquin. O que chamou minha atenão foi o nome da esposa Seline e de uma filha Maria. Vieram no vapor Gio Batta Lavarello
NOME
Legoy Legay Nº ORDEM
159 PARENTESCO
Nada consta IDADE (ano)
47
IDADE (mes)
IDADE (intervalo)
SEXO
Nada consta NAÇÃO/NACIONALIDADE
Francesa
ESTADO CIVIL
Nada consta PROFISSÃO
Trabalhador(a) RELIGIÃO
Nada consta INSTRUÇÃO
Nada consta
DADOS DA VIAGEM
DATA DE CHEGADA
03/06/1891 00:00: PORTO DE ENTRADA
Rio da Prata NAVIO
Gio Batta Lavarello CLASSE
3
PROCEDÊNCIA
Nada consta DESTINO
Nada consta
ACOMPANHANTES
PRENOME SOBRENOME NºORDEM PARENTESCO IDADE (ano) IDADE (mês) IDADE (intervalo)
Mari[cel] 162 Filho (a) 14
Maria 161 Filho (a) 19
Seline 160 Esposa (o) 49
BR_RJANRIO_OL_0_RPV_PRJ_04496_d0008de0009.pdf - 5519.39 Kb)
No casamento de Joseph diz que era artista,e,há um quarteto Legay que se apresentava no Moulin Rouge carioca...Eram bailarinas acrobatas.
Em 1913, há uma reportagem trágica: a esposa Ercilia atira no marido Joseph após anos de maus tratos e, por causa de uma amante.
Tinham 5 filhos: José de Paiva Legay l2 anos, Edmee de 10 anos, Jenesy de de 13, Zinvert de 8, e Maria de Lourdes de 4
A família residia na rua do Matoso,40 RJ
O filho José era aluno do colégio Santa Rosa
Joseph Legay era engenheiro mecânico e trabalhava no vapor Ipiranga
A foto estampada de mãe e filho é as delegacia do 15º distrito
http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=830380&pesq=joseph%20legay
Cumprimentos.
Mila
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Olá Mila,
Muito obrigado por esse achado! Como era de se esperar, a grafia dos nomes a atrapalhar de novo. Creio que o nome seja mesmo Jacques porque, pelo que sei, em francês Jacquin não é prenome.
Localizei a lista no Arquivo Nacional pela referência que me forneceu (a letra é terrível): http://imagem.sian.an.gov.br/br_rjanrio_ol/0/rpv/prj/04496/br_rjanrio_ol_0_rpv_prj_04496_d0008de0009.pdf
Se vieram do Rio da Prata, talvez o quarteto Legay estivesse em apresentações em Buenos Aires ou Montevidéu antes de chegarem ao Rio de Janeiro.
Alguma ideia de como posso fazer para seguir esta pista? Considerando a época dos fatos, não creio que haverá dados dessas pessoas nas fichas do RNE.
"Legoy" deve estar errado. Já encontrei o sobrenome Legay também grafado Lagay, Lagey e Legey, bem como os nomes dados em ordem diversa, com o prenome após o apelido de família ("Legay Joseph"), o que suponho ser consequência de uma má transcrição dos documentos franceses dessas pessoas pelas autoridades brasileiras.
Para complicar um pouco mais, há muitas referências no Rio de Janeiro a uma família "Paiva Legey", que não me parece, pelo menos em princípio, ter qualquer parentesco com os "Paiva Legay" que descendem de Joseph Legay e de Hercília de Paiva (irmã de meu tetravô).
Meu interesse por estes parentes surgiu justamente por conta das circunstâncias trágicas de suas vidas, as quais já conhecia por pesquisas na Hemeroteca da Biblioteca Nacional.
Segundo Hercília declarou à imprensa, Joseph era artista e se tornou engenheiro depois do casamento, usando para tanto de dinheiro dela, que pertencia a uma família de oficiais militares melhor posicionada socialmente.
