RE: Palácios de Lisboa

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Palácios de Lisboa

#12077 | Lourenço Vila-Flor | 30 oct. 2001 13:18

Caros amigos do genea,
Proponho que se inicie um tópico sobre os Palácios de Lisboa, e porque não do Porto, Coimbra, Évora, etc., um pouco à senelhança do que foi feito com o Palácio do Cunhal das Bolas, ou seja de quem eram, onde eram, o que de importante lá se passou, obras de arta famosas que albergavam, se existem e o que são actualmente, etc..
Apesar de ser antipático falar das nossas coisas, falo do que neste momento me é mais fácil, sem ter de ir estudar pelo que, desde já, inicio, para dar o mote, com o Palácio Vila-Flor. Pertenceu ao primeiro Conde que o terá comprado ao Desembargador André Valente, albergou o Grão-Mestre da O. de Malta, D. António Manoel de Vilhena, e tendo ficado para o nosso ramo legitimado, aquando da divisão da casa Vila-Flor no século XVIII, veio a ser vendido no princípio do século e demolido nos anos 50, com o crescimento da Almirante Reis.
Ficava em Arroyos, perto do Cruzeiro, onde funcionava a sopa dos pobres. Era logo junto a uma ponte que ainda hoje existe, desenvolvendo-se num quadrado, e tendo no meio uma pequena praça de touros onde lidou o famoso morgado de Covas.
Foi lá que esteve hospedado o Duque de SUSSEX, quando esteve em Portugal em casa do 1.º Conde de Alpedrinha, José Sebastião Saldanha Oliveira e Daun.
Pensa-se que este não terá sido recebido na Corte devido ao seu casamento Morganático.
Espero que dêem seguimento com mais exemplos, dos quais vos seja fácil falar.
Um abraço
Lourenço.

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#12082 | Lourenço Vila-Flor | 30 oct. 2001 14:44 | In reply to: #12077

Caro Pedro A. Teixeira,
Já agora sabes onde morava o Conde da Ponte de Santa Maria? Tinha casa em Lisboa?
Caro Artur Camisão Soares,
Sabes onde ficava o do Visconde de Gemunde? Ou podes saber?
Com o esforço de todos podíamos reconstituir um pouco dessa Lisboa antiga, sempre com referências genealógicas é claro.
Um abraço,
Lourenço.

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RE: Palácios de Lisboa

#12094 | rafael mião | 30 oct. 2001 17:18 | In reply to: #12082

Ex.mo Senhor
Cito de memória e posso estar a fazer confusão com o palácio estudado e não tenho à mão o opúsculo,mas o Senhor Arq.º Segismundo Pinto publicou há anos um estudo sobre o palácio da Rosa,de Lisboa e talvez na Liv.Ferin ou na Academia Portuguesa de Ex-Libris saibam indicar.Sobre esta temática posso indicar-lhes:um fascículo muito antigo -Palácios e Solares Portugueses -da Lello & Irmão, Encic.pela Imagem,onde também são referidos palácios de Lisboa-da autoria de Matos de Sequeira-19..?
Com os melhores cumprimentos
Rafael Carvalho

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RE: Palácios de Lisboa

#12097 | Mendia | 30 oct. 2001 17:47 | In reply to: #12094

Olá Lourenço,

Posso dar uma achega sobre o Palácio dos Condes de Rezende. Este palácio fica no Campo de Santa Clara/Feira da Ladra e é hoje em dia o Casão Militar.

As informações que disponho é que os Condes de Rezende viveram neste palácio até ao 4º Conde de Rezende (inicios do século XIX). Este saiu devido a um incêndio passando a viver no Porto numa propriedade da sua mulher filha primogénita dos Viscondes de Beire, a Quinta de Santo Ovídio (pertencente aos Figueiroa, posteriormente aos Viscondes de Beire e por fim aos Condes de Rezende).

A Quinta de Santo Ovídio foi vendida no início deste século passando a ser uma das principais praças do Porto (tinha cerca de 15ha).

Um abraço,

Francisco

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RE: Palácios de Lisboa

#12100 | Lourenço Vila-Flor | 30 oct. 2001 18:07 | In reply to: #12077

Caro Rafael,
Obrigado pela informação. Vou ver se arranjo o livro, dado que sou apaixonado pela Lisboa antiga.
Caro Francisco,
Já agora talvês me possas confirmar. Julgo que o de D. Brás Balthasar da Silveira e Lorena, senhor de São Cosmado, ficava junto do Museu de Arte Antiga.
E onde era o do Primeiro Marquês das Minas-Conde do Prado? Era o mesmo?
Um abraço,
Lourenço.

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#12135 | António Forjó | 31 oct. 2001 01:02 | In reply to: #12082

Caro Lourenço

O Palácio dos Condes da Ponte (Melo e Torres) situa-se na Rua da Junqueira nº94, ocupado actualmente ocupado pela Administração do Porto de Lisboa.
Cumprimentos

António

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#12139 | Portuguez | 31 oct. 2001 03:00 | In reply to: #12077

Caro Lourenço
Certamente deves ja conhecer o precioso Inventario de Lisboa de Norberto de Araujo, foi aonde encontrei, ha muitos anos, mais do que descriçoes secas, a historia vivida de muitas casas e palacios de Lx., entre as quais a dos Mellos da Calçada do Combro se me nao falha a memoria (actual Palacio do Correio Velho)que te poderaa interessar. Nao me lembro se fiquei com o livro, mas posso ver.
Abraço do
Alexandre

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#12211 | António Forjó | 01 nov. 2001 20:02 | In reply to: #12082

Caro Luís

A mensagem que lhe enviei referente ao Conde da Ponte, retirada do Dicionário da História de Lisboa, pode estar errada.
Vou investigar por outras fontes e depois voltarei.
Cumprimentos

António

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#12242 | Lourenço Vila-Flor | 02 nov. 2001 11:14 | In reply to: #12139

Caros Alexandre e António,

Obrigado pelas vossas respostas.
Deixo, mais um dado. Ao ler as Memórias da Marquesa de Rio Maior, livro menos conhecido do que outros de memórias, mas grande interesse na reconstituição de época, deparei-me com um grande número de referências a casas de famílias da época. Fiquei a saber, por exemplo, que o Palácio Cadaval seria ao Rossio, onde hoje é a estação.
Com um abraço,
Lourenço.

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#12250 | DTA | 02 nov. 2001 13:09 | In reply to: #12082

Caro Lourenço,

O 1º Conde da Ponte de Santa Maria tinha um palácio no centro de Valença do minho.
Esse palácio está actualmente abandonado, tem uma mercearia e uma sala onde ensaiava a banda de Valença.
Não sei se ainda pertence à familia.
Cumprimentos amigos.

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#12251 | LCM | 02 nov. 2001 13:20 | In reply to: #12242

Caro Lourenço,

O Palácio dos Duques de Cadaval era o edificio (cor de rosa ou encarnado, se não me engano) por trás da estação, no alto, que ainda hoje existe e se vê claramente da Costa do Castelo, talvez até de vossa casa.
As escadinhas do Duque devem a sua designação a esta família; o largo entre a R. 1º de Dezembro e a lateral da estação chama-se Duques de Cadaval. Este Largo é propriedade privada e por isso os seus portões são fechados uma vez por ano para não perderem a posse. Já não me lembro é se pertence à Casa Cadaval se à C.P..

Tenho um estudo, já bastante avançado, sobre heráldica de família e Palácios de Lisboa. Conto, se Deus quiser, publicar na 2ª metade do próximo ano.

