Pesquisa Zé do Telhado
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Pesquisa Zé do Telhado
ola sou venezuelana mais meu pai e portugues, entou sou portuguesa tambem, meu pai morreo mais sempre falaba que o ze do telhado foi o seu pariente, pesquise pela internet e tive muita informacao, gostaria conecher se tengo mais familia, a minha familia mora en rio tinto porto y e de nome de jesus texeira.
Elizabeth
Desculpas pelo meu portugues a muito tempo que nao practico
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RE: pesquisa ze do telhado
Eli,
Coloque no google "Zé do Telhado" e terá toda a história de seu parente.
Abraço
Gilson Nazareth
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Cara Gorda
Se, porventura, desejar saber algo mais de substancial sobre ele, sugiro-lhe que leia as Memórias do Cárcere de Camilo Castelo Branco, onde este excepcional escritor o teve na prisão como autêntico anjo da guarda, as Memórias do Capitão de João Sarmento Pimentel, e o filme em vídeo denominado, José do Telhado.
Cumprimentos
Manuel de Chaves
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
obrigadinho Manuel procurare aquele libro y seria muito bom o du filme.
a te a proxima
Eli
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RE: pesquisa ze do telhado
Obrigadinho Gilson ja fiz o que estou a procurar e alguem de aquela familia.
Junhos
Eli
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Cara Eli,
Além das valiosas informações que outros confrades lhe prestaram, existem
igualmente alguns livros sobre o Zé do Telhado, que passo a referenciar.
1) PINTO, José Manuel de Castro - "José do Telhado: o Robim dos Bosques português? - Vida e Aventura", Plátano Editora, Lisboa, 2002
2) PINTO, José Manuel de Castro - "José do Telhado: Culpado e Inocente", Plátano Editora, Lisboa, 2003
3) COSTA, Alberto Mário de Sousa - "Grandes Dramas Judiciários" - Cap- VIII (José do Telhado), págs. 135-156, Editorial "O Primeiro de Janeiro", Porto, 1944
4) FONSECA, Crispiniano da - "Um Crime Atroz e Horroroso", Papelaria Progresso, Lisboa, 1930
5) SOUSA, Rafael Augusto de - "A Vida de José do Telhado", Livraria Portuguesa de Joaquim M. da Costa, Porto, 1914
6) NORONHA, Eduardo de - "José do Telhado" (romance histórico), Editorial "O Primeiro de Janeiro", Porto, 1923
7) MONTEIRO, Campos "José do Telhado e os seus Quadrilheiros", Edições do Tâmega, Amarante. 2001
8) CABRAL, António (António Ferreira Cabral Pais do Amaral) - "Camilo de Perfil", Livraias Aillaud e Bertrand, Lisboa, 1922 (1ª edição de 1914)
Nuno Barbosa de Madureira
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Muito obrigado caro nuno, vou tratar de facer as pesquizas pela internet por que aqui na venezuela e um bocadinho dificil encontrar libros en portugues.
obrigado
Eli
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Ola,
Soy portuguesa y estoy escribindo sobre ze do telhado. hay escrito un paper work sobre el. me gustaria mucho hablar contigo. asi que me puedes mandar un email, e nos ponemos en contacto.
Tenia mucho gusto en hablar e trocarmos historias.
cumprimentos,
Mafalda Camões
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Ola Mafalda, con mucho gusto mi email es elisant32@hotmail.com
Bueno de ze do telhado solo se lo poco que me ha contado mi padre, lo unico que se es que soy descendiente de el.
Vivo en venezuela a portugal solo he ido 3 veces, asi que la sangre do ze do telhado llego hasta america latina.
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
ola,
gostava de saber quem foram os parentes do ze do telhado. ja fiz uma busca aqui no genea, mas nao encontrei nada. alguem me pode ajudar?
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
ola mafalda
os pais do ze do telhado eram joaquim de matos e maria lentina.
livro interesante sobre esta personagem é "ze do telhado o robin dos boques portugues?" de jose m. castro pinto. editora plátano, www.platanoeditora.pt de lisboa.
cumpts
ovidio moreira
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Confrades;
... Zé do Telhado!.... de seu nome José Teixeira da Silva, n. 1818, lugar do Telhado,
Penafiel.
Em termos gerais, sabemos que foi militar. Chegou a ser condecorado. Como o seu
partido entrou em desgraça, entre outras coisas contraiu dívidas etc, veio a ser
expulso das forças armadas.
