A verdadeira varonia de HFSP
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A verdadeira varonia de HFSP
Caros Confrades
Embora tenha já aqui falado, por várias vezes e em vários tópicos, da família Sousa Prego, de Sintra, o motivo que hoje me leva a abrir um outro tópico é de natureza um pouco diferente. Trata-se de chamar a atenção dos confrades e do próprio administrador do sítio (site) para um erro de identificação na ascendência aqui apresentada de Henrique da Fonseca de Sousa Prego.
De facto, as referências que aqui aparecem não foram erradamente transcritas da sua fonte. Esta é que está errada por partir de um pressuposto errado. Mas passo a esclarecer o que me leva a fazer tais afirmações e em que circunstâncias já antes o escrevi. Refiro-me ao estudo então intitulado "A VERDADEIRA VARONIA DO VICE-ALMIRANTE HENRIQUE DA FONSECA DE SOUSA PREGO" apresentado inicialmente na SGL, em 1993, e depois reformulado no intuito de o apresentar na revista da APG, o que ainda não concretizei por o não ter acabado, nem mexido nos últimos anos. Na advertência inicial deixei escrito como segue (e com a descodificação das siglas acima):
“Na sequência de diversos estudos parcelares anteriormente efectuados, de outros já em fase de conclusão, ou de outros ainda em curso de realização sobre a Família Sousa Prego, escrevemos inicialmente este trabalho para a Secção de Genealogia e Heráldica da Sociedade de Geografia de Lisboa. Apresentamo lo aí por ocasião do Colóquio Comemorativo do 90.º Aniversário do início da publicação do "Archivo Histórico Portuguez", de Braamcamp Freire e D. José da Silva Pessanha.”
“Agora, com o intuito de o apresentarmos aos consócios da Associação Portuguesa de Genealogia, reformulamos alguns pontos, entretanto expostos num nosso outro trabalho publicado na revista "Raízes & Memórias", e desenvolvemos outros que aprofundamos no decurso das nossas últimas investigações.”
“Investigando há já alguns anos tudo o que a ela diz respeito, consultando a pouco e pouco todos os fundos documentais em que é suposto encontrar referências aos membros dela, umas vezes com sucesso e muitas sem qualquer resultado positivo, mexendo, compulsando e analisando tudo o que conseguimos até agora encontrar --- e muito haverá ainda por descobrir --- reunimos um vasto "corpus", ainda só parcialmente tratado e informatizado, mas mesmo assim precioso para os nossos estudos.”
“Desse conjunto resolvemos, pois, destacar este assunto, algo intrincado, relativo à identificação da ascendência, e particularmente da varonia, do Vice Almirante Henrique da Fonseca de Sousa Prego.”
“A razão deste aprofundar da investigação genealógica, orientada neste sentido preciso, prende se com a necessidade de se identificar com exactidão essa varonia, quanto a nós errada e truncada tal como aparece estabelecida. Primeiro, no processo de justificação de nobreza de um seu neto, Ezequiel de Paula Sá Prego, e depois, persistindo nos mesmos erros, publicada pelo Visconde de Sanches de Baena no seu "Archivo Heráldico Genealógico".”
Não é meu propósito transcrever agora aqui esse extenso estudo sobre a família, o homem e a sua verdadeira varonia. Isso ficará, efectivamente, para quando o der por completo e o apresentar na APG. Mas, claro está, que algumas dicas têm de ser, ainda assim, aqui apresentadas para no mínimo se poder compreender daquilo e de quem estou a falar. Além disso, um outro esclarecimento, adicional, se impõe e que diz respeito à minha quase total impossibilidade de consultar e investigar nos nossos Arquivos por falta de disponibilidade para tal. Valem-me nesta situação os muitos e muitos registos recolhidos, a documentação fotocopiada e a amizade de alguns confrades, dos quais me permito salientar o meu primo Pedro França, a quem tantos de nós tanta informação devemos.
Embora hoje não me vá já alargar muito mais, indico apenas as referências familiares que aqui no Genea vêm indicadas. Assim, temos que Henrique da Fonseca Sousa Prego (HFSP) aparece como sendo filho de um tal José Joaquim da Fonseca e de uma Joaquina Inácia da Fonseca, marido de uma Maria do Carmo Prego e pai de Ezequiel Epifânio da Fonseca Prego, aí indicado como marido de Henriqueta Angelina de Oliveira Banha e Sá.
Oportunamente prosseguirei o desenvolvimento deste assunto.
