D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
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D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Caros amigos
Tenho comigo quatro livrinhos com datas de 1842 sobre a Maçonaria "Bibliotheca Maçonica" que dizem, escrito à mão, pertencerem a D. Pedro d'Alcantara. Segue-se a assinatura deste D. Pedro e o grau "Cav (três pontos) R (três pontos e uma cruz que penso ser o grau máximo do Rito Francês. Penso tratar-se de D. Pedro d'Alcantara, imperador do Brasil. Alguém sabe dizer-me alguma coisa sobre o assunto, nomeadamente se D. Pedro II pertenceu à Maçonaria e em que época?
Cumprimentos
Miguel Brandão Pimenta
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Caro Miguel Brandão Pimenta
D. Pedro I do Brasil tornou-se, em 1822, Grão-mestre do Oriente Brasileiro com o nome simbólico de “Irmão Guatimozim”. Alguns dias depois decretou o encerramento do mesmo.
D. Pedro II, apesar da simpatia pela ordem, nunca foi iniciado na Maçonaria.
De momento é tudo o que sei.
Com os melhores cumprimentos
Luís Alves
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Caro Miguel Brandão Pimenta
Segundo me informaram a assinatura “D. Pedro Cav:. R:. +” pode significar:
Os três pontos são a marca de Irmão.
“Cav” significa cavaleiro, que com a cruz pode significar “Cavaleiro da Ordem de Cristo”. Pode também ser um símbolo do último grau do Rito Francês.
“R” pode ser a representação de rei (rex) ou ainda “reverendo”, uma vez que os cavaleiros são referenciados nas Ordens Maçónicas neo-templárias como “reverendos cavaleiros”.
Como o Rito Francês Moderno não tem altos graus nem concebe a existência do Grande Arquitecto, “três pontos e uma cruz que penso ser o grau máximo do Rito Francês” devem referir-se a um rito anterior.
Com os melhores cumprimentos
Luís Alves
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Caro Luís Alves
Muito obrigado pela resposta. Entretanto li atentamente um dos livros onde se verifica que "Cav:. R:. +" é o símbolo maçónico correspondente ao sétimo grau do antigo Rito Francês, que é o mais elevado (que corresponde ao grau 18 do escocês). Li também a biografia de D. Pedro IV de Portugal (D. Pedro I do Brasil e Grão Mestre da Maçonaria a 27 de Setembro de 1822) que refere, entre os filhos bastardos, um outro D. Pedro d'Alcantara (1833-1908), filho de D. Maria Libânia Lobo, conhecido por D. Pedro Real. É provável, portanto, que as assinaturas, correspondam a este D. Pedro d'Alcantara. Sabe dizer-me alguma coisa sobre este personagem?
Com os melhores cumprimentos
Miguel Brandão Pimenta
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Caro confrade Miguel Brandão Pimenta
Acerca de D. Pedro II não sei, por enquanto responder-lhe, mas seu pai, D.Pedro (IV de Portugal e I do Brasil) foi, inclusive o autor tanto da música como da letra do HINO DA MAÇONARIA DO BRASIL, ao qual poderá aceder através do link
http://www.culturabrasil.pro.br
O texto do mesmo é o seguinte:
Da luz, que si difunde, sagrada filosofia
surgiu no mundo assombrado, a pura maçonaria.
Maçons alerta, tende firmeza
vingai direitos, da natureza.
Da razão, parte sublime, sacros cultos merecia
altos heróis adoraram, a pura maçonaria.
Maçons alerta, tende firmeza vingai direitos, da natureza.
Da razão, suntuoso templo, um grande rei erigia,
foi então instituída, a pura maçonaria.
Maçons alerta, tende firmeza
vingai direitos, da natureza.
Nobres inventos não morrem, vencem do tempo a porfia
há de os séculos afrontar, a pura maçonaria.
Maçons alerta, tende firmeza
vingai direitos, da natureza.
Humanos sacros direito, que calcará a tirania
Vai ufana restaurando, a pura maçonaria.
Maçons alerta, tende firmeza
vingai direitos, da natureza.
Da luz deposito augusto, recatando à hipocrisia
Guarda em si com zelo santo, a pura maçonaria.
Maçons alerta, tende firmeza
vingai direitos, da natureza.
Cautelosa, esconde e nega, a profana a gente ímpia
Seus mistérios majestosos, a pura maçonaria.
Maçons alerta, tende firmeza
vingai direitos, da natureza.
Do mundo o Grande Arquiteto, que o mesmo mundo alumia
Propício protege, ampara, a pura maçonaria.
Maçons alerta, tende firmeza
vingai direitos, da natureza.
Infelizmente não conheço qualquer partitura deste hino, o que me interessava bastante, aliàs.