Zé do Telhado contrasta com outros salteadores, que acabaram por não terem sido
penalizados, como por exemplo Vicente Maria, pelo que julgo saber, por mera
casualidade acabou por ficar do lado dos Liberais,tendo tido bom desempenho !!
O referenciado foi expulso para Angola, onde refez a sua vida,
tendo morrido aos 57 anos, vitima de paludismo.
Segundo informação de um Historiador de renome, o Zé do Telhado só teria tomado
este rumo de vida, por à época os poderes públicos lhe terem negado a sua entrada
para a policia!!
Para que neste tópico fique informação sobre Zé do Telhado,deixo este link.
Os m/ cumprimentos
Ana Simões
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Por lapso o link só agora segue.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_do_Telhado
Ana Simões
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
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RE: Livros sobre as 5 Vilas 14-12-2011, 22:43
Autor: henrdias [responder para o fórum] Caros Confrades,
O escritor Paulo Moreiras, lançou no passado mês de Outubro, novo livro intitulado "O Ouro dos Corcundas" - A saga de um herói anónimo que, por amor, mudou a História de Portugal.
Obra com 280 páginas da editora Casa das Letras, 2011. Trata-de de uma obra do género "romance histórico", cuja acção se desenrola na área das Cinco Vilas em plena Guerra entre Liberais e Absolutistas.
"ACERCA DO LIVRO:
A guerra entre Absolutistas e Liberais está ao rubro quando Vicente Maria Sarmento retorna a Chão de Couce, após receber a notícia da morte do pai. Mas esse regresso tem um sabor duplamente amargo; em Lisboa, onde viveu os últimos anos, Vicente Maria pertenceu a um bando de salteadores e esteve preso no Limoeiro, donde só saiu por obra e graça dos malhados, que assaltaram a cadeia para libertar os partidários de D. Pedro. Antes de seguir para casa da mãe, para sossego do corpo e do espírito, Vicente Maria dirige-se para a Venda do Negro, acabando a noite nos braços da puta Tomásia, que nunca esqueceu e a quem promete casamento e vida honesta.
Contudo, o seu regresso reacende na vila antigos ódios e paixões e os seus inimigos estragam-lhe os planos. Não lhe resta, pois, senão juntar-se a um novo grupo de bandidos, esperando que as pilhagens lhe rendam o bastante para se pôr a milhas dali com a amada. Quem também se vê em apuros é D. Miguel, atacado por todos os lados, a quem as vénias dos corcundas já de nada servem.
Projectado o assalto a uma família de fidalgos ricos em viagem, é numa curva da estrada que o bando intercepta uma carruagem, sem saber que os destinos de Portugal se jogam nesse preciso instante. E é pela ousadia de Vicente Maria que, afinal, se alterará o rumo da História, embora os livros injustamente o omitam.
Com uma linguagem poderosa e um humor digno da melhor literatura picaresca, o presente romance é uma homenagem aos heróis anónimos que ajudaram a construir as respectivas nações e um fresco sublime das lutas liberais."
Cumprimentos,
H. Dias
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Ana Simões
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Rodando a história!
http://www.youtube.com/watch?v=VvyvrXxDOo4
LENDA DO ZÉ DO TELHADO :
José Teixeira da Silva nasceu no lugar do Telhado, de Castelões de Recezinhos, em 22 de Junho de 1818. Ficou célebre na história de Portugal como Zé do Telhado, um herói que se tornou vilão. Foi um valoroso combatente militar e um controverso salteador. Enquanto militar, há registos e relatos da sua valentia, tendo sido condecorado com a medalha de Torre e Espada, por actos heróicos nas hostes de Sá da Bandeira, do Duque de Setúbal e na revolta da Maria da Fonte, sempre pelos liberais, contra os absolutistas.
As ligações de Zé do Telhado a Lousada remontam à infância e ao seu matrimónio. Casou com sua prima, Ana de Campos Lentine, que morava no lugar de Sobreira, da freguesia de Caíde de Rei, que na altura fazia parte (tal como Castelões de Recezinhos) do antigo concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega, que tinha sede em Vila Meã.
Ana era filha de uma tia de Zé do Telhado e de um antigo soldado francês que por cá terá ficado aquando das invasões napoleónicas nos começos do século XIX.
Este era negociador e capador de gado e ensinou o ofício ao seu sobrinho. Mas seria ocupação de pouca dura pois a tradição familiar e os hábitos de guerrilha e combate adquiridos em inúmeras batalhas influenciaram decisivamente para que Zé do Telhado se tornasse salteador. De facto, seu tio-avô e seu pai tinham sido quadrilheiros, bem como o seu irmão mais velho.