José Filipe Menéndez
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RE: Os Sousa Prego
Caros Confrades
Prosseguindo a clarificação do assunto aqui iniciado, começamos por dizer sumariamente, para quem não tenha lido a informação anteriormente apresentada noutros tópicos, quem eram estes Sousa Prego.
Ligados à administração pública - à respública - da vila de Sintra, envolvendo várias gerações de tabeliães e de secretários da câmara local, descendem os Sousa Prego, por legítima varonia, de João de Sousa Prego que foi feito administrador da Casa de Aveiro, em Sintra, por resolução régia de 4 de Março de1674 (Min. do Reino Ptª.15, dil.57), e depois proprietário dos ofícios de escrivão e apontador das Obras dos Paços Reais da Vila de Sintra, por mercê régia de D. Pedro II datada de 20 de Agosto de 1684, dos quais houve posse e prestou juramento aos 12 de Outubro desse mesmo ano, mais tarde confirmada e ampliada por mercê de D. João V de 2 de Dezembro de 1708. Ocupou, além destes, outros cargos administrativos e honoríficos municipais. Quer na vereação do Senado da Câmara de Sintra, para o qual foi por diversas vezes eleito, quer na Confraria do Espírito Santo, como também na Santa Casa da Misericórdia local.
(Para mais detalhes vejam-se, por exemplo, algumas escrituras de obrigação feitas pelo Senado da Câmara de Sintra, para a realização de obras e outros melhoramentos da sua competência, ou outras escrituras de empréstimo feitas a diversos indivíduos pelo mesmo senado, como administrador da Confraria do Espírito Santo. Em ambos os casos vêm quase sempre designados o juiz de fora, que era por inerência presidente do senado, e os vereadores em exercício. Só através do estudo de algumas dessas escrituras do Cartório Notarial de Sintra, existente no IAN/TT, é possível reconstituir com fidelidade a composição do respectivo senado municipal, por terem desaparecido os livros de actas anteriores a 1794 (os seguintes existem no AHS).
Para quem, eventualmente, tenha algum interesse particular sobre a naturalidade, filiação, restante ascendência e ainda a descendência de João de Sousa Prego, particularmente de seu filho primogénito Manuel de Sousa Prego, recomendamos que veja o nosso trabalho sobre Francisco José de Miranda Duarte, intitulado e disponível como a seguir se indica:
(Policopiado com os sub-títulos «Percursos de um Magistrado Setecentista -- Subsídios para a genealogia dos Bernardes de Miranda e dos Sousa Prego», Ed. de autor, Queluz, 1992, posteriormente publicado pela Associação Portuguesa de Genealogia in ReM Nº 9, Lisboa, 1993, pp. 163 a 186).
Na segunda parte do qual tratamos daquele, de sua mulher, descendência, condição e evolução social e, ainda, da política de alianças matrimoniais da família, particularmente de alguns ramos da linha mais velha, a do primogénito Manuel. Alianças essas, sublinhe-se, que os aparentaram com algumas das primeiras famílias da vila e região de Sintra, dando origem aos:
- Fonseca e Castro > Sousa Prego e Castro
- Fonseca e Castro > Fonseca Veras de Oliveira
- Freitas Maciel > Freitas Sousa Prego
- Lopes de Azevedo > Castro e Azevedo
- Cunha Pereira Monteiro e Almada > Cunha Palhares e/ou Palhares da Cunha
- Costa Pereira
- Veras de Oliveira
- Fontes > Fontes Sousa Prego > Fontes Barreto > Gomes Barreto
Isto para lá da ligação ao sobredito Francisco José de Miranda Duarte, então juiz de fora de Sintra e, como tal, presidente do senado da sua câmara. Casamento esse que culminou a aludida política de casamentos empreendida por Manuel Caetano de Sousa Prego, um dos filhos de Manuel de Sousa Prego.
(continua)
José Filipe Menéndez
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RE: siglas e abreviaturas
Caros Confrades
Ao reler o que escrevi, em busca de alguma gralha que me tivesse escapado, reparei que deixei passar algumas siglas e abreviaturas, sem a sua devida explicação, no mínimo necessária para os Confrades menos habituados a estas lides ou, para o caso crescente dos intervenientes brasileiros, com elas menos familiarizados.
Assim, temos:
AHS - Arquivo Histórico de Sintra.
APG - Associação portuguesa de Genealogia.
dil. - diligência.
HOC -Habilitações á Ordem de Cristo.
IAN/TT - Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo.
Min. - Ministério.
pp. - páginas.
Pt.ª - pasta.
ReM - Raízes e Memórias.
SGL - Sociedade de Geografia de Lisboa.
Creio não me ter falhado nenhuma das abreviaturas ou siglas que indiquei, conhecidas da maioria dos Confrades, é certo, mas nem de todos os que por aqui "navegam"...
