Brasão dos Seias / Seas
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Brasão dos Seias / Seas
No armorial português constante do segundo volume de "A heráldica em Portugal", de Manuel Artur Norton, Barão de S.Roque, pág. 125, é referida a família Ceia, passo a citar "... Ceia (vide Seia). Na página 302, porém, não vem citada nenhuma família Seia. Deste modo solicitava informação sobre a descrição heráldica dos Seias.
Com os melhores cumprimentos
Eduardo Domingues
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RE: Brasão dos Seias / Seas
Caro Confrade:
Não creio que haja nenhum brasão da família Seia. Há sim -- segundo a "Armaria Portuguesa" de Braamcamp Freire -- as armas do Conde de Seia (Conde, entre 1373 e 1381; extinto em 1386) que, segundo esta obra, são as de "Manuel de Vilhena". A sua ordenação é como descrita na pag. 218, vol.II, do livro de M.A. Norton.
Cumprimentos,
J. de Castro e Mello Trovisqueira
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RE: Brasão dos Seias / Seas
Caro J. de Castro e Mello Troviqueira,
Peço desculpa, mas as armas dos Seia (Ceia ou Cêa) é Manoel (Atalaia) e Menezes (Marialva) e não Manoel de Vilhena. Dos filhos dos 3os Marqueses de Tancos, só o primogénito e o Marquês de Viana usaram as armas dos Manóeis, que são semelhantes às dos Manóeis de Vilhena, só que os quartéis são invertidos.
O Conde de Ceia tinha um sinete, que está na minha posse, em que usava as armas dos Manóeis,
tendo sobreposto um escudete de oiro com o anel
dos Menezes (Marialva).
Peço desculpa pela correcção, que no fundo seria ao livro a que se refere, mas é frequente a confusão entre Manoel e Manoel de Vilhena.
Com os melhores cumprimentos
José Berquó de Seabra
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RE: Brasão dos Seias / Seas
Caros Confrades
Desde já agradeço a amabilidade das vossas respostas, no entanto, continuarei em busca de uma provável descrição heráldica para família Cêa/Sea, ou brasão a ela associado, como passo a expor: na capela de S.ta Maria Madalena, lateral da igreja de Sta Eulália de Trute, em Monção, existe uma pedra de armas que lhe valeu a seguinte descrição por parte de José Garção Gomes in "Monção e o seu alfoz na heráldica nacional", pág. 279 "Pedra de armas grosseiramente lavrada por sobre o arco românico de uma capela lateral na igreja paroquial da freguesia de Trute. A pedra acha-se completamente coberta de cal. / O bordo do escudo parece formado por um cordão. / Castro, pleno / Sem elmo nem timbre - Século XVI (?) / «Domingos de Cea Pereira de Castro, da Casa Solar dos Cêas na freguesia de Trute» da carta de brasão dada em 19 de Setembro de 1812 a João Manuel de Sousa Caldas de Meneses".
Recorrendo à T.Tombo, ao registo geral de mercês, livro 7, página 258, onde se pode ler ... Casou o Capitão Martinho Mendes de Araújo e Sotomaior, que era da Casa Solar de Pombeiro no Reino da Galiza, Chefe dos Araújos Gundares, Sotomaiores e Sarmentos, e viverão em sua Casa e antiga quinta do Souto... dos quais foi filha Dona Angela Soares de Castro, que casou com Domingos de Cea Pereira de Castro, da Casa Solar dos Ceas, na fregeusia de Trute termo de Monção, e destes naceu Dona Madalena de Sousa de Castro..." E nada mais se adianta.
Se recorrermos aos paroquias de Trute encontramos este Domingos de Sea Pereira de Castro, foi filho de outro Domingos de Sea Pereira, casado com Francisca Pereira de Araújo, sobrinho paterno de Damião Pereira de Sea casado com Inês Falcoa (cujos filhos usaram apenas Falcão, e meus 9º avôs, e se uniram aos Troncoso de Ulloa) e sobrinho de Mecia Pereira, casada com Lionel de Abreu de Lima, filho de António de Abreu Lima e de Joana Marinho. Estes três irmãos Domingos, Damião e Mecia foram filhos de Afonso de Sea e Maria Pereira (e mais nada existe antes de 1611.)