Depois do "crime da Rua do Matoso", Hercília parece ter passado algum tempo em um hospital psiquiátrico. Quanto a Joseph, tudo indica que sobreviveu ao tiro na cabeça e voltou para a França, onde, segundo o filho José declarou à imprensa, teria ido lutar na Primeira Guerra Mundial. Depois disso, o núcleo familiar parece ter se dissolvido completamente.
Hercília passou a viver com um companheiro, que agredia os filhos dela. José e Zinvert (também encontrei as grafias Sinvert, Zilvert, Silvert, Silvério etc) fugiram de casa e se abrigaram com a tia Léonie, mas esta, temendo que a mãe dos dois fizesse um escândalo, mandou-os embora. Tudo indica que os dois chegaram a viver na rua, pois não queriam voltar para casa, e daí por diante não se encontram quaisquer referências a suas pessoas.
Quanto às filhas Jenesy (ou Genesy, Genesie, Genésia etc) e Edmée (ou Edmeia), aparentemente continuaram vivendo com a mãe. A primeira filha casou-se e a segunda teve um filho natural, o qual, por sua vez, usou o sobrenome do marido da primeira (os motivos para tanto não os pude descobrir).
Da filha Maria de Lourdes nada encontrei, mas é possível achar no Arquivo Nacional uma certidão de nascimento de Aida de Paiva Legay, nascida em 1910, refeita na década de 1930. Esta Aida participou de alguns concursos de beleza. Penso que poderá ser a própria Maria de Lourdes, que adotou outro nome, mas nada impede que seja uma outra filha, que em 1913 ainda não era nascida e depois falseou a própria idade.
Se as situações dignas de uma obra de ficção já não fossem suficientes, há ainda outra curiosidade:
Hercília tinha uma irmã chamada Elvira, que se casou com Jerônimo Jácomo Dias da Silva, que chegou a ser o decano dos oficiais da marinha mercante brasileira. Tiveram alguns filhos e netos, dentre os quais Helbe Fontoura da Silva (filha de Jerônimo de Paiva e Silva e de Maria da Conceição Pinto da Fontoura), que se casou com Roberto Brandão Mascarenhas de Morais. Com este último casal ocorreu outro crime famoso, muito semelhante àquele de 1913, que ceifou a vida do filho do marechal expedicionário.
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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Caro Felipe,
Não encontrou nada nos documentos que integravam o processo de casamento ?
Em genealogia francesa há pessoas de Castellet.
Também encontrei o nome Legay ligado à Iriondo, creio que na Argentina.
No family Search, uma profusão de Legays, mas... em Liège, Bélgica.
Será que os seus antepassados foram primeiro para a Argentina ? Poderiam estar na imigração de lá ?
No site da Biblioteca nacional,aparece uma Marie Legay pedindo autorização para produzir algo durante quinze anos e poderia ter ligação com a Casa Colette que penso, lidava com moda; isto no período de 1890 a 1899.
Meus cumprimentos,
Maria Alice
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Cara Maria Alice,
Quero lhe agradecer desde já por contribuir com o seu parecer.
Escrevi ao cartório de Niterói onde foi feito o registro do casamento. Responderam-me: "Não temos mais esses documentos" [sic]. Sabe se é possível que essa resposta corresponda à verdade?
Quanto ao Arquivo da Cúria do Rio de Janeiro, parecem estar com problemas para efetuar esta pesquisa (e outras que lhes pedi, por mim e por confrades aqui do fórum).
Provavelmente terei de ir ao Rio de Janeiro se quiser ir mais adiante.
Quanto aos Legays terem ido para a Argentina primeiro, é uma possibilidade que não excluo. Por serem parentes colaterais já bem distantes da família, não há ninguém vivo a quem possa perguntar. Verei como faço para pesquisar na Argentina. Deve haver um órgão semelhante ao nosso Arquivo Nacional por lá.