Muito se escreveu e continua a escrever sobre este controverso personagem. Uns, com mais pendor moralista, o invectivam e negam-lhe qualidades, enquanto que outros, mais benevolentes, enaltecem os infortúnios, os sentimentos e as façanhas de Zé do Telhado.
Diz o povo que roubava aos ricos para dar aos pobres, e por isso era por muitos considerado o Robin dos Bosques português.
Tentativa de assalto da quadrilha do Zé do Telhado em Pias
Há relatos de lealdade e honra da sua parte, veja-se o caso da tentativa de assalto à Casa de Pereiró, na freguesia de S. Lourenço de Pias, em Lousada, segundo relato contado de geração em geração naquela senhorial casa.
Isso aconteceu em meados do século XIX. Depois de ter assaltado a Casa de Talhos, em Macieira, Zé do Telhado pretendeu apoderar-se de riqueza em Pias. O alvo seria a Casa de Pereiró, de Constantino Elisiário Ribeiro Peixoto, que recebeu um ultimato do salteador.
Na carta enviada àquele distinto morador de Pias, Zé do Telhado ameaçava que se não colocasse no penedo de Sant’Ana um saco de libras, ele e o seu bando assaltariam a casa de Pereiró. O proprietário não cedeu. Cumprindo a ameaça, os bandoleiros abeiraram-se da casa, onde Constantino Peixoto se tinha entrincheirado com várias armas de fogo.
O rés-do-chão estava fechado, com barricas nas portas e janelas. No andar de cima, estava tudo aberto e uma arma junto de cada janela.
Reza a história que assim que se avistaram os dois protagonistas da contenda, Zé do Telhado patenteou o cavalheirismo que o notabilizou ao perguntar: “Dá-me autorização para assaltar a sua casa?”. O proprietário de Pereiró respondeu de forma provocadora: “Sim!”.
Contando com o apoio da sua destemida e leal criada, que ia carregando as armas com pólvora, Constantino Peixoto correu de janela em janela, disparando contra os assaltantes. Perante essa aguerrida oposição, o bando bateu em retirada.
Tendo admirado a destreza e coragem do destemido dono dessa casa, Zé do Telhado remeteu-lhe, na qualidade de rei dos salteadores da região, uma carta que Constantino Elisiário deveria mostrar no caso de ser assaltado. Servia esta missiva para segurar os seus bens perante os amigos do alheio.
Depois de vários assaltos, nalguns dos quais foi derramado sangue, fugiu para o Brasil, mas segundo o próprio terá confessado a Camilo Castelo Branco na Cadeia da Relação, as saudades dos filhos e da esposa fizeram-no regressar. Foi apanhado pelas autoridades e julgado em 1861, em Marco de Canaveses. A acusação foi feita pelo delegado do Ministério Público, Dr. Joaquim Cabral de Noronha e Meneses, da Casa da Bouça (Nogueira, Lousada). A pena de morte ainda vigorava em Portugal, mas Zé do Telhado livrou-se da forca, devido a várias atenuantes. Mas pagou pelos seus crimes, tendo sido deportado para o ultramar.
Relatos do Diário de Notícias da época, fizeram eco da sua regeneração e de actos heróicos em Angola, onde faleceu em 1875.
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Ana Simões
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RE: Pupilas Snr. Reitor= [Dr.João Semana ; José Telhado ]
As pupilas Snr. Reitor, quem não se lembra deste romance escrito por Joaquim
Guilherme Gomes Coelho {J.D.}
Aqui fica uma pequena amostra:
http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Dinis
Ana Simões
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RE: ZÉ DO TELHADO
Confrades;
Para que conste;
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=161995
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=188424
Ana Simões
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Cara Ana
Vejo que tem muitos dados sobre Zé do Telhado, eu como tenho um ramo na Freguesia de Caide de Rei- lugar da Sobreira, comecei a fazer a arvore de José Teixeira da Silva, não encontrei o assento de baptismo da esposa e prima, vi que o nome Leontina tinha origem em Aveleda, depois segui o ramo dos trisavôs Francisco Pinto e Maria Pinto que eram naturais de Caide.
Cumprimentos
Victor Gomes
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RE: Pesquisa Zé do Telhado
Caro Vitor;
Os m/ cumprimentos;
... O que sei do Zé do Telhado faz parte de cultura geral, portanto não estou por
dentro do ramo familiar.
No seu caso deve meter mãos à obra, e seguir em frente.