Será que as armas supracitadas, aparentemente pleno de Castros, com o cordão como brodadura terão outro significado? Já me disseram que esse cordão seria em sinal de luto, a que denominam de Cordão de S. Francisco. Terá fundamento?
Com os melhores cumprimentos
Eduardo Domingues
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RE: Ceas e Palhares
Caro Eduardo Domingues,
Procurando dar resposta à sua precedente mensagem, aqui lhe deixo ficar umas breves notas.
Assim:
Sobre os Ceas, terá de volver os olhos para a Galiza, pois estes de lá são naturais.
A este respeito poderá consultar a obra de José Santiago Crespo, " Blasones Y Linajes de Galicia"
Não obstante, da obra " Pazos y Torres de la Provincia de Pontevedra", de Juan M. López-Chaves Meléndez e de Grato E. Amor Moreno, tomo I , página 79, edição de 1988, transcrevo:
« Cea
Situación: Barrio de Grolos, parroquia de San Fiz de Nigrán.
Origenes: Parece ser que su fundación se debe a Dn. Juan de Cea, abad de San Fiz de Nigrán y Colegial noble de Fonseca, en el último tercio del siglo XVI. Se conocia también con los nombres de " Granxa de Grolos" y "Pazo de Nigrán".
Apuntes históricos: Según el P. Crespo Pozo, los Cea, como tantos otros linajes gallegos, es probable tomasen sus apellidos de alguna localidad de este nombre en Galicia, bien de la feligresia así llamada, en tierras de O Carballiño, bien de la situada en las inmediaciones de Vilagarcia de Arousa.
En Nigrán aparecen citados, como acabamos de ver, en el siglo XVI, habiendo enlazado repetidamente con otras notables familias de la región: Mariño, Méndez de Gondar, Castro Oya, Troncoso de Ulloa, Ozores Sarmiento, Añel y Arce, Gándara, Naharo y Párraga, Varela de Luaces y Rey Feijóo, apellidos que se vinculan a importantes casas como la torre de Méndez, Piñeiro ( Peitieiros-Gondomar), Baiona, Balinfra y A Touza ( ambas en Camos-Nigrán), O Cadro ( Piñeiro-Marin), Telleiro ( Couso de Limia-Sandiás), A Gándara ( Allariz), A Granxa ( San Xoán de Poio ), Maceda ( Pontevedra), etc.
( ... )
Escudos: Los situados en el portalón, dispuestos simétricamente, muestran las armas de los Gándara, Cea, Romay, Troncoso de Lira y Mariño. »
Tem esta obra uma representação gráfica das armas dos Cea.
Contudo, registo aqui estas referências:
« Los de Galicia traen: Escudo cortado, 1º de oro, una banda de gules acompañada de un león rampante del mismo color en lo alto, y en lo bajo, de cinco lises de azur puestos en sotuer; y 2º de sinople, un brazo armado de plata que empiña una espada del mismo metal con su guarnición de oro, adiestrado de un cordero también de plata; en punta, ondas de agua de azur y plata.
Los de Vizcaya traen: En campo de sinople, un brazo armado moviente del flanco siniestro, que sostiene una espada desnuda en su mano.
Otros de Vizcaya traen: De oro, siete estrellas de ocho puntas de azur, puestas 2, 2, 2 y 1. »
Dito isto, passemos à pedra referida por Garção Gomes...
e, para o efeito demos a palavra ao P. António Carvalho da Costa, transcrevendo da " Corografia Portugueza e Descripçam Topografica" a seguinte passagem:
« Santa Eulalia de Truyte, Abbadia que apresentava o Sargento mór Francisco de Palhares Coelho, fidalgo da Casa de Sua Magestade, & Cavalleiro do habito de Christo, que ha poucos annos faleceo, ( mas deixou filhos) por ser senhor da Casa, & Torre de Palhares, de que fallava o foral de Monção, que muitos virão, & se perdeo nestas guerras, em que os Gallegos nos ganharam a Villa.
