Dom Pedro, O Sábio
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Dom Pedro, O Sábio
Caros Confrades
A respeito do Concurso da RTP, "Os Grandes Portugueses" não resisto em falar e enaltecer aqui a grande figura que foi Dom Pedro o da Inclíta Geração, infelizmente os portugueses parece que ignoraram um dos maiores vultos de sempre da História de Portugal.
Já na Idade Média, D. João II sabia disso e apenas quis vingar o seu avô!!!
Mais uma injustiça!!!
Saudações fraternas
Zé Maria
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro Zé Maria,
"... apenas quiz vingar o seu avô!!!" não me parece uma formulação particularmente feliz. Mesmo deixando passar o "vingar" ao menos "também quiz vingar o seu avô".
Mas o concurso é apenas isso, um concurso, porque se fosse mais do que isso, eu ter-me-ia rido 12 vezes mais do que a confrade Maria Benedita com os doze "spams" do dr. Albuquerque.
Como é já segredo de Polichinelo, foram os mais votados, por esta ordem, Salazar e Cunhal e o "sistema" ficou tão embatucado que durante dias nenhum orgão de comunicação social deu a notícia (o que nem deixa de ser curioso nesta época 500 anos depois dos segredos de D. João II e da censura do dr. Salazar).
Estou habituado a causar algum desconforto quando recordo que, em tempos, o Marco Paulo foi quem vendia mais discos, ou que a Floribela ou os Morangos são os programas mais vistos ou ainda que o dr. Jardim teve e continua a ter as maiores percentagens eleitorais sem outro que alguma vez se tenha aproximado. Mas agora, que dois destacadíssimos adversários da democracia (se alguém sofre de falta de memória, releia a entrevista do dr. Cunhal a Oriana Fallaci) vençam folgadamente a 1ª volta, até a mim me surpreendeu.
Saudações divertidas,
Fernando Aguiar
P.S.- Também se esqueceram de Cristóvão Colom!!!
F.A.
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Cada um foi o que foi, descansem em paz !
Por cá andam à solta os democratérrimos, que podem asnear à vontade e dar o dito por não dito, mas não se chamam C.
Cumprimentos
Joaquim Reis
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro Fernando Aguiar
Talvez eu me tenha feito compreeender mal. Quando escrevi vingar não me queria referir a represálias, mas sim a vingar nos ideais, isto é no imaginário, naquilo que mais se aspira, na perfeição máxima. Não foi por acaso que D. João ficou conhecido por Príncipe Perfeito!!!
Colombo já não é um caso Nacional, mas sim um caso Universal, isto é Católico.
COLOMBO não é português, Ele saíu de Portugal para se tornar um cidadão do MUNDO!!!
Retribui saudações
Zé Maria
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro Joaquim Reis
Entendo-o perfeitamente, são esses a que você chama de democratérrimos a quem devemos tal fatalidade! Temos aquilo que merecemos, será que o povo só vai acordar numa noite de terramoto!
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro inimigo fidagal (ou figadal?)
Emigre, meu caro, emigre! Salazar e Cunhal!!!!!!!!!!!!!!!!!
12 milhões de gargalhadas, com indescritível gozo!
Maria Benedita
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro inimigo
Não obstante o enorme riso que me provoca o facto de os portugueses mais votados serem Salazar, ditador durante quase 50 anos, e Álvaro Cunhal, na clandestinidade durante 10 anos, preso incomunicável durante 11 anos, emigrado a seguir, regressado após o 25 de Abril, aos 61 anos e pouco visível quase até morrer ( será que foi pela sua parte artística que o elegeram?) deixo-lhe um texto do " P.R." ( Presidente da República ou Português Radical) que muito me apraz dedicar-lhe.
Melhores cumprimentos( Cínicos, evidentemente)
Maria Benedita
Pseudo-História Colombina
O local de crítica e de compêndio de dislates sobre Cristóvão Colombo
Terça-feira, 30 de Janeiro de 2007
A Falácia, o Sofisma, e o Discurso Invertido na Pseudo-História
Baseando-se como sabemos a Pseudo-História, ramo da Pseudo-Ciência (5), em grande parte na falácia (1), encontrámos ser interessante e exercício muito curioso o poder definir com propriedade os seus diferentes tipos, sistematizados, de que geralmente nem nos damos conta ao percorrer textos prenhes deles. É evidente que nem só a Pseudo-História utiliza a falácia, e ademais o sofisma (4), também os discursos políticos, os enunciados jurídicos, as propagandas comerciais, e até as conversas informais deles podem abusar largamente.
