Princesa de Joinville
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Princesa de Joinville
Procuro informações bibliográficas acerca da Princesa de Joinville, D. Francisca de Bragança, irmã de D. Pedro II do Brasil, que casou com o principe francês Francisco de Orleães.
Desde já agradeço a quaisquer tipo de ajudas que me possam indicar. Obrigado.
J. Alberto
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RE: Princesa de Joinville
Caro J Alberto,
D. Francisca Carolina Joana Carlota Leopoldina Romana Xavier de Paula Micaela Rafaela Gonzaga de Bragança e Áustria, Infanta de Portugal e Princesa do Brasil, nasceu no Rio de Janeiro a 2.8.1824 e morreu em Paris a 27.3.1898, filha do Imperador D. Pedro I e da Impetariz D. Leopoldina de Áustria.
Casou no Rio de Janeiro a 1.4.1843 com Francisco Armando Filipe Luis Maria d'Orleans, Príncipe de Joinville, Duque de Penthièvre filho do Rei Luis Filipe de França e da Rainha Maria Amélia de Bourbon Duas Sicílias.
Tiveram uma filha Françoise Marie Amélie que casou com Robert d'Orleans, Duque de Chartres, c.g e um filho, Pierre Phillipe s.g.
Cumprimentos
José Berquó de Seabra
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RE: Princesa de Joinville
Caro José Berquó de Seabra,
agradeço as suas informações. Se souber de alguma obra biográfica desta figura agradeço a indicação.
Muito obrigado
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RE: Princesa de Joinville
Olá
vejam só que concidência!!! Outro Alberto interessado na vida de D. "Chica"!
Bem, estou a escrever a vida desta Princesa já há algum tempo e já fiz pesquisas em Petrópolis e em Paris. Devo ir aos arquivos de Madrid e Lisboa no fim deste ano (mas faltam ainda Nápoles, Bruxelas e Windsor...).
Um livro EXCELENTE sobre a Princesa D. Francisca é o diário da Baronesa de Langsdorff, esposa do Embaixador extraordinário francês, enviado por Luís Felipe só para o casamento. A Baronesa acompanharia D. Francisca à França. O livro foi publicado no Brasil há 2 anos e o senhor pode encontrá-lo em livrarias on-line.
Atenciosamente
Alberto Penna Rodrigues
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RE: Princesa de Joinville
François Ferdinand Phillippe Louis Marie, Príncipe de Joinville, foi o terceiro filho do Roy Citoyen Louiz Phillipe , Duque de Orléans e Rei da França (1830-1848). Nasceu em 14/8/1818 no Castelo Neuilly. Ingressou na Marinha Francesa em 1834. Esteve no Brasil 3 vezes. Na sua visita em 1837-1838 viu a jovem e belíssima princesa brasileira Francisca Carolina, filha do Imperador D. Pedro I. Descreveu as suas impressões do Brasil e da Corte em cadernos manuscritos com o nome de Journal du Séjour. O francês enamorou-se da princesa e assim descreveu o jovem D.Pedro II, com 13 anos e Dona Francisca com 15 anos de idade e Dona Januária, com 17 anos : “L’Empereur et les Princesses sont blonds et petits, l’Empereur a beaucoup de la famille autrichienne. Quant aux petites, elles étaient fagottées à la diable”. Na festa dada em sua honra na Quinta da Boa Vista, dançou todas as contradanças com a escolhida D. Francisca. Veio a segunda vez em 1840 ao Brasil comandando a fragata La Belle Poule com a incumbência de levar da Ilha de Santa Helena os restos mortais de Napoleão Bonaparte. Veio a terceira vez em 1843 para casar com Dona Francisca. Como parte das disposições relativas ao dote da Princesa Imperial Dona Francisca, coube-lhe 25 léguas de terras dotais nas margem direita do Rio de São Francisco do Sul, em Canta Catarina. Esta é uma região fantástica e muito bonita. A Ilha de São Francisco do Sul está separada da Serra do Mar por uma extensa planície de algumas dezenas de quilômetros com rica e variada flora e fauna sub-tropical. O paredão da serra alcança altitudes próximas a dois mil metros e atrás está a Floresta das Araucárias, região de clima temperado e muito