Pedro Homem e od Doze de Inglaterra.
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Pedro Homem e od Doze de Inglaterra.
Gostaria de saber se o cavaleiro Pedro Homem que fazia parte dos grupo dos Doze de Inglaterra é o da família Pereira (vide GP); e se será porventura o avô de Francisco Homem de Gouveia (da Ilha da Madeira) em cuja carta de brasão de armas (de Dom João III) se menciona o nome do avô como Pedro Homem, fidalgo.
Agradeço antecipadamente.
Gui Maia de Loureiro
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RE: Pedro Homem e od Doze de Inglaterra.
Acrescento o seguinte, que acabei de encontrar na Internet:
Foi neste ano de 1390, que do Porto embarcaram para a Grã-Bretanha os famosos doze de Inglaterra.
Aquela famosa expedição dos doze cavaleiros, que foram a Londres combater em duelo, em desafronta da honra das damas inglesas, com outros tantos cavaleiros da mesma nação. Saiu da barra do Douro: eram naturais de Ceia alguns desses celebrados cavaleiros; os mais eram de Linhares, Gouveia, Trancoso, Melo, e Pinhel.
Em público palanque, em Londres, estando presente toda a corte, os mais nobres lordes do reino e grande multidão de povo, venceram os NOSSOS DOZE CAVALEIROS BEIRÕES, morrendo alguns destes na liça, ficando o resto feridos, e os nossos bravos vitoriosos e grandemente estimados pela corte e muito mais ainda pelas damas, que foram defender a rogos de João Gand, duque de Alencastre e sogro de El-rei D. João I. As damas, que eram também doze, haviam sido motejadas de feias por alguns senhores daquele país.
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RE: Pedro Homem e od Doze de Inglaterra.
CARLOS EDUARDO DE ALMEIDA BARATA
Rio de Janeiro, 24.09.2001
Caro Gui Maia de Loureiro,
estou entrando em uma área de risco, pois foge um pouco das minhas pesquisas, no entanto, andei acompanhando a existência destes valorosos combatentes, defensores das maltratadas damas inglesas, por causa de meu pai, Eng.º Fernando Emmanuel Barata, que sempre lembrou-me das estórias dos Doze da Inglaterra.
O velho Barata, orientando-me com sua paixão por esta história, me fez escrever um verbete para o Glossário do Dicionário das Famílias Brasileiras, que somente saiu no Tomo II, volume I, que não foi lançado em Portugal.
No referido verbete, colocamos:
DOZE DA INGLATERRA – Heróis de uma história de cavaleiros que Camões, nos Lusiadas (canto VI, estrofes 37 a 70), apresenta como contada de noite por um marinheiro, em uma das naus de Vasco da Gama, quando iam de Melinde para a Índia, aos camaradas que estavam com ele de quarto, para os distrair.
Narrou que no tempo de D. João I, Rei de Portugal [1385-1433], foram na corte de Inglaterra agravadas doze damas por alguns cortesãos. Queixaram-se então elas ao duque de Lencastre, o qual lhes propôs que as defendessem contra os injuriadores doze cavaleiros de Portugal, que ele havia conhecido, cavaleiros que designou e cujos nomes as damas tiraram à sorte entre si.
Escreveu cada uma ao que lhe coube, e todas ao rei português, e o duque a todos. Chegaram as cartas em Portugal, e partiram os paladinos do Porto por mar, exceto um, Alvaro Gonçalves Coutinho, por alcunha. O Magriço, o qual preferiu seguir por terra. Chega este ao campo do torneio, em Londres, à última hora: trava-se a luta, e os portugueses vencem.
A tal história não alude nenhum cronista da época, português ou estrangeiro, e por isso muitos autores a têm por inteiramente fabulosa.
Segundo Sampaio Bruno, trata-se simplesmente duma imaginária adaptação portuguesa da realidade histórica das justas de Ricardo II de Inglaterra, celebradas em Londres em 1390
[Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa-Brasileira, IX, 289].
Foi na Vila de Cea (ou Ceia), na Beira Baixa que se reuniram os celebrados Doze da Inglaterra e dali marcharam para Lisboa e de lá para Inglaterra, em 1390, com licença de D. João I.