Melhores cumprimentos,
José Filipe Menéndez
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RE: siglas e abreviaturas
Hups!
APG ..., queria dizer:
APG - Associação Portuguesa de Genealogia.
JFM
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RE: Os Sousa Prego
Caros Confrades
Voltando a João de Sousa Prego recordamos que este casou na igreja de S. Martinho, a 22 de Junho de 1674, com sua prima em terceiro e quarto grau de consanguinidade D. Luísa de Abreu. Deste casamento foram filhos, entre outros, o já mencionado Manuel de Sousa Prego e Luís de Sousa Prego, dos quais provêm as duas linhas genealógicas que tratamos num outro nosso trabalho intitulado A Família Sousa Prego.
Foi precisamente através do processo de Habilitação à Ordem de Cristo de Luís de Sousa Prego (Trata-se de um extenso reportório de mais de 100 páginas manuscritas existente no IAN/TT - HOC: LUIS DE SOUSA PREGO - Mç. 16, n.º 5.) que obtivemos vários dados sobre a ascendência desta família, ainda que com alguns erros e omissões. As referências aí encontradas, designadamente quanto à naturalidade dos avós de Luís de Sousa Prego, levaram à investigação sistemática dos respectivos livros de assentos paroquiais (particularmente de Colares - Nossa Senhora da Assunção de Colares e de Sintra - S. Martinho de Sintra), o que posteriormente nos permitiu esclarecer a sua ascendência e estabelecer correctamente o seu enquadramento genealógico sempre que tal nos foi possível.
Passando agora propriamente ao tema deste tópico, diremos previamente algumas palavras quanto ao método seguido nesta investigação que, aliás, nada tem de inédito. De qualquer modo, precisemos que no decurso das nossas investigações sobre os Sousa Prego, subindo na sua ascendência por um determinado ramo, estabelecemos sucessivos patamares de pesquisa que depois, descendo, remontando e voltando a descer, permitiram alargar para cada geração os ramos da árvore, fixando para cada pessoa a respectiva ascendência, descendência e parentesco colateral. Assim, indivíduo a indivíduo, fomos montando o puzzle da genealogia desta família, sempre que possível melhorado com outros dados complementares que ajudam a caracterizar e a enriquecer cada personagem.
Com maior ou menor grau de dificuldade foi deste modo, descendo de pai para filho, que chegámos a Henrique da Fonseca de Sousa Prego.
(continua)
José Filipe Menéndez
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RE: Instrumentos da investigação
Caros Confrades
Prosseguindo este estudo de identificação genealógica:
“Foram instrumentos fundamentais para esta fase da investigação o processo de HOC de Luis de Sousa Prego, atrás referido, bem como a mercê feita, por alvará de 9 de Março de 1779, a seu f.º Henrique de Sousa Prego (IAN/TT MMCR, Lv. 3, fls. 14v.º 15 e Lv. 22, fls. 364 e 364v.º. Cfr. infra, traslado 2), e ainda as mercês feitas, por alvará datado de 12 de Fevereiro de 1781, a seus três netos: Henrique da Fonseca o futuro vice almirante , Francisco de Paula e João Severo de Sousa Prego (IAN/TT MMCR, Lv. 3, fls. 57 57v.º e Lv. 23, fls. 115v.º 116. Cfr. infra, traslado 3)”.
Traslado 1 - HOC de Luis de Sousa Prego, datada de 27 de Abril de 1720
«Dis Luis de Sousa Prego q. pella Port.ª junto lhe fes V.ª Mg.de m.ce do habito da Ordem de N. S.or Jezus Christo e p.ª o haver de thomar neceSsita de se lhe tirarem suas provanças na forma dos Estatutos da mesma ordem; e por ordem desta Meza da Conceencia e ordem.»
«P.e a V. Mg.de lhe faça m.ce mandar se lhe tirem suas provanças na forma do Estillo.»
«Declara elle sup.e ser n.al da villa de Cintra freguezia de Saõ Martinho filho Legitimo de Joaõ de Souza Prego n.al da mesma freguezia, e de D. Luiza de Abreu n.al desta cidade Occ.al freguezia de N. S.ra da encarnaçaõ.»
«Neto p.la p.te Paterna do P.e M.el Coelho Prego n.al de Collares freguezia de N. S.ra da Asumpçaõ e de Catherina Rodrigues n.al da villa de Cascais freguezia da Igreja velha da d.ª villla.»
«Neto pella p.te Materna de M.el de Abreu n.al de Cintra freguezia de Saõ Martinho; e de Mariana Coiceira n.al da cidade de Lx.ª occ.al freguezia da Magdalena.»