suave. Os meus avoengos em linha masculina estavam aí, em São Francisco do Sul, desde o início do século XVIII. Eles representavam uma das principais frentes de ocupação na chamada “terra firme” da Ilha de São Francisco do Sul. Cada geração entrava um pouco mais pela planície ao oeste da Ilha de São Francisco do Sul. Em 1787-1789 o meu 6° avô, o Capitão Manoel Gomes Galhardo recebeu a sesmaria das Areias Grandes, naquela região entre a Ilha e a terra firme. O maior obstáculo era a terrível resistência dos índios xocleng, os bugres da Serra do Mar. Esta população indígena tinha uma forte tradição de luta e organizavam-se em pequenos grupos táticos nas escarpas da Serra. Os xocleng resistiam desde a ocupação do litoral pelos índios guaranis há alguns séculos antes e quando os portugueses substituíram os guaranis no litoral, eles continuaram as suas escaramuças e incursões contra os colonos portugueses. Era uma intensa luta de emboscadas do dois lados e nenhum morador brasileiro (português) ousava estabelecer-se dentro da planície da terra firme do Rio de São Francisco, sob o sério risco de ser assassinado e as suas crianças raptadas pelos bugres, como acontecia frequentemente. Os bugres também preparavam uma bebida com massa encefálica humana, todo o cuidado era pouco com eles. Apenas grande senhores locias, como os membros da minha família, com os seus agregados e escravos, em unidades sociais com algumas dezenas de pessoas conseguiam se instalar na planície da terra firme, de um lado com um olho nas suas lavouras de mandioca e com o outro olho nas guerras contra o xocleng. Depois de séculos de intensa luta e labor naquela região se recebeu a notícia de que uma princesa e seu marido francês, morando na Europa, receberiam as terras públicas ao oeste da Ilha de São Francisco do Sul. Parte da medição acabou batendo nas terras do meu 4° avô, o Capitão Salvador Gomes de Oliveira. Com a Revolução de 1848 na França e a deposição da monarquia, os Príncipes de Joinville ficaram em difícil situação financeira e para escapar da falência se lembraram das terras públicas brasileiras a eles destinadas, terras que eles nunca tinham visto ! Enquanto isso havia brasileiros que há gerações trabalhavam e lutavam por elas. O resultado foi a criação da Sociedade Colonizadora Hamburgo, que tinha o objetivo de trazer imigrantes germânicos para a nova Colônia Dona Francisca. Cerca de vinte mil imigrantes germânicos vieram para a região e foi criado o núcleo urbano de Joinville, hoje uma cidade com cerca de quinhentos mil habitantes e uma potência industrial. Os índios foram trazidos para a nossa civilização somente no início do século XX, depois de continuarem a sua luta contra os imigrantes alemães e os caçadores brasileiros. Os Gomes de Oliveira foram de tudo em Joinville, ajudaram no seu estabelecimento e na sua sobrevivência econômica, ocuparam os principais cargos políticos em Joinville no Império e na República e contribuíram para a nacionalização dos imigrantes estrangeiros, que se tornaram brasileiros. Joinville é uma história brasileira de sucesso ! Bom, já escrevi muito, mas o nome de Joinville é muito importante para a história da minha família e a colonização de Joinville, Santa Catarina, foi a maior contribuição e o maior feito da Princesa Dona Francisca no Brasil. Em 1866, a colônia virou "vila". A princesa Francisca morreu em Paris em 1898 e o príncipe de Joinville em 1900, também em Paris, sem jamais conhecer Joinville.
Melhores cumprimentos
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: Princesa de Joinville
Caro Ricardo Costa de Oliveira,
agradeço as suas preciosas informações e o seu imenso trabalho ao escrever este texto.
Cumprimentos,
José Alberto
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RE: Princesa de Joinville
Caro Ricardo,
Parabéns. Muito bem escrito e fundamentado.
