Henriques de Noronha de Sevilha
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Henriques de Noronha de Sevilha
Os genealogistas fazem derivar os Henriques (Noronhas) da Madeira e Açores de D. Garcia Henriques, que viveu em Sevilha, meados do séc XV, casado com a aragoneza Brites de Mirabel, ou Miranbel.
Seu (filho ?) D. João Henriques, fidalgo da casa de D. Manuel I encontra-se documentado na Ponta do Sol (Madeira) em 1515 e terá casado 2 Vezes, a segunda das quais com Catarina de Guevara.
Subsistem no entanto no tratamento desta linhagem pelos genealogistas não só pontos obscuros como incompatibilidades cronológicas.
João Gonçalves da Câmara, primogénito do Zarco, é dado como tendo nascido em 1414 e casado em Ceuta, pela 2.º vez, antes de 1460, com D. Maria de Noronha que é apresentada como f.ª do seu irmºão D. João Henriques e da alegada mâe de ambos, Brites de Mirabel.
Alguém terá a amabilidade de me fornecer pistas seguras sobre os Henriques de Sevilha?
Manuel Lamas de Mendonça
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Caro Manel:
Cá nos encontramos outra vez! Infelizmente não tenho muitos dados a adiantar acerca deste tema, mas como também me interessa, assim contribuo para o puxar para cima...
O meu interesse vem da linha de ascendência comum que estes Henriques permitiriam estabelecer entre o meu irmão e a minha cunhada e que em tempos "ofereci" ao sogro do meu irmão que era neto do genealogista Marcelino Lima, em cuja obra encontrei a linha de Henriques dos Açores.
Mas eu tinha D. Maria de Noronha irmã de D. Garcia Henriques (casado com D. Catarina de Guevara, pai de outra Catarina de Guevara, casada com N. Mendonça e pais estes do tal D. João Henriques "Furtado de Mendonça"), ambos filhos de D. João Henriques e D. Brites de Mirabel, netos paternos de D. Diogo Henriques (filho natural do Conde de Gijón e Noroña) e D. Brites de Gusmão. Era precisamente dos dois irmãos D. Maria e D. Garcia que eu descia respectivamente até ao meu irmão e até à minha cunhada...
O que pensar destas "genealogias alternativas"?
Onde terei lido há pouco tempo mensagens acerca destas linhagens? agora não encontro o tópico!
Um abraço,
António
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Olá Tó
De facto aceitei esaa versão do henrique Henriques de Noronha juntamente com a certidão do Tomáz Caetano do Bem que artibui essa linha materna ao João Henriques (Furtado de Mendonça) ou uma, ou outra, não concebo facilmente um açoriano do séc. XV a usar 3 apelidos.
Mas estou a tentar colaborar com o Manuel Abranches de Soveral, que está a escrever um importante ensaio sobre a origem dos Furtados de Mendonça portugueses (está no site dele, na net, que lhe posso dar) com a colaboração do Soto Maior Pizarro, do Soveral Varela e do brasileiro Manuel César Furtado. Ora o Manuel de Soveral aponta, e muito bem, imprecisões, obscuridades e tautologias na versão tradicional dos Henriques de Noronha da Madeira, e, sobretudo, uma cronologia incómoda para se estabelecer com inteira sriedade que o meu Fernão Furtado de Mendonça, que ele dá como f.º bastardo de Afonso Furtado de Mendonça Aposentador-mor, pudesse ter casado pela 1.ª vez, ainda na Madeira, com Catarina de Guevara e candidatar-se a pai do Joºão Henriques ( Furtado de Mendonça) que sendo Henriques pela mãe não teria direito ao Dom que deve ser confusão com o seu "tio" D. João Henriques, que apenas documento em 1515, ignorando se é o proprio, ou um f.ª ou sobrinho.
Resumindo: não são fontes suficientemente claras e documentadas para que nelas se possa estribar um trabalho que se pretende contestário, e em muitas questões apenas suscitador de hipóteses, mas sempre feito com o possível rigor.
Daí a necessidade de regressar a Sevilha, documentar o D. Garcia e respectiva descendência e estabelecer uma cronologia que ajude a confirmar ou desmentir as hipóteses levantadas, com pouco cuidado, ou incompletamente transmitidas pelo Henriques de Noronha, Tomás Caetano do Bem e Marcelino Lima.
Os meus contactos espanhois são infelizmente escassos e parecem mais direcionados para a vertente comercial dos ajuntadores de nobiliarquias, do que para a interrogação das fontes tradicionais.
E lá volto eu para o hospital, na expectativa de que se trate de um falso larme, como certamente será.
As suas páginas sobre os Cunhas estão bem escritas, caramba. Você aborda com elegante senso de humor uma estória algo delicada.
Um abraço do seu
Manel
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
caros,
Gostaria de saber os resultados dessas investigações; pois Henrique de Noronha serviu de base para as obras geneologicas posteriores e de relevante importância, como fonte bibliografica...
cumprimentos,
Filipe
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Caro Tó,
Em obra publicada recentemente, sob o título «Linajes Sevillanos Medievales», de Rafael Sánchez Saus e sob o patrocínio da Real MAestranza de Caballeria de Sevilla, ediciones Guadalquivir, Sevilla, 1991, 2 vols., sendo um dele de árvores genealógicas, consta o seguinte, que apresento de forma sumária mas posso emprestrar-te os livros quando quiseres.