Um abraço
Lourenço

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#12268 | Portuguez | 02 nov. 2001 18:23 | In reply to: #12242

Caros Lourenços

Nao sabia que a sede da CP nas escadinhas do Duque, aonde meu Avo Jose trabalhou tantos anos, era propriedade Cadaval. Pensava que era Lafoes. Terao vendido ou seria alugado? E actual/?
Por falar em importantes palacios destruidos em Lx., lembro o dos Estaus no Rossio, criado pelo Infante Regente D.Pedro, duque de Coimbra, para albergar hospedes estrangeiros de marca e suas comitivas,depois transformado em sede da Inquisiçao e actual/ local do D.Maria; o dos Corte Reais, perto da actual Camara Municipal e quase comunicante com o Paço filipino, comprado no sc. XVII pela Casa Real para instalar independente/ outro infante D.Pedro, cenaario da transiçao aulica de poder escorregando das maos de CºMelhor para as do futuro D.Pedro II; e o dos duques de Bragança, ao alto da actual Cç de S.Fco, penso que situado entre esta calçada e a Rua dos Duques de Bragança, traseiras do quarteirao de casas onde funcionou a sede da PIDE, deixado pela Rainha D.Amelia ao seu afilhado D.Duarte.
Penso que estes 3 seriam os mais imps. em Lx. depois do Paço da Ribeira.
Abraço do ATF

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#12344 | Lourenço Vila-Flor | 03 nov. 2001 19:47 | In reply to: #12077

Caro Lourenço Correia de Matos,
Obrigado pela informação Cadaval. Hei-de, com mais tempo, ir verificar o tal corpo do Palácio que refere, porque tinha ficado com a ideia, das referidas mamórias que já nada existia.
Caro Alexandre,
O dos Corte-Reais é mencionado em várias memórias de viajantes, como um dos principais da Cidade.
O dos Estaus, tem a particularidade, segundo um artigo que saiu recentemente, de ter sobrevivido em Parte, na janela do Arco do Bandeira, onde era casa de Domingos Pires Bandeira, negociante do sec. XVIII, depois nobilitado, meu antepassado e do Lourenço Botelho de Sousa, que também anda às vezes pelo Forum, que hoje é um grémio Lisbonense.
Sei também que o Visconde de Castelo Novo teve um Palácio, que não era o do Cunhal das Bolas, no início da Rua Costa do Castelo, não longe de onde é hoje nossa casa, e creio que fronteiro ao Palácio Viana. Hei de conformar, saber alguma coisa sobre isso.
Caro DTA,
Agradeço a informação sobre o conde da Ponte de Santa Maria. Pena é, não saber a quem retribuir o cumprimento amigo. De todo o modo o Pedro Ahrens Teixeira já me tinha passado informação sobre o Palácio. Parece-me que não funciona lá qualquer mercearia.
Com os melhores cumprimentos,
Lourenço.

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#12349 | Portuguez | 03 nov. 2001 20:29 | In reply to: #12344

Caro Lourenço

Sendo o Arco do Bandeira e o D.Maria opostos e fronteiros, a unica explicaçao que encontro ee a do reaproveita/ dessa tal janela, por cima da celebre tasquinha que deu origem ao fado tao conhecido, nas obras de reconstruçao pos-terramoto.

Quanto a C.Novos, recordo ter sabido que os meus bisas viveram onde tu dizes, ou perto, antes de ir para Sta. Catarina. Sendo 2 irmaos casados com 2 irmas, viveriam na mesma casa, ou estariam apenas muito perto? Onde terei eu sabido que parte dessa casa, durante umas obras, se descobriu que era uma torre integrada do antigo Castelo? Nao me lembro. Lembro sim que na altura relacionei com o Palacio Azurara, que teve que ser inteira/ recomposto e reunificado para dar origem aa Fundaçao Ricardo, amigo do meu Pai. Talvez tenha sido por ai. Espera! Rua Infante D.Henrique. Tive um lampejo. Mas claro que a avoo do Diogo Henriques poderaa informar melhor.
Boa sorte nas tuas buscas, e vai-nos mantendo informados.
Abraço do
Alexandre

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#12351 | LCM | 03 nov. 2001 20:43 | In reply to: #12344

Caro Lourenço,

Tens toda a razão. O palácio era exactamente onde está a estação e foi demolido. Fui confirmar à "Lisboa Antiga" e vi que estava errado. Mea culpa!

Abraço
Lourenço

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#12356 | Portuguez | 03 nov. 2001 22:14 | In reply to: #12351

Caro Lourenço Correia de Matos

E entao as casas grandes onde funciona a sede da CP, sabe a sua proveniencia?
Cumprimentos
ATF

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#12358 | LCM | 03 nov. 2001 22:46 | In reply to: #12356

Caro Alexandre Tavares Festas,

Quando referi que o Palácio ainda existia era nesse edificio que pensava. Apesar de, pelo que pude apurar, não ser esse o Palácio dos Duques de cadaval tenho ideia de ter lido algures que pertenciam à família. Terei de ler as obras sobre Lisboa com calma e atenção.

Cumprimentos
Lourenço Correia de Matos

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#12362 | Portuguez | 03 nov. 2001 23:56 | In reply to: #12358

Caro Lourenço Correia de Matos
Obrigado pela sua informaçao. Distinguir entre a estaçao e a sede da CP parece-me o mais importante. Vou ver se vem alguma coisa no site da CP.
Cumprimentos
ATF

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#12384 | Lourenço Vila-Flor | 04 nov. 2001 19:34 | In reply to: #12077

Já agora, lanço um repto a quem me possa explicar. Talvez o Luis Lavradio saiba.
No largo Marquês do Lavradio, em Lisboa, existe um corpo de um antigo Palácio, que ainda tem as armas. Aparece num itinerário de Lisboa antiga como sendo dos duques de Aveiro. Tal hipótese faz sentido dado que o oitavo e último duque de Aveiro, senhor à época de melhor casa do Reino, morreu sem descendência (salvo o Marquês de Torres Novas que foi proibido de casar), tendo a sua representação e casa passado para o Marqueses-Parentes do Lavradio. Contudo, a referida casa tem armas Mascarenhas. Presumo que tenha sido Aveiro, mas que proviesse dos Marqueses de Gouveia, que vieram a herdar a casa Aveiro no sec. XVIII. Alguém sabe se realmente era Santa Cruz. Era o Palácio do Marquês de Gouveia, ou tinham outro. Estranho que parece só subsistir uma pequena parte. Provavelmente caiu com o terramoto.
Lourenço.

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#12389 | magalp | 04 nov. 2001 23:02 | In reply to: #12251

Exactamente!
Mas acho que se não vê da Costa do Castelo (Vila-Flôr) por causa do arvoredo junto ao Paço de Cadaval.
Daqui se marchou a sete pés, melhor, a todo o galope rumando a Santarém, o Duque de Cadaval com toda a guarnição de Lisboa (q. era muita...)sabedor q. foi do chamado desastre de Cacilhas - morte de Telles de Jordão - sobretudo sabedor de que o 1º Duque da Terceira, Senhor de Pancas e Copeiro Mor, estava prestes a atravessar o Tejo à frente da sua muito reduzida mas brava divisão do Exército Libertador!
Gosto do tema. Os vossos palácios estão realmente carregados de história, da verdadeira, daquela que gostamos!

Magalhães

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#12390 | magalp | 04 nov. 2001 23:13 | In reply to: #12100

Estimado e muito nobre Sobrinho

E onde será o palácio do Conde de Magalhães, q. foi director da Praça da Figueira, ministro da Fazenda, no "governo dos cem dias", capitalista de peso,etc., nosso tio e antepassado próximo dos Santar, Taveiro, Ayerba e Lierta, etc.
Já me fizeram essa pergunta várias vezes mas não sei responder.

Um abraço!
Manuel Maria

PS - Continua de pé a reunião aqui, ou mais própriamente em Paço de Sousa e Vila do Conde.

