A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
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A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Ricardo de Oliveira e demais Confrades.
A ocupação e colonização do Sul do Brasil, está toda intimamente ligada à criação da Colónia do Sacramento por Portugal, a 20 de Janeiro de 1680. Situada geograficamente na margem esquerda do estuário do rio da Prata em frente a Buenos Aires, perto penso, onde hoje será Montevideu e embrião geográfico e em parte populacional, do país que hoje é o Uruguai.
A epopeia dos nossos egrégios Avós neste processo importantíssimo, no papel de conquistadores, de manutenção dos territórios conquistados militar, económica e politicamente. Essa acção teve o efeito prático de estabelecermos os limites do Sul do actual Brasil, sendo que a não ter existido este esforço Português, hoje, nomeadamente o Rio Grande do Sul, Sta Catarina e parte do Paraná seriam um ou vários países de origem hispana.
O esforço dos Militares e das Famílias Portuguesas foi enorme para que, a nossa Geopolítica tivesse êxito. O apoio dos Portugueses do Brasil, nomeadamente de S. Paulo e Rio de Janeiro onde era o “Centro de Operações e Apoio” foi preponderante em todo o processo.
Inicio este tópico em memória de toda essa Gente que tornou possível a existência do Sul do Brasil, com identidade própria.
Curiosamente os “novos” regimes Português e Brasileiro abandonaram esta “História” por não lhes dar dividendos políticos, tal como outras. Histórias essas em que o esforço, sacrifício e abnegação de todo o nosso antigo Povo fossem flagrantes. Facetas essas que os “novos” regimes e os seus acólitos tratam de menosprezar, denegrir e omitir. Muitas gerações desconhecem por completo a saga da Colónia de Sacramento, de cá e de lá do Atlântico. Sendo assim dou inicio pela via da Infantaria, Rainha das Armas da História que é a Genealogia iniciando-me, com uma discrição por datas, dos acontecimentos mais relevantes da época.
- 1620. Lisboa conta com cerca de 165 000 habitantes, cerca de 10 000 são escravos. Sendo a maior cidade da península Ibérica.
- 1632. Mantém-se com protestos gerais, a finta de 500 000 cruzados aos homens abastados de Portugal, para socorrer o Brasil.
- 1635. A comunidade Portuguesa do Peru é praticamente aniquilada, devido às perseguições da Inquisição.
Difusão, em Portugal, da laranja doce da china. Os Portugueses “espalham-na pelo Mediterrâneo e por diversos países Europeus e América do Sul. O nome da laranja doce “trai”, em várias línguas, a “origem” Portuguesa. Os próprios árabes a “rebaptizaram” com um nome que evoca Portugal.
- 1640, Dezembro. Restauração da independência Portuguesa e do Império. D. João IV Rei sobe ao trono.
O papa (por influência dos jesuítas) expede “breves” em que declara e salvaguarda a “liberdade” dos Índios.
Motins no Rio de Janeiro, Santos e S. Paulo contra os jesuítas (são mesmo “escorraçados” da última localidade).
- 1640. População Portuguesa: cerca de 2 milhões de habitantes.
- 1643. Proposta do padre António Vieira a solicitar o regresso dos “Judeus mercadores” que andavam pela Europa (Por haver reconhecido o “miserável estado do Reino, após 60 anos de domínio de Espanha”)
- 1643, 14 de Julho. Criação do Concelho Ultramarino.
- 1651. Raposo Tavares termina a grande “Bandeira”, que se traduz na “circum-navegação” da “pseudo-ilha” do Brasil.
- 1652. Existem em Portugal 448 conventos ( 337 do sexo masculino e 111 do feminino ).
- 1658. Criação de São Francisco, actualmente Joinville, Santa Catarina, Brasil.
- 1658. Ataque Paulista às missões do Paraguai.
- 1677. Ocupação da ilha de Santa Catarina.
- 1662, 15 de Novembro. Decreto que incorpora no Estado a Companhia de Comércio do Brasil passando a constituir uma “Junta de Comércio” (cuja função essencial era a de organizar comboios de barcos para o Brasil).
- 1667, 23 de Novembro. D. Afonso VI abdica do trono Real. D. Pedro seu irmão assume a regência.
- 1668. Criação de Curitiba.
Suspensão das décimas e, provavelmente do “quinto” (a que eram obrigados donatários e comendadores).
- 1669, 18 de Julho. Carta Régia que manda continuar a cobrança dos “reais” para a fortificação das fronteiras. Haviam sido suspensos com o fim da guerra
- 1670. Crise Comercial Brasileira que se arrasta até 1690.
- 1670. Bula de Clemente XI que reconhece a restauração da Monarquia Portuguesa.
- 1671. Publicação do “Regimento das Mercês” destinado a regular os “Requerimentos das pessoas que pedem satisfação de serviços”. Estabelece-se o processo de remuneração de serviços, bem como regras de sua transmissibilidade.
- 1680, 20 de Janeiro. D. Manuel Lobo, Governador do Rio de Janeiro, funda junto ao rio Prata, em frente a Bueno Aires, a Colónia do Sacramento, uma expedição de cinco navios, conduzindo 140 colonos e cerca de 300 militares.
- 1680, 7 de Agosto. O governador de Buenos Aires, D. José de Garro, com um exército constituídos por 250 Espanhóis e 3000 índios Guaranis, das missões jesuíticas do Paraná e Uruguai, fez tomar de assalto a Colónia do Sacramento, aniquilando grande parte da guarnição Portuguesa, cerca de 120 mortos.
- 1689. D. Francisco Naper de Lencastre, nomeado por D. Pedro II, governador do Rio de Janeiro e da Colónia de Sacramento (1689-1699) . Foi o “salvador” da Colónia de Sacramento, isolada desde 1681 pelos Espanhóis, povoou e desenvolveu com empenho e inteligência. Deu início à indústria das carnes salgadas e desenvolveu a produção dos couros.
Nascimento de D. João, futuro D. João V.
- 1691. Surto de fome no Brasil, que provoca uma grave crise.
- 1692. Na Colónia do Sacramento o número de habitantes era de cerca de 1000 pessoas
entre colonos e militares, tendo a povoação umas 100 casas.
- 1693. Início de um período de expansão económica (que perdura até 1714).
Segundo André João Antonil, em “Cultura e Opulência do Brasil”, a indústria Açucareira no Brasil conta com 528 engenhos, produzindo 21 000 toneladas. Segundo Antonil, os melhores para qualquer ofício eram ao que parece, os mulatos, todavia, “muitos deles usando mal do favor dos senhores, são soberbos e viciosos e prezam-se de valentes (...) ordinariamente levam no Brasil a melhor sorte, porque com aquela parte de sangue de brancos que têm nas veias, e talvez dos seus mesmos senhores, os enfeitiçam de tal maneira que alguns tudo lhes sofrem, tudo lhes perdoam e parece que não se atrevem a repreendê-los, antes todos os mimos são seus, dando razão à máxima popular de que o Brasil é inferno dos negros, purgatório dos brancos e paraíso dos mulatos”.
- 1697. Morre António Vieira (Padre). Figura marcante do século e um dos maiores prosadores da língua Portuguesa.
- 1699. Nasce Sebastião José de Carvalho e Melo (futuro Marquês de Pombal ).
A Colónia do Sacramento, tirava das terras Uruguaias para cima de 40 000 reses. D. Francisco Naper é substituído por Sebastião da Veiga Cabral, que continua a sua grande obra.
- 1700. Na colónia do Sacramento, o número de habitantes ultrapassava os 1500.
- 1703, 27 de Dezembro. Portugal e a Inglaterra assinam o Tratado de Methuen. Tratado de Comércio, conhecido pelo nome do negociador Inglês (John Methuen).
- 1705, 9 de Dezembro. Morte de D. Pedro II. Início do reinado de D. João V.
A Colónia do Sacramento é cercada pelo exército Hispano-Guarani, resistindo heroicamente durante cinco meses. O Governador Veiga Cabral, reduzido à última extremidade e obedecendo a ordens superiores, retirou-se para o Rio de Janeiro com soldados e moradores, na flotilha enviada ao Prata para esse fim. A luta continuou na Europa e só terminou com o tratado luso-espanhol de Utreque (1715).
- 1708, 6 de Maio. Lei que reitera antigas pragmáticas contra o luxo.
- 1709, Abril. Necessária autorização régia para fundar novos conventos no Brasil.
- 1709, 25 de Novembro. Decreto que proíbe a imigração para o Brasil.
- 1710. Setembro. Ataque a vários pontos do litoral Brasileiro por uma esquadra Francesa comandada pelo corsário Duclerc. O Rio de Janeiro é cercado.
- 1711, 8 de Fevereiro. Determina-se por alvará que só integrados em frotas comerciais, os navios estrangeiros podem comerciar nos portos do Brasil.
- 1711, Julho. S. Paulo ascende a cidade.
- 1711, Setembro. Corsários Franceses tomam a ilha das Cobras, junto ao Rio de Janeiro.
- 1712, 20 de Julho. Parte de Lisboa a frota para o Brasil e ao mesmo tempo, saíram duas naus de guerra para correr a costa e levar auxílio a Mazagão. Esta frota fazia parte do resultado de um esforço/projecto de construção naval absolutamente novo em Portugal, de forma a equipar-se ao mesmo nível das outras potências da época, o Francês Chabert, contratado por D.João V foi seu grande mentor e realizador.
- 1712, 28 de Março. Decreto que proíbe o envio de degredados para o Brasil.
- 1712, Outubro. Chega a Lisboa, a frota do Brasil ( com uma carga estimada em 50 milhões de cruzados).
- 1714, 6 de Junho. Nasce o infante D.José (futuro Rei), filho de D.João V e de D.Maria Ana.
- 1714, Junho. Crise comercial ligada à economia do Brasil.
- 1716, Novembro. Tropas Portuguesas tomam posse da colónia do Sacramento (Uruguai), entregue pela Espanha (por força do tratado de Utreque), o Governador é Manuel Gomes Barbosa.
- 1718, Fevereiro. Chegam há Colónia do Sacramento além de forças militares, 61 famílias de Trás-os-Montes (somando 297 pessoas), com ordens para lhes serem distribuídas terras, alfaias agrícolas, sementes e animais de lavoura.
- 1718, Abril. A Praça da Colónia do Sacramento conta com 111 famílias e cerca de 1040 habitantes. Forte impulso dado pela Coroa.
- 1718, 9 de Março. Carta régia que permite a escravização dos índios antropófagos do Brasil.
- 1719, 8 de Fevereiro. Estabelecidas no Brasil, por decreto, as Casas de Fundição e Moeda.
- 1720, 14 de Março. Lei que manda confiscar todo o ouro proveniente do Brasil, que não tivesse sido registado.
Proibida a emigração, sem passaporte, para o Brasil ( em virtude da descoberta de minas auríferas). Nova intervenção, com o intuito de estancar a despovoação do Reino; A emigração andaria pelas 8 a 10 mil saídas anuais.
- 1720, Dezembro. Manuel de Azevedo Fortes é investido no cargo de engenheiro - Mor do Reino. Morrerá a 28 de Março de 1749. Com obra feita e autor de vários escritos, nomeadamente: Devem ter os engenheiros; Tratado sobre o modo mais fácil e mais correcto de fazer as Cartas Geográficas; O engenheiro; Apologética e Crítica; Lógica Racional Geométrica e Analítica.
- 1721, 27 de Março. Proibido por alvará, o comércio particular aos funcionários superiores Ultramarinos.
- 1722. Início de Governo de António Pedro Vasconcelos, da Colónia de Sacramento, dando impulso às obras da fortaleza e às construções civis.
- 1725. Os Colonos de Laguna – Stª Catarina (que percorriam desde o fim do século XVII as ligações terrestres entre S. Paulo e os campos do Sul, abastecendo com gado muar proveniente da campanha Uruguaia) fixam-se no Rio Grande de São Pedro, procurando dominar a terra e caminhos. Tirando proveito do gado.
- 1727. Os Colonos de Rio Grande de São Pedro, audaciosos pioneiros, abriram desde 1727, os caminhos para Curitiba e S. Paulo, e através deles começam a passar milhares de cabeças de gado muar, partindo das coxilhas Uruguaias e Rio Grandenses.
- 1727. Introdução do café no Brasil.
- 1729, 22 de Setembro. O Concelho Ultramarino determina que se “atalhe” o desenfreado comércio feito pelos missionários do Brasil (com graves prejuízos para a Fazenda Real)
- 1732. A população Portuguesa é de cerca de 2 143 000 habitantes.
- 1732, 10 de Março. Alvará que proíbe a vinda para o Reino de mulheres residentes no Brasil.
- 1732. O Concelho Ultramarino manifesta-se alarmado com a emigração para o Brasil.
- 1733. Durante o ano saíram da Colónia do Sacramento, proveniente dos campos Uruguaios, 20 navios carregados com 96 177 peças de couro, além de carne seca, sebo e “grossas partidas de prata”.
- 1734, 6 de Fevereiro. Proibição de se jogar o Entrudo (Brincar o Carnaval).
- 1735, 4 de Abril. Decreto que proíbe a promoção a cabo, furriel, sargento, alferes ou tenente a quem não soubesse ler e escrever.
- 1735, Novembro. Ataque espanhol à Colónia do Sacramento. Os Portugueses, sob o comando de António Pedro de Vasconcelos resistem a um cerco de 22 meses, recebendo por vezes reforços do Brasil, mas sofrendo uma brutal falta de abastecimentos.
- 1736, 28 de Julho. Alvará que cria a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra ( assumida por Marco António de Azevedo Coutinho). Reorganizadas as outras Secretarias de Estado que passam a ser designadas por: Negócios Interiores do Reino e Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos. Com esta reforma, o Conselho de Estado reduz-se à reunião dos secretários de Estado; os Concelhos da Guerra e o Ultramarino perdem competências e funções.