Boa Sorte
Ana Simões
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RE:
Caro João Barroca;
Segue foto antigo Largo Sansão, onde se pode ver no inicio de 1900, em frente ao Mosteiro de Santa Cruz,
as vendedoras de cereais, bem como os apetrechos da época.
Na altura essas vendedoras tinham que ter um salvo-conduto em como eram mulheres sérias!, caso contrário
não podiam estar a vender junto ao Templo!!
http://storage.canalblog.com/00/48/64839/8635988_m.jpg
Os m/ cumprimentos
Ana Simões
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RE: ZÉ DO TELHADO
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RE: Pesquisa Zé do Telhado 08-03-2012, 19:52
Autor: HRC1947 [responder para o fórum] Caro Vitor;
Os m/ cumprimentos;
... O que sei do Zé do Telhado faz parte de cultura geral, portanto não estou por
dentro do ramo familiar.
No seu caso deve meter mãos à obra, e seguir em frente.
Cumprimentos
Ana Simões
.
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RE: ZÉ DO TELHADO
" Zé do Telhado, que era chefe da quadrilha mais famosa do Marão, conhecido por "roubar aos ricos para dar aos pobres" e por isso muitos consideram-no como o Robin dos Bosques português, acabou por ser preso e na Cadeia da Relação conhece Camilo Castelo Branco em Março de 1859. Contrariamente ao que muita gente pensa o Zé do Telhado nunca efectuou qualquer assalto na nossa região e não existe nenhum registo da época que relate tal facto.
José Teixeira da Silva, o Zé do Telhado, segundo o registo baptismal, terá nascido em 22 de Junho de 1818 e a primeira biografia do romântico bandoleiro saiu da pena do maior romântico da nossa literatura, Camilo Castelo Branco, que conheceu-o na prisão da Relação do Porto, onde ambos comungavam as instalações por diferentes razões.
O escritor ouviu-lhe as confissões e integrou-o nas suas “ Memórias de Cárcere “, publicadas em 1861.
[foto: Camilo Castelo Branco e Zé do Telhado, na Cadeia da Relação, Porto ]
http://2.bp.blogspot.com/-nkNVM-YeI_c/Tk-4pzZQHvI/AAAAAAAAFKg/anm1WkWQ7so/s400/barbas.jpg
A verdade,lenda confrontam-se, no entanto há factos históricos inegáveis, José Teixeira da Silva, nasceu 1818 no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recezinhos, concelho de Penafiel.Com a idade de 14 anos,vai residir para casa do tio João Diogo, castrador e tratador de animais, residente no lugar de Sobreira, freguesia de Caíde de Rei, concelho de Lousada, e por lá permaneceu durante 5 anos, até que se apaixona pela sua prima Ana Laurentina, tinha então dezanove anos.
Assentou praça no quartel de Cavalaria 2, os “Lanceiros da Rainha” e em de Julho de 1837., quando rebenta a “Revolta dos Marechais”, contra o partido dos setembristas e pela restauração da “Carta Constitucional”. Os lanceiros alinham com os revoltosos e são desbaratados em 18 de Setembro. Foge para Espanha com o líder da insurreição o general Schwalback.
No exílio recebe a notícia de que o tio, finalmente, abençoara o seu casamento com Ana e regressa a Portugal com o perdão oficial e casa com a prima a 3 de Fevereiro de 1845.
Em 23 de Março estala a “Revolução da Maria da Fonte”, liderada por mulheres. Há soldados que desertam para o lado dos revoltosos.
José Teixeira foi o líder militar da insurreição, à qual aderiram pés descalços e o General-Visconde de Sá da Bandeira, os actos de bravura, despojamento, apurado instinto militar, num combate que perdeu, valeram-lhe a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal: a ” Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”.
Derrotada a * Patuleia,* Zé do Telhado conta que arrancou as divisas e regressou a casa, findando aqui a sua experiência militar, mas é perseguido e está atolado em dívidas não consegue pagar, não há quem lhe dê trabalho.
Nesse tempo, Custódio, o “Boca Negra”, capitaneava a maior quadrilha de bandoleiros que aterrorizou as duas beiras em 1842, ferido num dos assaltos, “Boca Negra” leva Teixeira a um casario meio abandonado e apresenta-o como o novo líder.
Mausoléu do Zé do Telhado, em Xissa, Malanje, Angola.