I Alonso Enrínquez de Castilla, I Conde de Gijón y Noroña. Teve:
II Diego Enríquez, c.c. Beatriz de Guzmán. Tiveram:
1 (III) Diego, q.s.
2 (III) Juan Enríquez
III Diego Enríquez, c.c.N... Tiveram:
1 (IV) Carlos Enríquez
2 (IV) Juana Enríquez, c.c. Martín de Sepúlveda
3 (IV) Juan, q.s.
IV JUAN ENRÍQUEZ, c.c. Beatriz Mirabel. Tiveram:
1 (V) María de Noroña, c.c. Juan González de Cámara de Lobos
2 (V) García, q.s.
V García Enríquez, caosu 1.ª x c. N... C. 2.ª x c. Catalina de Guevara. Tiveram (n idica de quais):
1 Juan de Noroña, c.c. Inés de Abreu
2 García de Noroña
3 Alonso Enríquez de Guzmán, c.c. Constanza de Añasco
4 Luis de Guevara, c.c. Leonor Correa
5 García Enríquez, c.c. N... Acosta
6 Fernando Enríquez
7 Juan de Noroña
8 Diego de Noroña
9 Juan Enríquez «el Mozo»
Abç
NB
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Caro Manel:
Espero que os problemas de saúde se resolvam da melhor maneira possível. Muito obrigado pelas simpáticas palavras acerca da minha pobre prosa; vindas de quem vêm não podem deixar de me confortar o ego... Lembrei-me depois onde me tinha deparado há pouco tempo com escritos seus acerca destas linhagens, mas não foi só aqui no fórum; por feliz coincidência comprei há poucos dias duas publicações da Universidade Lusíada intituladas “Dispersos” (1999/2000 e 2000/2001) que ainda não tinha tido oportunidade de ler em pormenor mas onde tinha detectado o seu interessantíssimo artigo “Ao redor dos primeiros Mendonças açorianos (comentários a um parágrafo de Gaspar Frutuoso)”. Ficou-me gravado para próxima leitura, o que agora fiz com imenso agrado!
Muitas aliciantes questões nos põem os Furtados de Mendonça; de passagem, a questão das legitimações tardias e da ausência de legitimação de alguns filhos também me parece corrente, pelos exemplos que encontrei só nos meus costados. Na varonia da minha avó materna encontro o prolífero padre Sebastião de Caldas, vigário de Badim (Monção) desde meados do século XVII, a ter pelo menos cinco filhos, por acaso (?) sempre da mesma Mulher, mas dos quais só legitima um (homónimo e presumo que primogénito) e já em finais do século XVII, quando alguns dos filhos já lhe tinham dado diversos netos... Outro Padre ascendente da mesma Avó, Sebastião Rodrigues Villarinho, talvez menos casto pois encontro-o a ter filhos de pelo menos duas ou três amantes (mais provavelmente três), também só legitima três filhos de uma delas.
Voltando a um tema sobre o qual já tínhamos trocado mensagens, também me interessa muito o ramo (ou ramos) estabelecido em Monsanto e Medelim, pelo menos a partir de finais do século XVI, pois para trás não há paroquiais. Um deles, Pedro Furtado de Mendonça aparece procurador às cortes em finais do séc. XVI. Curioso como o apelido composto, em cem anos, tão apetecível se tornou por esse país afora; quanto ao triplo apelido atribuído a “João Henriques Furtado de Mendonça” também sempre me pareceu um bocado anacrónico...
Lamentado a falta de informações interessantes e esperando novas contribuições para este belo tópico aqui fica um grande abraço do
Tó
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Meu Caro Nuno:
Só agora li a tua mensagem que muito te agradeço (estava a escrever outra...). Na primeira oportunidade gostaria de dar uma vista de olhos ao livro, em particular às respectivas fontes.
Não aparece a segunda Catarina de Guevara "filha" e aparece um João Henriques "el Mozo" nessa geração; seria por não ter existido, ou por ter "emigrado"? registe-se o uso do apelido Guevara por um dos filhos...
Um abraço,
Tó
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Meu Caro Filipe Jardim
Efectivamente só damos pelas coisas quando temos de as questionar. Nunca pensei que o Henriques de Noronha fosse menos preciso sobre o entronque da sua própria família. Esquecia-me de que é precisamente aí que, frequentemente, as coisas se complicam.
Ainda não tenho nada de sólidamente documentado, mas quando, e se, vier a ter, certamente que o partilharei consigo
Cumprimentos do
MLM
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Meu Caro Tó
Felizmente foi falso alarme: é bócio. Apenas.
Sobre os Furtados de Mendonça consulta http://pwp.net cabo.pt soveral, nos conteúdos da net, o ensaio sobre a origem dos Furtados de Mendonça. Depois falamos sobre o assunto.