Uma achega, não racista nem tendenciosa. Limito-me a contar o que li e ouvi. Ao chegar a Calais, a Princesa que casara no Rio e nunca tinha vindo à Europa, desembarca com os criados e araras e outros animais e grita:
"Onde estão os negrinhos? Não há?".
Ingenuidade do século XIX.
Um abraço
Zé
P.S. O nosso Avó Salvador Vianna da Rocha já figura entre os antepassados do Avô Cantagallo e Ana Adelaide de Sousa Dias e Teresa Smissaert Calad. Não quer introduzir os seus dados.
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RE: Princesa de Joinville
Caro Alberto Penna Rodrigues,
dado o seu estado de investigação sobre "a bela Chica" escusado será dizer-lhe se conhece o livro "O Imperador das Barbas". De qualquer forma aqui fica a indicação.
Cumprimentos,
José Alberto
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RE: Princesa de Joinville
Caro José Berquó de Seabra
Dei uma espiada na base de dados. Parece que tem dois Salvador Viana da Rocha. Pretendo contribuir sim e com paciência podemos organizar uma base de dados sobre os Amaral Gurgel em Portugal e no Brasil. Boa parte dos altos titulares do Império no Rio de Janeiro se entroncam nesses nossos antepassados !
Um abraço
Ricardo
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RE: Princesa de Joinville
Ex.ºs Senhores,
Onde se encontra sepultada a Princesa Francisca? No Panteão dos Orléans, em Dreux?
Obrigado
José Alberto
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RE: Princesa de Joinville
Obrigao
com efeito já li o livro.
O diário da Baronesa de Langsdorff se encontra disponível na Livraria Saraiva.
Basta escrever "livraria saraiva brasil" no Googles e a primeira resposta será o site da livraria.
Cumprimentos
Alberto Penna Rodrigues
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RE: Princesa de Joinville
Conheço outra história/estória sobre a chegada desta Princesa a solo francês.
A travessia terá sido algo turbulenta e a Princesa enjoou de tal maneira que surpreendeu a comissão francesa de boas-vindas que a foi cumprimentar ao navio pedindo-lhes para esperarem pois primeiro precisava de tomar uma canja de arara para retomar as forças.
JSPinto
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RE: Princesa de Joinville
Caro Senhor Alberto Penna Rodrigues,
existe uma foto de D. Francisca no Palácio da Ajuda, tem conhecimento?
Cumprimentos,
José Alberto
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RE: Princesa de Joinville
Não, não sabia. Já visitei o palácio e pretendo visitá-lo de novo em janeiro próximo quando estarei em Lisboa.
Muito obrigado, José Alberto
Alberto
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RE: Princesa de Joinville-Dreux
Quando visitei a capela mortuária dos Orléans em Dreux, verifiquei que a Prª de Joinville era, de entre os filhos/as e noras de Louis-Philippe, a única que não tinha uma estátua jacente no seu túmulo.
Uma curiosidade: a sua cunhada Hélène de Mecklenburg, duquesa de Orléans, em virtude de ter nascido protestante, tinha uma estátua jacente fora do circulo familiar, mas, através de uma abertura na parede, dava a mão ao seu mui católico esposo.
JSPinto
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RE: Princesa de Joinville
Caro Alberto Penna Rodrigues,
conheço os conservadores do Palácio da Ajuda responsáveis pelas áreas das fotografias e pintura, se precisar de algum contacto pévio com eles poderei ajudar, nomes, telefones, etc.
Se pretender o melhor é contactar-me para o meu email: jalbertoribeiro@hotmail.com
Cumprimentos,
José Alberto
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RE: Princesa de Joinville
Caro José Alberto
agradeço muito sua oferta e já escrevi um e-mail.
Creio que esta seja minha última participação no Fórum por alguns meses pois parto de viagem à Europa quarta-feira próxima e só devo retornar ano que vem.
Cumprimentos
Alberto Penna Rodrigues
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