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#12408 | Lourenço Vila-Flor | 05 nov. 2001 13:41 | In reply to: #12390

Caro Tio-parente e mui nobre,
Manuel Alpendurada,
Desconheço onde fica o Palácio dos Condes de Magalhães. Já ouvi dizer que seria a ex-embaixada da Alemanha, grande edifício da Lapa, perto do actual hotel da Lapa e que é do sec. XIX. Mas nunca confirmei. Mas talvez o Francisco Mendia saiba ou possa perguntar à Sara ou ao Luis-Tiago.
Sobre essa casa, como já deve saber, fala o Marquês do Lavradio nas sua memórias, designadamente das festas que eram dadas pelas meninas da casa.
Já, agora, pergunto pelo Palácio Samodãoes e pelo Alpendurada aí no Porto presumo.
Michel de Grèce, um escritor francês, esteve há tempos em Portugal e foi a Gojim, uma casa que temos no Norte, porque estava a escrever sobre casa assombradas na Europa, livro que depois veio a ser publicado em Francês. Quando lá esteve achou que seria "fantasma" a nossa avô e sua tia Alpendurada, que foi 2.ª condessa de Samodãoes, e que tem lá um quadro em casa. Afirma ter falado com ela e que esta senhora lhe teria descrito uma casa que teria no Porto, sempre com cheiro ao referido vinho, penso que perto do Rio. seria possível?
De qualquer maneira e sem ligar a este devaneio, onde eram efectivamente as referidas casas?
Já agora esclareço que o Marechal Terceira não era senhor de Pancas.
Tal nada teve que ver com os Souza de Menezes, copeiros-mores, com os Viscondes de Castelo Novo ou com o ramo Vila-Flor.
Acontece que o nosso ramo Manoel, veio, por casamentos, a herdar o referido vinculo, pela morte do antepenúltimo senhor de Pancas, D. Francisco-Xavier da Costa e Noronha (que tinha varonia Arcos). Ele, como nós, era descendente duma sobrinha do Cardeal Alpedrinha, o tal D. Jorge da Costa, arqui-inimigo do D. João II, e que dizem constar nos Painéis de São Vicente. Foi este prelado que institui esse vínculo em favor da sobrinha. O Palácio Pancas, ainda existe e é ao pé do Rio, da nova ponte sobre o tejo, sendo conhecido como Pálácio Pancas-Palha. Funciona lá um departamento de economia, etc.
O Palácio Vila-Flor que já referi, também foi a certa altura conhecido como Palácio dos Senhores de Pancas, pelo facto de D. Christovão Manoel de Vilhena e Saldanha, filho primogénito do Conde de Alpedrinha, ser como tal conhecido e não se ter encartado no título na segunda vida, nem no de Vila-Flor, ao abrigo da segunda dispensa de Lei Mental que constava da carta de criação do título (conjugada com a legitimação régia e Papal obtida pelo Grão-Mestre), o que como sabem só veio a acontecer quanto a ambos 50 anos depois com D. Manuel e certamente dada a grande amizade, tanto quanto existe com os Reis, com este Monarca. Também, como o parente saberá, pouco depois a família faliu e o recheio de Arroyos,foi à Praça.
Um abraço,
Lourenço.

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RE: Palácios de Lisboa

#12410 | LCM | 05 nov. 2001 13:59 | In reply to: #12408

Caros Manuel e Lourenço,

Tenho ideia de ter lido algures que os Condes de Magalhães viveram na Rua de S. José no Palácio dos Viscondes de Orta (a Condessa era filha deste titular). Esta casa fica ao lado da que foi sede da Ordem de Malta em Portugal, sendo hoje a casa dos Ortas a "Cooperativa Militar" se não me engano.
Infelizmente não me consigo lembrar de onde retirei esta informação...

Um abraço
Lourenço

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#12411 | LCM | 05 nov. 2001 14:04 | In reply to: #12408

Caro Lourenço

Quanto ao Palácio Pancas-Palha é um assunto que me interessa. Conheces o magnífico texto do José Sarmento de Matos num daqueles volumes sobre o Caminho do Oriente?

Nesta casa viveu como inquilino o meu 5º avô João Perestrelo, Morgado do Hespanhol, que aí morreu conforme diz Júlio de Castilho, Sarmento de Matos e como confirmei no seu assento de óbito. Trigoso de Aragão Morato conta nas suas "Memórias" que o visitou lá em casa.

Não deixes de ler o citado texto, caso não o tenhas feito. Vale muito a pena por todos os motivos e é importante para a história da vossa família.

Um abraço
Lourenço

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#12440 | magalp | 05 nov. 2001 22:25 | In reply to: #12408

Meu caro Lourenço

Não sabia. Passo a registar a verdade como tal.
Essa coisa do Senhor de Pancas e Copeiro Mor, eram ditas em geito de piada e com muitos trocadilhos a propósito, ao Tio Chico Alpedrinha, pelos amigos daqui, já lá vão muitos anos. Eram eles o Tio Chico Wandshneyder (q. para além de primo foi cunhado) o Tio Chico de Cête (Pinto Basto)o Tio Henrique Campo Belo e o meu Pai Manoel Alpendurada. Nos tempos q. correm deviam ser simplesmente detestáveis pelo seu élitismo, mas então sabiam fazê-lo com graça e sem ofensa para q. quer q. fosse.
Palácios ou palacetes Alpendurada, aqui no Porto não existiram nunca. Havia sim várias casas na Rua do Sol (antiga viela das tripas)e na travessa de S.Luís,que foram dos Alpendurada. A sua maioria ficou para o vosso lado - Samodães, incluída a melhor, o nº 25, contruída nos princípios do séc. XIX, nos terrenos que ali existiam e serviam de depósito de pedra lavrada, importante negócio dos Magalhães, já do tempo dos Almadas. Essa dita casa da Rua do Sol, 25 referida pelo Camilo e por outros, foi alguns anos depois da morte do 2ºConde de Samodães (cerca de 1920) uma pensão residencial e durante o Estado Novo convertida na Esc. Comercial Oliveira Martins.
Fora uma bela casa residencial, com um páteo ajardinado onde havia uma planta do tabaco, bananeiras e palmeiras (tudo quanto era proibido por lei...). Tinha capela, onde casaram os 2ºs Condes de Samodães, em 1859. Entre outras coisas, era então professor na Academia Politécnica e Pres. da CMP.
Tudo isso foi destruído por um viaduto q. liga a ponte de D.Luís à Praça da Batalha. O que resta, creio ser hoje propriedade da Universidade Moderna, onde conto ir amanhã a uma homenagem ao Emb. Moya Ribera, organizada pelo Gonçalo Vasconcellos e Sousa.
Um abraço!
Manuel Maria

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#12442 | magalp | 05 nov. 2001 22:32 | In reply to: #12410

Caro Lourenço

Muito obrigado pela pronta indicação. Chega-me perfeitamente a indicação da Lapa e da Cooperativa Militar.

Um abraço
Manuel Maria

Ps-Estou a tentar uma troca de serviço para conseguir ao almoço, mas estou a ver as coisa muito pretas...

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#12450 | Lourenço Vila-Flor | 06 nov. 2001 00:11 | In reply to: #12440

Caríssimo Magalp,
É claro que eu calculei que não sabia, por isso é que expliquei.
Muito agradeço a explicação da casa Alpendurada, que pelo visto foi a referida casa dos Samodães.
Quanto fôr ao Porto, além de esperar ter a oportunidade de o conhecer, irei visitá-la.
Quanto à casa do Conde de Magalhães, realmente é a Cooperativa Militar. Confirmei nas Memórias do Lavradio. Tenho ideia que antes terá sido do Marquês de Sá da Bandeira, mas o Pedro Gonçalo poderá confirmar.
Quanto à referência da Lapa talvez tenha feito confusão, vou ver se encontro a referência.
Um grande abraço.
Lourenço.
Caro Lourenço Correia de Matos, obrigado pela informação sobre o Pancas-Palha. Vou ver se arranjo o livro. Não sabia que o Morgado do Espanhol lá teria vivido. Como sabes tenho também uns primos que são Perestrelo a quem também pode interessar.
Com um abraço,
Lourenço.