Na noite de 16 para 17 de Março de 1857, Zé do Telhado é já alvo de uma caça ao homem sem precedentes, é preso no esconderijo, a 5 de Abril de 1861 e na manhã dia 25 de Abril, começa no tribunal de Marco de Canaveses o julgamento de José Teixeira da Silva, sendo condenado na pena de trabalhos públicos por toda a vida na Costa Ocidental de África e no pagamento de custas”, num julgamento de durou apenas dois dias. Condenado ao degredo, José Teixeira da Silva desembarcou em Luanda, seguindo para Malanje, onde viveu cerca de um ano, por lá fez-se negociante de borracha, cera e marfim, casou-se com uma angolana, Conceição, de quem teve três filhos e deixou crescer as barbas até ao umbigo, sendo por isso conhecido pelos nativos como o “quimuêzo” – homem de barbas grandes, viveu sem problemas financeiros, mas a saudade da mulher e dos cinco filhos levaram-no à morte mais cedo, contava 57 anos de idade. Foi sepultado na aldeia de Xissa, a cerca de 50 km de Malanje, onde os negros lhe fizeram um mausoléu.
http://1.bp.blogspot.com/-KFRDLaqgJfY/Tk_XZTWTWxI/AAAAAAAAFKw/xt_RzV6qPds/s400/Diapositivo126_sized.jpg
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Elementos retirados net.
HRC
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RE: ZÉ DO TELHADO
Justiça: Museu da Relação do Porto mostra processos emblemáticos de Zé do Telhado e Camilo Castelo Branco
"Camilo Castelo Branco esteve preso mais de um ano na cadeia da Relação do Porto, aguardando julgamento por causa do seu relacionamento amoroso com uma mulher casada, Ana Plácido, ela própria também levada para o cárcere.
Dizem os registos que ninguém queria julgar Camilo por dormir com mulher alheia e a "espinhosa missão" acabou por ser confiada ao pai do escritor Eça de Queirós que despachou uma absolvição por falta de provas, "deixando o povo feliz e contente".
Dos argumentos aduzidos pelo juiz José Joaquim de Queiroz, em 17 de Outubro de 1861, não sobra prova material, já que se goraram todos os esforços para encontrar o processo do julgamento de Camilo Castelo Branco e da sua amada Ana Plácido, conforme contou hoje à Lusa o presidente do Tribunal da Relação do Porto, juiz-desembargador Gonçalo Xavier Silvano.
Mas todas as razões que levaram à dedução de acusação contra os "adúlteros" e à sua prisão preventiva na Cadeia da Relação por um ano e 16 dias resistem no Museu Judiciário do Tribunal da Relação do Porto.
A acusação que todos podem ver agora em amarelecidas páginas sustenta que "seria um contra-senso inqualificável que esse homem que a teve [a Ana Plácido] teúda e mateúda (...) ficasse impune".
O Museu Judiciário do Tribunal da Relação do Porto, instalado no quinto piso do Palácio da Justiça, está aberto ao público, desde hoje e até sexta-feira, e nele se pode ver também outro processo marcante do século XIX: o do julgamento do lendário Zé do Telhado, o "Robin dos Bosques" português.
José Teixeira da Silva, conhecido pela alcunha de Zé do Telhado, começou a ser julgado no Tribunal do Marco de Canaveses em 25 de Abril de 1859, acusado de diversos crimes de roubo com violência.
"Condeno o réu José Teixeira da Silva da freguesia de Caíde de Rei, comarca de Lousada, na pena de trabalhos públicos por toda a vida na Costa Ocidental de África e no pagamento de custas", assim determinou o tribunal.
A pena foi mantida pelo Tribunal da Relação do Porto e, anos depois, comutada para apenas 15 anos de degredo.
Enquanto permaneceu privado de liberdade na Cadeia da Relação, Zé do Telhado privou com Camilo, que lhe dedicou um capítulo do seu livro "Memórias de um Cárcere".
Outro processo emblemático que o museu conserva é o da bruxa de Soalhães, Marco de Canaveses, agredida à paulada e sacholada, antes de ser queimada por quatro "algozes" na sequência de um "esconjuro de alma má".
A história, que deu um filme e uma peça de teatro ("O Crime da Aldeia Velha"), acabou com a condenação dos quatro homens a seis anos de cadeia, seguidos de dez anos de degredo, em sentença confirmada pela Relação do Porto a 13 de Maio de 1934.
Nas suas declarações à Lusa, o presidente da Relação do Porto adiantou que o museu está agora a recolher material sobre outro caso emblemático da região, o "crime da Rua do Sol", que apaixonou a opinião pública do Porto meses a fio, em pleno século XX.