«Fran.co de Lima de Nor.ª»
«Ag.ho Fran.co»
«Como P.or Fran.co Figueira da Costa»
IAN/TT - HOC: LUIS DE SOUSA PREGO – M. 16, n.º 5, fl. 2 . (1)
(1)Trata-se da segunda das quatro primeiras fls., em ordem apenas sequencial e não numerada, do processo de habilitação. A numeração principia na 5.ª fl. e diz respeito às inquirições orais feitas nas freg. de baptismo do suplicante, de seus pais e avós para “suas provanças na forma do Estillo”.
Este documento fala por si próprio e, salvo uma indicação de naturalidade que depois verificamos estar incorrecta (a de João de Sousa Prego), estabelece a ascendência correcta, não só de Luís de Sousa Prego, como a de seus pais, que depois ampliamos na posse das respectivas freguesias de naturalidade e baptismo. De facto, a investigação continuada dos livros de assentos de baptismo da freg. de Nossa Senhora da Assunção de Colares permitiu-nos, mau grado o estado das páginas finais, remontar até aos finais do séc. XVI e estabelecer uma rede de parentesco para os Prego e Coelho, seus ascendentes em linha varonil.
Relativamente ao P.e Manuel Coelho Prego escrevemos então:
“Percorrido integralmente o Lv. 1 de assentos de baptismo de Colares não foi possível encontrar o assento respectivo (de Ana Prego, avó paterna de João de Sousa Prego), mas dado o seu mau estado de conservação, com as folhas finais muito deterioradas, é possível que seja seu o registo onde apenas é legível a filiação que adiante damos); n.p. de André Vicente, o mais antigo ascendente dos Sousa Prego, em linha varonil, que pudemos até ao presente documentar, viveu na segunda metade do século XVI, morador no lugar de Vinagre, freg. de Nossa Senhora da Assunção de Colares, aonde exercia o ofício de sapateiro, segundo se lê num assento de baptismo, e de sua mulher Brísida Gonçalves, falecida no mesmo local a 28 de Abril de 1619; n.m. de António Rodrigues Prego e de sua mulher Margarida Gomes.”
(continua)
José Filipe Menéndez
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RE: Ainda siglas e abreviaturas
Caros Confrades
Mais uma vez me deixei levar pelo discurso genealógico e pela investigação e análise dos conteúdos documentais, aqui começados a apresentar, passando outras tantas siglas e abreviaturas, para as quais não dei a necessária explicação.
Assim, para lá de algumas outras siglas e abreviaturas recorrentes neste conteúdo, mas já anteriormente indicadas, temos:
cfr. – confronte.
fl / fls. – folha / folhas.
freg. - freguesia.
Lv. – livro.
M. – maço.
MMCR – Mordomia Mor da Casa Real.
p.e - padre.
v.º - verso.
Melhores cumprimentos,
José Filipe Menéndez
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RE: INSTRUMENTOS DA INVESTIGAÇÃO - 2
Caros Confrades
Prosseguindo este estudo de identificação genealógica, apresento hoje o traslado da mercê feita, por alvará de 9 de Março de 1779, a Henrique de Sousa Prego (IAN/TT MMCR, Lv. 3, fls. 14v.º 15 e Lv. 22, fls. 364 e 364v.º.), como adiante veremos filho de Luís de Sousa Prego.
Traslado 2 - Mercê feita por alvará de 9 de Março de 1779
Henrique de Souza Prego, n.al da Villa de Cintra f.º de Luis de Souza Prego, Reprezentou a Raynha NoSsa Senhora, haver Servido na Praça de Mazagaõ contra os Mouros, outo annos trez mezes, e vinte sette dias, incluidos nelles Sinco annos e Seis dias de Cavalr.º, e Espingardr.º com cavalo, e Armas proprias; e o mais tempo de Soldado Infante, contados com interpolação por auzencia que fez p.ª esta Corte com Lic.ª em forma desde dezanove de Abril de mil Settecento, e quar.ta e outo, the vinte sinco de Fever.º de mil Setecentos Sincoenta e Sette, em que ficava continuando no d.º exerciSsio de cavalr.º, havendoSse nas ocazioes de guerra com destinto valor, dando costas aos atalayas no descobrir o campo, e ocupando este posto na falta delles, nomiado p.ª o de Tenente da cavalaria, para as Armadilhas, e funcões deficultosas, naõ faltando as guardas, e faxinas de fortificaçaõ, e obediente as ordens de Seus officiaes Mayores: ao q. tendo concideraçaõ a ditta Senhora Há por bem fazer lhe m.ce alem de outras q. pello mesmo respeito lhe fes de o tomar por Escudr.º Fid. de Sua Real Caza com quatroc.tos e Sincoenta r. de md.ia por mes, e juntam.te acrescentado Logo a cavalr.º Fidalgo della com trez.tos r. mais em Sua md.ia alem da q. tem de Escudr.º Fid.º p.ª ter, e haver Sette Centos e Sincoenta r. de m.dia por mes de cavalr.º Fid., e hum alqr.e de cevada por dia paga Seg.do ordenança //364v.º thé a moradia ordinaria: por Alvará de 9 de Março de 1779.
