Um dos "mitos formadores" da antiga nobreza hispânica é a sua suposta descendência dos conquistadores germânicos, sobretudos dos visigodos, mas também dos suevos e francos.
No séc. XIX, os velhos fidalgos do Minho e Galiza não se cansavam de recordar que eram os lídimos representantes dos antigos guerreiros bárbaros, por oposição à nobreza da Corte e do Sul, mais recente e sem direito a prosápia germânica. Disto mesmo nos dão conta os romances de Camilo e Valle-Inclán. Este último imortalizou em milhares de páginas o tipo ideal do fidalgo setentrional – brutal, selvagem, despótico – encarnação perfeita da “besta loura”.
Ora bem, quais são as famílias que, de acordo com as genealogias tradicionais, se podem reclamar destas origens germano-góticas? Na vossa opinião, é uma pretensão válida?
Algum dos confrades me sabe indicar bibliografia sobre este “mito fundador” da nobreza ibérica? Para França, Itália e Inglaterra existe muita coisa, mas não conheço nada recente para Espanha e Portugal.