Iriondo fica na Argentina mesmo (um departamento da província de Santa Fé). Seguir a pista do nome de família em Castellet ou Liège não me parece que levará a algum lugar, pois Legay me parece ser apelido que se originou de uma alcunha (le gay / le gai = o alegre), motivo por que pode haver vários Legays sem parentesco algum entre si.
Quanto a essa Marie Legay, talvez seja a própria Marie Léonie ou uma outra irmã dela e de Joseph. A lista de bordo localizada pela Mila parece fazer referência a duas Maries, se não leio mal.
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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Olá Felipe,
Tem alguma ideia das terras de origem em França desse casal Legay e Gabayet que deve constar da certidão de casamento?
Há já muita informação digitalizada dos arquivos franceses disponível na internet mas é fundamental ter uma ideia da zona...
Saudações
José Gomes
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Filipe,
A Curia do RJ não responde aos e-mails...Parece que só pessoalmente, 3º e 5º , foi o que um amigo me falou.
Outra coisa, tem igreja que responde,mas, me deparei com a Sto Antonio dos Pobres, onde a secretária , por telefone, disse que a orientação do padre é só atender "pessoalmente"...
Mesmo com tanta tecnologia, alguns ainda vivem no passado.
Li sua resposta, vou pesquisar um pouco à respeito.
Mila
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Olá José,
Realmente não faço ideia. Nas certidões de casamento dos filhos não consta qualquer informação mais específica sobre a origem deles ou dos pais (li apenas menção à nacionalidade francesa).
A Maria Alice levantou a pista de Castellet, mas, considerando que o nome Legay não é tão incomum, não sei se vale a pena seguir por este caminho.
Quero crer que a documentação apresentada por ocasião dos casamentos conteria maiores informações a respeito, mas o cartório/conservatória afirma nada ter em seu poder e o arquivo diocesano também não tem ajudado.
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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Bom dia a todos.
Uma certa Euphrosine Céline GABAYET nasceu no dia 08/06/1839 em Saint-Antoine-l'Abbaye - Isère (departement 38)
filha de Joseph GABAYET, 26 anos, agricultor e de sua esposa Euphrosine MANDIER, 24 anos.
Folha n° 84/244 ( assento n°28)
http://archivesenligne.archives-isere.fr/mdr/index.php/docnumViewer/calculHierarchieDocNum/554378/484590:538907:544519:554378/1050/1680
Cumprimentos
Rui
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Filipe,
Da Aida apenas o casamento, veja que há averbação de desquite;
Aida filha de joseph e ercilia
vil
Nome Jovelino Vieira Gomes
Tipo de evento Marriage Registration
Local do evento Rio de Janeiro, Brasil
Data de casamento 28 Apr 1923
Nome do pai Jovelino Vieira Gomes
Nome da mãe Maria Julia Vieira
Nome do cônjuge Aida de Paiva Legay
Nome do pai do cônjuge Joseph Eduard de Paiva Legay
Nome da mãe do cônjuge Ercilia de Paiva Legay
Página 92
Número de entrada 834
Aida nasceu em 2 de novembro de 1906, desquitou em 20 de outubro 1930 de Jovelino
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-631S-9P2?i=93&cc=1582573
Localizei filha de Aida e Jovelino:
Theoguinides Vieira Gomes - casamento em 3 de maio de1947
imagens 167 e 168
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-67CS-L7M?i=166&cc=1582573
Em nome de Ercilia só consta esse documento judicial, que poderá solicitar cópia ao Arquivo Nacional
141655 - 7 Pretoria Civel do RJ (freguesias Irajá, Jacarepagua e Inhauma)
Assunto; Aluguel/Depósito
Réu Pedro Sairchia
Autora Ercilia de Paiva Legay
Ano 1928
Numero 470 Maço 1791 Gal A
Mila
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Caro Rui,
Pode até ser caso de homonímia, mas parece-me que é grande a possibilidade de esta Euphrosine Céline Gabayet ser a mãe dos irmãos citados no início do tópico. Se o uso em França era análogo ao de Portugal e Brasil, provavelmente o casamento foi celebrado na paróquia da noiva.