O caso envolveu um sapateiro que procurou livrar a sua culpa no roubo e assassinato de uma mulher, fornecendo pistas falsas à polícia.
Gonçalo Xavier Silvano anunciou ainda a publicação, em Fevereiro, de um livro sobre os quatro séculos de história da Relação do Porto, uma obra da responsabilidade de Francisco Ribeiro da Silva (antigo vice-reitor da Universidade do Porto), José Guilherme Abreu (catedrático da Universidade Católica) e do juiz-conselheiro Pereira da Graça."
Elementos obtidos na internet.
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HRC
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RE: ZÉ DO TELHADO
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Zé do Telhado, titular da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, permanece no imaginário popular como um assaltante que roubava aos ricos para dar aos pobres. O mito e as lendas têm servido para ocultar um processo judicial feito de mentiras e provas forjadas.
Na campa, onde jaz, consta uma data de nascimento igualmente falsa. As quadrilhas integravam padres, morgados, administradores, empresários e alfaiates. Nunca foram julgados. A História reconduz-nos a julgamentos recentes, alguns dos quais da actualidade...
Na noite de 16 para 17 de Março de 1857, Zé do Telhado é já alvo de uma caça ao homem sem precedentes. Tinha renovado a quadrilha, agora constituída por Zé do Telhado e o irmão Joaquim, António da Cunha, o Silva mestre pedreiro, a senhora Tomásia, Joaquim Pinto e a mulher, donos de uma estalagem , o Morgado António Faria, o padre Torquato José Coelho Magalhães, o alfaiate Miguel Exposto, o Morgado da Magantinha [António Ribeiro de Faria] e o administrador Albino Leite.
Zé do Telhado resolve pernoitar em Amarante, cujo administrador, José Guedes Cardoso da Mota, fora avisado que o fugitivo passaria a noite na casa de Manuel Teixeira, do Sardoal.
Cabos de ordens, tropas de caçadores e regedores das freguesias são mobilizados em peso para a captura, cujo comando fora confiado ao regedor Alves, de São Gonçalo.
Cercaram a casa durante a noite. Mal irrompessem os primeiros raios de sol, por imposição legal, o assalto e as prisões consumar-se-iam. A mulher do dono da casa, quase de madrugada, apercebeu-se do cerco e tentou alertar Zé do Telhado, entretanto ocupado a cuidar do visual.
Nas situações mais dramáticas, o homem cofiava a barba hirsuta, ajeitava o paletó, empertigava a peitaça frente ao espelho.
Dirigiu-se a uma janela e interpelou um dos cabos. ?Quem anda aí? ? as palavras de Zé do Telhado rasgaram a noite gelada. A resposta chegou e trazia mau augúrio: ?É o regedor da freguesia. Por ora não queremos nada, o que queremos será mais logo?. O foragido dirige-se para o lado oposto da casa e abre outra janela. ?Tu, que estás detrás do carvalho, sai!.. senão morres!?
Ao grito da última palavra, colou-se um tiro que aterrorizou a patroa. ?Entregue-se, senhor, que eles não lhe fazem mal? ? ajoelhou-se a mulher. Zé do Telhado nem ouviu. Ao nascer do dia, para surpresa geral, abre a porta de casa e aparece de peito feito. Desce os degraus e simula que se vai entregar. Em tropel, a tropa lança-se sobre a criatura. O gesto é fulgurante - recua, entra de novo em casa, bate com a porta, foge pelas traseiras, galgando um monte.
Os sitiantes seguiram-lhe no encalço. Sentindo-se perseguido, desfechou um tiro. Depois, outro. Estava morto o regedor Alves, comandante do pelotão destroçado.
A verdade histórica confronta-se, hoje, com as versões oficiais e a lenda de José Teixeira da Silva, nascido em 1818 no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recezinhos, concelho de Penafiel
Aos 14 anos, o garoto muda de ares e vai residir para casa do tio João Diogo, no lugar de Sobreira, freguesia de Caíde de Rei, concelho de Lousada. Castrador e tratador de animais, acolhe o sobrinho, interessado em aprender o ofício. Diogo tinha vida abastada e deu abrigo a José Teixeira da Silva durante cinco anos.
Agosto quente, festa da Senhora da Aparecida, 13 de Agosto, dia de folguedo geral no lugar. José Teixeira descobre o aceno de um lenço branco por detrás de uma janela, na casa onde morava.
Ana Lentina, a prima, faltara ao festim. Afogueado, o moço galga o portão e corre para os braços da prima. Um beijo subtil e cinco palavras de amor selaram uma paixão que acabaria em casamento e tragédia. Tinha 19 anos.