O que distingue a falácia do sofisma? A intenção deliberada de enganar, presente na segunda, e que se presume estar ausente da primeira. E neste mais recente conceito aceite para definir um sofisma, pode não estar envolvida a Pseudo-História, quando apresentada de boa fé. Mas está-o sem dúvida se considerarmos apenas o mais antigo significado de sofisma (4).
Alegoria ao Sofisma, por Vanko Vukeljic
Mais curiosa ainda será uma eventual associação, que deixamos ao critério dos leitores, da falácia com a teoria do discurso invertido que recentemente veio propor o australiano David John Oates. É evidente que se se considerar apenas o discurso invertido horizontalmente, ou seja, como uma segunda comunicação real veiculada subjectiva e ocultamente do emissor ao receptor da comunicação, podemos esquecer-nos que para qualquer comunicado existe sempre a sua recepção verticalizada ad adversum, ou seja, apreendida contra o sentido do informado, aceitando-se o seu oposto.
Passamos então a transcrever a sistematização proposta da falácia (2):
"FALÁCIAS INFORMAIS - são argumentos em que as premissas não sustentam a conclusão em virtude de deficiências no conteúdo, o erro provém da matéria ou conteúdo do raciocínio.
1 . Falácias da irrelevância - As premissas não são relevantes para sustentar as conclusões.
2 . Falácias da insuficiência de dados - As premissas não fornecem dados suficientes par garantir a verdade das conclusões.
3 . Falácias da ambiguidade - As premissas estão formuladas numa linguagem ambígua.
1 . Falácias da irrelevância
- Falácia ad baculum ou recurso à força - Argumento que recorrem a formas de ameaças como meio de fazer aceitar uma afirmação.
- Falácia ad hominem ou contra a pessoa - Argumento que pretende mostrar que uma afirmação é falsa, atacando e desacreditando a pessoa que a emite.
- Falácia da ignorância - Argumento que consiste em refutar um enunciado, só porque ninguém provou que é verdadeiro, ou em defendê-lo, só porque ninguém conseguiu provar que é falso.
- Falácia da Misericórdia - Argumento que consiste em pressionar psicologicamente o auditório, desencadeando sentimentos de piedade ou compaixão.
- Falácia ad populum ou falácia populista - Criação de um ambiente de entusiasmo e encantamento que propicie a adesão a uma determinada tese ou produto, cuja origem ou apresentação se devem a uma pessoa credora de popularidade.
- Falácia ex populum ou falácia demagógica - Argumento que pretende impor determinada tese, invocando que ela é aceite pela generalidade das pessoas.
- Falácia ad verecundiam ou falácia da autoridade - Argumento que pretende sustentar uma tese unicamente apelando a uma personalidade de reconhecido mérito.
2 . Falácias da insuficiência de dados
Trata-se de proceder a generalizações, partindo de observações insuficientes ou não representativas.
- Falácia da generalização precipitada - Enunciar uma lei ou regra geral a partir de dados não representativos ou insuficientes. Este tipo de falácia pode assumir duas formas: enumeração incompleta e acidente convertido.
Enumeração incompleta - Argumento que consiste em induzir ou generalizar a partir de observações insuficientes
Acidente convertido - Argumento que consiste em tomar por essencial o que é apenas acidental, por regular ou frequente o que é excepcional.
- Falácia da falsa causa - pode interpretar-se de duas maneiras: Non causa pro causa (não causa pela causa) e Post hoc, ergo propter hoc (depois de, logo por causa de)
Non causa pro causa (não causa pela causa) - falácia que consiste em atribuir a causa de um fenómeno a outro fenómeno, não existindo entre ambos qualquer relação casual.
Post hoc, ergo propter hoc (depois de, logo por causa de) - falácia que consiste em atribuir a causa de um fenómeno a outro fenómeno, pela simples razão de o preceder. Exemplo: Se um desportista tomou certa bebida antes da competição e se saiu vencedor, pode inferir que essa bebida funciona como "poção mágica" e passar a tomá-la antes de todos os jogos.
- Falácia da falsa analogia - Forma de inferência que consiste em tirar conclusões de um objecto ou de uma situação para outra semelhante, sem reparar nas diferenças significativas.