- 1736. Fundação do Forte Jesus Maria José, que marca a posse das terras que irão formar o estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
- 1737, Maio. Termo do conflito armado Luso-espanhol na bacia do Prata, com o armistício de Paris.
- 1737. A fundação do presídio de Rio Grande pelo general de brigada José da Silva Pais, consolidando o poder Português, ao qual o envio de casais, as estâncias e as sesmarias asseguraram uma base económico-social. A utilização da courama na vida quotidiana foi tão extensa e variada que por vezes se fala de uma “época do couro” nas regiões do Sul, associada a um género de vida de que resultou o gaúcho Brasileiro, como tipo social de características próprias.
- 1739, Janeiro. Lei dos Tratamentos. Alarga todo o leque capaz de receber o tratamento de “excelência” e o de “senhoria”. Consagra e delimita a primeira elite da nobreza, na qual têm lugar os grandes eclesiásticos e seculares ( que não incluem viscondes e barões) e alguns altos dignitários.
- 1741. Sebastião de Carvalho e Melo, redige as “Causas da ruína do Comércio Português”.
- 1742, Maio. D.João V, acometido por grave doença, fica parcialmente paralisado. A Rainha D. Maria Ana assume a regência por incapacidade do Monarca.
- 1743, Novembro. Chega a Lisboa, regressado da sua missão diplomática em Londres, Sebastião de Carvalho e Melo.
- 1743, Dezembro. Conclusão do Palácio dos Governadores no Rio de Janeiro.
- 1746, Maio. Criada em S. Paulo uma Junta de Missões, para se ocupar de questões relacionadas com os Índios.
- 1746, 31 de Agosto. Decisão do Concelho Ultramarino de colonizar Sta Catarina – Brasil.
Por resolução régia os casais Açorianos que se queiram estabelecer no Brasil são transportados à custa da Fazenda Real.
- 1747, Abril. Conclusão da Catedral de Mariana, Brasil.
- 1749, 3 de Julho. Arrematação do contrato para o envio de 4.000 colonos Portugueses dos Açores, com destino a Santa Catarina (Brasil).
- 1750, 13 de Janeiro. Tratado de Madrid ou dos Limites, entre D.João V e Fernando VI (de Espanha), sobre os limites das possessões Portuguesas e Espanholas da América Meridional, com o objectivo de reformular o tratado de Tortesilhas. Alexandre de Gusmão, o grande responsável por este tratado, procura assegurar ao Brasil a posse do Rio Grande do Sul. A colónia de Sacramento é cedida à Espanha, e o Brasil recebe em troca o território dos Sete Povos das Missões, sob controlo dos Jesuítas. Sacramento não é entregue pela resistência dos Sete Povos das Missões, guerra Guaranítica (1753 – 1756 ). Estes acontecimentos, levam ao tratado do Pardo em 1761.
- 1750, 31 de Julho. Morre el Rei D.João V. D. José ascende ao trono.
- 1750, 2 de Agosto. Nomeação de Sebastião José de Carvalho e Melo para secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra e de Diogo Mendonça Côrte-Real como secretário da Marinha e Ultramar.
- 1750, 9 de Setembro. Contrato da pesca das baleias de Santa Catarina, Brasil.
Um abraço,
José de Azevedo Coutinho
PS Não estarei disponível “ on line” ! os próximos três dias.
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro José de Azevedo Coutinho
Excelente tópico para o fórum !
Como descendente do Capitão-Mor da Colônia do Sacramento Manuel de Azevedo Marques e de uma das famílias daquela praça de guerra http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=13736&fview=e , vamos homenagear muitos dos heróis da Colônia do Sacramento em suas inúmeras guerras e no seu decisivo papel estratégico na consolidação do Brasil Meridional.
Fontes Genealógicas sobre a Colônia do Sacramento :
Anais do Simpósio Comemorativo do Bicentenário da Restauração do Rio Grande (1776-1976). Carlos Rheingantz.
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, ano de 1949 e no de 1951, sob o título: "Os últimos Povoadores da Colonia do Sacramento",
Na Boca do Lobo. Os Fundadores em 1680
Na década de 1670 a frente de colonização portuguesa no Brasil estava alcançando a região de Laguna, ao sul da Ilha de Santa Catarina. Paranaguá era vila desde 1648 e São Francisco do Sul desde 1660. No planalto, os povoadores começavam a organizar Curitiba, que se tornaria uma vila em 1693. Décadas antes as vanguardas bandeirantes tinham atacado e destruído as missões jesuíticas dos índios guaranis a longo do norte do atual Paraná e atacado aldeias tapes (índios guaranis e guaranizados) no centro-leste do atual Rio Grande do Sul. Ao sul de Laguna começa uma costa arenosa e varrida pelo vento sudoeste (o que traz a geada e a neve para os pontos mais elevados do Brasil Meridional), por mais de 600 km até o estuário do Prata. Os nossos frequentavam o Prata desde a sua descoberta e naquela conjuntura a organização espanhola era composta por uma região bastante povoada entre Buenos Aires, Córdoba, Santa Fé, Tucuman e Assunçao, no Paraguai, também fundada no século XVI. Os espanhóis eram lentos. A maior força no vazio que separava a dinâmica fronteira em expansão do Império Português no Brasil rumo ao sul era a formação missioneira dos jesuítas, com milhares de tapes organizados pelos jesuítas europeus, além de índios nômades das tribos minuana e charrua.
Depois de décadas de entreveros dos tapes com os bandeirantes, a ponta de lança do Império Português, os ódios aos portugueses eram extremados.
D. Pedro II autoriza a expansão para o sul. A linha do Tratado de Tordesilhas já tinha sido ultrapassada de norte a sul do Brasil e a colônia portuguesa era uma colônia em movimento. A imensa planície de campos dos pampas estava repleta de gado selvagem, resultado de séculos de reprodução livre desses animais trazidos pelos europeus.
O General Jorge Soares de Macedo e Manuel Lobo, seu sucessor no governo do Rio de Janeiro, foram encarregados do estabelecimento da nova colônia, devendo ser literalmente estabelecida na boca do lobo inimigo ! A colônia deveria ser fundada em frente de Buenos Aires (do alto dos atuais prédios se vê em dia claro a margem norte do Prata).
O grupo de Jorge Soares de Macedo teve vários problemas e naufrágios a complicarem o seu esforço. Resolveram seguir a pé por terra, pela praia, para o ponto de encontro no Rio da Prata com o grupo de Manuel Lobo. Cerca de 25 homens, incluindo negros e tupis. Foram capturados pelos tapes, com 800 cavaleiros comandados pelos jesuítas missioneiros Domingos Rodiles e Jerônimo Delfino.
No fim de 1679 também havia saído o grupo de Manuel Lobo do Rio de Janeiro. Passou por Santos e seguiu rumo ao Prata. Em 20 de janeiro de 1680 chegavam e desembarcavam na Ilha de São Gabriel e na baía em frente. A força portuguesa era composta por cinco embarcações, com cerca de 200 soldados, o Capitão Manuel Galvão com sua esposa D. Joana, 60 negros escravos, algumas dezenas de índios tupis, alguns trabalhadores e artífices, três religiosos, inclusive o Padre Durão, dois jesuítas, um engenheiro e Francisco Naper de Lancastre, além de algumas mulheres de várias etnias.
Assim que os espanhóis de Buenos Aires constataram a presença dos portugueses na outra margem do Rio da Prata, foram convocadas tropas em toda a Gobernación. Buenos Aires, Santa Fé, Corrientes mobilizaram soldados, mas a principal força empregada seria a cavalaria tape, com 3 mil índios. Don José Garro, o Governador de Buenos Aires se referiu na carta enviada ao Vice-Rei do Peru que boa parte dos habitantes daquela cidade era formada por portugueses e seus descendentes e estava a apenas oito léguas da nova povoação em vias de ser fundada pelos portugueses ao norte do estuário do Prata.
A situação dos portugueses na novíssima Colônia não era nada boa. Isolados, cercados e sem víveres em quantidade suficiente. A reunião das forças militares espanholas demorou a se completar. Cerca de 300 soldados espanhóis e criollos da região de Buenos Aires e regiões próximas, esperavam por mais 300 vindos de Tucumán e que ainda não tinham chegado. A principal força militar espanhola eram os milhares de tapes com os jesuítas missioneiros. Apenas em 15 de julho a força espanhola mudou-se para uma légua da Colônia do Sacramento. Era inverno no Hemisfério Sul. Os índios minuanos que ainda levavam algum contrabando de carne para a Colônia foram impedidos e alguns defensores começaram a desertar. Para piorar ainda mais a situação, o Governador Manuel Lobo ficou doente e acamado. O Capitão Manuel Galvão assumiu o comando.
Em agosto os ataques e as incursões apertaram o cerco e passaram a obrigar os portugueses à vigilância contínua. Com a força espanhola completa e a impaciência dos tapes, o comandante espanhol Vera Mujica intensifica o assalto à Colônia do Sacramento. Na noite do dia 6 para 7 de agosto o ataque em massa rompeu as tênues linhas de defesa e os espanhóis entraram na Colônia. Um dos últimos a tombar foi o Capitão Manuel Galvão, herói da primeira batalha da Colônia do Sacramento, tendo resistido até quase a manhã do dia 7 entrincheirado no corpo da guarda com os últimos defensores e mantendo intenso tiroteio contra os espanhóis. A sua esposa também morreu no final do ataque junto com seu marido e foram o símbolo da valentia militar portuguesa, mesmo nas piores condições militares e com grande inferioridade, não tendo se rendido e tombaram lutando. Os tapes com o seu ódio começaram à caçar e degolar os portugueses remanescentes e só foram detidos quando os comandantes espanhóis os impediram. O próprio Manuel Lobo só não foi degolado na cama pela defesa de Vera Mujica, que afastou os tapes das reduções de San Carlos e Santa Maria.
Os resultados do combate final foram os seguintes, os portugueses perderam 116 homens, incluindo 4 oficiais e a esposa de Galvão. Os espanhóis perderam 34 homens, 5 espanhóis, 29 tapes e tiveram 96 feridos. Os tapes tinham perdido outros 33 homens nas escaramuças anteriores à batalha final. Caíram prisioneiros 126 portugueses, 76 índios tupis dos dois sexos e 53 escravos negros. A praça foi arrasada.
A situação diplomática européia não era favorável à Espanha. O Tratado assinado em 7 de maio de 1681 restituía a praça da Colônia do Sacramento para Portugal. Apenas o ponto da Colônia, continuando isolada e tendo que viver do comércio e do contrabando. José Garro foi destituído do Governo de Buenos Aires e indicado para Santiago do Chile. Manuel Lobo faleceria em 13 de janeiro de 1683 em Buenos Aires. Em 30 de janeiro de 1683 chegava ao Rio da Prata o novo Governador do Rio de Janeiro, Duarte Teixeira, com novas tropas para reocupar a Colônia do Sacramento. Também veio o General Cristóvão Dorneles de Abreu para comandar a praça, limitada e cercada pelos espanhóis e pelas constantes escaramuças e emboscadas dos tapes nas campinas da região.
Nas próximas décadas a fronteira de ocupação e de povoamento do Brasil e as nossas linhas de comunicação avançariam cada vez mais para o sul e o Rio Grande do Sul passa a ser outro teatro de operações nas guerras entre Portugal e a Espanha pelos pampas. Com o tempo os tapes seriam exterminados e a fronteira brasileira avançaria profundamente para o sul. A Colônia do Sacramento seria cercada inúmeras outras vezes também, garantindo a estruturação do Brasil Meridional pelo Brigadeiro Silva Paes, como veremos em outra oportunidade. A bibliografia é grande sobre o assunto. Um livro curiosos e que descreve as ações na Colônia do Sacramento e a história dos Tapes é “Os Jesuítas dos 7 Povos”, de Rubens Vidal Araújo.
Um abraço
E VIVA os defensores da Colônia do Sacramento, que morreu para que 3 Estados do Brasil vivessem !
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Parabens pela escolha do tema e a excelete exposição. A antiga Colônia Sacramento está sendo restaurada. Vale a pena visitá-la. Tresanda História. Há uma pousada encantadora perto do casario antigo.
Ali deve ficar uma das cabeças da ponte que há de ligar a Argentina ao Uruguay. Seguramente desaparecerá o aspecto bucólico que tem hoje.
Cumprimento a todos.
Luiz M. Sá
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Sr. Coutinho
Cumprimentos pelo tópico. A história da Colônia do Sacramento interessa a todos os estudiosos de História no Rio Grande do Sul. Recentemente foi lançado aqui um excelente livro sobre o assunto, o qual, se lhe interessar posso procurar o título, autor, editora, e posteriormente informar. A cidade que fica na margem do Rio da Prata, e de onde se faz a travessia de barco para Buenos Aires chama-se Colônia (do Sacramento?)e fica distante creio que uns 150 a 200 km de Montevidéo.