Pouco depois, assenta praça no quartel de Cavalaria 2, os Lanceiros da Rainha. Corria o mês de Julho de 1837. Rebenta a Revolta dos Marechais, contra o partido dos setembristas e pela restauração da Carta Constitucional. Os lanceiros alinham com os revoltosos, desbaratados a 18 de Setembro.
O general Schwalback, líder da insurreição, foge para Espanha e leva José Teixeira, que se distinguira em combate. A caminho do exílio, o intrépido recebe a notícia de que o tio, finalmente, abençoara o seu casamento com Ana.
Regressado com um perdão a Portugal, troca alianças a 3 de Fevereiro de 1845. A 7 de Novembro, nasce a primeira filha do casal ? Maria Josefa.
Grassava no país uma revolta larvar contra o governo de Costa Cabral. O povo, ajoujado a impostos e arbítrios, aproveita a publicação da Lei de Saúde Pública- que proíbe os funerais nas igrejas e impõe aos cadáveres um exame por mandatários do governo, em detrimento dos cirurgiões locais ? e amotina-se por todo o Minho contra as papeletas da ladroeira.
Estala a 23 de Março a Revolução da Maria da Fonte, liderada por mulheres. As quatro cabecilhas da revolta são presas dois dias depois, mas o rastilho espalha-se a Trás-os-Montes.
Há soldados que desertam para o lado dos insurretos. Chaves adere, depois Póvoa de Lanhoso, Vila Real, Guimarães. Centenas de revoltosas são presas pelos soldados e libertadas por companheiras.
José Teixeira foi o líder militar da insurreição, à qual aderiram pés descalços e o General-Visconde de Sá da Bandeira, às ordens de quem fica o sargento Silva. Logo se distingue na expedição a Valpaços.
Os actos de bravura, despojamento, apurado instinto militar, num combate que perdeu, valeram-lhe a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal: a ? Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito?.
Derrotado, aconchega a condecoração, tira as divisas de sargento e voa como um pássaro para os braços da mulher e dos cinco filhos. Os vencedores atacaram a canalha. José Teixeira é perseguido, atola-se em dívidas por impostos que não consegue pagar e é expulso das Forças Armadas.
Não há quem lhe dê ofício, a todas as portas bateu ? todas se lhe fecharam.
Assim nasce o Zé do Telhado que faria lenda.
Nesse tempo, Custódio, o ?Boca Negra?, capitaneava a maior quadrilha de bandoleiros que aterrorizou as duas beiras em 1842. Conhecia, de gingeira,as façanhas militares de José Teixeira.
Ferido num dos assaltos, ?Boca Negra? leva Teixeira a um casario meio abandonado onde se acoitava o bando. Apresentam-se à luz da vela - o ?Tira-Vidas?, ?O Girafa?, o ?Sancho Pacato? o ?Veterano? e o ?Zé Pequeno?. Para o assalto do dia seguinte, ?Boca Negra?, o líder ferido, informa a quadrilha que José Teixeira o substituiria no comando.
Zé do Telhado faz e reorganiza quadrilhas, ganha fama de generoso e audaz pelas vítimas que escolhe para os assaltos e o destino do dinheiro ou das jóias ? os desgraçados com que se cruzava e, antes de tudo, a ? minha rica mulher e os queridos filhinhos?, como os viria a chamar, mais tarde, ao companheiro de prisão Camilo Castelo Branco.
A fama do bandoleiro atravessa o país. O temido Zé do Telhado emite, aos que estimava, um salvo conduto com a sua assinatura e esta informação:
? O portador deste salvo-conduto pode passar livremente e mando que o ajudem quando for preciso?.
Com as autoridades no seu encalço por todo o país, mil vezes o cercaram, mil vezes se escapuliu o tenebroso. Vendo-se perdido, decide fugir para o Brasil. Escondeu-se na barca ?Oliveira?, acostada no Porto, onde lhe dera guarida nos últimos três dias Ana Vitória, uma das suas vítimas que passou a idolatrá-lo e sobre quem disse haver pessoas ?de bem que nunca deram às classes humildes um centésimo do que lhes deu Zé do Telhado.? Desarmado e a horas de zarpar, Zé do Telhado é preso no esconderijo, a 5 de Abril de 1861.
Às dez da manhã do dia 25 de Abril, começa no tribunal de Marco de Canaveses o julgamento de José Teixeira da Silva.