Foram a rôgos de João de Gand, duque de Alencastre (sogro do dito rei). Foram vingar 12 damas inglesas, mostejadas de feias por alguns senhores daquele país.
Em público palanque, em Londres, estando presente toda a corte, o mais nobres lordes do reino e grande multidão de povo, venceram os 12 cavaleiros beirãos, aos soberbos filhos da Gã-Bretanha, morrendo alguns destes na liça, ficando o resto feridos, e os bravos vitoriosos portugueses foram grandemente estimados pela corte e muito mais ainda pelas damas que foram defender.
Há alguma divergência nos nomes destes cavaleiros
[Fonte: Pinho Leal, Dicionário, II, 223].
Destes 12 heróis, nNove voltaram à pátria e 3 ficaram por lá.
Alvaro Vaz de Almada fez grandes serviços ao rei de França, que o fez conde de Abranches, na Normandia e o rei da Inglaterra o fez cavaleiro da nobilíssima ordem militar da Jarreteira. Muitos escritores julgam isto uma fábula devida à fértil imaginação de Camões [Fonte: Pinho Leal, Dicionário, II, 224].
Diz-se que, depois do combate e vitória contra os 12 cavaleiros ingleses – em casa do duque de Alencastro, e ao tempo dos cavaleiros portugueses se sentarem à mesa, as damas quiseram deitar água às mãos dos seus respetivos campeões. Onze aceitaram cortezmente esta delicadeza; porém Magriço o não consentira à sua, porque, tinha ele tão vasto cabelo nas mãos, que se lhe não viam as unhas. Instado pela dama, lhe respondeu:
Sabei, senhora, que as minhas mãos, segundo as tenho, tão graosseiras e cabeludas, poderão sêr-vbos modestas, e temo que vos causem desgosto – ao que a dama respondeu
Antes, quanto ela assim são mais fortes e valentes, devo eu lava-las com maior acatamento, pois me salvaram da desonra e infamia, que, sem dúvida, me era de maior desgosto.
– Então o cavaleiro consentiu que ela lhe deitasse a água. Esta formosa lenda, dos tempos cavalheirescos, não tem outra prova de sua veradicidade, senão uma simples tradição, que o príncipe dos poetas portugueses aproveitou para um belíssimo episódio do seu poema, e que vários escritores, copiando-as uns aos outros, deram por verdadeira
[Fonte: Pinho Leal, Dicionário, IX, 610].
DOZE DA INGLATERRA
Segundo Rodrigo Mendes da Silva, na sua Poblacion general de Hespanha
N.º Nome Notas Família
1. Alvaro de Almada Sobrinho de Alvaro Vaz de Almada, um dos doze cavaleiros ALMADA
2. Alvaro Mendes MENDES
3. Alvaro Vaz d´Almada ALMADA
4. Antônio Gonçalves Coutinho O Magriço, filho do marechal Gonçalo Vaz Coutinho COUTINHO
5. João Pereira Sobrinho do condestável Nuno Alvares Pereira PEREIRA
6. Lopes Fernandes Pacheco Descendente de D. Fernão Rodrigues Pacheco – séc. XIII PACHECO
7. Luiz Gonçalves Malafaia MALAFAIA
8. Martim Lopes de Azevedo Mendes AZEVEDO
9. Pedro Homem da Costa HOMEM
10. Rui de Cerveira CERVEIRA
11. Rui Gomes da Silva SILVA
12. Soeiro da Costa COSTA
O nono cavaleiro acima, como podes ver, é Pedro Homem, no entanto, Pedro Homem da Costa, o que parece ser seu nome completo, o que vai de acordo com Felgueiras Gayo, no título Homem, Tomom XVI (volume VI, da nova edição), § 1, n.6, subN.7, onde apresenta o nome de Pedro da Costa Homem:
q foi hum dos doze q forão a Inglaterra em desagravo das Damas q em alguas memorias se acha cazado com hua Sr.ª Irmaa do Bispo de Vizeu s.g.
No entanto, Gayo ainda estava confuso quanto a sua paternidade, pois no mesmo título, o apresneta como filho de Pedro da Costa e de sua esposa Isabel Nunes Homem, que sucederu seu pai no Morgado da Lagioza; enquanto no Título da Família Costa, § 49, o dá como filho de Ignez da Costa, que anteriormente foi apresentada como sua irmã (o que é mais correto).
