Honra de Cardoso e as "Ascendências Viseeenses"

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Honra de Cardoso e as "Ascendências Viseeenses"

#67315 | victorferreira | 12 jun 2004 15:07

Pois é caros confrades,

Ninguém responde a essa questão tão absolutamente essencial para os destinos
da humanidade: "Quem foi Aleixo Cardoso?"

Acho que no momento em que alguém descobrir o mistério das gerações perdidas
entre o aio do infante (Vasco Pais Cardoso) e o carpinteiro provisório (Manuel de Albuquerque), encontra-se petróleo para
mais dois séculos em Alcochete, a Índia e o Paquistão combinam um
mega-piquenicão com caril de gambas e chá à discrição em Cachemira, e as
famílias Arafat e Sharon vão passar férias conjuntas para as praias de Gaza.
E sai tudo na !ola!

Muito tempo antes dos Cardosos serem o que foram, era uma vez o Rei Ramiro
II de Leão (de 931 a 951), que por portas esconsas foi ancestral de Hermigo
Aboazar (avô ou bisavô), senhor do castelo de Távora, e marido da D. Dórdia
Osores. Aboazar é nome moçárabe pelo que uma parte dos ancestrais dos
Cardosos viveram cristãos em meio islâmico.
Hermigo devia ter um amigo de campanhas e caçadas, o D. Ero, Conde de Lugo.
Conversa vai, conversa vem, resolveram ser compadres e combinaram casar os
filhos, a D. Gotinha Eris deste, e o Egas Hermiges, daquele.
D.Gotinha, filha de Ero, e deu um rapagão ao Egas, o
Paio Viegas, que em Arcos, comarca de Lamego teve a quinta de Matos. O seu
rebento, Hermigo Pais, nasceu de mãe incógnita, mas teve três mocetões de
fazer as honras a qualquer manceba casadoira das famílias das quintas
limítrofes. E quando morreu dividiu as quintas pelos três, o que apesar de
dar um número fraccionário (5:3 dá qq coisa como uma dízima infinita
1,666666), mas ficaram todos bem muito obrigado graças a Deus bem assim a
respectiva família.
O Paio Hermiges herdou a Qtª de Matos dando origem aos Matos com um ou mais
que um "t", o Afonso Hermigues [ancestral dos Amarais] teve o souto de
Lourosa, no termo da vila do Sul (lá pelo no reinado de D. Sancho II,
1223-1247) e last but not least, o D. Hermigo Hermiges, a Qtª de Cardoso,
que não faço a menor ideia de onde fica, mas deve ser pelo nosso distrito (Viseu),
de onde surgem os ditos.
Entre estes e o primeiro da lista a seguir (o 4º Sr.) é provável que haja as
tais 4 gerações, pela cronologia e resalvando que não sei quando a Honra foi
estabelecida.

A acreditar nos dados do Genea para os quais fui chamado à atenção pela confrade Liliana Freitas, a coisa foi seguindo não se sabe bem como, mas deu em:

1 - Vasco Lourenço Cardoso, *c 1300 (cujo pai, por patronímico, poderia ser
Lourenço qqcoisa Cardoso, que o Hermigo já estava fora de uso) cc Joana de
Azevedo. Não diz se foi Senhor da Honra, mas se um seu bisneto foi o 7º, ele
poderia ter sido o 4º). E tiveram;
2 - o Álvaro Vaz Cardoso, legitimado a 1.3.1379, e aqui temos uma data. Cc
Maria Rodrigues de Vasconcelos. Também não diz se teve a Honra de ser
Senhor, mas poderia ter sido o 5º. E tiveram:
3 - o Nuno Álvares Cardoso, provavelmente o primogénito por levar o
patronímico, cc Isabel Rebelo e o
3 - Vasco Pais Cardoso cc Brites Anes do Amaral, o nosso Aio do Infante D. Henrique, e segundo informações coligidas, "Senhor da Honra de Cardoso (pode ter sido o
6º), senhor de Moreira e Ervilhão, Alcaide Mor de Trancoso" que segue:
3 - o Vasco Pais Cardoso pode ter tido esse "midle name" porque um avô, ou
um bisavô ou até porque o padrinho era Paio ou Pelaio, ou pura e
simplesmente porque a Srª sua mãe gostava. Mas que o Pais aparece aqui como Pilatos
no Credo é um facto. Cc Brites Anes do Amaral, provavelmente filha de João
qqcoisa do Amaral. Estes tiveram uma verdadeira equipa de futebol de salão,
com dois suplentes e tudo, a saber:
4 Vasco Pais Cardoso * c. 1370 cc Isabel Vaz de Castelo Branco cs
4 Luis Vaz Cardoso, 7º senhor da Honra de Cardoso * c. 1350 cc
Leonor de Vasconcelos
4 Álvaro Vasques Cardoso, alcaide-mór de Trancoso * cc Isabel
Pacheco cs
4 Diogo Pais Cardoso * cc Maria Rodrigues do Amaral
4 Mécia Cardoso * cc Pedro Rebelo cs
4 Fernão Cardoso * cc Leonor de Almeida Pereira cs
4 Susana Cardoso * cc Pedro Afonso, o Tocho