IAN/TT - MMRC, Lv. 22, fls. 364 e 364 v.º
Notas:
a) Apenas como regra de transcrição, esclareço que os proclíticos foram separados.
b) Os intervenientes nomeados no documento acima, para lá de Henrique de Sousa Prego, são:
▬ 1779 - A Rainha D. Maria I.
Então soberana reinante havia menos de 2 anos, dado que subiu ao trono em Maio de 1777.
▬ Luís de Sousa Prego, pai do requerente e beneficiário das mercês aqui mencionadas.
Pela representação de Henrique de Sousa Prego (HSP) aqui referida, certamente feita antes desta mercê em que aparece descrita e que o vem galardoar, ficamos a conhecer parte do seu percurso militar no norte de África, designadamente na praça de Mazagão, aonde terá permanecido até poucos anos antes do seu abandono em 1769, verificada exactamente dez anos antes deste documento. Foi durante esse período crítico, particularmente a partir de 1750, que Mazagão foi sujeita a duríssimos ataques pelos Mouros, os quais se prolongaram de forma quase continuada até 1756, justamente durante a maior parte da permanência ali de HSP.
(continua)
José Filipe Menéndez
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RE: Henrique de Sousa Prego
Caros Confrades
Retomando e prosseguindo este estudo de identificação genealógica, permitam-me que fale um pouco mais de Henrique de Sousa Prego, continuando a sua evocação principiada com a apresentação da mercê que lhe concedeu D. Maria I, por alvará de 9 de Março de 1779.
Pensamos que Henrique SP, após o ingresso no exército, terá iniciado a sua vida militar ultramarina em Mazagão. Aliás, depois da cedência de Tanger à Inglaterra (por ocasião – e como dote – do casamento de D. Catarina com Carlos II), esta era então a última praça portuguesa no Magreb. Ao certo, o que podemos afirmar, pelos dados acima, é que foi para ali ainda com 21 anos, uma vez que nasceu em 1726. Aí serviu mais de oito anos como militar, tendo terminado a sua comissão como tenente de cavalaria. Foi depois promovido a capitão de uma das companhias da Corte. Por alvará de 9-III-1779 foi feito escudeiro fidalgo da CR com 450 reis de moradia por mês, logo acrescentado a cavaleiro fidalgo com mais 300 reis de moradia por mês, de modo a que mensalmente recebesse 750 reis mais um alqueire de cevada por dia (cfr. supra).
Nasceu em Sintra e aí foi b. a 8-V-1726 (SMS=1-B-218v.º), tendo por pad.s Manuel Francisco Aroche e sua filha D. Catarina, por quem tocou seu irmão Manuel Saraiva Aroche. Casou três vezes. A primeira com D. Violante Lopes da Costa, falecida na Praça de Mazagão a 24-IX-1764 (como vem referido no assento do 2.º casamento do marido), s.g. A segunda, a 30-V-1768, em Lisboa, na freg. de S. Vicente (=5-C-36v.º), com D. Caetana Victorina Rosa, que faleceu de puerpério a 21-II-1769. A terceira, a 16-III-1773, em Lisboa, na freg. de S. Tomé (=3-C-59v.º), com D. Catarina Inácia de Figueiredo.
(continua)
José Filipe Menéndez
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RE: Ainda os instrumentos de investigação - 3
Caros Confrades
Depois de um largo intervalo, maior do que eu desejava, retomo e prossigo com este conteúdo algumas notas extraídas do estudo que fiz sobre o assunto em epígrafe.
Dizia eu, lá mais para trás, que “Foram instrumentos fundamentais para esta fase da investigação o processo de HOC de Luis de Sousa Prego, atrás referido, bem como a mercê feita, por alvará de 9 de Março de 1779, a seu f.º Henrique de Sousa Prego (IAN/TT MMCR, Lv. 3, fls. 14v.º 15 e Lv. 22, fls. 364 e 364v.º. Cfr. infra, traslado 2), e ainda as mercês feitas, por alvará datado de 12 de Fevereiro de 1781, a seus três netos: Henrique da Fonseca o futuro vice almirante , Francisco de Paula e João Severo de Sousa Prego (IAN/TT MMCR, Lv. 3, fls. 57 57v.º e Lv. 23, fls. 115v.º 116. Cfr. infra, traslado 3)”.