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#12501 | António Forjó | 06 nov. 2001 23:25 | In reply to: #12242

Caro Lourenço

Volto ao tema do palácio dos Condes da Ponte depois de ter feito alguma pesquisa complementar, a qual confirmou que estava incorrecta a minha informação inicial, como depois suspeitei. É que a Tv. do Conde da Ponte, que entronca no início da Rua da Junqueira, dista largas centenas de metros do tal palácio nº94 e normalmente a toponímia não engana.
Das obras que abaixo indico fiz uma síntese que a seguir transcrevo.

O palácio dos Condes da Ponte, ou o que dele resta, está situado na Rua 1º de Maio, em frente à Rua Luís de Camões, e nele funciona a Carris. Estava inserido numa vasta e bonita quinta (dos Álamos ou do Conde da Ponte) com grandes casas nobres.
A quinta era enorme e estendia-se até ao Tejo. Sofreu muito com o terramoto pois o rio invadiu-a destruindo por completo o espaçoso jardim, devastando completamente a vegetação e os frondosos e famosos álamos que lhe davam o nome, os quais em certos sítios foram substituídos por mastros e remos de embarcações desmanteladas. De tal forma era grande que depois de 1755 foi utilizada como Alfândega provisória.
O palácio, e a sua quinta, terá sido construído cerca de 1600 por Aires de Saldanha que, por escritura de 24 de Março de 1600 outorgada por ele e sua mulher D. Joana de Albuquerque (filha de D. Manuel de Moura e de D. Isabel de Albuquerque), o vinculou em morgado; esteve sempre na posse dos Saldanhas, senhores de Assequins que, depois, foram Condes da Ponte.
Não é claro quando esta posse terminou; poderá ter ocorrido com a confiscação dos bens do Conde da Ega, condenado à morte por ter tomado o partido de Junot quando este se instalou em Lisboa.
Na quinta funcionou, em 1851 e 1852, o Jardim Mitológico onde nas noites de verão se realizaram verdadeiros espectáculos de fogo de artifício cujo "prato forte" consistia no "Incêndio e destruição do Templo de Vesta".
Em 1864 foi adquirida pelo Asilo D. Luís, já reduzida de área e em 1874 passou à Carris, onde se mantem.
Do palácio inicial pouco resta; tão somente uma pequena parte, num pátio virado a Nascente.

Destes Saldanhas o primeiro em Portugal foi D. Diego de Saldaña, fidalgo castelhano que passou a Portugal e se pôs incondicionalmente ao serviço da corôa portuguesa.
Do seu casamento com D. Maria de Bovadilla teve muitos filhos. O primogénito foi João de Saldanha ( que Gil Vicente fez figurar "de arenque de Alemanha" nas "Cortes de Júpiter") e que foi vereador da casa da Raínha D. Maria e depois da de sua filha a Infanta D. Maria; do seu primeiro matrimónio, com D. Joana de Lima (filha de D. Alvaro de Lima, monteiro-mor de D. Manuel), nasceu Luís de Saldanha, por alcunha o "Santo Amaro", casado com D. Madalena de Almada.Deste matrimónio nasceu João de Saldanha, fidalgo da Casa Real, que lhe sucedeu no vínculo e casou com D. Leonor de Meneses (filha de D. Rodrigo de Meneses, vedor da casa da Raínha, e de D. Antónia Torres) do qual houve Luís de Saldanha,por alcunha o Tobias, que foi um dos conjurados de 1640.
Outro dos filhos de D. Diego de Saldaña foi António de Saldanha que prestou bons serviços a D. Manuel e D. João III. Foi cinco vezes à India, comandou duas armadas que foram ao Mar Vermelho, foi companheiro de Afonso de Albuquerque e descobriu o porto na África austral que ficou conhecido como "Aguada do Saldanha".
Casou tarde e do "enxame de filhos" que teve, o terceiro foi Aires de Saldanha, Vice-Rei da India e, por morte de seu pai couberam-lhe os bens da Junqueira que vinculou em morgado, como atrás dito.

Fica assim corrigida a informação inicial, com os cumprimentos do

António

Nota:obras consultadas

"Peregrinações em Lisboa"
Norberto de Araújo
Ed.Vega (2ªedição)1993

"Do sítio da Junqueira"
Mário de Sampaio Ribeiro
CML, 1939

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RE: Palácios de Lisboa

#12520 | Nuno | 07 nov. 2001 16:55 | In reply to: #12139

Caro Alexandre,

Tem alguma ideia como o palácio dos Mellos da
Calçada do Combro passou ao 1º Marques de Olhão? Sempre ouvi dizer que esses Mellos eram
da casa Sabugosa.Ou será pelo Mello que os Cunhas tambem usam(Melo da Cunha Mendonça e Meneses)

Um abraço amigo

Nuno

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RE: Palácios de Lisboa

#12524 | Portuguez | 07 nov. 2001 18:35 | In reply to: #12520

Caro Primo

A ascendencia Mello (Sabugosa) nao tem nada a ver connosco, salvo erro veio pela mae dos tios Pº e Salv. A Casa dos Mellos da Cç do Combro veio por herança do primo monteiro moor do Fcº da Cunha 1º marquez, eepoca em que salvo erro assumem o dom dos mellos monteiros moores e poem Mello como 1º e + importante apelido a toda a familia.
Quanto me recordo, sempre ouvi dizer que os Cunhas sairam da Cç do Combro quando herdaram Xabregas. Mas a meu ver isto sera jaa o trisa Pº da Cunha quando se tornou primogenito e sucessor (que nao era para ser). As obras da Cç do Combro pararam desde entaao, e a casa ficou incompleta. Nao sei se sabes que este Fcº foi 1 dos Governadores do Reino nomeados por D.Joao ao viajar para o Brasil, reunidos em Castro Marim. Ee tb muito curiosa a historia da elevaçao a vila pelo Principe Regente, no Rio, do lugarejo piscatorio de Olhao.

Abraço amigo

Alexandre

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RE: Palácios de Lisboa

#12528 | Nuno | 07 nov. 2001 19:02 | In reply to: #12524

Caro Alexandre,

Muito obrigado pela informação. Confirma-se então que veio pelos Mellos monteiros mores sendo assim do 1 Marques de Olhão.

Sabia que os sabugosas não tinham nada a haver
connosco sendo ascendentes pela mãe dos tios Pedro e Salvador.
Um abraço amigo

Nuno

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RE: Palácios de Lisboa

#12536 | eugenio medina | 07 nov. 2001 22:46 | In reply to: #12077

Meu Caro
Tenho seguido a marcha da sua ideia sobre os palácios de Lisboa. O conteudo das informações bem merecia que tivesse uma sistematização própria. Ou seja a criação de uma norma para a informação sobre as notícias de propriedade, localização, descrição, etc independente das trocas de informação ou conversas entre amigos e conhecedores da matéria.
Se assim fosse, a partir de simples prints íamos colecionando uma interessantíssima história desse malbaratado património nacional.
Com as m/ desculpas de meter onde não fui chamado. Cumprimentos E.Medina

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RE: Palácios de Lisboa

#12555 | nrleite | 08 nov. 2001 16:14 | In reply to: #12384

Agradecia muito que me informasse onde posso encontra um trabalho actual sobre a descendência do 1º conde de samodães.
Obrigado
Nuno Rocha Leite

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RE: Palácios de Lisboa

#12560 | fjardim | 08 nov. 2001 16:45 | In reply to: #12408

Apesar da limitação do patrimonio da Madeira - em especial de palácios - não deixo de participar com a seguinte informação:


Paços do Concelho. O palacio da rua do Comercio, outrora dos Ferreiros, onde estão instaladas a Camara Municipal, a Administração do Concelho, a Policia, a Conservatória, etc. (1921), pertenceu á casa vinculada do Conde de Carvalhal e é um dos mais vastos edificios da ilha. Foi edificado no ano de 1758 e havia nele benfeitorias, que fizeram parte dos bens livres do morgado João Agostinho Figueiroa de França e Albuquerque.