He solar da mesma familia neste Reyno; está nesta Freguesia, & della foy senhora aquella nobre, & varonil Matrona Deu la Deu Martins, que dizem se appellidou de Palhares, & por ardil fez levantar o apertado cerco, que os Leonezes lhe tinhão posto; pelo que a Camara daquella Villa, alèm de lhe levantar Estatua, a debuxou em suas bandeiras.
E porque ella nam só ditou com entendimento, mas em muitas occasioens obrou com valor, achando-se nos avances com huma espada degolando inimigos, como o melhor Soldado, & o ardil foy com pão, & se levantou o sitio em dia de S. Francisco, tomou por Armas, & são as que usão os Palhares,
em Escudo vermelho huma mão com huma espada empunhada a ponta para cima, & seis pães de ouro de alto a baixo, tres de cada parte, & por orla do Escudo o Cordão de São Francisco. (...) »
Será que a pedra em questão, em vez de Castros, não quererá representar as armas dos Palhares, embora simplificadas...?
Eis estas breves notas que espero lhe sejam de alguma serventia.
Com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: Ceas e Palhares
Caro Eduardo
Uma vez mais agredeço as suas informações. Na verdade já tinha conhecimento da Corografia Portuguesa, bem como o facto de se atribuir à Deuladeu ser descendente da casa dos Palhares de Trute.
Quanto à citada pedra de armas, as dúvidas continuam. Certo é que no concelho muitas são as pedras de armas foram simplificadas, alteradas, deturpadas e contruídas em contra das leis da heráldica. Esta pode muito bem ter sido mais um desses exemplos. No entanto, em Trute, ainda existe parte daquele que foi o escudo heráldico do Paço dos Palhares, e a pedra está lavrada com o respectivo punho e espada. Ora se no Paço, no lugar do Paço, estariam as armas correctas, não seriam elas bem copiadas e lavradas na capela? A dúvida persiste.
Com os melhores cumprimentos
Eduardo Domingues
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RE: Brasão dos Seias / Seas
Caro José Berquó de Seabra
Penso que o J. de Castro e Mello Trovisqueira se referia ao 1ºConde de Seia (antigo) que era Manoel de Vilhena pelo que provavelmente ambos terão razão.
Contudo recebi uma informação que os Condes de Seia (modernos) usavam as armas dos Menezes, Marqueses de Marialva: escudo esquartelado: 1º e 4º as armas do Reino;2º e 3º em campo azul três flores de Liz de ouro. Sobre o todo um escudete com as armas do Menezes (o anel). Será possivel?
Com os melhores cumprimentos
Antº Sarsfiel Pinto Ribeiro
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RE: Brasão dos Seias / Seas
Caro António Sarsfiel Pinto Ribeiro,
Talvez como os Marqueses de Vianna, os Condes de Seia tenham usado armas familiares e pessoais. Segundo os nobiliários, usaram as armas dos
Manóeis, mas o anel de armas que uso, que pertenceu ao segundo Marquês de Vianna, é Manoel com um escudete de Menezes, de oiro com o anel de rubi. Tenho em meu poder cartas do 1o. Conde de Seia ao Irmão, 1o. Marquês de Vianna, em que as armas são idênticas às que descrevo.
Se consultar o livro "Loiça Brasonada" de Castro e Solla, poderá ver o serviço de jantar do 1o. Marquês de Vianna, escudo partido de Menezes, de oiro com o anel, e a segunda metade esquartelada com as armas não dos Manóeis mas dos Manóeis de Vilhena, o que não deixa de ser curioso.
Penso que o actual Conde de Seia será a pessoa certa para o esclarecer.
Por curiosidade, outro irmão, D. José Manoel, usou armas partidas: com o esquartelado que referiu e o dos Manóeis.
Com os meus melhores cumprimentos
José Berquó de Seabra
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