Este Pedro da Costa Homem, tido como um dos Doze da Inglaterra, por morte de seu irmão mais velho, João da Costa Homem, tornou-se o herdeiro do Morgado da Lagiosa. Serviu ao Infante d. Henrique. Há quem não discorda desta filiação acima, mas também não a confirma, colocando em dúvidas pelo tempo.
Com relação a Francisco Homem de Gouvêa, com Carta de Brasão de Armas, passada em 13.04.1535, que tem como avô um Pedro Homem, morador em Gouvêa, deixa parecer que os 145 anos entre este documento de concessão de Armas e a participação do outro Pedro Homem, no torneiro de 1390, na Ingaterra. apresenta porposta muito dilatada cronologicamente. No entanto, não é impossível, afinal, a esposa de Francisco Homem de Gouvêa, é neta de Gonçalo Ayres Ferreira, que se achou no descobrimento da Ilha da Madeira, em 1419, e se encontra em Felgueiras Gayo, Título dos Ferreiras, § 1, N.8, sub-N.9, Tomo XIII (vol. V, da nova edição), pág. [251].
Assim, fiquei com a sensação que falei, falei, falei, e nada falei, ou seja, compliquei ainda mais.
Minhas desculpas,
Cau Barata
Para piorar a situação, a dita mãe de Pedro da Costa Homem, Isabel Nunes Homem, senhora da aldeia da Talhada, por doação de seu irmão Fernão Nunes Homem, havia sido esposa, em primeiras núpcias, de João Fernandes de Gouvea, que se tem por falta de descendência.
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RE: Pedro Homem e od Doze de Inglaterra.
Caro Gui Maia de Loureiro
Cristóvão Alão de Moraes, na Pedatura Lusitana, diz o seguinte:
"Esta família é a mesma que a dos Pereiras; e são antiquíssimos; procedem dos Reis Godos, que floresceram com sucessão continuada, do ano de 700 em diante, com que têm de antiguidade mais de 900 anos (deles fala o Conde D.Pedro ...).
1- Pêro Homem foi um valoroso cavaleiro e dos doze que foram ao desafio de Inglaterra; e foi depois grande servidor do Infante D.Pedro, filho del-Rei D.João I.
Entendem alguns que seriam seus filhos:
2- Henrique, que segue.
2- João Homem, c.g.
2- Henrique Homem, que alguns fazem filho deste, afirmam também que fora Escrivão de Puridade del-Rei D.Afonso V e Provedor-mor das Obras do Reino. Casou com ... e teve:
3- Pedro, que segue.
3- Vasco Fernandes Homem, c.g.
3- Pedro Homem, filho 1º deste, foi um dos cavaleiros que justaram em Évora, nas festas que se fizeram ao casamento do Príncipe D.Afonso, filho del-Rei D.João II. Foi Estribeiro-mór del-Rei D.Manuel. Casou com Violante Pacheca, filha de Lisuarte Peres de Andrade de sua mulher Margarida Pacheco, e teve:
4- Francisco Homem, que foi também Estribeiro-mór del-Rei D.Manuel, casou com D.Maria de Meneses, filha de Rui Gomes da Silva, Alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela, e de sua mulher D.Urraca de Moura; s.g."
Alão de Moraes inequivocamente não lhe dá descendência, mas Henrique Henriques de Noronha desfaz o inequívoco no seu Nobiliário, em titulo de Homens Gouvêas, dizendo o seguinte:
“Nº1- Francisco Homem de Gouvêa (1), Escudeiro fidalgo da casa del-Rei D.Manuel, teve sua Casa no Estreito da Calheta, na Lombada que se chamou do seu nome, fez Capela dos Reis junto das suas casas, e lhe dotou, com sua mulher, as terças em morgado com sucessão perpétua em seu primogénito, por uma doação feita em 4 de Agosto de 1529.
