Titulos não aceites
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Titulos não aceites
Boa tarde confrades
Será que alguem me podererá informar se há títulos nobiliárqiuicos que não tenham sido aceitados pelo pressuposto agraciado.
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Titulos não aceites
Caro Sousa Guedes,
Um dos exemplos mais conhecidos de recusa de um título de nobreza terá sido o de Condessa do Vesúvio por D. Antónia Adelaide Ferreira, célebre "Ferreirinha".
Na Web encontra-se também referência à recusa de António José de Miranda, de Bragança, do título de Visconde da Paradinha (“Periódico dos Pobres no Porto”, 24 jun.1848, p. 635-636).
Com os melhores cumprimentos,
DS
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Penso que quem recusou foi o sr Torres segundo marido dela, pois nenhum rei de Portugal deu título a mulher nenhuma, excepto se fosse aia da rainha , este sr. recusou também o pariato do reino
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Titulos não aceites
Na viagem triunfal do Príncipe Real Dom Luís Filipe( por segundos D. Luis II) ao Ultramar foram concedidos vários títulos que não foram aceites. Em São Tomé ao grande industrial ... de Mendonça o título de Conde da Boa Entrada foi recusado (o que se compreende), o de Marquês de Valle Flor aceite, o de Conde do Alto Dande a Manuel Pereira Guedes Visconde do Alto Dande, ignorado (era republicano mas continuou a ser Visconde na república !), o Conde de Stucky de Quay fez uma birra para ser Conde pois o título era de Visconde. E foi elevado. António de Sousa Carneiro Lara recusou o título de Conde de Dombe Grande, a pedido da mulher que era ferrenha miguelista. Todos os recusados receberam em troca Grã- Cruzes.
Fora estes sei que foi recusado por carta o título de Visconde de Soares de Castro.
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Boa tarde!
O Rei D. Pedro V quis conceder um título a Alexandre Herculano, que recusou ser nobilitado. Penso que seria de Conde.
Cumprimentos,
AC
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Titulos não aceites
Boa tarde!
Na intervenção anterior, recorri à memória - sobre a recusa, era assim que me lembrava.
Segue uma descrição mais detalhada, de Ariosto da Silva, no esboço biográfico de AH, em Obras Escolhidas de Alexandre Herculano, RBA - Círculo de Leitores, 2006:
"Doutra vez foi D. Pedro V que instou com ele para aceitar a comenda da Torre e Espada: rejeitou; em 1861 dava-lhe o Governo os arminhos de par: não os quis; depois é D. Luís quem lhe oferece, em 1862, a grã-cruz da Ordem de Santiago, e Herculano, no mesmo soberano gesto de desprendimento, rejeita ainda, declarando:
«Pertenço pelo berço a uma classe obscura e modesta: quero morrer onde nasci. Há nisto uma grande ambição solapada. No imenso consumo que se está fazendo, que se tem feito há trinta anos, de distinções, de fitas, insígnias, de fardas bordadas, de títulos, de graduações, de tratamentos, de rótulos nobiliários, o homem do povo que queira e possa morrer com esta classificação deve adquirir em menos de meio século extrema celebridade. No Baixo Império, quando a sociedade romana caía ao contacto dos Bárbaros, esfacelados pela podridão interna, chegaram a nobilitar à força os cidadãos mais obscuros, arrolando-os nos colégios dos curiais. Esta boa terra promete que há-de chegar lá.»
De sorte que Herculano apenas aceitou do que lhe ofereceram, além dos diplomas de várias academias e institutos estrangeiros, o diploma de cavaleiro da Ordem da Torre e Espada, em 1839 (essa honra não lhe repugnava porque a merecera como soldado), e a eleição de vereador e a sua nomeação para presidente da Câmara Municipal de Belém, ocupação que lhe devia ser agradável porque estava em contacto com o povo com quem gostava de viver.
AH: “El-rei o Sr. D. Pedro V, que Deus tem consigo, procurou-me um dia para me pedir um favor. Era o de aceitar a comenda da Torre e Espada. Recusei e com a sinceridade que ele encontrou em mim, expus-lhe amplamente os motivos da minha recusa. Aquele grande espírito, complexo de extrema doçura, de alta com preensão e de profundo sentir, debateu, sem se irritar, as ponderações, talvez demasiado rudes, que lhe fiz. Concluiu por me dizer, que cada um de nós podia proceder naquele assunto em harmonia com as próprias convicções. Que ele cumpria o que reputava um dever de rei, e que fizesse eu o que a consciência me ditasse.»
E doutra ocasião, em carta a Monsenhor Pinto de Campos, escreve:
«Fez-me comendador da Torre e Espada, coisa que se dá a poucos, não lho aceitei. Deu-me um retrato seu e o Ancien Régime de Tocqueville, anotado por ele; aceitei-os e guardo-os. São coisas pequenas que me cabem na cova; hão-de ir comigo.»"
Cumprimentos,
AC
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