Dos dois primeiros documentos tive já ocasião de falar nas intervenções de 27 e 30 de Novembro passado. Hoje vou falar das últimas mercês atrás referidas.
Traslado 3.1 - Mercês feitas por alvará de 12 de Fevereiro de 1781
«Henrique da Fon.ca e Souza Prego, n.al desta cid.e; f.º de Henrique de Souza Prego cavallr.º Fid.º
- tomado no meSmo foro de Escudr.º e cavallr.º Fidalgo com 750 r de moradia p. mez e hú alqr.e de cevada por dia paga Seg.do ordenança qe hê foro, e moradia que pelo d.º seu Pay lhe pertence, de q. se lhe paSsou Alv.ª a 12 de Fevr.º de 1781.»
Traslado 3.2 - Mercês feitas por alvará de 12 de Fevereiro de 1781
Fran.co de Paula de Souza Prego Irmaõ do antecedente, e n.al desta cid.e, f.º de H.e de Souza Prego Cavallr.º Fidalgo - tom. por Escudr.º, e cavallr.º Fid.ºcom 750 r de moradia por mez, e hú alqr.e de cevada por dia, paga Seg.do ordenança qe hê foro, e moradia que pelo d.º Seu Pay lhe pertence, de que se lhe passou Alv.ª a 12 de Fever.º de 1781.
Traslado 3.3 - Mercês feitas por alvará de 12 de Fevereiro de 1781
Joaõ Severo de Souza Prego Irmaõ dos anteced.es, n.al desta cid.e, f.º de Henrique de Souza Prego Cavallr.º Fidalgo - tom. por Escudr.º, e cavallr.º Fidalgo com 750 r de moradia por mez, e hú alqr.e de Cevada p. dia, paga Seg.do ordenança, que hé foro, e moradia que pelo d.º Seu Pay lhe toca, de q’ se lhe passou Alv.ª a 12 de Fever.º de 1781.
IAN/TT - MMRC, Lv. 3, fls. 57 e 57 v.º
Para lá das especificações relativas ao foro atribuído a cada um dos contemplados, ressalta a sua identificação, o facto do esclarecimento de serem irmãos e a indicação da sua filiação, pelo menos no que respeita ao seu pai - Henrique de Sousa Prego.
Continuaremos oportunamente,
José Filipe Menéndez
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RE: Ainda os instrumentos de investigação - 3
Caros Confrades
Retomando e prosseguindo este estudo.
Foram estes documentos, aqui apresentados ao longo das nossas últimas intervenções - e descobertos ao longo da nossa investigação sistemática (de muitos anos) sobre os Sousa Prego - que facilitaram imenso a identificação e o estabelecer da relação entre cada um, permitindo fixar a priori essa descendência e correlativamente a varonia - a verdadeira varonia - de Henrique da Fonseca de Sousa Prego e desse seu ramo.
Mas essa varonia, ainda que correcta, foi parcialmente fixada de modo indirecto, pelo menos a partir de determinada geração para cá, e não com base em qualquer registo dos fundos paroquiais. isto porque surgiu uma dificuldade acrescida às já habituais nestas investigações. Foi o caso de Henrique de Sousa Prego ter passado de Sintra a Lisboa, e aqui ter fixado residência em determinada freguesia cujo nome desconhecíamos nessa fase da investigação. Para além disso passou, como vimos, mais de oito anos servindo como militar na Praça de Mazagão, desde 19 de Abril de 1748 até 25 de Fevereiro de 1757, aí tendo vindo, inclusivé, a constituir família.
Recapitulando. Enquanto a pesquisa esteve limitada aos registos paroquiais de Sintra, foi relativamente fácil encontrarmos os assentos respeitantes às pessoas deste ramo, mas depois, com a sua posterior deslocação para Lisboa, as dificuldades multiplicaram-se em proporção ao número de freguesias existentes na capital.