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro José de Azevedo Coutinho:
Parabéns pelo tópico e pelo manancial de informações que disponibilizou. A presença portuguesa na Colónia do Sacramento é infelizmente pouco conhecida, como se pode verificar consultando as enciclopédias mais divulgadas ou mesmo algumas publicações recentes relativas à História Militar. Sempre me interessei pelo assunto, por razões familiares, uma vez que o meu sétimo avô, Luís Garcia de Bivar, foi Governador da Colónia do Sacramento desde 1749 até à sua morte em 1760 (foi nomeado por carta régia de 3/8/1748, tendo chegado à “Nova Colónia” a 2/2/1749, onde faleceu em Fevereiro de 1760); por essa razão adquiri um belíssimo volume no Pavilhão do Uruguai da Expo 98 intitulado “Colonia del Sacramento, Patrimonio Mundial”, editado pela UNESCO em 1996. Também tenho cópia de um curioso opúsculo intitulado “Relacam das festas que fez Luiz Gracia de Bivar Fidalgo da caza de Sua magestade e Sargento Mayor de Batalha de Seus Exercitos, e Governador da Nova Colonia do Sacramento pela feliz aclamaçaõ do nosso Fidelissimo Rey O Senhor Dom Jozé O I. em 2 de Fevereiro de 1752, etc.”; o original era pertença de Luís de Bivar Guerra que mandou cópia ao meu Pai, tendo publicado o frontispício na sua obra “Bivares em Portugal”. O referido volume da UNESCO também reproduz este frontispício. É de notar que o aliás interessantíssimo trabalho recentemente publicado pelo Exército português e dedicado aos generais portugueses de todos os tempos, na biografia de Luís Garcia de Bivar omite a sua qualidade de Governador da Colónia do Sacramento. Também encontrei um manuscrito nos Reservados da Biblioteca Nacional contendo obras do Doutor Duarte Ribeiro de Macedo e que inclui correspondência com Luís Garcia de Bivar enquanto “Governador da Colónia”.
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro António Bivar
Tenho aqui comigo digitalizada a Carta Patente (AHU) de Capitão-Mor da Colônia do Sacramento do meu avô Manoel de Azevedo Marques, escrita e assinada pelo mesmo, e oficializada e assinada pelo seu avô, o Governador Luiz Garcia de Bivar, em 22 de março de 1759.
Caso o colega tenha interesse em recebê-la é só escrever o seu endereço eletrônico.
Com as melhores saudações
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Ricardo Costa de Oliveira:
Tenho enorme interesse em receber a digitalização desse documento! muito obrigado pela sua proposta. O meu "mail" é:
abivar arroba sapo ponto pt
Terei muito gosto em retribuir-lhe enviando digitalização do opúsculo que referi; o seu avô ainda não é referido, uma vez que se trata de documento de 1752, mas descreve-se com algum pormenor as festas da aclamação de D. José I e a participação das diversas autoridades locais. O meu referido antepassado está aqui na base de dados do GP em:
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=180301
Aproveitarei para enviar imagem do frontispício do referido opúsculo para a respectiva “fotobiografia”.
Lembrei-me agora de uma questão: o documento assinado pelo Governador estaria selado com as suas armas? em documentos existentes em Lisboa no Arquivo Histórico Militar aparece o curioso selo que usava, com armas plenas de Bivares e respectivo timbre, sendo o escudo suportado por anjos e um canhão. Não se conhece carta de armas mas temos em arquivo de família a justificação de nobreza e consequente sentença autorizando o uso “das armas de seu Pai”.
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros Confrades,
Mais um pequeno contributo para esta Grande História.
Uma pequena versão em espanhol, da história da Colónia do Sacramento.
"Colonia del Sacramento
Núcleo territorial, originalmente portugués, fundado en 1680 en el suroeste del Uruguay actual, situado próximo a Buenos Aires, cuyo principal núcleo poblacional está constituido hoy día por la ciudad llamada así mismo Colonia del Sacramento. La fundación de la colonia, que llevó a cabo Manuel Lobo, se debió a la acción del gobierno portugués, interesado en extender su colonización hasta el estuario del Río de la Plata, y a la participación de comerciantes de Río de Janeiro, deseosos de consolidar el comercio con Buenos Aires, ciudad a través de la cual recibían plata peruana.
El gobierno español de Buenos Aires reaccionó y tomó el núcleo portugués. Iniciadas las negociaciones diplomáticas, la colonia fue devuelta a Portugal por el Tratado de Lisboa (1681). La colonia era puesto avanzado portugués, pues la colonización de Brasil en esta época se detenía en Laguna (hoy en día, en el estado de Santa Catarina). Al oeste del actual estado de Rio Grande do Sul, se instalaban a la sazón jesuitas españoles, quienes fundaron las misiones jesuíticas conocidas como los siete pueblos de las Misiones Orientales del Uruguay. Una vasta región, por tanto, quedaba fuera de la dominación española o portuguesa. Con la guerra de Sucesión española, la colonia fue atacada en 1704 y tomada al año siguiente. Permaneció bajo dominio español hasta 1715, cuando fue devuelta por el Tratado de Utrecht. De esta época en adelante, la preocupación portuguesa fue ligarla definitivamente a Brasil, lo que motivó la construcción de caminos y la fundación de núcleos intermedios entre Sacramento y Santa Catarina, en regiones de los actuales Uruguay y Rio Grande do Sul. En 1728, Francisco de Sousa e Faria consiguió establecer la primera conexión entre Laguna y la colonia del Sacramento. Por la misma época, Cristóvão Pereira de Abreu, gran criador de ganado en Rio Grande, abrió una carretera hacia Curitiba, garantizando las conexiones terrestres con São Paulo y el abastecimiento de animales a las minas. Esa misma política llevó al gobierno de Portugal a fundar Montevideo, en 1723. La reacción española a tales acciones portuguesas fue apoyar a los jesuitas establecidos en los siete pueblos, destruir Montevideo, que fue refundada en 1726, y poblar el interior del actual Uruguay, como modo de aislar a la colonia del Sacramento del resto de Brasil. En 1735, un pequeño incidente diplomático en Madrid fue pretexto para un nuevo ataque a la colonia, que resistió hasta 1737, cuando se acordó la paz. Ese mismo año, el gobierno portugués envió la expedición del brigadier Silva Pais, con el propósito de fortalecer la presencia lusitana en el Brasil meridional. Fundó la villa del Rio Grande, al sur de Laguna, e intentó, sin éxito, conquistar Montevideo.
En la década de 1740, Sacramento ya era un enclave portugués cercado por áreas de colonización española. En esta época, las buenas relaciones entre las dos cortes permitieron negociaciones que culminarían con el Tratado de Madrid (1750), en el cual se estableció el principio del uti possidetis. Se delineó, con el Tratado, el actual mapa de Brasil. Se decidió que Sacramento pasaría a España, debido a la colonización española circundante, y que los siete pueblos de las Misiones, en el Rio Grande, serían entregados a Portugal. Se produjo, sin embargo, la resistencia de los jesuitas y la denominada ‘guerra guaranítica’, en la cual los ejércitos portugués y español sometieron a los indígenas. Esas dificultades llevaron a anular el Tratado y a sustituirlo por el de El Pardo (1761). En 1762, con ocasión de la guerra de los Siete Años, en la que de nuevo combatieron Portugal y España, la colonia fue tomada por Pedro Antonio de Cevallos y devuelta en 1763. En 1777, estalló un nuevo conflicto luso-español, Cevallos tomó nuevamente la colonia, se destruyeron las fortificaciones y quedó obstruido el puerto. La situación se confirmó con el Tratado de San Ildefonso, del mismo año, por el que se decidió que tanto Sacramento como los siete pueblos quedarían bajo dominio español. Posteriormente, en 1820, la colonia volvió al dominio portugués, cuando el rey Juan VI incorporó toda la región del actual Uruguay a Brasil. Al hacerse Uruguay independiente en 1828, la colonia del Sacramento pasó a formar parte de su territorio."
Cumprimentos
Luis Camizão
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro António Bivar
Já enviei o arquivo. Os nossos antepassados serviram juntos na Colônia do Sacramento e certamente gostariam de saber que os seus descendentes continuam conversando hoje em dia sobre os seus faustos acontecimentos.
Melhores cumprimentos
Ricardo
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros amigos da Históra Luso-Brasileira
Por falta de tempo queria apenas salientar que a Colónia se insere no sonho mais ambicioso de estabelecer o limite sul do Brasil no Prata. Salto sobre a discussão de saber se D. Pedro estava ou não convencido de que a Colónia ficava em território atribuido a Portugal por Tordesilhas e não refiro muitos acontecimentos que seria necessário referir.
Cinco anos apenas depois da Paz com a Espanha que deixou o País arruinado, já D.Pedro cedia todo o território do Cabo de Santa Maria (entrada do Prata)até às alturas do actual Porto Alegre a uma Capitania do Visconde da Asseca e João Correia de Sá (que não vingou) e conseguia que a diocese do Rio de Janeiro se estendesse até ao referido Rio.Em 1678 tomou a decisão de fundar a Colónia, primeiro por Jorge Soares de Macedo que era "Tenente de Mestre de Campo General", posto por vezes abreviado para "General" e que foi mais tarde substituído pelo de Tenente-Coronel. Suponho que Soares Macedo nunca foi Governador do Rio de Janeiro mas Provedor das Minas. Incumbiu depois a missão ao novo Governador do R.J., D. Manuel Lobo.
Em 1702 tomaram-se medidas para fundar Montevideu, sendo os meios desviados para a defesa da Colónia em virtude da Guerra da Sucessão de Espanha. Em 1723 concretizou-se a tentativa da referida fundação mas mais uma vez se repetiu o envio de bem escassos meios para a missão que fracassou. Em 1736 tentou-se tomar Montevideu entretanto estabelecida pelos espanhóis. Apesar do insucesso, Silva Pais fez construir o Forte Jesus Maria José, origem da colonização do Rio Grande do Sul que manteve o sonho vivo.
Alexandre de Gusmão,pragmaticamente, considerou mais importante que a Espanha aceitasse "a marcha para oeste", a posse da Amazónia e a criação de profundidade no Rio Grande com o território das Missões.
Logo Pombal recuperou o sonho. Não permitiu a entrega da Colónia e, mais tarde, procurou que o General Böhm se apossasse do Prata. Mas mais uma vez os meios não correspondiam à missão.
Em 1801, D. Rodrigo de Sousa Coutinho voltou ao sonho, incluindo um ataque a Buenos Aires. Sempre se tomaram os 7 Povos das Missões.
Finalmente, D. João integrou no Brasil a Cisplatina pelo que, no momento da Independência era a Bandeira do Reino Unido que estava içada na Colónia.
Saudações do Silvino Curado
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro António Bivar
Há muita documentação sobre Luís Garcia de Bivar no Arquivo Histórico Ultramarino, na documentação avulsa da Colónia e na do Rio de Janeiro, facto a que não são estranhos o seu longo governo, as demarcações de limites decorrentes do Tratado de 1750 e a Guerra Guaranítica.
No Arquivo Histórico Militar existe a excelente obra "A Colonia do Sacramento 1680-1777" da autoria de Jonathas da Costa Rego Monteiro que dedica um capítulo à administração do referido Governador e insere a opinião de Gomes Freire de Andrade sobre a mesma. Insere igualmente, por exemplo, o discurso com que recebeu o Governador do Rio de Janeiro e Comissário das Demarcações e a resposta deste.
Bivar chegou a receber ordem para preparar a entrega da Colónia mas tal nunca se chegou a concretizar.
Existem várias obras sobre as demarcações e sobre a Guerra Guaranítica que, de alguma forma, referem Luís de Bivar, fornecendo algumas informações subsidiárias. Poderá encontrar alguma dessa Bibliografia referida em dois trabalhitos da minha autoria: "A Guerra Guaranítica, uma guerra invulgar e incómoda", publicado nas Actas do XXIV Congresso Internacional de História Militar e "José Custódio de Sá e Faria, protagonista da História Militar do Brasil Pombalino", publicado nas Actas do X Colóquio de História Militar.Saudações do
Silvino Curado
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Silvino Curado
Obrigado pelas informações e correções.
23/11/1677 - Jorge Soares de Macedo - Chancelaria de D. Afonso VI, L. 32, fl. 29. Tenente de Mestre de Campo General de Infantaria de Paranaguá.
Carta no ano de 1700. Governador das Fortalezas da Vila de Santos. Chancelaria de D. Pedro II, L. 53, fl.345.
O homem também andou por Lima, no Perú, depois da primeira queda da Colônia do Sacramento. Muitos dos "paulistas" integrantes da jornada de D. Manuel Lobo eram veteranos mineradores no litoral paranaense e catarinense, a exemplo de Jorge Soares de Macedo.
Saudações e parabéns pelas suas pesquisas !
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Ricardo de Oliveira
Agradeço a sua mensagem e os ensinamentos. É também para isso que comunicamos. Continuo a admirar a documentação a que tem acesso imediato. Não costumo trabalhar com as Chancelarias e só me lembro de ver índices das antigas. Pode dar-me uma dica para lá chegar, o que desde já agradeço?
Jorge Soares de Macedo chegou de facto a Santiago acompanhado, entre outros, por D. Francisco Napper de Lencastre que viria a ser Governador da Colónia.
Apenas como hipótese refiro que parece difícil que os mineradores tivessem seguido com D. Manuel Lobo, o qual decidiu não ir a Santa Catarina onde estava Macedo e a "sua gente", enviando-lhe duas sumacas para o seu transporte e dos materiais. Destas, uma ficou em Santa Catarina e a outra naufragou com o dito Macedo. D. Manuel, recem chegado de Portugal, recrutou no Rio de Janeiro na "rebutalha portuguesa que por lá havia", a dar crédito a Rego Monteiro, e desse "erro" se arrependeu (deserções, indisciplina e pouca disposição para a urgentíssima construção da fortificação.