A parte do mesmo palacio que pertencia ao Conde de Carvalhal foi cedida por êste á firma comercial Freitas & Macedo para pagamento de dívidas, e as demais partes, de que eram possu-idores Afonso de Freitas Albuquerque, o Conde da Calçada, Francisco Roque de Albuquerque, o dr. Luís Vicente de Afonseca e outros, adquiriu-as a mesma firma por meio de compras feitas em diferentes épocas.

A Camara tomou de arrendamento o dito palacio, ao Conde de Carvalhal em 1868, comprando-o em 4 de Agôsto de 1883 a Freitas & Macedo por 25 contos, pagos em obrigações da Companhia Geral de Credito Predial Português, que, reduzidas á cotação oficial, produziram a quantia de 22,423$900 réis. Antes disso, podia a mesma Camara ter adquirido o edificio por 12 contos, mas não soube aproveitar o ensejo que se lhe oferecia de realizar um negocio bastante proveitoso para o Municipio.

No edificio actual dos Paços do Concelho, estiveram acomodados outrora a casa comercial inglêsa Blackburns & Comp.ª e mais tarde o consul britanico George Stoddart. O conde de Carvalhal tinha a sua residencia no Palacio de S. Pedro.

cumprimentos
fjardim

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RE: Palácios de Lisboa

#12572 | Lourenço Vila-Flor | 08 nov. 2001 18:54 | In reply to: #12536

Muito obrigado ao António Forjó pela excelente informação sobre os Condes da Ponte.
Obrigado a todos os que participaram.
Lourenço.
Caro nrleite,
Acho que está a no prelo uma descendência dos Alpenduradas que tem pelo menos parte da descendência Samodãoes.
Não conheço outra obra só sobre os Samodãoes, mas tenho outros elementos que podem talvez interessá-lo como as memórias não publicadas do 1.º conde.
Um abraço,
Lourenço.
Caro EMedina,
Agradeço a sua sugestão. Acho boa ideia, mas é difícil porque ás vezes cada um só saber uma parte dessas informações.
Um abraço,
Lourenço.

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RE: Palácios de Lisboa

#12574 | eugenio medina | 08 nov. 2001 19:27 | In reply to: #12572

Meu Caro
Talvez fosse possível criar uma matriz que se vai preenchendo à medida das informações de cada um. Desconheço se este forum tem qualquer equipa coordenadora que possa implementar o projecto ou outros
Cumprimentos Eugenio Medina

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RE: Palácios de Lisboa

#12690 | Lourenço Vila-Flor | 10 nov. 2001 22:33 | In reply to: #12574

Deixo a referência de outras casas.
o Palácio de São Crispim, à Costa do Castelo, nas escadinhas do mesmo nome, que foi dos condes da Castanheira, depois de D. Garcia de Noronha, de um ramo Vila Real, Vice-Rei da Índia, muito fidalgo e pobre ao que consta, por ter muitos filhos. A casa foi finalmente de várias congragações religiosas, até que hoje é o Tribunal Administrativo de Círculo (cfr. Ferreira de Andrade, a Freguesia de S. Cristovão, vol. II).
O Palácio Arcos, fica em Alfama, no Largo do Salvador, e é também conhecido por esse nome, sendo hoje do senhor D. Marcus Noronha da Costa, representante dos senhores da Trofa (antigos), descendente dos Arcos.
O Palácio da Anunciada, dos Condes, depois, Marqueses de Rio Maior, no qual nasceu o duque de Saldanha, fica às portas de Santo Antão. Tem uma bonita sala de baile, o que é excepcional, mesmo nas antigas casas portuguesas. Dele falam com entusiasmo, memórias de viajantes estrangeiros em Lisboa.
A M. de Rio Maior, conta nas suas memórias que numa das salas de Anunciada encontrou o M. da Fronteira a chorar, a lembrar-se das festas a que tinha ido na Anunciada na juventude, onde afirma teria passado os seus melhores momentos.
O Palácio dos Condes de Aveiras, junto ao Caldas, parcialmente tranformado em prédio, com um Pátio e um Arco, que ainda se vêm.

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#12693 | artur41 | 10 nov. 2001 22:47 | In reply to: #12690

Caro Lourenço


Sei que o Visconde de Gemunde tinha uma quinta em Algés, situava-se por detrás da antiga Praça de Touros. Posso saber mais dados, através de minhas primas: quando estive em casa delas, mostraram-me a escritura de venda da quinta.



Um abraço

Artur Camisão Soares

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RE: Palácios de Lisboa

#12753 | Lourenço Vila-Flor | 12 nov. 2001 18:54 | In reply to: #12693

Caro Artur,
Fico à espera do aditamento.
Obrigado pela resposta.
Já agora adito alguns dados ao tópico.
O Palácio Aveiras, ergue-se hoje onde foi o antigo Paço dos Duques de Bragança. Hoje é a associação comercial, depois de ter sido de uma família Leomil. Se por um lado confima com o Caldas, por outro é mesmo em frente a São Cristóvão e ao Palácio Tancos, dos Manoeis Atalaias, onde viveram também Nizas e Vale de Reis, em certas épocas. Vendido depois a outra família passou por diversas mãos até ser hoje da Câmara, uma academia de dança.
Deixo, ainda dados sobre o Palácio de São João da Praça, indevidamente conhecido como Vila-Flor, sendo que na verdade era Souza de Meneses, tendo pertencido a Jorge de Sousa de Meneses. Foi, contudo, residência de alguns condes de Vila-Flor aquando da junção dos ramos Manoeis e Souza de Meneses, tendo lá vivido o d. da Terceira. Pelo acaso de não estar vinculado, terá revertido para os herdeiros meramente legais pelo Código Civil. Vendido ao Visconde da Abrigada, que lhe eliminou as varandas e lhe aditou azulejos, veio depois a ser de variadas pessoas. Hoje desconhecço o seu destino, mas está a conhecer grandes obras.
O Palácio Sá da Bandeira, disse-me o PGA, nada tinha que ver com a Cooperativa Militar, sendo antes o Paço da Rainha hoje academia militar, tendo sido aliás doada para esse efeito pelo ilustre General. Tiveram depois outro a S. Sebastião, que era Sousa de Alte.
Lourenço.

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RE: Palácios de Lisboa

#13204 | Avintes | 19 nov. 2001 18:05 | In reply to: #12384

Meu Caro Lourenço,

Acertaste em pleno! Foi certamente o palácio dos Condes de Santa Cruz, depois Marquezes de Gouvêa e, como tu dizes, já no séc. XVIII Duques de Aveiro. O brasão que lá está é, sem dúvida, Mascarenhas. O palácio, ou o que restava dele, foi herdado pelo Marquez de Lavradio, sobrinho do último Duque de Aveiro, e vem referenciado em várias obras como sendo um palácio Lavradio. Ora como tu sabes, a nossa casa era no campo de Santa Clara, onde são hoje os Tribunais Militares, (foi vendida em hasta pública em finais do século XIX).