Entretanto, consultando o "Archivo Heraldico-Genealogico", encontrámos a dedução genealógica apresentada pelo Visconde de Sanches de Baena, naquela obra referenciada com o n.º 637, relativa à carta de brasão de armas concedida a Ezequiel de Paula Sá Prego, a 25 de Março de 1861 (1). Pela ascendência aí mencionada --- em que figuram como seus avô e bisavô paternos o Vice-Almirante Henrique da Fonseca de Sousa Prego e um tal José Joaquim da Fonseca --- e não coincidente com aquela por nós já anteriormente determinada, concluímos ter havido algum engano no exame, ou na transcrição, feitos por Sanches de Baena, o que não seria de admirar num conjunto tão vasto como o que abrange aquela sua obra.
Veremos, oportunamente, que Sanches de Baena estava certo, a partir dos dados que recolheu ... não estando porém - de modo algum - nós errados, na varonia estabelecida.
(1) Obra citada, vol. I 2.ª ed., Lisboa, 1991, p. 159.
Continuaremos oportunamente
José Filipe Menéndez
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RE: Recapitulando os dados antes enviados
Caros Confrades
Por lapso, o título do conteúdo anterior devia ter sido o que agora indico, em vez de --- Ainda os instrumentos de investigação - 3 --- que era penúltimo e erradamente deixei passar.
José Filipe Menéndez
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Nau Medusa
Caro Luis Filipe
Descobri uma referência ao Almirante Henrique da Fonseca Sousa Prego, no ARCHIVO PITTORESCO, de 1860, tomo III, p.195.
Refere que à data da partida da família real para o Brasil a esquadra naval era composta de 14 velas entre as quais a nau "Medusa de 74 (peças). comandante Henrique da Fonseca de Sousa Prego; ..."
Um abraço e bom ano
Filipe Reis
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RE: Vice-almirante HFSP
Caro Filipe Reis
Obrigado por se ter lembrado de me deixar aqui essa referência que encontrou, no notável semanário ilustrado que foi o "Archivo Pittoresco, sobre o Henrique da Fonseca de Sousa Prego.
Como "toco" n instrumentos ao mesmo tempo descurei este tópico, bem interessante sobre a 2.ª Linha dos Sousa Prego, donde provêm Ezequiel Epifânio da Fonseca Sousa Prego, Visconde de Sousa Prego, e a sua sobrinha D. Maria das Dores Castelo de Sousa Prego, Condessa de Castelo, Dama de honor de S.A.R. a Senhora D. Maria Teresa, Princesa de Loewenstein-Werthein-Rosenberg, prima co-irmã e segunda esposa de S.A.R. D. Miguel II de Bragança.
Então, embora fora da ordem na qual me propunha ir apresentando aqui esta investigação, que foi objecto de uma comunicação, há já alguns anos, na Secção de Genealogia e Heráldica da Sociedade de Geografia de Lisboa, deixo para si e mais confrades o que apurei do percurso militar deste Henrique, filho de outro Henrique de Sousa Prego que era primo co-irmão do Manuel Caetano de Sousa Prego.
Vejamos o que escrevi, não nessa comunicação, mas como rodapé de um dos capítulos do meu trabalho sobe a descendência do Capitão Luís da Fonseca de Carvalho:
"(III). Henrique da Fonseca de Sousa Prego, Cavaleiro Fidalgo da CR por alvará de 12-II-1781, n. em Lisboa, na freg. de S. Tomé, aonde foi b. a 19-IV-1768 (STOL=3-B-182), tendo por pad. O Dr. Silvestre de Sousa Villas Boas . Seguiu a vida militar, tendo assentado praça de guarda marinha por nomeação de 8-II-1783. Provido em Tenente do Mar por decreto de 28-IX-1784, passou sucessivamente a Capitão Tenente, Capitão de Fragata e Capitão de Mar e Guerra, por decretos datados de 16-XII-1791, 20-X-1796 e 5-X-1797. Foi depois provido em Intendente da Marinha da cidade de S. Salvador da Baía, no Brasil, por decreto de 17-XII-1802. Quando a Família Real partiu para o Brasil em 27 de Novembro de 1807, preservando a Independência Nacional encarnada pela soberana, Sousa Prego estava encarregado da retaguarda da esquadra, no comando da Nau Medusa, que largou o porto de Lisboa a 29 de Novembro. Por decretos datados de 8-III-1808 e 17-XII-1815 passou, respectivamente, a Chefe de Divisão e a Chefe de Esquadra Graduado. Neste posto foi encarregado, pelo Príncipe Regente D. João, de comandar a esquadra que do porto de Livorno conduziu a Princesa Real D. Maria Leopoldina de Habsburgo-Lorena ao Rio de Janeiro, aonde chegou a 5-XII-1817. Passara, entretanto, a Vice-Almirante graduado, por decreto de 15-XI-1817, com efectivação em 12-X-1818. Foi comandante da esquadra da Província da Baía de Todos os Santos, no Brasil, e depois nomeado Governador e Capitão General dos Açores. Mais tarde, quando o País se digladiava na luta fraticida entre Miguelistas e Cartistas, Sousa Prego comandou a esquadra de D. Miguel que, em 29 de Julho de 1829, cercou a ilha Terceira, e desembarcando na vila da Praia acabou por ser rechaçada pelos seus valorosos defensores. Foi o último acto público em que temos notícia de ter participado, embora haja muita documentação posterior sobre o processo que intentou para ser readmitido, como oficial general reformado, na Marinha. Faleceu nas Gaeiras, termo de Óbidos, na quinta dos seus amigos Pinheiros, c.g. entre a qual se contam sua terceira neta D. Maria das Dores Castelo de Sousa Prego, preceptora de S.A.R o Senhor D. Duarte Nuno, Duque de Bragança, elevada a Condessa de Castelo por mercê de D. Miguel (II), em 1921; e seu bisneto Ezequiel Epifânio da Fonseca de Sousa Prego, tio daquela, Visconde de Sousa Prego por decreto, de D. Carlos, datado de 10-V-1894."