No dia 27, às duas da madrugada, o júri, presidido pelo juíz António Pereira Ferraz, considerou Zé do Telhado culpado da prática de doze crimes. Roubos, um homicídio, organização de quadrilha de assaltantes e a tentativa de evasão sem passaporte.
?Condeno o réu José Teixeira da Silva da freguesia de Caíde de Rei, comarca de Lousada, na pena de trabalhos públicos por toda a vida na Costa Ocidental de África e no pagamento de custas? ? assim determinou o tribunal.
O julgamento, sabe-se hoje, foi uma farsa. Uma consulta, ainda que superficial, a todos os documentos oficiais que constam no Tribunal da Relação do Porto e no Arquivo Distrital do Porto não deixam qualquer margem para dúvidas.
Alguns dos membros das quadrilhas chefiadas por Zé do Telhado foram arroladas pela acusação e safaram-se. Morgados, padres, administradores e regedores que tinham cometido os mesmos crimes do réu nunca seriam acusados ou perseguidos.
Várias testemunhas de acusação nada viram, de tudo souberam por terem ouvido.
Consta do processo que António Ribeiro, pedreiro, ?ouviu dizer que fora o querelado José do Telhado a roubar?. Alexandre Nogueira, comerciante, ?não sabe que armas feriram o regedor se as do querelado se as dos sitiantes?. António da Silva, lavrador, ?soube pelo ouvir dizer do padre roubado que o Zé do Telhado fora um dos que penetrara dentro da casa armado e isto tem ouvido ao povo?. Manuel de Sousa, lavrador, disse que ? sabe por ser bem público que tivera lugar o roubo de que se trata no dia pela forma que nos autos se declara?. Timóteo José de Magalhães, lavrador, ? disse que sabe pelo ter ouvido ao povo que tivera lugar o roubo de que se fala nos autos?. Francisco Moreira da Cunha, lavrador, ?ouviu dizer e ser público e notório que o réu José Teixeira e o irmão estavam para embarcar para o Brasil?.
Só um tiro sairia pela culatra à acusação. Francisco António de Carvalho, lavrador, afirmou que ? o Zé do Telhado pagava crimes que não tinha cometido e ouviu dizer que se havia combinado com o administrador do concelho para imputar os dois crimes de roubo ao Zé do Telhado?.
Os quadrilheiros nobres evadiram-se para o Brasil, como sucedeu com o padre Torcato, ou colaboraram com a acusação, a troco da ilibação. O historiador Campos Monteiro analisou os autos e emitiu um parecer a este respeito:
? É de crer que nesta altura se movimentassem altas influências tendentes a ilibar estas parelhas de bandidos engravatados. O facto é que saíram em liberdade. E é natural que o administrador, ao mesmo tempo que os inocentava, procurasse aproveitá-los ?.
O caso da ilibação do Morgado da Magantinha está igualmente documentado nos autos. Após a fuga do padre Torcato, a acusação subornou a testemunha António Eliziário que, perante o juíz, afirmou saber que ?Margantinha foi um dia convidado pelo padre Torcato a ir ter à capela de Santa Águeda e, indo ali, o encontrou com alguns membros da quadrilha e quatro bois roubados?, pedindo-lhe ? o padre que tomasse conta dos bois para os vender, mas o Margantinha recusou-se.
A verdadeira história do mito Zé do Telhado está mal contada, a começar pela data de nascimento que lhe é atribuída ? na campa aparece 1815, em vez de 1818 ? e culminando no julgamento relâmpago que durou menos de dois dias úteis.
Foram subtraídas testemunhas indispensáveis, promovidas declarações falsas e adulterados os critérios de escolha dos jurados. Em vez do sorteio, foram escolhidos a dedo conhecidos inimigos de Zé do Telhado. Condenado ao degredo, José Teixeira da Silva desembarcou em Luanda, seguindo para Malange, onde viveu cerca de um ano.
Palmilhou cada légua das terras da Lunda.
Fez-se negociante de borracha, cera e marfim.
Casou-se com uma angolana, Conceição, de quem teve três filhos. Cresceu-lhe a barba, até ao umbigo.
Era, para os angolanos, o ?quimuêzo? ? homem de barbas grandes.
Viveu desafogado, financeiramente. As saudades da mulher e dos cinco filhos levaram-no mais cedo.
Morreu, moído de remorsos, aos 57 anos.
Sepultado na aldeia de Xissa, a meia centena de quilómetros de Malange, os negros ergueram-lhe um mausoléu.
Ainda hoje, se faz romagem à campa do mito.
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