Padrinhos Ilustres

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Padrinhos Ilustres

#110038 | Ana Fundo Pereira | 18 janv. 2006 22:10

Caros Confrades,

Tenho um caso de padrinhos importantes em quase todos os filhos deste casal (ascendentes directos do meu marido, por duas filhas), que gostava de encontrar uma justificação para tal motivo:

Quem seria este Pedro Paulo Pereira Chaves, para ter como "compadres" personalidades tão ilustres de finais do Séc. XVIII, principios do Séc. XIX?

Toda a ajuda será de grande utilidade para a minha pesquisa genealógica.

Um abraço

Ana Paula Fundo Pereira
Lisboa - Portugal

Primeira Geração



1. Pedro Paulo Pereira Chaves nasceu em 18 janeiro 1758 em Santa Maria, Bragança, Portugal. Ele faleceu em 3 janeiro 1836 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras.





Pedro casou-se com Dona Angelica Roza de Miranda, filha de Doutor João Luiz de Miranda e Dona Maria Bernardes Pereira, em 28 agôsto 1788 em Turcifal, Torres Vedras, Portugal. Angelica nasceu1 em 28 março 1772 em Melroeira - Turcifal - Torres Vedras. Ela faleceu em 22 outubro 1806 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras.



(...) Teve como padrinhos o Padre António Bernardes, do Carvalhal e a Nossa Senhora dos Aflitos que tocou

com a prenda o Reverendo Padre José Pereira, da Freixofeira. (...)





Pedro e Angelica tiveram os seguintes filhos:


2 F i. Dona Maria Bernardes de Miranda nasceu em 6 fevereiro 1789 em Turcifal. Ela faleceu.



Maria batizou-se em 22 fevereiro 1789 em Turcifal, Torres Vedras, Portugal.



Padrinhos:

José Ignácio Xavier Vianna, Porteiro do Número da Câmara da Senhora Rainha e tocou por

procurador Joaquim Manoel Carneiro de Almeida, e tocou com a prenda da Senhora das

Dores o Reverendo Isidoro Nunes.





Maria casou-se com José Joaquim de Oliveira, filho de Capitão António de Oliveira Franco e Francisca Antónia da Silva.


3 M ii. Miguel Paulo de Miranda nasceu em 28 março 1790 em Turcifal - Torres Vedras.



Miguel batizou-se em 2 maio 1790 em Turcifal, Torres Vedras, Portugal.



Padrinhos:

D. Miguel Caetano Alvares Pereira de Mello, Duque do Cadaval, foi procurador o

Reverendo José Rodrigues e por D. Francisca Dorothea, filha do Capitão Jorge Nunes da

Fonseca, da Serra da Vila, Manuel Pinto.





Miguel casou-se com Dona Bernardina de Sena, filha de Silvestre Gonçalves e Dona Anna Victoria, em 4 junho 1817 em Turcifal.


4 M iii. Manoel Pereira nasceu em 3 junho 1792 em Turcifal, Torres Vedras, Portugal.

Manoel casou-se com Maria Vicencia, filha de Caetano António e Leonor Thereza, em 2 fevereiro 1818 em Turcifal.


5 M iv. Diogo Pereira Chaves nasceu em 17 outubro 1793 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras.



Diogo batizou-se em 10 novembro 1793 em Turcifal, Torres Vedras, Portugal.



Padrinhos:



D. Diogo José Vito de Menezes, Marquês de Marialva, foi procurador Dr. António das

Neves Pereira, morador neste lugar, por D. Gertrudes Maria do Santo António, mulher de

António Rodrigues Ferreira da freguesia de Santo Estevão de Lisboa, o Ajudante Manuel

Franco Pereira do Turcifal.






6 F v. Dona Joanna Roza de Miranda nasceu em 22 abril 1795 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras. Ela faleceu em 23 fevereiro 1868 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras.



Joanna batizou-se em 25 junho 1795 em Turcifal, Torres Vedras, Portugal.



Padrinhos:



D. António Luis de Meneses, Marquês de Tancos e tocou por seu procurador o Dr. José da

Cunha Fialho, corregedor da Câmara da Torres Vedras e D. Eugénia de Menezes, irmã do

dito Marquês.

Joanna casou-se com José Anastacio de Oliveira Nobre, filho de José Joaquim de Oliveira e Maria Victoria, em 9 março 1815 em Turcifal.


7 M vi. João Pereira Chaves nasceu em 26 maio 1797 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras.



João batizou-se em 15 junho 1797 em Turcifal, Torres Vedras, Portugal.



Padrinhos:



Estevão Telles da Silva, tocou por ele procuração o Alferes José Joaquim Pereira do Casal

do ???




8 F vii. Eugénia Roza de Miranda nasceu em 15 outubro 1799 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras. Ela faleceu em 23 maio 1873 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras.



Eugénia batizou-se em 14 novembro 1799 em Turcifal, Torres Vedras, Portugal.