Verifiquei nos mapas que Castellet, na Costa Azul, não é assim tão longe de Isère.
Sinal de que estamos chegando perto! Muito obrigado!
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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Cara Mila,
Muito obrigado mais uma vez!
Encontrei também o casamento de Risoleta Vieira Gomes e de Romualdo de la Peña, celebrado no Rio de Janeiro em 31 de dezembro de 1946, outra filha de Jovelino e Aida:
TIF 168 / Fólios 165v-166: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-DCYQ-QYS?i=167&cc=1582573
Veja que curioso: Se Aida nasceu mesmo em 1906, por que não terá sido mencionada entre os filhos quando das notícias publicadas em 1913?
A certidão de nascimento de Aida que encontrei no Arquivo Nacional pode ser vista abaixo:
Imagem 195 / Fólio 191: http://imagem.sian.an.gov.br/br_rjanrio_6k/fsr/ltn/0033/br_rjanrio_6k_fsr_ltn_0033_d0001de0001.pdf
O documento apresentado quando do casamento, porém, deve ter sido outro, já que a idade que aparece no assento de casamento de Jovelino e Aida é outra.
Se tivesse nascido em 1910, teria se casado com 13 anos em 1923, o que, se talvez fosse socialmente aceitável, era ilegal pelo menos desde 1916. Este nascimento em 1906 pode ter sido um artifício para adequar a idade da noiva aos requisitos de consentimento do Código Civil à época vigente (Art. 183, XII, da Lei 3.071/1916).
Quanto ao documento da 7ª Pretoria Cível, solicitarei cópia ao Arquivo Nacional imediatamente para averiguar seu conteúdo.
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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Encontrei o Joseph Édouard Legay, nascido a 23 de Janeiro de 1874 em Lyon, 3e arrondissement, filho de Jacques Legay, de profissão “ajusteur” (mecânico), de 39 ans, e de Euphrosine Céline Gabayet, de 34 ans. Archives municipales de Lyon (registo nº 131 / página 19 do ficheiro, cujo link directo não funciona):
http://www.archives-lyon.fr/archives/sections/fr/archives_en_ligne/les_lyonnais/registres_paroissiau/
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Caro LDS,
Deve ser ele mesmo! Coincidem os nomes dos pais, a filha Aida atribuiu ao pai o nome composto Joseph Édouard Legay em seus documentos e, observando o assento de casamento de Joseph e Hercília, vê-se que até a idade bate. Ao casar em 1898, Joseph declarou ter 24 anos. O nascimento em 1874, portanto, confere.
Muito lhe agradeço. Sabendo que Joseph era de Lyon e que a mãe dele era de Isère, certamente farei progressos.
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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Olá Mila,
Perdi essa sua mensagem na trilha do tópico, razão por que respondo só agora.
São mesmo impressionantes os obstáculos que certas dioceses e paróquias opõem à pesquisa. Será apenas atraso tecnológico? Seria muito mais fácil responder aos poucos os e-mails que se acumulam numa caixa, mesmo que o fizessem bem devagar, do que atender aos telefonemas. Parece que só mesmo quando somos inconvenientes e não temos vergonha de incomodar ao longo de vários dias é que nos atendem...
Talvez parte do clero católico queira dificultar o teologicamente controverso batismo de antepassados pelos mórmons.
De qualquer forma, creio que estejam perdendo em plena época de crise uma oportunidade de ouro em termos de arrecadação.
Com a recente corrida para obter dupla nacionalidade, certamente não haveria de faltar quem pagasse muito caro por essas pesquisas (que já não são baratas, vale dizer), desde que os pedidos fossem atendidos e executados com melhor profissionalismo.
Se pudéssemos ter aqui no Brasil um projeto análogo ao Digitarq, o benefício à pesquisa histórica, geográfica, genealógica e científica em geral seria enorme.
Cordiais cumprimentos,
FilipeFlard
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