- Falácia da petição de princípio - Forma de inferência que consiste em adoptar, para premissa de um raciocínio, a própria conclusão que se quer demonstrar.
- Falácia da pergunta complexa - Consiste em adicionar duas perguntas ou fazer uma pergunta que pressupõe uma resposta previamente dada, de modo a que o interlocutor fique numa situação embaraçosa, quer responda afirmativa ou negativamente.
3 . Falácias da ambiguidade
- Falácia da equivocidade - Consiste em introduzir num argumento um termo com duplo sentido, o que conduz a conclusões erradas.
- Falácia da divisão - Argumento que atribui aos elementos isolados uma propriedade que é pertença colectiva da classe em que esses elementos se integram.
- Falácia da falsa dicotomia - Apresentação de duas alternativas como sendo as únicas existentes em dado universo, ignorando ou omitindo outras possíveis.
- Falácia do espantalho - Consiste em atribuir a outrem uma opinião fictícia ou em deturpar as suas afirmações de modo a terem outro significado.
- Falácia da derrapagem - Argumento que, introduzindo pequenas diferenças entre cada uma das premissas condicionais ou equivalentes, leva a uma conclusão despropositada.
- Falácia de anfibologia - é uma ambiguidade sintáctica. Há anfibologia quando uma frase permite duas ou mais interpretações. Há falácia por não haver estabilidade de sentido. Muitos slogans entram nesta categoria de falácias...".
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1) Segundo o diccionario em linha Priberam, falácia vem de falar; trata-se de um s. f., expressando a qualidade do que é falaz; falatório; palração; gritaria. Palavra oriunda do latim falacia significando engano, ardil, burla.
2) Um interessante artigo contendo a sistematização das várias formas usitadas de falácia, deixou infelizmente de estar acessivel na Internet. Este facto nos levou a utilizá-lo aqui como valiosa ferramenta que convem ficar disponível para análise das várias deficiências dos textos de investigação pseudo-histórica.
3) Sobre a teoria do Discurso Invertido de David John Oates, cf.(...)
Na Wiki lusófona definem actualmente sofisma como sendo um "... um raciocínio aparentemente válido, mas inconclusivo, pois é contrário às suas próprias leis. Também são considerados sofismas os raciocínios que partem de premissas verdadeiras ou verosímeis, mas que são concluídos de uma forma inadmissível ou absurda. Por definição, o sofisma tem o objetivo de dissimular uma ilusão de verdade, apresentado-a sob esquemas que parecem seguir as regras da lógica. Historicamente o termo sofisma, no seu primeiro e mais comum significado, é equivalente ao paralogismo matemático, que é uma demonstração aparentemente rigorosa que, todavia, conduz a um resultado nitidamente absurdo...".
5) Um dos principais argumentos usitados pelos pseudo-historiadores é o de não atribuir à História a sua categoria de ciência; confundindo a inexactidão passível de existir na interpretação das fontes com o rigor empírico exigido na sua definição e manuseio. Isto deve-se também em grande parte à sua ignorância ou desprezo da metodologia exigida para os trabalhos dignos da qualificação historicista poderem ser validados pela Comunidade Científica. Confundem pois a liberdade de interpretação dos factos já documentados com o trabalho empírico da sua colheita documental e exegese crítica das fontes assim organizadas, únicas passíveis de serem utilizadas pelo historiador. A utilização indevida da palavra historiador pelos leigos tem obrigado os verdadeiros historiadores a preferirem a designação de investigadores... da mesma forma que os Doutores foram obrigados a refugiar-se no eufemismo Professor Doutor. Ao considerarem impossivel atingir-se em História conclusões seguras, exactas, ficam-se os pseudo-historiadores naquilo a que no artigo anterior chamámos de filosofia da História, ou seja, tentando alcançar a História como os filósofos procuravam alcançar a Sabedoria.
Por: P. R. às 22:39
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Etiquetas: Apropriação e reprodução da pseudo-história
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Cara Confrade Maria Benedita,
Humildemente confesso que não entendi o motivo de me ter dedicado essa compilação falaciosa (que o é, substantiva e adjectivamente). Mas atendendo a que também valorizo os envólucros especialmente os que me sugerem artísticos e dispendiosos frasquinhos de vidro, independentemente do conteúdo (falácia da ambiguidade?) perdi algum tempo a lê-lo.