"Para informação mais detalhada sobre este ramo, veja-se José Filipe MENÉNDEZ, A Verdadeira Varonia do Vice-Almirante Henrique da Fonseca de Sousa Prego, policopiado com o sub-título «Subsídios para a genealogia dos Sousa Prego», Ed. de autor, Queluz, 1999."
Agradeço-lhe, de qualquer modo, a sua amabilidade, porque nunca é de mais uma achega que pode, muitas vezes, significar um novo dado ou até o reencontrar de um elo perdido na composição do puzzle genealógico, ou do precurso individual de uma das personagens nele envolvido.
Votos de um Feliz 2008.
José Filipe Menéndez
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Vice-almirante HFSP - Correcção de dados na BD
Meus Caros Confrades e Amigos
À semelhança do que ainda ontem por aqui deixei escrito, no tópico dos Bernardes de Miranda, também a investigação deste ramo dos Sousa Prego, ascendentes dos Bernardes de Miranda não ficou parada, como podia dar a entender este largo hiato nos conteúdos deste tópico.
Embora esteja a escrever este conteúdo longe de Sintra, bem perto das raízes beirãs dos Miranda de Ázere, que jazem lá em baixo no planalto beirão, não quiz perder este elo de ciber ligação com os meus amigos que habitualmente me seguem, me apoiam e ajudam nesta e noutras mais investigações genealógicas.
Olá Zé Caldeira, Pedro França, Filipe Reis e João Caldeira, para só referir alguns dos mais intervenientes. Um abraço para vós desde esta verde e inebriante Serra do Caramulo.
Pois é, como acima digo e o Zé CAldeira bem sabe, as investigações não têm parado, até como forma de tentar mitigar a imensa dor que me assola a existência.
Assim, consegui repôr a verdadeira varonia do vice-almirante Henrique da Fonseca de Sousa Prego, embora a data de óbito (ainda) apresentada na BD esteja errada. Não fui eu que a escrevi, mas alguém que confundiu o avô, o vice-almirante, com um dos netos, seu homónimo e pai, entre outros, de D. Maria das Dores Castelo de Sousa Prego, Condessa de Castelo.
Bem, por agora fico-me por aqui e vou tentar aproveitar um pouco do sol que banha e aquece um pouco esta encosta verdejante do Caramulo.
Um abraço e continuação de um bom dia,
José Filipe
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RE: Vice-almirante HFSP - Correcção de dados na BD
Meus Caros Confrades e Amigos
Só uma corecção a um erro que, por lapso, deixei passar no conteúdo do passado dia 27.
No penúltimo parágrafo em que dizia:
Assim, consegui repôr a verdadeira varonia do vice-almirante Henrique da Fonseca de Sousa Prego, embora a data de óbito (ainda) apresentada na BD esteja errada. Não fui eu que a escrevi, mas alguém que confundiu o AVÔ, o vice-almirante, com um dos NETOS, seu homónimo e pai, entre outros, de D. Maria das Dores Castelo de Sousa Prego, Condessa de Castelo.
queria dizer:
Assim, consegui repôr a verdadeira varonia do vice-almirante Henrique da Fonseca de Sousa Prego, embora a data de óbito (ainda) apresentada na BD esteja errada. Não fui eu que a escrevi, mas alguém que confundiu o BISAVÔ, o vice-almirante, com um dos BISNETOS, seu homónimo e pai, entre outros, de D. Maria das Dores Castelo de Sousa Prego, Condessa de Castelo.
Um abraço,
José Filipe
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