RE: Condecorações compradas pelo próprio ou oferecidas

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RE: Condecorações compradas pelo próprio ou oferecidas

#53708 | magalp | 14 dic 2003 13:16 | In reply to: #53702

Caro José Maia

É muito capaz de ser como diz. Cada um, depois de ter o respectivo alvará de concessão da comenda, escolhe e encomenda a seu gosto, com mais qualidade, metais nobres e pedraria preciosa, etc.
Palpita-me até que sempre assim foi, pois por exemplo em relação à placas da O. de Christo, já as vi pouco mais que de lata, como também verdadeiras obras de arte em joalharia! Dependeria possivelmente do gosto e possibilidades económicas do detentor agraciado.
Em Paris há uma espécie de joalharia chiquérrima especialista nisso mesmo, que executa toda a espécie de condecorações de todo o mundo, por encomenda. Fui lá acompanhando um Embaixador de Portugal, que ali tinha encomendado as suas luxuosas condecorações, recebidas em belos estojos; lembro-me bem de que pagou um dinheirão!

Em Espanha (1939/40), as medalhas e condecorações e comendas (mais ou menos de latão...), entregues pelo Generalíssimo Franco, em parada, com pompa e circunstância, seriam depois pagas (ou devolvidas...) pelos laureados. Evidentemente que anteriormente tinha saído "à Ordem" do Corpo Militar a que o agraciado pertencesse, sendo posteriormente passado um diploma ao alvará que poderia incluir uma memória descritiva, resumida, da acção e local onde fora ganha a dita condecoração. Referia também, sendo o caso, a "pensão de sangue" que passaria a auferir do Estado.
É um facto que muitos se recusavam a despender uma peseta que fosse pelas medalhas e comendas recebidas, inclusivamente (mais raro) a própria "pensão de sangue".
Como exemplo disso, dou o meu Pai. As medalhas e comendas dele que eu possuo, foram compradas pela minha Mãe, não em Paris mas numa modesta loja da especialidade em Madrid, sem muito dispêndio por certo. Quanto à sua "Pensão de Sangue" - 30% de incapacidade, com perda parcial da visão, por ferimentos em combate em vária frentes - ofereceu-a aos "Servicios de Ayuda a Inválidos de La Legion".

Aqui em Portugal, creio que será mais ou menos da mesma forma. Mas, aconteceu comigo, no regresso da Guiné, quando passei oficialmente "à peluda" no então Depósito de Adidos, em Lisboa, um 1º Sargento dali, tirou duma gaveta duas pequenas placas que representavam duas modestíssimas medalhas que ganhara por lá, sem eu mesmo saber porquê; talvez em compensação das muitas ferroadas de mosquitos ou pelo imenso pavôr a cobras, que experimentei em todo o tempo! O homem ofereceu-me aquilo sem me cobrar um tostão, se calhar pela minha manifesta indigência, não sei...

Naquela listagem que nos ofereceram dos agraciados recentes com a Torre e Espada, encontrei conhecidos e muito honrados nomes, entre outros assim, assim… mas não vi nomes como os de Diogo Neto, Marcelino da Mata, Robles, Barbeitos, e outros que se não a tiveram, foram os mesmos propostos pelo seu valoroso desempenho!
Seria interessante uma listagem desses que por quaisquer razões (políticas, por certo) foram afastados da muito honrosa Ordem.

Cumprimentos,
Manuel Maria Magalhães

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