Peço-te que agradeças o contributo que Alentejo te dirigiu sobre os Henriques. Só não o faço pessoalmente porque, não me sendo dirigido, poderia parecer incorrecto.
Um grande abraço do teu
Manuel Lamas de Mendonça
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Caro Manuel Lamas de Mendonça,
Não quis particularizar o envio da informação, coloquei a resposta ao António Bivar porque é-me mais fácil fazer chegar-lhe os ditos livros.
Abraço
NB
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Meu Caro Nuno Borrego
Tenho assim a oportunidade de lhe agradecer pessoalmente o seu importante contributo que, infelizmente, veio confirmar a existência de discrepâncias entre essa fonte, o Alão, o Henrique Henriques de Noronha, e Marcelino Lima, que se limita a citar uma certidão divulgada por Tomás Caetano do Bem.
A questão centra-se para já no seguinte:
Um dos povoadores açorianos ( João (Henriques) Furtado de Mendonça) é dado como f.º de uma Catarina de Guevaracasada (na Madeira ?) na segunda metade do sèc XV com F... Furtado de Mendonça ; neto materno de D. Garcia Henriques, de Sevilha, e de de sua alegada 2.ª mer. Catarina de Guevara .
Só que esta 2.ª Catarina de Guevara, que não está documentada, teima em não aparecer e estes Henriques sevilhano-madeirenses estão bastante confusos - e branqueados das proverbiais bastardias da linhagem.
É claro que fico grato por qualquer pista, ou informação complementar, de que o Nuno Borrego possa dispor.
Com um abraço agradecido
MLM
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Meu Caro Manel:
Já dei uma primeira leitura no interessantíssimo trabalho do Manuel Abranches de Soveral; realmente esta questão da origem dos Mendonças portugueses e das respectivas ramificações tem ainda muito que se lhe diga...
Lembro-me de ter lido num manuscrito da Biblioteca Nacional (reservados), que espero ainda conseguir localizar, um documento que na altura também me deixou de sobreaviso em relação a essa questão. Se não me engano tratava-se de uma obra genealógica que tinha um capítulo dedicado aos Mendonças (ou seria ela toda dedicada a esta família?), mas o mais interessante era que coligia alguns documentos “avulsos” entre os quais uma carta de um Mendonça de um dos ramos principais, se não me engano do século XVII (XVI?), que se mostrava agradavelmente surpreendido por o autor ter entroncado os seus Furtados na vetusta linhagem castelhana, pois não era essa a ideia que lhe tinha sido transmitida pelos seus maiores que só faziam remontar a linhagem ao “patriarca” Fernão Furtado. Infelizmente não tomei a devida nota deste interessante documento, mas acho que posso pelo menos assegurar que, se essa carta era autêntica, testemunhava a ideia que um varão de um dos ramos principais dos Mendonças portugueses tinha, nessa época, acerca da origem da sua família e que era bastante mais prudente do que a teoria que mais tarde se veio a consagrar em muitas obras genealógicas. Procurarei, quando tiver disponibilidade, reencontrar esta referência que me parece interessante para esta questão.
Fico aliviado com as notícias da tua saúde!
Um grande abraço,
Tó Bivar
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Meu Carissimo Tó
Essa carta podia ter, para este caso, a mesma importância que teve o "Homem do Milénio" em relação ao "Australopithecus Afarensis".
Seia um relevante serviço à genealogia portuguesa encontrá-la de novo, mórmente se fosse dirigida ao Salazar que alegava ter encontrado o documento (quanto a mim inexistente e contraditório com a cronologia e o status familiar)
Reencontra-a por favor
Um grande abraço do
Manel
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RE: Henriques de Noronha de Sevilha
Meu Caro Manel:
Vou começar as buscas... tenho ideia muito nítida de ter lido esse documento e de ter ficado espantado com o desconhecimento que o autor tinha do entronque castelhano dos seus Furtados, que para mim, nessa minha era de inocência genealógica, era uma evidência bebida no Gayo. Na época estava apostado em subir furiosamente gerações a partir dos meus "gateway ancestors" e andava a percorrer manuscritos genealógicos dos Reservados da BN mais com essa preocupação do que com a ideia de colocar dúvidas metódicas. A minha ignorância, que era então, se possível, ainda mais vasta, ainda não me tinha deixado conhecer algumas clássicas polémicas como a da origem dos Mendonças, dos Manuéis de Portugal, etc.
Só mais tarde me apercebi que a ignorância confessa do autor do documento não era talvez culposa, mas possivelmente até indício interessante do que se pensava na própria família. Como o tempo era escasso e a ambição de colher informações estritamente genealógicas grande, não tomava nota escrita de tudo e muita coisa ficou só arrumada na falibilíssima memória; depois é claro que me arrependia, mas também é verdade que não se pode “guardar” tudo. Enfim, vamos ver se consigo lá voltar!
É claro que com este documento só ficaremos com uma prova mais tangível do que talvez já se soubesse, no fundo: que os Furtados portugueses, fossem ou não Mendonças, não deram mostras de o saber durante algumas gerações. Poderá argumentar-se que a própria Casa Real durante séculos ignorou a origem capetíngia da própria varonia...
Um grande abraço,
Tó
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