esmaltes,metais, cores, forros
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esmaltes,metais, cores, forros
Caros confrades
Tenho reparado que é frequente neste fórum e fora dele distinguir e opor esmaltes a metais. Todavia, em praticamente tudo o que tenho lido de Heráldica se referem os metais como fazendo parte dos esmaltes. Por norma tenho lido que os esmaltes se dividem em metais e cores, havendo apenas quem inclua os forros ou peles nos esmaltes e quem os exclua e fale de esmaltes e forros.
A "Bíblia" portuguesa de Almeida Langhans, o grande livro da Heráldica de Neubecker , o Vocabulário Heráldico de Luís Bandeira, só para falar naqueles que tirei da estante, são claros em incluir os metais nos esmaltes. Gostava de conhecer a argumentação de quem separa esmaltes de metais, porque reconheço que há muitos que o fazem, inclusive alguns heraldistas, como se esmaltes fosse sinónimo de cores.
Cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: esmaltes,metais, cores, forros
Caro Sérgio Sodré,
Esmalte é a designação das cores empregadas em heráldica.
Dividem-se os emaltes em: cores, metais e forros.
As cores são: encarnado (vermelho), azul, negro e púrpura.
A cada um destes esmaltes corresponde a pedra preciosa da mesma cor: encarnado (vermelho) - rubi; azul - safira; verde- esmeralda; púrpura - ametista.
Os metais são dois: oiro e prata.
Os forros são todos derivados de dois tipos de metais; arminhos e veiros.
Os arminhos são o símbolo heráldico da pelagem de Inverno deste animal (de prata, semeado de pontos negros, a que muitas vezes se dá a forma de cruz doble ou cruz cuja haste inferior é semelhante a uma flor-de-lis, chamados mosquetas.
Chama-se contra-arminho à representação directamente oposta a esta; o campo de negro com as mosquetas de prata.
Diz-se que veiros deriva de varius, que seria um animal cujo pêlo era azulado no dorso e branco no ventre.
O adjectivo varius significa várias cores.
Os veiros representam-se por campainhas invertidas, de prata, postas ao lado umas das outras e separadas por outras das mesmas dimensões, em posição contrária, de azul.
Chama-se contraveirado ao campo e às peças em que os veiros, do mesmo esmalte, se apoiam uns nos outros pela base.
Quando os veiros não são de oiro ou prata, é preciso designar as cores.
Além das indicadas, certas armarias têm cores que lhes são especiais: ferro na alemã; aço na italiana, e sanguíneo e alaranjado na inglesa.
Todas as heráldicas admitem a carnação, cor de carne, ou seja rosada, e há ainda as peças que são representadas de sua cor, isto é, com a sua cor natural.
Na Heráldica Portuguesa não se admite metal sobre metal e só raramente aparece cor sobre cor, dizendo-se neste caso que a peça sobreposta ao campo é cosida.
Em linhas gerais, penso ter tocado nos pontos essenciais.
Com os meus melhores cumprimentos
José Berquó de Seabra
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RE: esmaltes,metais, cores, forros
Caro José Berquó de Seabra
Agradeço a sua resposta e do que diz deduzo que também não concorda em que se fale de esmaltes e de metais com o mesmo valor e "opostos". Ou seja, os metais estão incluidos nos esmaltes que são todas as cores heráldicas no sentido lato, o que integra também os metais e os forros. Isto só se altera quando se fala em cores no sentido heráldico restrito, no qual é forçoso separar os metais e os forros das cores propriamente ditas.
cumprimentos
Sérgio Sodré
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RE: esmaltes,metais, cores, forros
Caro Sérgio Sodré,
Não concordo, que esmaltes e metais tenham o mesmo valor.
É verdade que nas armas mais antigas os esmaltes são desconhecidos, tendo sido aplicados arbitrariamente mais tarde pelos reis de armas, no entanto, a partir de uma certa altura, houve uma certa unanimidade. E também é verdade que a heráldica moderna não dá grande valor à classificação da dignidade dos esmaltes, a meu ver um erro.
Com os meus cumprimentos
José Berquó de Seabra
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