Casou com Isabel Afonso, filha de Belchior Gonçalves Ferreira e de Branca Afonso Durmmond, de quem houve:
2- Gaspar Homem Gouvêa, Juiz dos Orphãos da Vila da Calheta onde viveu e foi senhor do morgado de seus pais, foi fidalgoda Casa do Infante D.Luiz , etc..., casou com Filipa Cabral da Camara (2), filha de Francisco Moniz, o Velho, e de Filipa da Camara.
2- Francisco, que morreu solteiro, s.g.
2- Baltazar Homem, c.g.
2- Branca Afonso de Gouvêa, casada com o Dr. Lourenço Vaz Pereira, c.g.
2- Isabel Homem, mulher de Diogo de França.
2- Francisca de Gouvêa, mulher de João Rodrigues da Camara.
2- Viana de Gouvêa, mulher de Diogo Cabral”
(1) Tirou brasão d’armas dos Homens, em 13 de Abril de 1535, onde justificou ser filho de Francisco Homem e neto de Pedro Homem, morador em Gouvêa, e fidalgos, etc., L.º dos privilégios del-Rei D.João III, do ano de 1535, a f. 72/ na Torre do Tombo.
(2) É Francisca da Camara, segundo o termo de testamento no L.º da Igreja da Vila da Calheta.
Espero que o tenha ajudado.
Cumprimentos,
José Duarte Valado Arnaud
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RE: Pedro Homem e od Doze de Inglaterra.
Caro Cascais,
Esta sua interpretação na descendência dos "Homens de Gouveia" de Pedro Homem da Costa um dos Doze Cavaleiros em minha opinião não está correcta. E mesmo o H. H. de Noronha não faz qualquer referência a essa eventualidade.
Nunca fiz pesquisa de arquivo da familia Homem de Gouveia, mas já consultei algumas obras relacionadas com esta familia -- pois tenho uma grande amiga, companheira e namorada ... C. homem de gouveia Spinola Fernades de onde partiu o meu interesse inicial pelo estudo desta familia-- e para mim é uma incognita a sua ligaçao com o ramo inicial do Continente.
Na realidade existe um ramo Madeirense relacionado com este Pedro da Costa Homem que são os Homens de Sousa:
Procedem de Pedro Homem, um dos doze Cavaleiros portugueses que tão brilhantemente treçaram armas em Inglaterra por doze damas, cujo neto, Garcia Homem de Sonsa, foi um dos fidalgos enviados por El-Rei para casar com as filhas do Descobridor Zargo, sendo-lhe dada D. Catarina Gonçalves da Câmara. A geração deste tronco ligou-se aos Aguiares e Pestanas Velozas. Outro neto de Pedro Homem, Fernão Homem de Sousa, teve um filho bastardo. Rui Fernandes Homem, a cuja geração pertencem o 2.o Conde do Carvalhal, condes do Ribeiro Real, o Conde de Canavial, o General Noberto Teles, o Barão da Nora, o Contra-Almirante D. Luis da Câmara Leme, e todos os Câmaras Lemes conhecidos...
cumprimentos
fjardim
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RE: Pedro Homem e od Doze de Inglaterra.
Caro fjardim
Realmente têm razão, é no tít.º de Homens de Sousa que H.H.Noronha, fala num dos Doze de Inglaterra, o que leva a retirar a minha afirmação de que: “Alão de Moraes inequivocamente não lhe dá descendência, mas Henrique Henriques de Noronha desfaz o inequívoco no seu Nobiliário, em titulo de Homens Gouvêas ...”, o que desde já me penitencio.
Mas numas notas soltas, de que não tenho a fonte, tenho o seguinte:
Francisco Homem de Gouveia, casado com Isabel Afonso, era filho de Francisco Homem e de D.Maria de Menezes, filha de Rui Gomes da Silva, Alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela, e de sua mulher D.Urraca de Moura. Neto de Pedro Homem e de Violante Pacheca, filha de Lisuarte Peres de Andrade de sua mulher Margarida Pacheco.
Quanto à minha ligação com estes é pelos Drummond, por duas filhas de João Escórcio Drummond; Isabel Anes Drummond mulher de João de Leiria, e pela própria Branca Afonso Drummond por seu filho Gonçalo Ayres Ferreira e sua mulher Joana Baldaia de Frias.
Cumprimentos,
José Duarte da Camara Falcão Valado Arnaud
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