Apenas um ponto de interesse sobre esta última, na entrada do dito palácio encontram-se ainda os azulejos originais do séc. XVIII com o brazão dos Marquezes de Lavradio. São muito bonitos (os azulejos, não os marquezes) e merecem uma visita!

Peço-te desculpas de só agora responder à tua pergunta, estive sem linha telefónica em casa durante quase três semanas (uma árvore caiu em cima da linha de telefone) e passei a última semana em Madrid a fechar a compra do Hotel Villa Magna. (Antiga propriedade do Marqués de Villa Magna e um verdadeiro palácio dos anos 70!).

Voltando ao palácio dos Mascarenhas - é possível que tenha sido construido antes da atribuição do título de Santa Cruz (1593), não só pela sua situação e arquitectura mas também pela falta de coroa nas referidas armas...

Um abraço do teu primo.

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RE: Palácios de Lisboa

#13208 | rafael mião | 19 nov. 2001 18:22 | In reply to: #12094

Ex.mos Senhores Lapso meu,por acaso dei com o erro ao consultar o folheto resp.º.As minhas desculpas.Trata-se sim
do Palácio do Metelo,Revista Intervenção Social.(Palácio que faz parte da história do I.S.S.S.(Cito).É um opúsculo valioso em genealogia,etc.Aliàs,o Arq.ºe Prof.do I.S.S.S. Segismundo Pinto é um grande investigador e artista,sobretudo na Heráldica.
Cumprimentos
Rafael Carvalho

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RE: Palácios de Lisboa

#13214 | _fRoEs_ | 19 nov. 2001 20:25 | In reply to: #12753

Já que se fala de palácios........eu por exemplo tenho aulas num palácio que pertenceu a uma ilustríssima Casa Portuguesa, a dos Condes da Ribeira Grande.
O meu liceu chama-se Rainha D. Amélia e o palácio é o da Ribeira Grande, que infelizmente, encontra-se velho e degradado.

Cumprimentos
Luís Froes

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RE: Palácios de Lisboa

#13260 | Lourenço Vila-Flor | 20 nov. 2001 15:01 | In reply to: #13204

Caro Luis,
E eu que achava que andavas pelo Forum.
Muito obrigado pela resposta.
E já agora adito mais informações.
O Palácio da Embaixada de Espanha, foi dos Condes de Sarzedas, depois dos meninos da Palhavã e finalmente dos Condes de Azambuja. Como foi feita a ligação não sei, talvez pelo lado Loulé e pela Infanta.
O Palácio da Embaixada de Itália, foi dos condes de Pombeiro, aliás, ainda o Largo onde se situa é entitulado de Largo do conde de Pombeiro. Depois foi do duque de Saldanha, que foi também dono da Penha Longa, e finalmente foi vendido ao Conde de Azarujinha, tendo sido vendido pelo seu filho Libânio, a outro conde liberal cujo título já não sei.
A Quinta da Praia, foi dos condes de Aveiras, tendo passado à coroa e depois aos Loulés. Penso que terá sido ainda Marialva pelo meio mas que não terá sido por essa via que passou aos Loulés. Alguém sabe?
O sobralinho de Alverca, foi do 1.º conde de Vila-Flor, está lá enterrado o segundo, D. Cristovão, e passou ao ramo primogénito e legítimo, tendo sido do duque da Terceira. Foi, ainda de um Embaixador neste século, depois dos Espírito Santos e finalmente hoje é da Câmara e pode-se visitar.
Em Alverca, existia, ainda, um palácio-quinta, dos Rio Maior, que não sei se lhes advinha pelo lado Subserra ou não. Pergunto igualmente se alguém sabe. Já visitei a dita casa que é muito boa.
Um abraço,
Lourenço.

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RE: Palácios de Lisboa

#13267 | _fRoEs_ | 20 nov. 2001 15:33 | In reply to: #13260

Caro Lourenço Vila-Flor,

Já que fala no Palácio de Palhavã, actual Palácio da Embaixada de Espanha, posso lhe adiantar que existem duas versões da história da sua doação ao Conde de Azambuja.
Como sabe, este senhor casu-se com uma senhora chamada Maria da Assunção Ferreira, filha de Anónio Bernardo Ferreira e de Dona Anónia Adelaide ferreira, a Ferreirinha, senhora muito rica e abastada proprietária do Douro.
A 1º versão e a mais popular diz que foi o Conde da Azambuja que comprou este palácio, mas a 2ª versão diz que Dona Antónia Adelaide Frreira deu este palácio ao Conde como presente de casamento, pois ele estava noivo de sua filha.
E, como tal, a maioria dos filhos do conde nasceram no Palácio, incluindo a avó de minha avó materna, chamada Maria Luisa de Mnedóça, que viria a casar-se neste mesmo palácio com o avô de minha avô, Ramón de Olazábal, Conde de Arbelaiz.

Cumprimentos
Luís Froes

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RE: Palácios de Lisboa

#13269 | Lourenço Vila-Flor | 20 nov. 2001 15:36 | In reply to: #13204

Caro Luís,
Já agora, embora não seja este o local próprio, rectifico uma informação de outro dia.
O duque de Coimbra foi, de facto, legitimado e a NPB dá-lhe honras de Infante. E, por curiosidade, acrescento que a representação da descendência legítima dos Marqueses de Vila Real recaiu no 1.º duque da Aveiro pelo casamento da irmã do 1.º duque de Vila Real com este senhor. A M. de Vagos descende efectivamente do 1.º duque de Vila real e do 1.º duque de Caminha, sendo deles a única descendente, e penso que tendo obtido legitimação régia, segundo algumas fontes, embora nunca tenha confirmado, pelo que lhe foi atribuida a representação da totalidade da casa.
Um abraço,
Lourenço

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RE: Palácios de Lisboa

#13271 | Lourenço Vila-Flor | 20 nov. 2001 15:42 | In reply to: #13269

Caro Luís,
Com a pressa não escrevi o essencial.
O que foi negociado com Espanha, em troca de Tordesilhas,foi a nomeação do senhor, depois Rei D. Manuel para a sucessão em vez do senhor Dom Jorge, teu antepassado.
Um abraço,
Lourenço.

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RE: Palácios de Lisboa

#13273 | Avintes | 20 nov. 2001 16:10 | In reply to: #13271

Meu caro Lourenço,

Agradeço-te imenso esta valiosissima informação. Essa negociação com Espanha em relação à sucessão do trono para mim é total novidade (lembra-te que este pobre imigrante nunca estudou cá...). E ainda bem que assim foi, se não o estilo arquitectónico português que marcou a nossa grande epopeia, a época dos descobrimentos, seria o Jorgelino...

Em relação a palácios e aos Duques de Aveiro, existe um palácio em Azeitão, em mau estado, que era dos Duques de Aveiro. Não sei a quem pertence.

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RE: Palácios de Lisboa

#13274 | Lourenço Vila-Flor | 20 nov. 2001 16:11 | In reply to: #13214

Caro Luis Froes,
Esse Palácio é muito conhecido.
Eu tenho lá em casa, não sei bem de quem, um livro sobre ele, entitulado, a nossa Junqueira.
Vou confirmar e depois dou notícias.
Um abraço,
Lourenço.

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RE: Palácios de Lisboa

#13276 | Lourenço Vila-Flor | 20 nov. 2001 16:16 | In reply to: #13273

Caro Luís,
Vou confirmar e depois dou notícias.
Mas, desde já, adianto que li algures que pertence aos Soares Franco, de Azeitão.
Não sei se são os que conheço, do ramo Palmela e se são representantes do antigo Visconde de SF.
Nem sei também como lhes foi parar, se por compra directa, se por partilha de outra casa que tenha comprado o Palácio.
Um abraço,
Lourenço.