Renova os agradecimentos e envia saudações o
Silvino Curado
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Silvino Curado
Respondo aqui para organizar a seqüência. No sábado pretendo apresentar uma rápida idéia sobre o Brigadeiro Silva Paes e a geopolítica da consolidação do Brasil Meridional. Sobre a participação dos paulistas na expedição da fundação da Colônia do Sacramento em 1680 vale a pena rever o trecho de Taques, escrito no século XVIII e reeditado por Silva Leme na sua Genealogia Paulistana. Aí se comprova a participação de paulistas na expedição. Se bem que sempre devemos ter cuidados e verificarmos em outros documentos as informações de genealogias clássicas:
"1-3 Dom José Rendon de Quebedo, com seu irmão o § 4.º seguinte, seguiu o real serviço, saindo de S. Paulo em 1679 com o governador Dom Manoel Lobo, que foi fundar na ilha de S. Gabriel do Rio da Prata um fortaleza e nova colônia, a que deu o nome de cidade do Sacramento. A respeito escreveu Pedro Taques:
Pág. 5
"Para esta ação saiu de Lisboa dom Manoel Lobo com patente de governador e capitão general do Rio de Janeiro, com ordem de que, logo que tomasse posse do dito governo, passasse ao Rio da Prata a formar as fortificações necessárias de uma nova colônia por carta datada de 12 no Novembro de 1678 em Lisboa. Subiu a S. Paulo a tratar a matéria de sua comissão com os paulistas Fernão Paes de Barros e Fernando Dias Paes Leme, para os quais trazia cartas do príncipe regente o senhor dom Pedro para darem toda a ajuda e socorro a dom Manoel Lobo, para se conseguir a pretensão, a que vinha dirigido: assim se vê das cartas do mesmo teor escritas a Fernão Paes de Barros e Fernando Dias Paes Leme.
Chegando a S. Paulo o fidalgo dom Manoel Lobo foi hospedado com grandeza e abundância por Fernão Paes de Barros todo o tempo que precisou demorar-se, dispondo o necessário para a viagem, que tinha de fazer para a ilha de S. Gabriel. Deu-lhe em dinheiro cem mil reis e três cavalos dos melhores que tinha em sua cavalherice; e, porque no almoxarifado da praça de Santos não havia dinheiro para suprir as despesas que tinha que fazer dom Manoel Lobo, apareceu no senado da câmara de S. Paulo Fernão Paes de Barros, e representou aos oficiais dela que para o serviço de sua alteza tinha quarenta arrobas de prata nas baixelas de sua copa, que todas oferecia para que ou se fundissem, ou se empenhassem, ou se vendessem, com tanto que se efetuasse o real serviço de que vinha encarregado o governador dom Manoel Lobo. (Livro de vereança de S. Paulo, ano de 1679).
Dom Manoel Lobo retirou-se de S. Paulo a embarcar-se no porto de Santos para a cidade de Rio de Janeiro, levando em sua companhia como soldados aventureiros aos dois irmãos dom José e dom Luiz Rendon de Quebedo, os quais em companhia do mesmo dom Manoel Lobo, embarcaram no Rio de Janeiro a demandar a ilha de S. Gabriel, onde chegaram a salvamento com o corpo militar de infantaria do presídio daquela praça, e da que veio da Bahia com todos os petrechos de guerra e artilharia grossa, capaz de cavalgar nas carretas da nova fortaleza, que iam fazer construir.
Pág. 5
Elegeu dom Manoel Lobo o sitio, e nele fundou a cidade de Nova Colônia do Sacramento e a sua fortaleza, de onde escreveu aos oficiais da câmara de S. Paulo em Fevereiro de 1680, pedindo mantimentos de carnes de porco e trezentos alqueires de feijão, e que tudo mandariam entregar no porto de Santos a Diogo Pinto de rego capitão-mor governador da capitania de S. Vicente, a quem escreveria para fazer prontificar embarcação que conduzisse estes gêneros para o Rio da Prata. Enviou por agente desta expedição a João Martins Claro, a quem Fernão Pães de Barros, entregou 150 arrobas de carne de porco, mil alqueires de farinha de trigo e cem de feijão, sem mas interesse que a honra desta serventia.
Achava-se em S. Paulo o tenente de mestre de campo general Jorge Soares de Macedo, mandado por sua alteza para acompanhar para as minas de Paranaguá e para o sertão de Sabarabuçu ao administrador geral dom Rodrigo de Castel-Blanco, natural do reino de Castela, que da cidade da Bahia tinham vindo, trazendo uma companhia de sessenta soldados infantes da qual era capitão Manoel de Sousa Pereira e alferes Mauricio Pacheco Tavares; e se dispôs por determinação do dito administrador geral a passar ao Rio da Prata, e dali principiar a examinar todo o sertão da costa pelo interesse de descobrir minas de prata e ouro. Para este efeito preparou-se em S. Paulo de todo o necessário, elegendo ao paulista Braz Rodrigues de Arzam para capitão-mor de toda a gente da leva, de que lhe passou patente o dito tenente general em S. Paulo em 15 de Janeiro de 1679; ao paulista Antonio Affonso Vidal para sargento-mor da dita leva por patente com a mesma data; com outros muitos paulistas, que então seguiram este real serviço, como foram Manoel da Fonseca, Manoel da Costa Duarte, João Carvalho, João de Góes Raposo e seu irmão Manoel de Góes Raposo, Francisco Dias Velho e seu irmão José Dias Velho, além de outros, dos quais não descobrimos documento algum que nos declarasse quem eles foram, e com duzentos índios bons sertanistas. O tenente general Macedo tendo recebido dos oficiais da câmara de S. Paulo dinheiro, armamentos, gêneros alimentícios, etc., embarcou em fins de Março de 1679 em Santos com sete sumacas das quais era capitão de mar Manoel Fernandes por patente do mesmo Macedo, datada em Santos a 29 de Janeiro de 1679, levando nelas toda a gente de sua conduta, índios, fabricas minerais de sua alteza, fazendas, mantimentos e tudo o mais necessário.
Pág. 7
Teve três arribadas por contrários ventos e temporais grandes, que levaram ao fundo uma sumaca, sem escapar do naufrágio viva criatura, e três foram de arribada tomar o porto da ilha de Sta. Catharina; e Macedo com as outras três tomou a barra de Santos. Desta vila penetrou por terra a costa do Sul e pelo sertão chegou a ilha de Sta. Catharina. Estando nela recebeu ordem do governador dom Manoel Lobo para ali postar com a infantaria e mais gente de sua conduta aplicando-a à manobra de serrar madeiras e taboados, fazer cal de ostras e fazer carvão, para tudo servir na povoação da Nova Colônia: tudo fez assim executar o dito Macedo. Depois teve segunda ordem do mesmo governador dom Manoel Lobo para embarcar em uma sumaca, e nela ir para a ilha de S. Gabriel.
Embarcado o tenente-general Macedo com algumas pessoas de avultado nome deu velas a sumaca a demandar o Rio da Prata; porém na altura do cabo de Santa Maria, deu a embarcação à costa com uma grande tempestade. Salvou-se miraculosamente o dito tenente-general com 24 companheiros, cada um arrimado a sua tábua, perecendo todos os mais com tudo quanto ia na dita sumaca. Os náufragos que saíram a terra se puseram em marcha a demandar a Nova Colônia. Já por então haviam os jesuítas da missão de Yapejú despedido uma grande tropa de índios armados a ocupar o sertão da costa do Sul, assim como outra tropa de canoas que tinha ocupado a navegação do rio Paraná, pelo justo temor de que de S. Paulo, saía grande socorro a unir-se com dom Manoel Lobo; assim o declara o livro intitulado - Insignes Missioneros de la Compañia de Jesus en la Província del Paraguai Liv. 3º cap. 10.º; posto que é obra jesuíta, como se conhece do estilo dela e da acomodação dos textos sagrados ao seu intento e com o nome de dom Francisco Xarque de Andela. O tenente-general Jorge Soares de Macedo e seus 24 companheiros foram encontrados pela tropa destes índios que a todos aprisionaram e conduziram até a missão de Yapejú, da qual foram mandados para Buenos Aires, onde foram presos no cárcere da fortaleza com sentinelas à vista como consta da carta de patente do mesmo Jorge Soares, citada na margem retro, e entre eles o capitão-mor Braz Rodrigues de Arzam e o sargento-mor Antonio Affonso Vidal ambos paulistas.
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Tendo já o governador dom Manoel Lobo completa a obra da fortaleza da Nova Colônia e cidade do Sacramento teve dela noticias dom José de Garro, cavaleiro da ordem de S. Thiago, governador e capitão general da província de Buenos Aires, que por prevenção tinha pedido de socorros a Dom Filippe Rege Corbalan, governador da província do Paraguai, e ao tenente-general Martim de Garayar, que governava a cidade de Cordova. Por este tempo se achava na cidade de Salta Dom João Dias Andino governador da província de Tucuman; porém os avisos contra dom Manoel Lobo chegaram até ao vice rei do Peru, que então era o exm.º arcebispo de Lima doutor dom Melchior de Linhan. Escreveu também ao superior de todos os jesuítas das missões dos índios o padre Christovam Altamirano; e só a redução de Yapejú, que fica com rio Uruguai 20 léguas antes de Buenos Aires prontificou três mil e trezentos índios de armas, distribuídos em companhias de cem homens, dois mil cavalos em pelo, quinhentas mulas de carga para a condução do trem, e duzentos bois de carretas para puxarem a artilharia que o general Garro quisesse encaminhar com campo inimigo.
Estando pronto um pé de exército capaz de qualquer ação de batalha enviou Garro vários protestos ao governador dom Manoel Lobo, requerendo-lhe desamparasse o sítio que ocupava, por serem as terras dele de el-rei de Castela; e que lhe concederia todos os partidos que propusesse com tanto, que lhe evitasse o rompimento da guerra pelo que lhe oferecia todas as embarcações e víveres necessários para se restituir ao Rio de Janeiro: e que lhe mandaria entregar livres os prisioneiros que já se achavam na cidade de Buenos Aires com o tenente-general Jorge Soares de Macedo. Constante porém o valor de dom Manoel Lobo, se não deixou vencer do terror com que o castelhano lhe representava o seu direito e força de suas armas no corpo do exército com que o ameaçava.
Pág. 9
Desenganado o castelhano de que o português não cedia da constância do seu valor fez pôr em marcha o seu exército à disposição do mestre de campo dom Antonio de Vera Moxica, a cujo valor e perícia militar ficou Garro todas as operações da batalha. No dia 6 de agosto de 1680 se moveu o exército do campo inimigo pela forma seguinte: quatro mil cavalos em pelo sem serem montados de pessoas alguma vinham adiante em um só corpo montuoso; logo atrás três mil índios de armas divididos em três batalhões, que governavam os mestres de campo também índios João de Aguilera, João de Frutos e Alexandre de Aguirre. A retaguarda ocupavam os soldados espanhóis de tropas pagas do terço do mestre de campo Dom Francisco de Gusmão e Tajeda, da cidade de Cordova, ficando na de Buenos Aires dois mil homens de armas para a defender no caso de ficar o exército derrotado e de intentarem os portugueses surpresar a dita cidade, considerando-a menos presidiada. Todos marchavam a pé, porque discorria o mestre de campo Moxica, que empregada a artilharia da fortaleza, ao corpo montuoso e dilatado que formava o numero de 4.000 cavalos avulsos, podiam os índios e soldados espanhóis com presteza militar levar por assalto a dita fortaleza antes que a artilharia dela repetisse a sua segunda descarga. Esse discreto, ou néscio discurso que não é da nossa inteligência aplaudi-lo, ou condená-lo, se distraiu logo, quando os mestres de campo Aguilera, Frutos e Aguirre com os 3.000 índios dos seus terços, começaram a murmurar e a queixar-se de que os levavam a morrer e não a pelejar. E perguntados por que causa apreendiam tão infausto sucesso, responderam que sentindo os cavalos o eco da artilharia e as balas dela, haviam de voltar atrás com tão furioso ímpeto, que atropelariam e poriam em desordem os esquadrões. Julgou Moxica prudentíssimo este temor, e mandou que, retirados os cavalos , marchasse o exército. Chegou este à fortaleza pouco antes de romper a alva, quando a sentinela de um baluarte fez sinal com um tiro de canhão a cujo estrondo foi entrada a fortaleza pelos soldados de dom Ignacio Amandiu pelo mesmo baluarte, onde primeiro mataram a sentinela dele; e acudindo todo o corpo militar da praça avançaram pela parte da cidade os três mil índios dos terços dos mestres de campo já referidos.
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Travou-se entre portugueses e inimigos uma vigorosa disputa de armas assim de fogo, como de balas em funda, maças e outros instrumentos de guerra, de que vinham apetrechados os índios. Neste dia estava enfermo de cama e purgado o governador dom Manoel Lobo, porém as forças do corpo lhe não diminuíram o valor do ânimo. Em viva peleja sustentamos 3 horas largas este assalto com valor e obstinação portuguesa. Entre muitos se faz bem distinto Manoel Galvão, capitão da infantaria da praça do Rio de Janeiro, que montado à cavalo com a espada na mão, feria e matava animando a todos e reforçando por muitas partes os batalhões, até perder a vida. Imitou a seus altos espíritos sua mulher D........ que ao lado de seu marido movia a espada tão ligeira que parecia um raio, e continuou assim ainda depois de o ver morto até que teve a mesma sorte que a de seu esposo. É lástima não declarar-se o nome desta matrona. Perdemos a batalha e a praça, ficando muitos prisioneiros, entre os quais sabemos de dom Francisco Naper de Lancastre, o capitão Simão Farto com 12 soldados da sua companhia, os dois irmãos dom José e dom Luiz Rendon de Quebedo, que até no destino de serem prisioneiros tiveram a sorte de fazer fiel companhia ao governador dom Manoel Lobo, a quem acompanhavam desde a saída de S. Paulo, porque também ficou prisioneiro e foi conduzido para a cidade de Buenos Aires, e metido na mesma prisão em que se achava o tenente-general Jorge Soares de Macedo, e ambos foram mandados passar para a cidade de Cordova, onde se conservaram presos até 9 de Novembro do ano de 1681 em que foram soltos para assistirem a entrega e restituição da Nova Colônia; porém Macedo, querendo passar a Portugal, foi para a cidade de Lima, onde se embarcou nos galeões de Espanha, como consta da sua carta patente de mestre de campo e governador da praça de Santos.