Padrinhos:



D. Rodrigo José de Meneses do concelho de Santa Magdalena e de sua Real Fazenda, fez

por suas vezes do seu procurador, Miguel Lourenço Peres e por sua filha Exma Senhora

Dona Eugénia José de Menezes.





Eugénia casou-se com (1) Manuel da Silva, filho de José da Silva e Anna Maria, em 16 fevereiro 1829 em Turcifal. Manuel faleceu.

Eugénia também casou-se com1 (2) João José, filho de Francisco Ribeiro e Anna Maria. João nasceu em Azueira. Ele faleceu.


9 M viii. Pedro Paulo Pereira Chaves nasceu em 26 maio 1802 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras. Ele faleceu em 3 julho 1833 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras.





Padrinhos: Ilm. Exmo. D. Rodrigo José de Menezes, Conde de Cavaleiros, fez as suas

vezes Feliciano de Vaz, concelho do lugar de Loures e pela Exma. Condessa da Cunha,

Dona Francisca Correia, João Rodrigues do dito lugar de Loures.






10 F ix. Anna Rosa de Miranda nasceu em 29 julho 1805 em Freixofeira - Turcifal - Torres Vedras. Ela faleceu.

Anna casou-se com José das Neves, filho de Manoel das Neves e Maria de Jesus, em 4 junho 1832 em Turcifal. José nasceu em Gandara dos Olivais, Arrebalde, Leiria, Portugal. Ele faleceu.

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RE: Padrinhos Ilustres

#110132 | Paulo | 19 janv. 2006 15:01 | In reply to: #110038

Cara Ana,

Tenho, por experiência, que não existe qualquer relação de importância entre os afilhados e os padrinhos. Muitas vezes, nos Concelhos que estudo com maior frequência, surgem as mais ilustres personagens a apadrinhar a gente mais humilde e até crianças expostas.

Na informação que aqui refere existe um elemento que pode indiciar um determinado estatuto social que é o tratamento das senhoras com o prefixo Dona. Se isso se verificar nos registos então daí sim pode-se deduzir que pertenciam, pelo menos, á principalidade da terra, mas isto apenas se assim constar nos registos.

Em contraponto a frequência com que as pessoas são padrinhos em determinada região também pode ser alvo de diversas interpretações.

Esperando ter correspondido á sua solicitação despeço-me com os melhores cumprimentos,

Paulo

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RE: Padrinhos Ilustres

#110156 | Ana Fundo Pereira | 19 janv. 2006 18:44 | In reply to: #110132

Caro Paulo,

Muito obrigado pelas suas sugestões e informações.
Eu julgo que neste caso, não seja um caso de pessoas humildes, uma vez em que as crianças do sexo feminino estão registadas no assento de baptismo com o Dona antes do nome próprio.
A mãe das crianças também é sempre dada com o Dona antes do nome.
Em relação ao pai, nunca é referido algum cargo ou profissão.
Apenas sei que o avô materno das crianças era Doutor, mas quando o casal casou este já tinha falecido 10 anos antes, inclusivé a esposa era casada novamente na altura, e esta também tem o Dona antes do nome.
O que eu já pensei, é que haja alguma relação com as Invações Francesas, devido à localização e à época.
O Pedro Paulo Pereira Chaves veio de Bragança, sua terra natal, e ao chegar ao Turcifal - Torres Vedras, casa com uma Dona, filha de um Doutor...um pouco estranho, não concorda?
Pode ser que haja algum confrade mais "expert" nesta época histórica e que possa nos esclarecer.
Mais uma vez muito obrigada pela sua contribuição.
Melhores cumprimentos
Ana Funfo Pereira

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RE: Padrinhos Ilustres e apelidos iguais

#110184 | JFMenéndez | 19 janv. 2006 23:56 | In reply to: #110156

Cara Consócia Ana Pereira

Permita-me que intervenha no seu tópico, o que faço por duas razões distintas que passo a expor:
- A 1.ª prende-se, como é óbvio, com a própria natureza substantiva do mesmo.
- A 2.ª decorre da leitura (de uma 1.ª leitura) que fiz do teor do conteúdo – para a satisfação da sua questão inicial – à procura de um indício, de uma informação que me permitisse relacionar o apadrinhamento escolhido para os vários neófitos. Ao fazê-lo, “tropecei” no apelido que – ao ler o dos respectivos progenitores – logo calculei vir a ser, na geração seguinte, o de Bernardes de Miranda. Embora distinto dos meus Bernardes de Miranda, quer geográfica, quer temporalmente, não deixa, ainda assim, de ter algum interesse pela confusão que poderia suscitar para um leitor (investigador) menos familiarizado com ambas as famílias homónimas.