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RE: Palácios de Lisboa

#13297 | zamot | 21 nov. 2001 10:12 | In reply to: #13274

Caro Lourenço,

O livro que fala " A nossa Junqueira" é escrito pela Sra Condessa de Povolide descendente de D. João da Camara ( Ribeira ) e de Dª Eugenia de Mello Breyner.

Um abraço amigo

Zé Tomáz

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RE: Quinta da Boavista ou de Santo Ovideo (Porto, Campo da Regeneração)

#342577 | zr | 17 févr. 2014 16:41 | In reply to: #12077

Começou por ser uma vasta propriedade rústica foreira ao Priorado de Cedofeita, situava-se extramuros, pertencendo, em 1605, a Salvador João, [de Valadares] e a sua mulher Margarida do Carvalhal do cazal do Padrão sito na freguesia de S. Martinho de Cedofeita […] como consta no Prazo Primordial datado de 1605.
Em 1665, de acordo com Cunha e Freitas esta propriedade já se denominava Quinta da Boavista, pertencendo por testamento ao Dr. João Carneiro de Morais (Desembargador do Reino) e a D. Helena Araújo sua mulher, residentes em Lisboa e que nela tinham instituído a Capela de S. Bento e Santo Ovídio, conforme o documento Instituição de Morgado que instituiu O Snr. Dez.or João Carneiro de Moraes do Morgado do Porto cuja cabesa hé a Capella de Santo Ouvídio da dita cidade […].
O filho do casal, Paulo Carneiro de Araújo, desembargador da Relação do Porto e neto João de Araújo e Melo sucederam-lhes no vínculo e no praso dessa quinta de rendimento, o qual seria renovado pelo D. Prior de Cedofeita;
Encontra-se descrito o espaço da seguinte forma, numa escritura de 11/11/1716:
Item primeiramente casas de sobrado telhadas que têm de comprido de norte a sul 15 varas e de longo do nascente para poente menos um palmo. Item uma casa terreira […] Item uma quinta cercada de muro que tem suas ramadas e arvores de fruto, pinheiros grandes e uma nora[…].
A quinta seria vendida, em 1726, a João de Figueiroa Pinto, alto funcionário do Reino que mandou construir um palacete com uns magníficos jardins, e mais tarde, a mulher deste Fidalgo e cavaleiro renunciava à renovação do prazo da quinta a favor do filho Manoel de Figueiroa Pinto (Fidalgo da Casa Real, alcaide-mor da vila de Portel, Senhor Donatário do concelho de Porto Carreiro, contador da Fazenda Real na cidade do Porto, Presidente do lançamento das sisas, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo, Comendador de Santa Maria Madalena, etc.).
Em 1776, pai e filho, João e Manoel de Figueiroa Pinto, valorizaram a propriedade e tornaram-na uma das poderosas casas da nobreza portuense.
A casa estava voltada para o Campo da Regeneração, atual praça da República, e era considerada uma quinta de rendimento e recreio foreira à Colegiada de Cedofeita, ocupando uma vasta área de 5,75 hectares, estendendo-se ao longo de um declive 5%;
a entrada principal encontra-se situada a oriente, voltada para o Campo da Regeneração, separada desta por muro cujo acesso se fazia através de portal, tendo lateralmente as cocheiras e cavalariças (edifício sóbrio e austero de planta regular, num esquema de linhas horizontais, de 2 pisos em que a fachada principal, antecedida por alameda/horta e cavalariças, era ritmada pelos 2 corpos laterais avançados e pela utilização da cantaria e alvenaria, pelos cheios e vazios e telhado de duas águas);
vedada do espaço público, preservava a intimidade familiar do olhar de estranhos;
a fachada posterior mantinha diferente concepção, abrindo-se para um amplo e vasto jardim que continua a atrair, como diria Lamarche – Vadel […] um jardim secreto fecha-se ao mundo exterior […];
abrigado dos olhares como dos ventos, retendo tudo o que se encontra oculto na terra: o perfume, o calor, a frescura matinal, só respirando bem com o Céu […] 15;
esta fachada posterior mais imponente, com uma composição mais complexa de volumetrias e corpos que avançam ou recuam, linhas sinuosas do telhado e águas-furtadas, um claro eixo central com varanda e balaustrada, janelas com padieiras de cantaria e porta encimada com volutas. Este eixo conjugava-se cenograficamente com a balaustrada do terraço, escadaria e alameda que dava acesso ao jardim e lago.
Espaço composto por terras para sementeiras, horta, pomar, campos de cultivo, pastagens e ramadas, ilustrando uma actividade predominantemente agrícola exercida por criados e rendeiros produzindo cereais, vinho, criação.
A quinta era abundantemente abastecida de água que chegava por dois aquedutos subterrâneos das minas de Paranhos / Mina de S. Brás e a de Gonçalo Cristóvão (mina da Fonte), existindo ainda nesta propriedade uma mina com nascente interior.
Manuel Figueiroa, em 1794, ofereceu parte da quinta para a construção da Rua da Boavista, com a condição de lhe “ficarem pertencendo as vertentes das águas do chafariz a construir naquela rua", o que na altura não foi aceite.
Por morte de Manoel Figueiroa Pinto, passou a dita Quinta por herança para um seu parente, Manuel Pamplona Carneiro Rangel Veloso Barreto, 1.º visconde e 12.º senhor de Beire e casado com D. Maria Helena de Sousa Holstein, que lhe sucedeu na casa de Beire e em todos os morgados: a Quinta mudou então de nome (primeiro, para Quinta dos Figueiroas e depois, para Quinta dos Pamplonas).
A sua filha D. Maria Balbina Pamplona de Sousa Holstein, que tinha casado com o 4.º conde de Resende, D. António Benedito de Castro, veio com o marido morar nela depois do incêndio que destruiu o Palácio dos Condes de Rezende no Campo de Santa Clara/Feira da Ladra em Lisboa, hoje em dia o Casão Militar, e o casal mandaria modificar em 1881 o muro voltado para o Campo da Regeneração, na extremidade do qual se vê o reservatório da água mina de S. Brás (parte ainda visível no portal lateral do actual Instituto de Francês).
D. Luís Manuel Benedito de Castro, primogénito, morreria solteiro, tornando-se sua universal herdeira, sua mãe, a condessa viúva que teve uma filha que casou com o romancista Eça de Queiroz. Sucedeu-lhe seu irmão, D. Manuel, 6.º conde de Resende. D. Maria Balbina morreria a 20-01-1890, tendo deixado aos netos a Qtª de Stº Ovídio, tentando mantê-la intacta, conhecedora que era da difícil situação financeira do filho e numa época em que os bens imóveis da aristocracia se desvalorizavam.
Em 1892, o 6.º Conde de Resende, Manuel Benedito de Castro, por causa do rendimento anual de apenas 500.000 reis que esta quinta proporcionava, obteve consentimento do conselho de família para, em nome dos seus 7 filhos menores, promover a sua venda e iniciou então o processo de alienação da quinta, o qual terminou em 1895 com a venda da quinta e o seu loteamento (em 144 lotes) para edificações de 6m de largura:
propunham a sua venda integral em hasta pública por 100 contos de réis ou a abertura de um nova rua desde o Campo da Regeneração até à rua de Cedofeita, loteando todo o terreno da Quinta em parcelas de 6m, pedindo que fossem remidos os foros que pesavam sobre a propriedade (consideraram que era de “alta vantagem a alienação desta propriedade quando ela seja vendida pela quantia de 100 contos de reis = 100.000$000) e, quando não apareça comprador por aquela quantia, abrir uma rua desde o Campo da Regeneração até à Rua de Cedofeita… e dividir toda a propriedade em terrenos, para construções, de 6 metros de largura com quintais, o que dá 165 chãos, e vendê-los nunca por quantia inferior a 700.000 reis cada um;
não apareceu comprador e os peritos da Câmara foram unânimes quanto às vantagens da abertura da rua a meio da propriedade (valorização do espaço para os proprietários e a realização de mais uma importante via de circulação para a cidade), a planta de loteamento foi aprovada e confirmaram a vantagem da abertura de uma via a meio da quinta.
Os 144 lotes foram vendidos em hasta pública para que os interesses dos menores fossem salvaguardados, indicando o preço, a dimensão e localização do terreno, as penas de água (27 da mina de S. Brás, 20 penas para cada uma das outras duas minas) e eles foram arrematados por um período de 10 anos, entre 1896 e 1905 (nascente/sul 1 a 4; nascente/norte 141 a 144; lado sul do 5-73 A; lado norte 74 a140), possuindo a maior parte deles a largura de 6m, excepto os dos extremos: naqueles em que passavam minas de abastecimento de água, estavam os proprietários proibidos de abrir poços, a Companhia Aurifícia arrematou os lotes 22 a 43 (com mina Interior), só começando a vender alguns lotes a partir de 1929 e outros arremataram mais de um lote como foram os casos de Dionísio Pereira dos Santos (lotes 6-8 no lado sul e 111-115 no lado norte) e de Amyas Warre (70-71 sul, 74-79 norte).
Um Juiz autorizou a abertura da rua a 10-08-1895, ano em que foram remidos os foros à Colegiada de Cedofeita – Prior e Cabido, e a rua foi finalmente aberta e oferecida à Câmara do Porto em 1898 pelo 6.º Conde de Resende (coube a empreitada ao mestre-de-obras José Joaquim Mendes, também, ele responsável pela construção de cerca de 30 casas das muitas edificadas neste lugar, através de um contrato celebrado a 25/09/1895):
surgiram alguns problemas nomeadamente com o Conselheiro Dr. Licínio Pinto Leite, morador numa casa apalaçada na rua do Campo Pequeno (este servia-se da água da quinta que era conduzida por aqueduto e encanamento que passava a meio da propriedade até à viela do Marão e estava preocupado com a abertura da rua que ocupava parte do terreno por onde passava o encanamento, não podendo, após a sua conclusão, levantá-la para reparar ou inspeccionar o tubo de chumbo que ligava ao cano de Cedofeita), que chegaria a um acordo passando a canalização pela viela de servidão situada no limite norte da quinta até à travessa da Figueiroa e daqui a ligação a um cano de chumbo na rua de Cedofeita (tendo assim desaparecido a antiga viela do Marão).
A 30-06-1898, a rua encontrava-se concluída e foi denominada por rua Álvares Cabral a pedido da Junta de Paróquia de Cedofeita, a18/05/1898, substituindo assim a anterior designação de Rua Nova ou dos Pamplonas (foi oferecido assim, à Câmara do Porto, um arruamento que, rasgando a Quinta de Nascente a Poente, daria lugar à Rua dos Pamplonas, a qual veria logo a seguir o seu topónimo alterado para Rua Alvares Cabral em homenagem a este navegador português).
A construção da quase totalidade dos edifícios da rua realizou-se entre 189 e 1912, tendo apenas 11 edificações sido construídas nos anos seguintes e o fenómeno construtivo terminado, numa 1ª fase, em 1945.