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Dom José e Dom Luiz Rendon se deixaram ficar em Buenos Aires, depois que conseguiram a liberdade pelo trato provisional celebrado entre as duas coroas de Portugal e Castela, a respeito da restituição da cidade do Sacramento da Nova Colônia, que assinou em Lisboa, a 7 de Maio de 1681. Teve efeito esta restituiçãoentregando-se a dita cidade a Duarte Teixeira de Chaves que veio de Lisboa em 1682 com ordem régia para que, logo tomasse posse do governo da capitania do Rio de Janeiro, passasse a Nova Colônia para tomar entrega dela na forma do dito tratado.
Em Buenos Aires, com eleição igual as suas qualidades, casaram os dois irmãos Rendons, e se corresponderam com seu irmão dom Francisco Matheus Rendon em S. Paulo, cujas filhas foram pedidas para passarem àquela cidade a custa dos grandes cabedais que os tios possuíam, se as sobrinhas quisessem abraçar o estado de religiosas em um dos mosteiros daquela cidade. Se nela deixaram descendência, ignoramos." (GP - Título Rendons)
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Os irmãos Rendon de Quevedo são netos paternos de Maria Bueno, filha de Amador Bueno, o "aclamado". Como eu pertenço a famílias curitibanas e catarinenses muito antigas, eu também descendo do mesmo Amador Bueno pelo seu filho Amador Bueno, o moço, participante da grande bandeira contra o Guairá em 1628 e contra os redutos Tape, em 1637. Talvez o Sargento-Mor Antonio Affonso Vidal seja meu antepassado, uma vez que descendo de um Antonio Affonso no litoral catarinense no início do século XVIII. O Sul do Brasil é uma só família nas suas conexões antigas.
Continuamos.
Sempre é bom conversarmos com pessoas qualificadas no assunto, como o amigo Silvino Curado
Saudações e boa noite !
Ricardo
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Silvino Curado
Acesso imediatamente a base das chancelarias e dos documentos através dos Anais da Biblioteca Nacional d Rio de Janeiro. Tem que baixar um programinha DOC_PRO e é uma ferramenta fantástica. Está na página da BN, Tesouros da Biblioteca.
Ao dispor
Ricardo
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Ricardo:
Peço desculpa por só agora lhe responder, mas estive uns dias afastado do computador...
Muito obrigado pelo interessantíssimo documento que me facultou! Também já lhe enviei por mail cópia do tal opúsculo relativo às festas da aclamação de D. José na Colónia do Sacramento. Como lhe dizia no mail, se tiver aceso ao original do documento que me enviou, gostaria de saber se as armas do selo estão suficientemente nítidas para se verificar as características que eu referia (armas plenas de Bivar, com suportes figurando anjos e um canhão, elmo, timbre de Bivares e paquife).
Um abraço,
António Bivar
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Silvino Curado:
Muito obrigado pelas suas preciosas informações! peço desculpa por só agora lhe responder e agradecer, mas tenho estado afastado do computador. Gostaria muito de ter acesso aos seus trabalhos; como poderei adquirir as referidas Actas?
Com os melhores cumprimentos,
António Bivar
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José da Silva Paes
O ESTRUTURADOR
Uma leitura recomendável para o estudo desse tópico é o livro do professor Walter Piazza, “O Brigadeiro José da Silva Paes. Estruturador do Brasil Meridional”.
José da Silva Paes nasceu e foi batizado em 25/10/1679 na freguesia de Nossa Senhora das Mercês, Lisboa, filho de Roque Gomes Paes e de D. Clara Maria da Silva. Neto paterno de Antonio Gomes da Silva e de D Antonia de Villas Boas, naturais de Viana. Neto materno de Sebastião Ribeiro de Teive e de D. Francisca da Silva. Na habilitação do seu processo na Ordem de Cristo constava que o avô paterno foi Piloto de Navios, o que serviria como impedimento, mas lhe foi concedido o Hábito da Ordem de Cristo pelo seu mérito e merecimento, lavrada em 1716. Mérito e competência não dependem de classe. Silva Paes era um quadro técnico e militar extremamente competente, fator fundamental nas suas futuras operações no Brasil Meridional.
No início do século XVIII esteve presente na fronteira com a Espanha, em Olivença e nas operações militares na Beira contra franceses e espanhóis. Em 20 de fevereiro de 1713 foi promovido a Coronel de Engenheiros. Esteve nos Açores em 1720 e logo depois passava a planejar e realizar obras no Rio de Janeiro. No final da década, em 1729, estava de regresso superintendendo obras em Mafra e no sistema de abastecimento de água em Lisboa.
Em 4/1/1735 recebe a Carta Patente de Brigadeiro de Infantaria e segue imediatamente para o Rio de Janeiro. Era Governador do Rio de Janeiro Gomes Freire de Andrada o Conde de Bobadela. Silva Paes trabalhou no aprimoramento das fortificações do Rio de Janeiro. Ainda em 1735 vistoriou as fortificações em Santos. No final de 1735 e início de 1736 organiza o envio de reforços à Colônia do Sacramento. Comanda a expedição de socorro naquela mesma praça e pela primeira vez em uma guerra entre os Portugueses e os Espanhóis, a Colônia do Sacramento resiste a um cerco militar inimigo (detalhes na História Geral do Brasil, Varnhagen – IV, Secção XL). Com os espanhóis tendo levantado o cerco à Colônia do Sacramento, Silva Paes tenta criar mais uma base de apoio portuguesa na região. Analisa a região de Maldonado e não encontra condições estratégicas. Em 19 de fevereiro de 1737 decide fundar o Forte Jesus Maria José na entrada da Barra do Rio Grande, em local ainda despovoado. Será a base da fundação da atual cidade e porto de Rio Grande, marcando o início da colonização portuguesa no Rio Grande do Sul.
Aqui está o grande fato geopolítico da ação de Silva Paes. A Colônia do Sacramento estava muito perto do inimigo e a Espanha era maior e mais forte do que Portugal em termos de capacidade de mobilização militar, no Prata e na Europa. O Rio Grande estaria conectado ao Brasil através de Santa Catarina e das rotas dos tropeiros pelo Planalto das Araucárias.
Em 1738 foi criada a administração da Ilha de Santa Catarina, separada do Rio de Janeiro. Silva Paes é o seu primeiro Governador. Cuida da concepção e das obras das fortalezas da Ilha de Santa Catarina, a pérola do Atlântico Sul. Outra idéia essencial para o Sul do Brasil é o projeto da vinda dos colonos açorianos, tornando o Brasil Meridional com seu clima temperado uma região baseada no povoamento de populações européias. Em 1748 começam a chegar os açorianos, cerca de 6000 mil colonos mudariam o perfil demográfico, cultural e econômico das regiões próximas à Ilha de Santa Catarina nos próximos anos.
Em 1749 Silva Paes recebe o título de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real e desde 20/9/1749 já tinha o soldo dobrado pelos bons trabalhos feitos na América (Decreto 55).
José da Silva Paes fez o seu testamento em Lisboa, em 5 de maio de 1757, modificado em 1758 e em 1760, quando já nem mais podia assinar. Faleceu em 14 de novembro de 1760 na freguesia dos Anjos, Lisboa. Foi sepultado no Convento de Nossa Senhora do Carmo. José da Silva Paes foi casado (8/5/1704 - S. Julião, Lisboa) com D. Máxima Teresa da Silva (ou de Brito), filha de Luís Antunes Viana de D. Antonia Maria de Brito.
Tiveram os seguintes fihos :
1 – Antonia Teresa de Brito. Casada com o Capitão-de-Cavalos Mateus da Cunha Ferreira
2 – Clara Joaquina da Silva Paes. Casada com o Cosmógrafo –Mor Luís Francisco Pimentel
3 – Luís Manoel da Silva Paes. Militar. Esteve na Ilha de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul como Ajudante de Ordens de Gomes Freire de Andrada. Em 1763 era Tenente-Coronel nas ações contra Cevallos, nas cercanias de São José do Norte, ao norte da Barra do Rio Grande. Tornou-se religioso, como consta no testamento do seu pai.
4 – Roque da Silva Paes. Natural de Lisboa, 1717. Militar, serviu na Colônia do Sacramento, Ilha de Santa Catarina e no Rio de Janeiro. Casado com Maria Antonia Coutinho.
5 – Maria Luiza.
6 – José da Silva Paes. Tenete-de-Cavalos. Falecido em 1737.
Escreveu Silva Paes logo após a fundação de Rio Grande : “estou tão firme em que o Rio Grande é tanto melhor para se conservar que Montevidéu, e ainda a Colônia que se pusesse em questão e fosse preciso largar este ou aquele presídio, votara se devia largar aquele para conservar e adiantar este” (Carta de Silva Paes a Gomes Freire em 20/08/1737. Nessa passagem está toda a doutrina geopolítica brasileira para as fronteiras meridionais ! A nossa diplomacia defenderá esse princípio desde o Tratado de Madri, em 1750, com Alexandre de Gusmão. Os fatos confirmariam esse princípio histórico. A atual população do Rio Grande do Sul é de dez milhões de habitantes, enquanto que o Uruguai só tem três milhões ! Ocupada a Barra do Rio Grande e a orla atlântica do Rio Grande do Sul, inevitavelmente o Oeste do Rio Uruguai e os antigos Sete Povos Tape-jesuíticos cairiam na nossa influência, pela guerra, sempre que necessário. A visão de Alexandre de Gusmão ao trocar a Colônia do Sacramento pelos Sete Povos foi uma decisão acertada e consolidaria as nossa fronteiras com os povos de língua espanhola. Poderia se ter definido isto em 1750, mas as sucessivas guerras só acabariam na Bacia do Prata em 1870, depois da Guerra do Paraguai, que também começou com a intervenção brasileira no mesmo Uruguai ! Perdemos a Guerra da Cisplatina em 1828 porque o Imperador D. Pedro I não queria (ou não houve tempo para) criar um Exército Nacional com brasileiros e andou contratando uns vagabundos mercenários irlandeses e alemães, que acabaram se revoltando no Rio de Janeiro em 1828 e tiveram de ser canhoados. Quando o Império criou um Exército composto pelos brasileiros e comandado por talentos brasileiros (meus parentes, aliás é difícil algum brasileiro antigo no Centro-Sul não ser meu parente!) como o Duque de Caxias, o Conde de Porto Alegre e muitos outros, entramos sempre que foi necessário no Prata e não perdemos mais nenhuma guerra por lá. Pela primeira vez marchamos sobre Buenos Aires na deposição de Rosas, marchamos em Salto, Paysandú, Montevidéu e em Assunção na defesa do Brasil, coisa que nunca conseguimos no período colonial. O Brasil procurou manter a estabilidade, a integridade territorial, a paz e o fim dos caudilhos assassinos nos países do Prata ao longo do século XIX. Até mesmo alguns gaúchos do Rio Grande do Sul não nos eram de confiança e tivemos que talhar–lhes os campos durante dez anos na Farroupilha, de 1835 até 1845, até os acalmarmos com o bravo Caxias. As preocupações de D. Pedro I eram fundadas, em 15 de novembro de 1889 o Exército Brasileiro, composto por muitos veteranos do Prata, derruba a monarquia e inaugurava a República. Era o fim definitivo das guerras no Prata.
Abraços e Bom Domingo !
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Meu caro António Bivar
As Actas devem estar disponíveis na Comissão Portuguesa de História Militar, no Palácio da Independência, no Largo de S. Domingues (ao Rossio). São livros grossos que tratam de vários assuntos que podem não ter interesse para si. Os meus trabalhitos estão disponíveis para consulta, em separata ou em fotocópia, por exemplo, nas bibliotecas da Sociedade de Geografia e do Arquivo Histórico Ultramarino. Mas se tiver dificuldade indique-me o seu contacto de acordo com as regras do Genea.
Grato pelo interesse, envia saudações o
Silvino Curado
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RE: José da Silva Paes
Caro Ricardo Oliveira
Comungamos na admiração por Silva Pais e felicito-o por ser descendente de vultos tão importantes na História do Brasil. Parabéns pelo entusiasmo patriótico que põe nas suas análises. Pareceu-me estar a ouvir o Hino "...Pátria amada, Brasil!"
Suponho que o Tratado de 1750 não se pode limitar à Colónia e aos 7 Povos das Missões. Estava em jogo toda a aceitação, por parte da Espanha, da expansão para Oeste e o domínio exclusivo do Amazonas. Gusmão, arrancado do esquecimento por Jaime Cortesão, entendeu que era necessário ceder no Prata. Já Pombal temeu ceder a Colónia e não receber as Missões.
Se as decisões de Portugal seguissem apenas a racionalidade da dimensão e do potencial relativo não teria ousado como fez com acertos e com erros.
Sobre Silva Pais apenas duas curiosidades. Tendo sido um heróico engenheiro na defesa e ataque a Praças, fez parte do Exército do Marquês das Minas que entrou em Madrid. Na Guerra da Sucessão foi sendo promovido de capitão a coronel.
Antes de seguir para o Brasil dirigiu a construção, em apenas nove meses, no descampado de Vendas Novas, de um palácio para nele pernoitarem as comitivas e as Princesas trocadas na fronteira. Dona Bárbara de Bragança, futura Raínha de Espanha, viria a ter influência decisiva na criação de condições para a celebração do Tratado de Madrid e Dona Mariana Vitória, futura Raínha de Portugal, correu a Espanha, depois do desastre de Santa Catarina, para se restabelecer a paz e criar condições para o Tratado de Santo Ildefonso.