Sobre estes:

4 o Fernão é suposto ser o pai de Aleixo Vaz Cardoso, ou só Aleixo
Cardoso, ou Álvaro Cardoso e, segundo as fontes que consultadas pela Lili Freitas,
avô do Duarte de Albuquerque;
4 a Susana Cardoso não têm referências de descendência;
4 o Diogo Pais Cardoso parece que teve um filho de mesmo nome mas
pára por aí;
4 da Mécia Cardoso parece que há seguimento, não é citado mas deve
ter "Rebelo" e os nossos Cardosos que vão dar ao Duarte, das Chãs de Tavares, não parecem ser daí;
4 do Álvaro Vasques Cardoso, que foi Alcaide de Trancoso, essa bela
localidade, também não consta seguimento;
4 o Vasco Pais tem o mesmo nome do pai e não tem filhos ou netos que
possam ser os que procuramos;
4 o Luiz Vaz ganhou patronímico, Honra (o 7º Senhor) e o jeito para
perpetuar a linhagem: teve 7 filhos de Leonor de Vasconcelos,
nenhum deles com indicações de ser os nossos Aleixo ou Álvaro. O seu filho
que herda a Honra (o 8º) por acaso chama-se Azuil ... que nome ... devia ser
o equivalente masculino das Rutes Mirians e Cátias Ivanetes dos nossos dias ... Um tetraneto de Luiz, 5-gerações-5 a seguir, casa-se em
28.12.1610. Repare, pela mesma época em que o Duarte das Chãs se
casava com a Isabel de Melo e cinco gerações a partir da mesma linha que o
irmão Fernão, que só cobriria duas até ao neto Duarte. Impossível
não é. Por linhas femininas as gerações sucedem-se mais rapidamente com os
casamentos precoces. Mas é pouco provável.

Estes são os meus últimos argumentos a corroborar a necessidade de mais
gente entre o Fernão e o Duarte, embora a data da legitimação do Álvaro Vaz
Cardoso a 1.3.1379 dê o que pensar.
Se ele era muito pequenito, a nossa cronologia está errada, e o filho Aio já
não nasceu em ~1385, mas uns dez anos depois. Isso faz que o Aio tenha sido
Aio com mais ou menos a mesma idade do pupilo, o que também não será absurdo
se Aio nessa altura era companheiro e servidor. Tudo bem. Se era educador,
tudo mal, e já as contas não batem certo.
A saída é aceitar que o Álvaro Vaz foi legitimado já andava a namorar a
Maria Rodrigues de Vasconcelos, ou já o Vasco era nascido e fica tudo mais
ou menos na mesma: uns 175 anos entre bisavô e bisneto ...

Gosto destes puzzles em que faltam peças e é preciso imaginar o resto do
desenho.
Mas peço ajuda a quem tiver informações sobre os Cardosos da Honra e de preferência a quem investigar essas ligações com os Albuquerques.
Será que no livro do ilustre Abranches de Soveral haverá alguma anotação que lance luz nesta "Ascendência Viseense"?

Cumprimentos.

VMSF

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RE: Honra de Cardoso e as "Ascendências Viseeenses"

#67463 | lili31 | 14 jun 2004 15:56 | In reply to: #67315

????

Renovo o pedido do Sr. Victor.
Desde já agradeço.
Cumprimentos,

Liliana Maria de Albuquerque e Castro Freitas

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RE: Honra de Cardoso e as "Ascendências Visee

#67471 | Nuno | 14 jun 2004 16:49 | In reply to: #67315

Caro Victor,

Se a memória não me atraiçoar, creio que essa ligação dos Cardosos aos Albuquerques vem referida no livro "Sacaduras" de Antonio Machado de Faria,
publicado na revista Beira Alta.Existe um separata desse livro.

Cumprimentos,

Nuno Ponces

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RE: Honra de Cardoso e as "Ascendências Visee

#67506 | victorferreira | 14 jun 2004 21:33 | In reply to: #67471

Caro Nuno Ponces,
Obrigado pela informação.
Victor Ferreira

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