A chave de todo o arrazoado, melhor, de todo o compilado, encontra-se a cerca de um quarto do texto e reproduzo:
"Mais curiosa ainda será uma eventual associação, que deixamos ao critério dos leitores, da falácia com a teoria do discurso invertido ..."
Ou seja, o autor por sua única iniciativa e criatividade (não cita ninguém nem antecedentes) sugere (apenas sugere, não afirma: "eventual") e deixa "ao critério dos leitores" (isto é, desresponsabiliza-se antecipadamente) uma associação entre a falácia e o discurso invertido, como definido por Oates.
Isto é claramente uma falácia porque, depois de ter lido a informação disponível sobre o discurso invertido, nada encontrei que justifique tal associação.
Claro que o discurso invertido de Oates é e contém um conjunto vasto de falácias mas sem qualquer articulação que permita uma associação.
Explicando melhor. A vasta compilação sobre falácias, abrange tudo ou quase tudo desde o discurso invertido de Oates ao discurso político de Sócrates. Como conceito, é tão abrangente que perde a utilidade. Concedo que é interessante, no sentido de curioso, e revela cultura do autor mas, como já neste espaço foi bem referido, cultura nem sempre coincide com ética.
Neste caso podemos fazer alguma destrinça entre as falácias propostas com citação latina e que poderão ter sido bebidas em alguma obra de filosofia, mais provavelmente de lógica e outras que, pelo insólito das denominações, a não serem delírios de criatividade, serão (más?) traduções da cultura dominante de língua inglesa.
Quem teve alguma formação teórica em "marketing", não encontra grandes novidades em grande parte dessas enumeradas falácias. Aliás, quem leu em jovem "A Psicologia das Multidões" de Gustave Le Bon (dizem que um dos influenciadores do dr. Salazar) mais tarde "O Príncipe" de Maquiavel, teve o privilégio de assistir a aulas sobre Teoria do Poder pelo prof. Adriano Moreira e ainda muito vagamente recorda a lógica aristotélica magistralmente ensinada pelo Pe. Magalhães (obviamente jesuíta) logo relembra vários conceitos que não eram então qualificados como falácias.
Com o risco de já ter deixado de ser lido há muito, ficou para o fim a "falácia do espantalho".
Significativamente está mal traduzida e mal definida. O conceito, de origem americana, chama-se "straw man" literalmente "homem de palha" e o seu conteúdo não permite associar a "espantalho" embora este seja também um homem de palha.
Espantalho, além dos significados alegóricos de grotesco, desajeitado, é um instrumento destinado a afastar indesejáveis, enquanto "homem de palha" contém a ideia de precariedade, de fraqueza, e é neste último sentido que a técnica do "straw man" está há muito definida como um um artifício dialéctico que ofende a lógica, talvez uma outra maneira de também definir falácia.
Como dito pelo autor, é uma confusão - no sentido em que confunde - mas não é a confusão definida, quase certamente por deficiente tradução. Na técnica do "straw man" transfere-se o sujeito da discussão para um outro sujeito com alguma - quanto maior melhor - relação com o inicial e, ataca-se até à destruição o substituto; ou seja, figurativamente, derruba-se o "homem de palha".
O compilador P.R. (que não é o presidente da República mas não me surpreenderia que estivesse muito ligado ao presidente de outra coisa) utilizou claramente esta técnica: dentro do contexto da Pseudo-História Colombina a que a falácia obviamente se referia e titula a mensagem, foi criado um "homem de palha" o discurso invertido de Oates, imediatamente "abatido" por simples leitura de qualquer dos textos oferecidos.
A intenção foi óbvia e a execução, "malgré" o latinório, banal.
E por isso senti alguma dificuldade em entender a dedicatória. É que, por muito que solidariamente não goste de mim, já deve ter entendido que me situo um pouco acima de primarismos.
Melhores cumprimentos (desapontados evidentemente)
Fernando Aguiar
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro confrade Fernando Aguiar
Mas desapontado porquê? Não me comparou a Aramis, o jesuítico utilizador de frasquinhos de veneno, quando necessários, óbviamente? Tratou-se apenas de um frasquinho de veneno!
É evidente que sei que se situa bem acima de primarismos, salvo no que respeita a vinganças, é claro.
