Óbidos- a "Casa das Raínhas"
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Óbidos- a "Casa das Raínhas"
Caros colegas
É minha intenção ir colocando, no "Genea", gradualmente, alguns dados sobre a chamada "Casa das Raínhas".
Ainda estou a reunir dados recolhidos em Óbidos; outros, ainda não pude consultar.
Conto, como sempre, com as vossas prestimosas intervenções!
Com os melhores cumprimentos
Artur Camisão Soares
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
Exmo. Sr. Artur Camisão Soares
Ao ler esta sua anotação, que me chamou a atenção pois estou neste momento a escrever um livro sobre a minha família, a qual foi e ainda é proprietária da Quinta do Bom Sucesso na freguesia do Vau, concelho de Óbidos, adquirida pelo meu trisavô António Manuel da Cunha e Sá cerca de 1850 á Junta do Crédito Público, e pertencia exatamente ao património da "Casa das Rainhas". A referida quinta tem uma capela dedicada ao culto de Nossa Senhora da Piedade, e possui umas lápides comemorando as visitas de vários reis de Portugal, parece-me que de D.Pedro II, D. Maria I e D. João VI, será que o senhor sabe mais alguma coisa sobre esta quinta.
desde já os meus agradecimentos por qualquer informação complementar
Hugo da Cunha e Sá
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
Caro Hugo da Cunha e Sá
Sou um recente apreciador/amante dessa zona, pois adquiri uma pequena parcela de terreno na aldeia/lugar do arelho.
Gostava de falar consigo sobre a Quinta do Bom Sucesso. O meu e-mail é fbteixeira@mail.telepac.pt.
Cumprimentos
Francisco Braz Teixeira
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
Caros colegas
Estive a semana passada em Óbidos: contactei o Dr. Sérgio Gorjão (Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Óbidos), também falei com o Dr. Filipe Pessanha (Director do Museu). Soube que quem está a catalogar documentação variada é a Dra. Angela que, sendo professora, só o pode fazer às quartas-feiras.
A localidade e a quinta do Bom Sucesso devem o seu nome a Nª Sª do Bom Sucesso. Ayres de Sá e Mello, vindo de Moçambique para Portugal na sua nau de guerra, na primeira oitava do Divino Espírito Santo do ano de 1585, encalhou nas rochas de Peniche tendo a nau se partido em pedaços e perdido toda a sua carga. O comandante sendo devoto da Virgem do Bom Sucesso implorou o seu auxílio, tendo-se conseguido salvar com a restante tripulação.
Passado um ano, em 1586, veio Ayres de Sá e Mello com parte da tripulação e com um seu parente, coronel de um regimento que se achava em Peniche, ao sítio do Bom Sucesso, com sua bandeira, onde festejaram a Virgem Nossa Senhora durante oito dias. Para esse fim tinham mandado construir uma ermidinha, e desde então até aos nossos dias ali tem concorrido um círio vindo de Peniche na dita oitava do divino Espírito Santo.
Passados alguns anos concorreu ao lugar o círio do Nadadoiro. Em 1858 os moradores do Nadadoiro construiram uma ermida no seu lugar, dedicada à Virgem do Bom Sucesso, fazendo a sua festividade anual no mesmo dia da primeira oitava, não voltando mais com o seu círio ao Bom Sucesso.
Os moradores do Vau, para não se perder a tradição, passaram a levar no sobredito dia um círio com bandeira e anjo, acompanhado de música.
Os monarcas e a família real passaram a procurar a protecção daquela imagem: D. João IV, esteve por lá este 3 dias com toda a família real, e jantaram no bosque, como se vê no padrão; D. João V; D. Maria I e D.Pedro III. O infante D. Pedro mandou erguer uma igreja, tendo o local passado a freguesia, sendo seu orago Nossa Senhora da Piedade.
O monarca passou ser seu juíz perpétuo, dotando-a com 12$000 réis anuais por mercê de 30 de julho de 1759, com assento e estado na Casa do Infantado.
Estando o Infante D. Pedro, em perigo de afogamento na praia, ou restinga da areia, que fica entre a Lagoa e o Mar, no sítio da aberta da foz, deitaram-se os moradores ao mar, salvando-o. Como recompensa, D. Maria I concedeu a mercê do paúl e poça da Albufeira, por alvará de 10 de Julho de 1782, na condição que servisse para sustentar viúvas e orfãs do lugar com a criação dos peixes, caça e pastagens.
Na ermida está sepultada:
D. Teresa Bárbara de Mello, falecida em 13 de Dezembro de 1795 (tem lápide). Filha bastarda de Lourenço de Sá e Mello, coronel do regimento de Peniche (também ali sepultado), irmã de Luís de Sá e Mello, tenente-coronel e governador da Berlenga. Neta de Pantaleão de Sá e Mello, governador da praça de Peniche, sepultado na igreja do mosteiro de Vale de Bem Feito. Bisneta de Ayres de Sá e Mello.
Nota: No que diz respeito à Quinta, propriamente dita, vou contactar a Câmara Municipal.
Melhores cumprimentos
Artur João
arturcamisao@netcabo.pt
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
exmo. Senhor,
Sou a acusar a recepção da sua mensagem, para qualquer esclarecimento que lhe possa ser util em relação a este tópico meu e-mail é hugodacunhaesa@yahoo.com.br,com os meus cumprimentos
HCS
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
Caro Hugo
Não hesitarei em enviar-lhe um e-mail. No entretanto, hoje ainda, vou lançar no Fórum alguns dados sobre Óbidos.