Para saber mais sobre este assunto remetia-o para o seguinte artigo:
MARQUES, A.H.de Oliveira, Guatimozim. In «D.Pedro d'Alcântara de Bragança 1798-1834.Imperador do Brasil, Rei de Portugal:Uma vida, dois mundos, uma história.Catálogo da exposição realizada no Palácio de Queluz (Lisboa) e no Paço Imperial (Rio de Janeiro)».1987. (p.31-41).
Pode ser que lá se mencione qualquer coisa acerca do filho, também.
Cumprimentos
Maria José Borges
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Caro Miguel Brandão Pimenta
Lamento, mas nada sei sobre D. Pedro de Alcântara, filho de Maria Libânia Lobo.
Com os melhores cumprimentos
Luís Alves
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Cara Maria José Borges
Não tenho a partitura, mas se quiser posso indicar-lhe um link com uma versão do hino cantado e musicado.
Melhores cumprimentos
Luís Alves
Se quiser, terá que me indicar um endereço electrónico uma vez que não se podem indicar links aqui no fórum.
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Cara Maria José Borges
Muito obrigado pelas suas informações. No entanto o meu interesse tem a ver fundamentalmente com D. Pedro d'Alcantara. De quando em quando tenho a sorte de herdar livros antigos. Os quatro livros mencionados fazem parte de um lote de cerca de meia centena que tratam de assuntos diversos (Santo Ofício, genealogia etc.)e que pertenceram a um meu 4º avô). Estavam guardados num armário há cerca de quarenta anos. As assinaturas despertaram a minha curiosidade razão pelo qual recorri ao fórum.
Cumprimentos
Miguel Brandão Pimenta
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Caro Miguel Brandão Pimenta
Estive a consultar a obra "Nobreza de Portugal e do Brasil", de Afonso Zúquete, (vol.I, p. 750) e com efeito lá vem referido :
"Pedro de Alcântara. Nasceu em Lisboa a 31712/1833 e morreu na mesma cidade em 1908.
Era filho de D. Maria Libânia Lobo, açafata da Rainha D. Maria II, sendo esta a madrinha de baptismo deste seu meio-irmão. D. Maria libânia Lobo veio a casar com o particular de D. Fernando II, António Maria Valéte, de quem não teve descendência. Pedro de Alcântara, que também foi conhecido por D. Pedro Real, foi feito particular de D. Maria II. Casou em 1855 com D. Maria Luísa de Andrade Laqui; c.g."
Poderia, com efeito ter sido este o possuídor do referido livro, numa data posterior, obviamente, à da edição do mesmo.
Fiquei impressionada de certo modo com esta informação: este filho terá sido, pois, concebido enquanto o nosso D. Pedro teria andado supostamente ocupado com a conquista liberal do país, sabendo nós que a 24 de Junho desse ano Lisboa foi recuperada aos absolutistas, e, para mais, tendo-se envolvido com uma das próprias damas de sua filha...!
Irei procurar, a seguir, na mesma obra informações sobre D. Pedro II do Brasil.
Cumprimentos
Maria José Borges
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Cara Maria José Borges
Embora um pouco tardiamente não quero deixar de agradecer esta última informação. Voltando ao tema inicial, penso que só comparando as assinaturas dos livros com as assinaturas dos dois filhos de D. Pedro IV saberei ao certo quem era este D. Pedro d'Alcantara.
Cumprimentos
Miguel Brandão Pimenta
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RE: D. Pedro d'Alcantara e a maçonaria
Caros,
Hoje sabe-se que muitos nobres, reis e presidentes do mundo pertenciam á Maçonaria.
Adequiri em Lisboa ums 6 anos atrás os livrinhos ''Biblioteca Maçonnica ou Instrução Completa do Franc-Maçon'', por Miguel António Dias, Paris 1874, reprinted in facsimile by Medina Celli, Lisboa 2000.
Não sou instruido em Maçonaria mas tenho um grande interesse por esta porque penso que tanto o Infante Henrique (Mestre da Ordem de Cristo), Dom João II (Mestre de Santiago) e Cristóvão Colon estavam ligados nessa secreta associação.
Penso que o Cav:. R:. + pode significar "Cavaleiro Rosa-Cruz" que é o nº 18 dos 33 grau.
Existem simbolos que parecem ligar os Maçons a Colon. D. Joâo II usava a emblema do Pelicano que é tambem um simbolo Macónico e Colon usava 3 Ss para assinar seu pseudonome e viveu num mosteiro que está dotado ainda hoje de simbolos de Maçonaria. Este é o mosteiro de Las Cuevas em Sevilha aonde Colon foi também enterrado com seu filho e irmão.
Tenho fotos destes simbolos no meu site de Internet unmaskingcolumbus . com o link está no fim da página ''Las Cuevas Mystery''. Não acho que é coincidencia de os reis e filhos de reis pertencerem também á maçonaria 400 anos mais tarde.
Manuel Rosa
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