Começo pelo 1.º caso.
Umas vezes, sem qualquer razão particular - subjacente à escolha dos padrinhos - que não fosse aquela que decorria das relações familiares de parentesco, outras havia em que tal escolha não era de todo arbitrária, antes obedecendo a uma estratégia bem definida de busca de valimento, pessoal (da criança baptizada) e até familiar, com base nessa própria escolha selectiva. No 1.º caso há ainda a considerar a caracterização familiar. Sem ser preciso subir na escala social até às famílias fidalgas, entre aquelas designadas de “principais”, nas que “viviam à lei da nobreza” havia um critério bem definido na escolha não só dos padrinhos, como também no dos próprios nomes dos familiares (mormente no dos ascendentes) que dessa maneira se pretendia homenagear com a escolha e atribuição dos seus nomes próprios (e também dos apelidos) aos baptizandos.
Das muitas situações que conheço, observei que, para lá dos próprios familiares, os padrinhos eram recrutados nos eclesiásticos locais, entre os vizinhos e colegas corporativos, como no caso de oficiais da mesma corporação (hoje dir-se-ia profissão), da administração local, judicial e central, não esquecendo os militares (das companhias de ordenanças, do exército e da marinha) e nalguns casos (como este) – que não o geral – progressivamente entre gente de status mais elevado, primeiro entre as principais famílias da mesma localidade ou da região e depois, claramente em busca de superior valimento, junto das primeiras famílias do Reino.
Tenho imensos exemplos destes (uma percentagem mesmo muito elevada) no estudo que ao longo dos anos procedi sobre gente de Sintra, em várias das freguesias do concelho. Refiro-me particularmente aos Sousa Prego e famílias afins, com eles cruzadas por repetidos laços de parentesco. Mas o destes era um caso particular, como oficiais da governança da vila, da Casa das Senhoras Rainhas, através dos cargos que detinham nos Paços de Sintra, o que lhes permitia um contacto privilegiado, nas relações daí decorrentes, com a nobreza de corte. Um contacto que não só permitia esses apadrinhamentos, como também o propiciava e incentivava.
Era qualquer situação similar que eu tentava descortinar no conteúdo da exposição apresentada.

Quanto ao 2.º caso, penso que os seus Bernardes de Miranda, quase um século anteriores aos da família da minha mulher, pertencem aos Miranda da região de Torres, de que cuja existência eu já tinha conhecimento, embora superficial, mas desconhecendo esta ligação com uns Bernardes.
Os meus são da Beira Alta, de Santa Comba do Dão, embora as raízes dos Miranda (destes) fossem no vizinho concelho de Tábua, do outro lado do Mondego. Quanto aos Bernardes são do concelho de Carregal do Sal, de Cabanas.
O enlace matrimonial é, como disse, relativamente recente, 1887, mas o apelido perdura nalguns dos ramos descendentes – como o do meu filho, Bernardes de Miranda Menéndez, que representa a 4.º geração, embora já haja primos que vão na 5.ª geração, como alguns dos que estão presentes entre as pessoas da base de dados do Genea.

Não deixa de ser engraçado verificar a existência de duas famílias com dois apelidos principais iguais, embora distintas, sem qualquer relação de parentesco, de proximidade e creio mesmo que sem existência comum. Isto é, em 1887 creio já não se verificar a existência e uso destes dois apelidos entre os ascendentes do seu marido.

Pedindo desculpa pela extensão destes meus comentários
Apresento-lhe os meus melhores cumprimentos

José Filipe Menéndez

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RE: Padrinhos Ilustres

#110220 | JCC | 20 janv. 2006 12:05 | In reply to: #110156

Cara Ana

Uma sugestão que lhe posso dar é que dê uma vista de olhos na leitura de bachareis para ver se encontr o tal Dr. Se ele lá estiver talvez consiga uma "fotografia" um pouco mais nítida dele. E também o Registo Geral de Mercês.

Por outro lado parece-me que a maioria do padrinhos são Menezes. Poderá haver alguma ligação àquela casa, seja nos marqueses de Marialva seja nos de Tancos. Poderia ser alguém que servisse nas suas casas, mas tudo isto são suposições.

A questão das Donas nas crianças baptizadas também é uma pista. Talvez os arquivos municipais tenham alguma infomação, nomedamente sobre impostos, que lhe permtam ter uma ideia sobre o patrimõnio, ou sobre se foram da "governança", etc..

Como disse o Paulo tanbém já encontrei imensos padrinhos de alta estirpe que apadrinham gente da mais humilde.

Cumprimentos

João Cordovil Cardoso

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Apelido Pereira

#110253 | anna | 20 janv. 2006 17:28 | In reply to: #110038

Cara Ana Pereira,

Gostaria de lhe deixar aqui um simples reparo, mas talvez lhe venha a ser útil no esclarecimento da questão que nos coloca:

Veja por favor aqui no Genea, os morgados de Aguas Belas (de origem Pereira), aliam-se por casamento aos Menezes e depois, também por casamento, aos Condes da Cunha.

Se me permite, busque os ascendentes de apelido Pereira, do seu marido.

Cumprimentos,

Anna

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