E é tudo por hoje. saudações do
Silvino Curado
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Meu Caro Silvino Curado:
Mais uma vez muito obrigado pelas indicações; procurarei encontrar os trabalhos e aproveitarei para conhecer finalmente o Arquivo Histórico Ultramarino. De qualquer maneira, aqui fica o meu mail:
abivar arroba sapo ponto pt
Um abraço,
António Bivar
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RE: José da Silva Paes
Caro Silvino Curado
Agradeço por mais essas interessantes informações. Eu gosto muito do Brasil e da sua (nossa)história ! É preciso saber viver e conhecer o Brasil, terra fantástica e maravilhosa para os que se garantem.
Melhores saudações
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros Confrades
Obrigado pelas vossas palavras elogiosas.
Jorge A Soirefmann escreveu; “Recentemente foi lançado aqui um excelente livro sobre o assunto, o qual, se lhe interessar posso procurar o título, autor, editora, e posteriormente informar”
- não só eu, mas grande parte de nós gostaríamos certamente de saber, aguardamos com expectativa a sua resposta.
Ricardo de Oliveira escreveu; “Neste dia estava enfermo de cama e purgado o governador dom Manoel Lobo, porém as forças do corpo lhe não diminuíram o valor do ânimo. Em viva peleja sustentamos 3 horas largas este assalto com valor e obstinação portuguesa. Entre muitos se faz bem distinto Manoel Galvão, capitão da infantaria da praça do Rio de Janeiro, que montado à cavalo com a espada na mão, feria e matava animando a todos e reforçando por muitas partes os batalhões, até perder a vida. Imitou a seus altos espíritos sua mulher D........ que ao lado de seu marido movia a espada tão ligeira que parecia um raio, e continuou assim ainda depois de o ver morto até que teve a mesma sorte que a de seu esposo. É lástima não declarar-se o nome desta matrona.”
– Lanço o repto a todos para que se encontre o nome dessa Grande Senhora, para que se possa divulgar o feito que a todos nós engrandece e o grande exemplo para os dias de hoje, tão avessos a demonstrações de sacrifício, abnegação e valores. Afinal de contas a necessidade de relançarmos a Honra ... “a heroína Senhora D. ...morta ao lado do seu Marido também morto em combate, combatendo pelo ... Rei e pelo Sonho” Colónia do Sacramento a 7 de Agosto de 1680.
Cumprimentos do,
José de Azevedo Coutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro José de Azevedo Coutinho
O nome da esposa do Capitão Manuel Galvão consta como D. Joana em alguns livros, como coloquei acima. Seria realmente muito interessante descobrir a família dessa Matrona de Marte !
Cumprimentos
Ricardo Costa de Oliveira
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros José de Azevedo Coutinho e Ricardo Oliveira
Suponho que a obra fundamental sobre os primeiros tempos da Colónia (até 1705), publicada em Portugal, continua a ser a tese de doutoramento do Prof. Luís Ferrand de Almeida, "A Colónia do Sacramento na época da Sucessão de Espanha", publicada em Coimbra, em 1973. Também nela se afirma que a esposa do capitão Manuel Galvão era D. Joana Galvão. Remete em nota para "Efemérides Brasileiras" do Barão do Rio Branco (pp. 366-367), onde são transcritos dois relatos, um em castelhano e um em francês (este segundo informações dos jesuítas das Missões), que confirmam a heroicidade da mulher que se recusou a render-se como lhe pediam os espanhóis. E o Barão conclui: "Em 1828, um pequeno corsário brasileiro, armado na Colónia, recebeu o nome de D. JOANA GALVÃO. Foi a única e passageira homenagem prestada por nós a essa heroína".
Quanto à família, têm a palavra os ilustres genealogistas que dão vida a este interessante Forum.
Disponham. Saudações do
Silvino Curado
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Relativo aos Lobos de Lacerda – Casa de Sabrosa
Manuel Botelho de Lacerda, coronel de Infantaria e Governador da Praça da Nova Colónia do Sacramento, casou duas vezes:
1ª com D. Isabel de S. Tomás, filha de Alexandre Freire, sem geração.
2ª com D. Arcângela Maria de Vasconcelos, filha de Francisco Mendes Galvão, Governador da Ilha das Cobras no Brasil e de sua mulher D. Mariana Josefa de Vasconcelos.
Filhos: Constantino, Inácio Manuel, José; João e Joana Rita.
Talvez haja alguma relação entre o “nosso” Manuel Galvão, capitão e Francisco Mendes Galvão, governador ?
JACoutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Meu caro José de Azevedo Coutinho
Não encontrei Manuel Botelho de Lacerda na lista dos Governadores da Colónia do Sacramento incluida na História Geral do Brasil de Varnhagen. Agradeço indicação da fonte donde retirou a informação.
Saudações do Silvino Curado
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Meu Caro Silvino Curado
Espero que esteja bem.
Estas informações, retirei–as de “Fidalgos e Morgados de Vila Real e seu termo” de Júlio Teixeira.
Estou igualmente na “pista” de um Manuel Rodrigues Galvão, que talvez possa ser o “nosso”, no Arquivo Militar do Exército. Vou ver se lá consigo dar um salto quinta-feira, apesar de já ter feito a solicitação da “caixa” há cerca de 15 dias !
Estou a tentar também identificar, António Pereira de Castro, major que serviu no Brasil cc Maria Joaquina Pereira de Barros. Penso que foi pedido do nosso Ricardo de Oliveira, não tenho bem a certeza !
Um abraço do,
JACoutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros Amigos
Continuo acompanhando com interesse o debate. Não fui eu o interessado no Major Antonio Pereira de Castro ! Deve ter sido outro colega que solicitou !
Um abraço
Ricardo
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caríssimos:
Agum dos experts desta fase histórica teria informações sobre os ascendentes do Coronel Francisco de Paula de Avellar Cabrita?
Coronel Francisco de Paula de Avellar Cabrita
* Lagos, Algarves, __/__/____
+ Rio de Janeiro (RJ), 22/10/1846
Lutou na Guerra Cisplatina, com Lécor.
Foi casado com Polonia de Villagran
* Montevidéu, 1787
+Rio de Janeiro(RJ), 08/07/1877
Esta era filha de Marcelino Villagran e de Juana Olivier
Apenas descobri que era filho de Nazário Licerio Cabrita (major), casado com Efigênia Raimunda de Castro.
Meu interesse se deve a ser ele o pai do coronel João Carlos de Villgran Cabrita, patrono da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro, de quem estou preparando trabalho histórico-genealógico.
Grato antecipadamente pelo que puderem me ajudar,
Atenciosamente,
Luiz Alberto da Costa Fernandes
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Luiz Alberto da Costa Fernandes
O Regimento de Infantaria nº 2 de Lagos.
O decreto do Príncipe Regente, datado de Queluz a 19/03/1806, atribuiu o nº 2 ao regimento d’ Infantaria, que existia na cidade de Lagos.
Este regimento, saiu a 05/08/1808, a auxiliar a restauração da capital, até que terminou a guerra Peninsular, regressando a Lagos e aí permanecendo até 06/10/1832, data que saiu definitivamente desta cidade.
Foi Cadete Granadeiro, Francisco de Paula Cabrita, sendo Tenente seguiu para Montevideu e lá ficou.
De acordo com a “Monografia de Lagos” de Manuel João Paulo Rocha, 1909.
Talvez consiga algo mais...
Cumprimentos.
J Azevedo Coutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Regimento d’ Infantaria nº 2, continuação.
A ordem do exército de 30/05/1815, criou uma divisão de tropas com o nome de – Voluntários Reais do Príncipe, a qual era destinada ao rio da Prata. Havendo oferecimento de um posto d’acesso para os oficiais, oferecerem-se do regimento d’ Infantaria nº 2, o tenente João d’ Azevedo Zuzarte, os alferes Henrique Luíz da Fonseca Alvarenga, António Silvestre de Sousa, Francisco de Paula Cabrita e quatro sargentos. Estes com 5 cabos, 5 antepassas e 73 soldados formaram o contingente oriundo do nº 2 na referida divisão.
Os voluntários, saíram de Lagos no dia 16/06/1815, chegaram a Lisboa no dia 29 e embarcaram para o Rio de Janeiro a 15/02/1816, sob o comando em chefe do tenente general Carlos Frederico Lecor.
Espero poder ter algo mais nos próximos dias...
JACoutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Prezado J. Azevedo Coutinho:
Muitíssimo grato por estas suas informações! Há mais de 2 anos que procuro informações sobre os ascendentes e sobre o próprio Francisco de Paula Cabrita até agora, sem sucesso.
Graças ao prezado, acho que conseguiremos remontar, pelo menos parcialmente, este intrincado e empolgante quebra-cabeças histórico e genealógico!
Ficarei muito grato com quaisquer informações outras que o prezado venha a enviar-me referentes ao dito ou aos ascendentes dele.
Mesmo que não me consiga nem mais uma linha, já lhe sou imensamente devedor por estas animadoras informações.
Muitíssimo grato,
Luiz Alberto da Costa Fernandes
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Luiz Alberto da Costa Fernandes
Encontrei o “nosso” Francisco de Paula Cabrita no Arquivo Militar do Exército, em Lisboa. Ao ler os assentos “senti” o Homem, posso-lhe garantir que não foi feliz em Portugal e que se encontrou e realizou na sua plenitude como Homem, em Terras de Montevideu e do Brasil...
Acredito que tenha sido relacionado, com o aspecto de se encontrar politicamente “do lado errado”, nessa fase de acontecimentos da nossa Nação ! No seu Regimento o nº 2 de Lagos, todos os Cabritas presentes, menos eventualmente Manuel Viegas Cabrita, que deveriam ser parentes, foram apoiantes de D. Miguel, nomeadamente:
Simão Francisco Cabrita, Cadete de Caçadores. “Desligado do serviço militar por ter sido ajudante do guerrilheiro Remechido (Miguelista) e ter auxiliado o mesmo no cerco de Lagos.
José Anacleto Cabrita, Alferes da 2ª Companhia. Era capitão quando foi desligado do serviço militar por ter seguido o partido de D.Miguel.
Na nossa época, a exigência dos escribas da história, naturalmente em conformidade com os ambientes épicos têm a tendência de não “molestar” a aura dos “eleitos”. Na antiguidade clássica, os Deuses tinham fraquezas “humanas”, portanto o pedestal era por vezes posto em causa...
Nascido em Lagos, a Junho de 1783.
Sendo o Pai também natural de Lagos, de nome Macário / Nacario ? Licério ? Cabrita.
Em Portugal foi solteiro.
Folha de Serviços e referidos Postos:
Assentou Praça de menor em 13/06/1795, sendo reconhecido Cadete em 13/06/1800. Iniciando o serviço em 21/06/1800.
Alferes em 5/02/1810, por decreto de 10/01/1810 e ordem de dia do Marechal conde de Trancoso.
Capitão em 22/01/1818.
Fez a Campanha de 1801, penso que tenha participado na “Guerra das Laranjas” com Espanha. Da ofensiva Espanhola relâmpago em Maio, resultou na perca nossa de Olivença.
Fez a Campanha da Guerra Peninsular de 1808 a 1813.
Foi ferido gravemente em 30/07/1813 na batalha dos Pirinéus, tendo permanecido 11 meses de convalescença em Espanha.
Assento de 16 de Novembro de 1809
Regimento nº 2 de Lagos em Tomar.
Disposição Física e Saúde: Não é boa, porque se encontra continuadamente no Hospital com mal venéreos.
Conduta Civil: Não tem sido boa, acompanhando sempre companhias de ruim carácter e má conduta.
Conduta Militar: Dá-se pouco ao respeito, é muito insubordinado.
Aplicações aos estudos: Nenhuma.
Juízo que faz dele o Coronel (António Hipólito da Costa):
Este Cadete para nada serve ao serviço, pelo seu comportamento irregular.
Assento de 02 de Janeiro de 1815
Regimento nº 3 ou 5 em Elvas.
Disposição Física e Saúde: Tem saúde e é robusto.
Conduta Civil: Não é a mais regular.
Conduta Militar: Não tem a melhor subordinação.
Aplicações aos estudos: Conhece um pouco as ordens do dia.
Aplicação ao Serviço: Faz o que se lhe ordena sem préstimo.
Juízo que faz dele o Comandante (Avilez):
Nunca poderá ser bom este oficial, por não lhe interessar nada o Serviço.
Assento de 04 de Maio de 1815
Regimento nº 2 em Lagos
A escrita é de difícil entendimento, dá no entanto para verificar que a informação do oficial comandante, tece elogios a Francisco Cabrita...!
Verifica-se que quatro meses atrás ainda é considerado um mau oficial e 26 dias mais tarde é criada a tal divisão de Voluntários Reais e nela incorporado. Pela portaria de 22, ordem do dia de 24 de Junho de 1815.
Sob o comando de Carlos Frederico Lecor seguem para o Rio de Janeiro a 13/02/1816.
Pode-se chegar a determinadas conclusões.
Assento de 01 de Janeiro de 1819
2º Batalhão de Caçadores da Divisão de Voluntários Reais d’El Rei
Quartel da Capilla de Mercedes (Uruguai?)
Disposição Física e Saúde: Muito boa, robusto e forte, capaz de exercícios violentos que faz de uma livre vontade.
Conduta Civil: Sem nota.
Conduta Militar: Mostra zelo na disciplina da sua companhia e respeito aos superiores.
Aplicações aos estudos: Ao regulamento e ordens.
Aplicação ao Serviço: Satisfaz os deveres do seu cargo
Juízo que faz dele o Comandante (Francisco de Paula Rosado / Riscado ?):
Este Capitão é cuidadoso dos seus deveres e dá esperanças.
Recebe também elogios do Major João Carlos de Saldanha.
Assento de 01 de Janeiro de 1821
2º Batalhão de Caçadores da Divisão de Voluntários Reais d’El Rei
A mesma descrição anterior.
Com o mesmo juízo do comandante.