Emília de Castro Pamplona -
A mulher de Eça, D. Emília de Castro Pamplona (Resende), nasceu a 09/06/1857 e morreu a 05/06/1934, na Praia da Granja.
Filha dos condes de Resende, D. António Benedito Castro, 4.º conde de Resende, 18.º almirante de Portugal e par do Reino, e de sua mulher, D. Maria Balbina Pamplona Carneiro Rangel Veloso Barreto de Miranda e Figueiroa, filha dos primeiros viscondes de Beire.
Eça conhecia-a desde a sua infância pois o seu irmão Manuel Benedito de Castro era seu amigo de juventude, do tempo em que frequentou o Colégio da Lapa. Também conhecia Luís, outro de seus irmãos, que viajou com ele para o Oriente, aquando da inauguração do Canal do Suez.
Em Agosto de 1885, Eça enviou a Emília uma carta por intermédio de seu irmão Manuel. Parece que Emília teria delicadamente repelido o seu pretendente, sendo que Eça o confessa ao seu irmão.
Em Setembro desse mesmo ano ficarm noivos, passando a trocar correspondência, na qual se evidenciava uma certa frieza por parte da noiva, uma reserva que contrasta com o arrebatamento do noivo, e que este imputava à diferente educação que tiveram.
De acordo com a correspondência de Eça que data daquela época põe-se a hipótese de um casamento de conveniência. Eça era um homem já maduro, tendo sofrido algumas desilusões de experiências amorosas frustadas, com uma vida economicamente precária e vivendo só em Inglaterra, em busca de estabilidade e equilíbrio. D. Emília era uma bela e jovem aristocrata que até tinha algo de seu.
A 02/11/1885, ele embarcou no paquete Southampton para Lisboa a fim de realizar os preparativos para o casamento.
A 25/12/1885, os pais de Eça, D. Carolina e Dr. José Maria, assinram a declaração oficial de legitimidade, documento necessário ao casamento.
Após 5 meses de noivado casaram-se a 10/02/1886 no Oratório particular da Quinta de Santo Ovídio no Porto, pertencente à família da noiva, já desaparecido em virtude da abertura da rua Álvares Cabral que liga a rua da Cedofeita ao Campo Mártires da Pátria.
Assistiram ao casamento Manuel, conde de Resende, e Ramalho Ortigão (testemunhas do noivo) e Maria, a condessa de Resende, e Sofia Adelaide, condessa do Côvo (testemunhas da noiva) e, provavelmente, Maria Garret Correia, sobrinha do escritor, a mãe de Eça e a sua irmã Aurora. Foi uma cerimónia íntima, discreta, celebrada pelo Dr. José Rodrigues Cosgaia, na presença e com a autorização do pároco de S. Martinho da Cedofeita, pároco da freguesia da noiva, o cónego João António Pinto Guimarães.
Partiram no mesmo dia, de comboio, para Madrid, daí seguindo para Paris e, depois, para Bristol, onde chegam em meados de Março passando a habitar o n.º 38 de Stoke Hill em Stoke Bishop, denominado Vashin Lodge.
A 20-01-1890, morreu a condessa de Resende, mãe de D. Emília. Esta herdou a Quinta de Vila Nova em Santa Cruz do Douro, concelho de Baião, com o seu velho solar de granito que vinha do século XVI e uma herdade no Alentejo, a Corte-Condessa.
D. Emília era doze anos mais nova que o escritor.
A sua religiosidade conduziu a uma provável reprovação do realismo queirosiano, especialmente nas vertentes do anticlericalismo e da irreverência para com as instituições. Concluindo, foi um casamento de amor, por parte de Eça no qual a condição social da noiva poderia ter tido importância na preferência. O casamento pautou-se por um normal entendimento que teve apenas a perturbá-lo as doenças súbitas de 2 dos seus filhos, na fase terminal da vida de Eça, e os problemas monetários que por toda a vida o afligiram em que a deficiente administração económica por parte de D. Emília pode ter sido factor agravante.

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RE: Quinta da Boavista ou de Santo Ovideo (Porto, Campo da Regeneração)

#342971 | Joao MBCM | 26 févr. 2014 15:25 | In reply to: #342577

Olá a todos,
Podem indicar-me alguns títulos de livros sobre os palácios de Lisboa?
Conhecem algum livro que seja uma espécie de "catálogo comentado"?

Obrigado,

Joao MBCM

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