Melhores cumprimentos
Artur João
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
Caros colegas
Proponho-me dividir o estudo em cinco capítulos:
I- Introdução; II- Breve resenha histórica; III- Concessões régias; IV- Património arquitectónico e pictórico; V- Bibliografia.
Melhores cumprimentos
Artur João
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
Desculpe intervir nesta rubrica. Diz que Pantaleão de Sá e Mallo era filho de Ayres de Mello. Tem a certesa do que afirma, ou está apenas a transcrever o que leu em algum lado? Quanto a mim é um erro.
Cumprimentos
Horta
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
Caro Horta,
Não tem de quê, ora essa. Os dados foram recolhidos em Óbidos, nomeadamente nalgumas obras publicadas.
O que se lhe oferece dizer, caro confrade?
Meus melhores cumprimentos,
Artur Camisão Soares
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RE: Óbidos- a "Casa das Raínhas"
«Livros de Genealogia do séc. XVIII (do morgado de Cavaleiros), desaparecidos
Quinta do Furadouro, Caldas da Rainha, dos morgados de Cavaleiros da Casa do Arco em Guimarães»
Caros Confrades
No estudo «Velhas Casas XI – a do Arco na Rua de Santa Maria em Guimarães», da autoria da investigadora Maria Adelaide Pereira de Morais (1), e no subtítulo «Genealogia dos Ferreira de Eça, morgados de Cavaleiros, senhores da Casa do Arco (15??-1817)», esta autora menciona que Manuel Ferreira de Eça (f. 1724), 10º senhor da casa de Cavaleiros, e vários outros morgados, casado em 1683 com Francisca Benta Josefa de Távora, vivia em 1687 na sua QUINTA DOS CAVALEIROS (p. 204), e faleceu a 21-I-1724 na Casa do Arco, em Guimarães, aí “ESCREVENDO COM INDAGAÇÃO E VERDADE FOY MUITO APLICADO AO ESTUDO DA GENEALOGIA” tendo deixado “QUATRO VOLUMES MANUSCRITOS” sob o título «FAMÍLIAS ILUSTRES DE PORTUGAL» que segundo a autora, citando outros autores, estão “hoje de paradeiro incerto” (p. 208).
Ora sucede que em Agosto de 1994, procurando elementos sobre um descendente desta família – D. Diogo José Ferreira de Eça Meneses (1772-1862), 3.º conde da Lousã por casamento, filho do 1.º conde de Cavaleiros – deparei com a magnifica CASA E QUINTA DO FURADOURO, armoriada com uma belíssima pedra de armas com um escudo partido de Ferreira e de Eça (2).
Foi nesta Quinta do Furadouro, não muito longe da Freguesia do Vau, no concelho de Óbidos, que à data era sede da empresa de celulose «CELBI», que faleceu a 13-V-1807 D. Rodrigo de Meneses (f. 1807), 1.º conde de Cavaleiros, amargurado com o destino do país e de sua filha D. Eugénia José de Meneses, cujos rumores a davam grávida do Rei D. João VI.
A casa tem no seu interior um pequeno claustro, certamente resultante da sua reconstrução sobre um antigo convento ligado aos monges das Berlengas (?).
Quando encontrei a citada quinta dos Ferreiras de Eça, a qual posteriormente passou por compra à família Pinto Basto, cheguei à fala com o Sr. Silveira, que penso ser quadro superior da «CELBI», originário de Santarém e então residente nas Caldas da Rainha, o qual se prontificou a mostrar algumas partes mais notáveis da referida casa e a referir-me alguns elementos do historial da mesma propriedade.
Ora sucede que este senhor Silveira contou-me que em obras de recuperação feitas pela «CELBI» tinham sido encontrados, numa parede entaipada da casa, “quatro volumes manuscritos de genealogia” que estavam bem guardados pela empresa. Disse-me ainda que ele próprio tinha verificado haver um livro manuscrito do mesmo tipo e com a mesma caligrafia na biblioteca das Caldas da Rainha.
Os três livros manuscritos que o citado senhor Silveira referiu terem sido encontrados, assim como um outro que ele encontrou na Biblioteca das Caldas, nada mais serão do que os quatro volumes procurados pela investigadora Maria Adelaide Pereira de Morais, e por outros genealogistas…
Muito tempo depois voltei à Biblioteca das Caldas e eu próprio vasculhei a mesma em busca do 4.º livro que me foi referido estar aí, porém sem o menor sucesso.
Quanto à «CELBI» e ao citado senhor Silveira, nunca mais os contactei, até por falta de disponibilidade da minha parte.
Aqui deixo testemunho destas informações para que alguém, com mais disponibilidade e interesse, delas tire proveito para investigação genealógica.
Apenas solicito que tenham a amabilidade de me porem ao corrente se os mesmos livros forem encontrados.
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Notas:
(1) – in ARQUIVO MUNICIPAL ALFREDO PIMENTA – «Boletim de Trabalhos Históricos», vol. XLI, Guimarães, 1990, p. 123-299.
(2) – Talvez a pedra de armas que a mesma autora diz se encontrar perdida depois de ter sido apeada da Quinta de Cavaleiros, na freguesia de S. Martinho do Outeiro, junto a Bagunte, termo de Vila do Conde (p. 158).
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João Trigueiros
jotri@sapo.pt
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