Francisco Cabrita, apresenta a idade de 37 anos e 6 meses. Casado e com dois filhos Varões.
Em 1822 dá-se a independência do Brasil.
Encontrei curiosamente uma carta endereçada ao marquês de Tancos pelo Coronel de Infantaria do 2 de Lagos, Francisco Nunes de Andrade, a 6 de Setembro de 1829, que tinha sido incumbido pelo referido marquês de saber do paradeiro do Alferes Francisco de Paula Cabrita. Segundo o Coronel, constava que tinha ficado em Montevideu.
Já agora tinha todo o interesse em saber o que foi feito do paradeiro, que nos explicasse em breves linhas qual foi o destino desse nosso Homem do Algarve.
Cumprimentos do,
José de Azevedo Coutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Prezado José de Azevedo Coutinho:
Que interessantíssimas as informações que descobriu o confrade!
Achei genial! Como mudam os humores com o decorrer do tempo!
Ainda bem, que, no caso do "nosso" Francisco de Paula Cabrita, a mudança na vida dele se deu da água para o vinho... e não o contrário!
Muito grato por toda esta sua atenção no resgate destes dados históricos, que, creio eu, sejam inéditos para todo o conhecimento até então conhecido do Francisco de Paula Cabrita!
Não poderia por meu lado lhe responder, complementando com dados de memória ou vagas lembranças.
A atenção que me dispensou deve e tem de ter em contrapartida, senão a erudiçào e conhecimento do confrade, o que me seria impossível, pelo menos a confiabilidade e referências das fontes de informação, para continuarmos a história, com o que descobrimos do Francisco, deste lado de cá do Atlantico.
Terei que separar as informações - que infelizmente não serão enormes, nem muito profundas - mas pode estar certo, foram procuradas e obtidas por mim, como se o Francisco parente querido fosse.
Estarei respondendo o mais tardar amanhã, deixando patente meus profundos agradecimentos mais uma vez!
Acho interesssantíssimas estas vidas que se dividiram no dois países, muitos voltando, muitos continuando nas novas terras. Novas vidas, novas esperanças.
A propósito, cito uma frase que muito tem a ver com o que estamos tratando:
"O pior mal não é poder o homem estar no horizonte que vê, embora, se lá estivesse, desejasse estar no horizonte que é"
José Saramago em "O ano da morte de Ricardo Reis"
Breve seguirá a continuação da vida do nosso Francisco!
Prezado: muito obrigado, mais uma vez!
Luiz Alberto da Costa Fernandes
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Prezado José de Azevedo Coutinho:
Conforme prometido, passo a transcrever os dados que consegui obter no Rio de Janeiro do "nosso" Francisco de Paula de Avellar Cabrita. Os dados não se referem só a sua vida no Brasil mas também à vida militar dele, ainda em Portugal. Os dois trabalhos: seu levantamento de dados e o nosso, se complementam muito bem. As diferenças notadas não sào de grande monta e aceitáveis, necessitando apenas que os interessados (nos quais me incluo) façam uma análise, ajustando as informações obtidas nas diferentes fontes.
Coronel Francisco de Paula de Avellar Cabrita
Resumo dos documentos e das informações neles contidos, referentes ao Coronel Francisco Carlos de Avellar Cabrita, obtidos no Rio de Janeiro, Brasil, no:
Ø Arquivo Nacional do Rio de Janeiro (AN);
Ø Arquivo Histórico do Exército(AHEx);
Ø Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – Rio de Janeiro (IHGB);
Ø Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro (Cúria/RJ)
Francisco de Paula de Avellar Cabrita
* Lagos, Algarve (PT), __/__/1780
+ Rio de Janeiro, RJ (BR), 22/10/1846
Filho do major Nazario Licerio Cabrita
e de Efigênia Raimunda Claudiana de Castro
Casado na Catedral de Montevidéo, 16/03/1820, (então Província do Brasil), com
Polonia de Villagran
* Montevidéo, __/__/1787
+ Rio de Janeiro, RJ (BR), 08/07/1877
No Arquivo Historico do Exército (BR), obtivemos as seguintes informações:
AHEx - Documento 1
Requerimento de Francisco de Paula d’Avillar Cabrita – ten-cel reformado
Nascido em 1780
Data de praça: 10/06/1795
Inatividade:Decreto de 05/03/1838
“Tendo servido mais de 43 anos sem nota e achando-se Tenente Coronel Graduado de 1ª Linha, foi reformado por Decreto de 5 de março do corrente ano [1839] na conformidade do artigo 2° da Lei n° 41 do Quadro do Exército, como mostra pela fé de ofício que tem a honra de apresentar ...”
“Requerimento em Rio de Janeiro, 11 Abril de 1839”
“Thomaz Antonio da Silveira, Official da Imperial Ordem do Cruzeiro, Cavalleiro da de Christo, Coronel de Infantaria, Addido ao Estado Maior do Exercito e Comandante de 2ª Classe dos Officiaes Avulsos”
“ 12 de Abril de 1839”
“Certifico que revendo o Livro Mestre, nelle as folhas 8 se acha o assento do theor seguinte:”
“Francisco da Paula d’Avillar Cabrita, nasceu em 1870, natural de Lagos,
Assentou praça e jurou bandeira no 2° Regimento de Infantaria em 10 de junho de 1795;
Reconhecido cadete em 13 de Junho de 1800
Alferes em Janeiro de 1810.
Tenente por portaria de 22 de Junho de 1815.
Capitão por despacho de 22 de Janeiro de 1818,
Major no 1 de Dezembro de 1824,
Tenente Coronel Graduado em 12 de Outubro de 1825.
“...
“Sendo Alferes do 2° Regimento de Infantaria passou a
Tenente para o Quarto Batalhão da Divisão de Voluntários Reais d’ElRey,
Capitão para o Batalhão de Caçadores da dita Divisão e
Major para o Departamento de ____ ???____ [doriano?, doniano?]
“Consta ter feito as Campanhas de Peninali [?] de 1801 e a de 1808 na Batalha de Pamplona [?} em 30 Jun 1813 e
na Banda Oriental do Rio da {Ponte?, Prata?} desde 1816 até 1822, assistindo à acção do Indiomorto[?]”
“Principiou a nova campanha de 1825 na defesa da __???___ [Povoação ?] de Mercedes, desde 22 d’abril até 16 d’outubro de 1825 e achou-se na defesa das praças sitiadas pelo inimigo de Colônia de Sacramento e Monte Vídeo athe 31 d’outubro de 1828 quando se recolheu a esta Corte por Ordem de S.M. Imperial.”
“Adheriu à Sagrada Cauza do Brasil logo que se proclamou a Sua Independência e jurou a Constituição do Império. Foi julgado para serviço passivo no dia 14 pela Junta de Saúde como consta no oficio de 15 de Novembro de 1836.”
“Passou a comandar a 3ª Classe durante o impedimento do actual comandante o que foi comunicado por oficio de 7 de Janeiro de 1837. Deixou o Comando interino da 3ª Classe em cumprimento ao oficio de 28 de Abril de 1837. E para constar mandei passar a presente em virtude do oficio de S.Exª o Sr. Marechal de Campo Graduado Comandante das Armas de 9 de Março de 1839 == Reformado na conformidade da lei n° 41, art. 2 e por Decreto de 5 de Março de 1839 como foi publicado na Ordem do Dia de 07 de Março de 1839 comunicada em oficio de 07 de Março de 1839== Assinei esta e selei com o signete da Classe
Rio de Janeiro, 11 de Março de 1839
Thomaz Antonio da Silva
Fim do documento 1 do AHEx.
______________________
Documento 1 da Cúria/RJ
Falecimento de Francisco de Paula de Avellar Cabrita
Rio (Óbitos, S. José, L 4 , 55)
“Aos 22 do mês de Outubro de 1846 nesta Matriz de S. José do Rio de Janeiro, faleceu com o sacramento de Extrema Unção o Coronel Francisco de Paula Cabrita que era casado com Dª Polônia Cabrita.”
“Foi encomendado em casa pelo Reverendo Parocho e Sacristão e [Sacerdote?] pelos mesmos acompanhado em cohe para a Igreja dos Religiosos de Santo Antonio onde jaz sepultado envolto nas vestes militares, de que fiz este assento”
O Coadjutor José Homem de Almeida
23 Outubro de 1846
Matriz de São José.
Fim do documento 1 da Cúria/RJ
__________________
AN – Documento 1
[Cx 77, L 5, fl 1 - 7-6-1816] Decretos Gerais – RGM - Col. XV- Fichário 66
Francisco de Paula Cabrita – ten.
Decreto fazendo-lhe mercê do Hábito de Cristo
Com 12$000 de Tença efetiva
Palácio do Rio de Janeiro 7-6-1816
“Querendo honrar ao Capitão José de Vasconcellos, aos Tenentes José Fernandes dos Santos e João Teixeira de Macedo do segundo Batalhão de Voluntários Reaes d ElRey.. e ao Tenente Francisco de Paula Cabrita, do segundo Regimento de Infantaria do mesmo corpo que, tiveram a honra de fazerem a Guarda a minha Real Pessoa na Praia de São Domingos: Hei por bem fazer-lhes Mercê do Habito da Ordem de Christo, com doze mil reis de Tença Effectiva. Palácio do Rio de Janeiro em sete de Junho de mil oitocentos e desesseis == com a Rubrica D El Rey Nosso Senhor.
AN – Documento 2
[Cx 78, L 10, fl 172, 12-10-1825] - Decretos Gerais – Col. XV Fichário 66
Francisco de Paula Cabrita – Maj.
Decreto nomeando-o [e a outros numa lista] Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro.
Ass. por José Ignácio da Cunha
AN – Documento 3 – [Col. 138 L 2, fl 30v– Rio 17-9-1839]
Francisco de Paula de Avelar Cabrita
“Certifico que examinando-se os Livros da extinta Secretaria do Registro Geral das Mercês que tiverão principio em 6 de Julho de 1808, e que em cumprimento da Lei forão transferidos para esta Secretaria de Estado dos Negócios do Imperio, nelles se não achou registro de Mercê alguma que tivesse sido feita ao Coronel Reformado Francisco de Paula d’Avillar Cabrita.
E dos livros de Registro da mesma Secretaria de Estado consta que o dito Coronel Reformado Francisco de Paula de Avillar Cabrita obtivera somente a Mercê do Habito da Ordem de São Bento de Aviz por Decreto de 7 de Junho de 1816, que se acha registrado a f l do L° 5 de Decretos. Por ser verdade o referido foi passada a presente que assigno e fica registrada no Livro competente. Rio de Janeiro em 17 de Setembro de 1839 – Antonio José de Paiva Guedes de Andrade.”
_______
Prezado: é o que possuia a respeito.
Espero que estes dados que ora envio lhe sejam úteis e que lhe dêem tanta satisfaçào quanto a que tive com os que me enviou.
Muito grato, mais uma vez, o carioca
Luiz Alberto da Costa Fernandes
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Meu Caro Luiz Alberto da Costa Fernandes
Foi um prazer.
Não tenho qualquer interesse pessoal, a não ser a defesa dos nossos valores Históricos que nos “Identificaram”, e que nos ligarão sempre no futuro, espero.
Pessoalmente, com um ano de inicio de vida no Brasil (1975/1976), no Rio de Janeiro, e os doze ...fora, mas dentro do Brasil, sempre me senti Carioca...
Um abraço do,
José de Azevedo Coutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros Luiz Alberto da Costa Fernandes, Ricardo Oliveira e demais Confrades.
Infelizmente não encontrei nada sobre Manuel Galvão, agradecia desde já os vossos préstimos junto dos arquivos Militares e ... outros do Rio de Janeiro, no intuito de resgatarmos a sua memória e da sua mulher e heroína Joana Galvão.
Um abraço do,
José de Azevedo Coutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Rio de Janeiro
Colocando lenha na fogueira:
Tenho alguns papeis soltos, para futuras organizações genealógicas, em pastas da COLÔNIA do Sacramento, com pequenas anotações, que indicam:
O segundo casamento, de Manuel Botelho de Lacerda, mestre de campo de infantaria, natural de Santa Maria de Murça de Panóia, Braga, deu-se por volta de 1728, com a dita Arcângela Maria de Vasconcelos, natural do Rio de Janeiro (Sé).
Aqui utilizei a indicaçãoi de segundo casamento, devido aos dados de JACoutinho, no entanto, não tenho referências a existência do primeiro casamento.
1718 - No ano de 1718, foi batizado Rita (I), filha de Manoel Botelho de Lacerda. Estrano esta indicação, levando em conta os dados de JACoutinho, de que Botelho de Lacerda não teve filhos do primeiro casamento. Apenas tenho a indicação, onde não consta o nome da mãe.
1727 - Tenho umas notas em que diz que no ano de 1727, foi batizado Antonio, escravo, filho de Rosa, escrava de Manoel Botelho de Lacerda. No mesmo ano, em dia diferente, batizou-se outro Antonio, escravo de Manoel Botelho de Lacerda.
1728 – No ano de 1728, foi batizado na Colônia, Constantino, filho de Manoel Botelho de Lacerda. Constantino, foi Constantino Lobo Cabral de Lacerda, casado antes de 1762, com Ana Joaquina de São José, naascida a 14.07.1745, na Colônia.
1729 (antes de) – Antes do ano de 1729, nasceu Rita Joana da Trindade, natural da Colônia, filha de Manuel Botelho de Lacerda. Deixou geração do seu casamento, antes de 1743, na Colônia, com João Burristh, natural de Londres, e batizado católico, adulto, na Colônia, a 24.06.1741.
1733 - No ano de 1733, foi batizado Caetana, escravo, filho de Rosa, escrava de Manoel Botelho de Lacerda.
1735 - No ano de 1735, foi batizado Rita (II), filha de Manoel Botelho de Lacerda. No mesmo ano, em dezembro, batizou-se Inácio, também filho de Manoel Botelho de Lacerda
1738 - No ano de 1738, foi batizado Ana, filha de Manoel Botelho de Lacerda.
1740 - No ano de 1738, foi batizado Valentina, filha de Manoel Botelho de Lacerda.
1741 - No ano de 1741, foi batizado Antonio (I), filho de Manoel Botelho de Lacerda.
1742 - No ano de 1742, foi batizado Antonio (II), filho de Manoel Botelho de Lacerda.
1744 - No ano de 1744, foi batizado José, filho de Manoel Botelho de Lacerda.
1747 - No ano de 1747, foi batizado João, filho de Manoel Botelho de Lacerda.
1750 – No ano de 1750, aparece citado o nome de Teresa Sebastiana, filha de Manoel Botelho de Lacerda, que teria nascido por volta de 1731.
Meus cumprimentos
Cau Barata
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Prezado Sr. José de Azevedo Coutinho.
Sou apenas uma professora de 1º. grau aposentada, mas muito interessada nas coisas de Santa Catarina. Quando o Sr. se refere ao tópico"1658 - Criação de São Francisco atualmente Joinville, SC", acredite, houve algum engano. Vamos por parte. A Primeira Freguesia de Santa Catarina chamava-se Freguesia do Rio de São Francisco e era eminentemente povoada por portugueses . A colônia Dona Francisca atualmente cidade de Joinville, já é muito mais recente pois foi criada para abrigar imigrantes alemães. Sendo a primeira colônia a ser criada para abrigar estes imigrantes europeus, a Colônia Alemã de São Pedro de Alcântarade origem alemã só foi criada em 1828, e só em 1º. de março de 1829 se deu a fixação de seus primeiros moradores, a Colônia Dona Francisca(Joinville)acontece tempos depois.
Desculpa por minha intromissão, mas penso que podemos sempre contribuir com fatos que temos conhecimento, para engrandecer a história do nosso país. Atenciosamente.
Maria Helena.
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Estimada Maria Helena
Obrigado pelo seu esclarecimento.
Tenho o maior respeito pelos bons professores primários. A importância deles para a formação do ser humano, portanto social, é superior a quaisquer outros, incluindo universitários.
Pelas suas mensagens, acredito estar na presença de uma verdadeira professora, certamente com um contributo bem acima da média, bem haja.
O seu sobrenome Luz, lembra-me origens Algarvias, Açoreanas ou da Beira Litoral, será?
Tenho uma filha cujo avô materno era Catarinense, de apelido Antunes Gulart, bem Açoreano...
Os melhores cumprimentos,
José de Azevedo Coutinho
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Senhor Coutinho. Agradeço suas elogiosas palavras. Também acho que os primeiros mestres são os alicerces de nossa vida. É claro que não fiquei só com o diploma de normalista, Sou formada em Pedagogia e muito interessada em História. Se não fosse tão velha (beirando os sessenta) iria fazer uma pós graduação em história que tivesse ligação com genealogia. Quanto ao sobrenome Luz ele é do meu marido e é Gonçalves da Luz. Sobre esta família nada encontro . Só sobre dados da família no Brasil. Cheguei até em Manoel Gonçalves da Luz nascido por volta de 1776 e falecido em 1856, na Vila de São Miguel da Terra Firme, Capitania de Santa Catarina. Fiz toda a sua descendência mas não sei de onde ele era. Quanto aos Gulart, também encontro Goulart, já encontrei muitos nomes nos arquivos eclesiásticos. Até uma outra oportunidade. Um grande abraço. Maria Helena.
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro JA Coutinho.
Por falta de conhecimento na história militar Brasil/Portugal e lendo com detalhe cada palavra que se encontra em todos os tópicos deste fórum sobre a Colônia Sacramento, gotaria de lhe fazer uma pergunta. Como faço o estudo sobre a descendência de João Capristano do Rego, e como em todos os documentos ele é citado no Arquivo Eclesiático de Santa Catarina como militar e encontrei-o com os postos de alferes, Tenente-Coronel, Capitão-Major (por ocasião do casamento de seu filho Joaquim Tibério Capistrano (aqui o sobrenome já difere do de seu pai no registro de seu batismo em Beja), o Sr. saberia dizer-me em que situação o senhor acha que ele veio para Santa Catarina. Acredito que chegou aqui como militar. Ele não veio nesta tropa que saiu de Lagos em em 16.06.1815. Sua vinda é anterior.
Grata por poder ler estas peças culturais de história aqui no fórum, aguardo sua resposta.
Maria Helena.
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Prezado Ricardo de Oliveira
Na página 6 deste tópico acima descrito quando cita que em 1860 veio para a Colônia Sacramento a pedido de Manoel Lobo, fundador da Colônia , um batalhão de 60 soldados do qual era capitão Manoel de Souza Pereira, encontrei na internet uma carta escrita por José Pereira de Souza enviada ao cap. Mór Pailo Rodrigues Xavier Prates, falando de sua posse de terras nesta mesma data e que achei interessantíssima. Penso que minha avó paterna seja sua descendente. Encontrei um documento na Cúria de Florianópolis que diz seu avô era da Província de São Pedro do Rio Grande. Mais tarde este sobrenome veio ser encontrado na Colônia São pedro de Alcântara e na Colônia Militar Santa Teresa, aqui no nosso estado. Você teria mais detalhes sobre este militar. Um outro detalhe, muito dos sobrenomes citados neste mesmo tópico, são sobrenomes que aparecem nos livros eclesiásticos, como os Zuzarte, e os Vidal. Ele era português ou brasileiro. Se Português, era continental ou das Ilhas. Agradeço desde já a sua resposta, que sei me virá muito breve. Um grande abraço. Maria Heleha.
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Cara Maria Helena
Um pequeno erro de digitação, a data é 1680.
O que mais encontramos são homonímias e nomes parecidos nas pesquisas genealógicas, de modo que devemos ir reconstruindo as famílias de geração em geração, com base documental
Voce pode consultar os Anais da Biblioteca Nacional e os documentos do Projeto Resgate para ver se encontra mais dados também.
Abraço
Ricardo
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Prezados,
Busco informações sobre um Manoel Pinheiro Osorio, militar, que serviu na Colônia de Sacramento por volta de 1760. Depois foi transferido para o Piauí, onde chegou a ser governador em juntas provisórias.
Em pesquisa no GoogleLivros, achei uma referência de sua passagem pela Colônia (confirmada em documentos do Projeto Resgate):
Infancia e mocidade do conselheiro José Antonio Saraiva
Wanderley Pinho - 1919
"Que o Tenente Manoel Pinheiro Ozorio, eo Alferes Caetano Jozé Mourão vindos na
Comp.a do Brigadeiro Vicente da Silva da Fonseca venção em qualquer das ..."
Vocês teriam alguma informação? Teria muita curiosidade em saber se ele tem alguma relação com outros Osórios do Sul do País.
Obrigado,
Rodrigo.
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros amigos, informo que já foi para o prelo o livro:
Colônia do Sacramento
Batizados, Casamentos e Óbitos
1690 - 1777
São os resumos dos assentos dos livros originais que estão guardados no Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, em avançado estado de decomposição. .
A obra, de autoria de Dalmiro da Motta Buys de Barros, está dividida em dois volumes com cerca de 400 páginas cada um.
O primeiro volume contém:
1 - Os assentos que foram copiados num livro da Sé do Rio de Janeiro (1690-1705);
2 - os primeiros assentos feitos num caderno pelo primeiro vigário, padre Manuel Marques (matrimônios (1718) e óbitos (1718 a 1720);
3 - 1º livro misto (batizados 1735-1760, casamentos (1721-1762) e óbitos (1732 a 1735) tendo sido perdidas as 102 primeiras folhas, portanto, de 1732 a 1762.
4 - 2º livro de batizados (1735-1760);
5 - 3º livro de batizados (1762-1774);
6 - 5º livro de batizados (1762-1763 e 1774-1777).
O segundo volume contém:
1 - 2º livro de matrimônios até 1762-1777);
2 - 2º livro de óbitos (1735-1752);
3 – 3º livro de óbitos (1752-1777);
4 - Livro de crismados (algumas folhas que foram encontradas) ;
5 - Repertório, que é um índice dos batizados que foram feitos naquela paróquia;
6 - Duas listagens dos casais que vieram da cidade do Porto para o Rio de Janeiro e desta cidade para a Colônia do Sacramento (1719), existentes no Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa. .
O preço de lançamento será de R$120,00 a obra completa. Depois os livros serão vendidos a R$160,00 os dois volumes, de modo que, quem quiser fazer a sua reserva pelo preço de lançamento, escreva para .
coloniadosacramento@gmail.com
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros amigos, informo que já foi para o prelo o livro:
Colônia do Sacramento
Batizados, Casamentos e Óbitos
1690 - 1777
São os resumos dos assentos dos livros originais que estão guardados no Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, em avançado estado de decomposição. .
A obra, de autoria de Dalmiro da Motta Buys de Barros, está dividida em dois volumes com cerca de 400 páginas cada um.
O primeiro volume contém:
1 - Os assentos que foram copiados num livro da Sé do Rio de Janeiro (1690-1705);
2 - os primeiros assentos feitos num caderno pelo primeiro vigário, padre Manuel Marques (matrimônios (1718) e óbitos (1718 a 1720);
3 - 1º livro misto (batizados (1735-1760), casamentos (1721-1762) e óbitos (1732 a 1735) tendo sido perdidas as 102 primeiras folhas referentes aos batizados.
4 - 2º livro de batizados (1735-1760);
5 - 3º livro de batizados (1762-1774);
6 - 5º livro de batizados (1762-1763 e 1774-1777).
O segundo volume contém:
1 - 2º livro de matrimônios até 1762-1777);
2 - 2º livro de óbitos (1735-1752);
3 – 3º livro de óbitos (1752-1777);
4 - Livro de crismados (algumas folhas que foram encontradas) ;
5 - Repertório, que é um índice dos batizados que foram feitos naquela paróquia;
6 - Duas listagens dos casais que vieram da cidade do Porto para o Rio de Janeiro e desta cidade para a Colônia do Sacramento (1719), existentes no Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa. .
O preço de lançamento será de R$120,00 a obra completa. Depois os livros serão vendidos a R$160,00 os dois volumes, de modo que, quem quiser fazer a sua reserva pelo preço de lançamento, escreva para .
coloniadosacramento@gmail.com
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caros amigos, informo que já foi para o prelo o livro:
Colônia do Sacramento
Batizados, Casamentos e Óbitos
1690 - 1777
São os resumos dos assentos dos livros originais que estão guardados no Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, em avançado estado de decomposição. .
A obra, de autoria de Dalmiro da Motta Buys de Barros, está dividida em dois volumes com cerca de 400 páginas cada um.
O primeiro volume contém:
1 - Os assentos que foram copiados num livro da Sé do Rio de Janeiro (1690-1705);
2 - os primeiros assentos feitos num caderno pelo primeiro vigário, padre Manuel Marques (matrimônios (1718) e óbitos (1718 a 1720);
3 - 1º livro misto (batizados (1735-1760), casamentos (1721-1762) e óbitos (1732 a 1735) tendo sido perdidas as 102 primeiras folhas referentes aos batizados.
4 - 2º livro de batizados (1735-1760);
5 - 3º livro de batizados (1762-1774);
6 - 5º livro de batizados (1762-1763 e 1774-1777).
O segundo volume contém:
1 - 2º livro de matrimônios até 1762-1777);
2 - 2º livro de óbitos (1735-1752);
3 – 3º livro de óbitos (1752-1777);
4 - Livro de crismados (algumas folhas que foram encontradas) ;
5 - Repertório, que é um índice dos batizados que foram feitos naquela paróquia;
6 - Duas listagens dos casais que vieram da cidade do Porto para o Rio de Janeiro e desta cidade para a Colônia do Sacramento (1719), existentes no Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa. .
O preço de lançamento será de R$120,00 a obra completa. Depois os livros serão vendidos a R$160,00 os dois volumes, de modo que, quem quiser fazer a sua reserva pelo preço de lançamento, escreva para .
coloniadosacramento@gmail.com
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
2011.12.13
Prezada Professora Maria M Luz
Sou português , vivo no Norte ( Viana do Castelo ) e investigo antepassados meus
que foram para o Brasil.
Gostaria muito , e muito grato ficaria se me ajudasse .
Francisco José Moreira , ( natural de Lisboa - Portugal )foi um dos Povoadores de S.João Marcos / Rio Claro .
Era casado com uma portuguesa chamada Antónia Joaquina Roseira , de Lisboa.
Aparece na Lista dos Povoadores em 1806 .
Teve uma filha ( apenas sei da existência desta filha ) chamada
Perpetua Augusta Moreira que casou em Janeiro de 1834 com um Tio meu , chamado
Gaspar José Vianna , comerciante na Rua Direita nº 62 da cidade do Rio de Janeiro .
Esta Perpetua faleceu ( talvez por volta de 1858/1860 ) não sei se no Rio .
A paroquia desse meu Tio era a S. da Candelária.
Seria possivel saber algo sobre esse povoador ( Francisco José Moreira ) onde era a Fazenda se
tinha, alem da Perpetua , mais filhos , quando morreu , se regressou a Portugal vivo , etc.. ?
Desde já muito grato
< iberolider@gmail.com >
João Roberto Magalhães Queirozs
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RE: A Colónia de Sacramento e o Sul do Brasil.
Caro Sr. João Roberto
O Sr. Já fez buscas "On line" no searchfamilypilot" da Igreja dos mórmãos. Ele contém os livros de batizados, casamentos e óbitos das localidades que o Sr. deve encontrar seus antepassados. Entretanto já anotei seu pedido e se encontrar alguma pista lhe repasso. Um abraço. Maria Helena
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