Melhores cumprimentos e desejos de um dia bem humorado
Maria Benedita
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro Zé Maria,
Como sabe sou também um enorme admirador de D. Pedro, até em aspectos menos conhecidos como o de, com Fernão Lopes compartilhar a honra de ser um dos fundadores da língua portuguesa escrita, ex-aequo com seu irmão o Rei D. Duarte (este mais conhecido quiçá também pela quantidade de cavaleiros que por aí proliferam!).
Verdadeiros inventores da nossa língua, Fernão Lopes no que se poderá chamar expressão concreta (historiográfica) e D. Pedro e Dom Duarte na expressão abstracta (filosófica). Poucos saberão que D. Pedro foi quem primeiro escreveu a palavra poesia e (cf. a profª Rocha Pereira) com esta genial definição: "... poesia é mais sabor do que saber ...". Daí que em nada espante os versos que lhe foram dedicados por Sophia de Mello Breyner Andersen e por Fernando Pessoa.
Mas, qualquer ideia de lhe fazer a justiça que merece, é mais impossível do que improvável apesar do valor de historiadores que publicamente testemunham a seu favor, desde logo Rui de Pina, hodiernamente, para só referir os mais conhecidos, Vitorino Magalhães Godinho, Humberto Baquero Moreno e Alfredo Pinheiro Marques (de quem me estou a socorrer), a figura de D. Pedro continua desconhecida, como se viu no tal concurso "Grandes Portugueses".
Porquê?
Logo a seguir a Alfarrobeira, seria inevitável e, na realidade, assim foi. Todas as pedras de armas de suas casas picadas, os seus seguidores espoliados e perseguidos (até simples escudeiros perderam os humildes cargos que detinham). Dos Estudos (universidade) que criara em Coimbra, nem as matérias que se estudavam conhecemos hoje mas, mais importante do que tudo, Fernão Lopes foi logo substituído por Gomes Eanes de Zurara, servidor da Casa do Infante D. Henrique (guarda da Livraria em 1450 e guarda-mór da Torre do Tombo em 1454).
Zurara, verdadeiro retrocesso a Fernão Lopes, foi claramente um apologético não só do Infante D. Henrique mas de toda a nobreza medieval (e, na minha óptica, retrógrada). Permita-me uma citação de Zurara recolhida em Pinheiro Marques: "... Ó tu, Príncipe, pouco menos que divinal!...".
Mas suspeitas mais graves do que o simples alinhamento com uma visão social retrógrada impendem sobre ele.Sabe-se que existiram outras crónicas das navegações na costa de África, por terceiros e pelo próprio Zurara que a esses escritos se refere, citando particularmente um Afonso de Cerveira. Nenhuma dessas crónicas ou talvez simples relatos sobreviveu; e ele, Zurara, era o guarda-mor da Torre do Tombo.
Por outro lado não deixa de impressionar o enorme número de servidores da Casa do Infante de D. Henrique que, segundo Zurara, protagonizaram os descobrimentos. Sem negar que D. Henrique trazia barcos em acções de corso - como também D. Pedro - o que é facto é que D. Henrique não possuía NENHUM senhorio na costa. Como Mestre de Cristo tinha Castro Marim, que fora sede como posto avançado para as acções no norte de África mas preterido novamente por Tomar. Enquanto D. Pedro e a Ordem de Santiago, possuíam quase toda a costa e o primeiro os portos próximos a Coimbra, em particular Buarcos, então com enorme importância e de onde se fazia navegação atlântica, por exemplo um intenso comércio com Inglaterra. Foi D. Pedro regente por 9 anos, período em que se intensificaram as navegações; foram utilizadas caravelas que existiam anteriormente na costa oeste mas não no Algarve, vieram pilotos do golfo da Gasconha contratados por D. Pedro mas foram os escudeiros da Casa do Infante de D. Henrique que, segundo Zurara, protagonizaram os descobrimentos. Isto é a história oficial mas, para mim contraria o mais elementar bom senso.
Sua filha consegue do marido, D. Afonso V o arrependimento e a transladação dos seus ossos mas, possivelmente por seu mal, promove igualmente a reabilitação de alguns dos principais sobreviventes de Alfarrobeira e até o regresso do Condestável, seu irmão. Estava a conseguir demais e logo morre, talvez de consequências do parto de D. João II, talvez empeçonhada. Anos depois, D. João II assume o controlo das navegações, depois sobe ao trono e, aí sim, são recuperados os antigos servidores de D. Pedro, com grande proeminência para os Silva, senhores de Montemor-o-Velho e Álvaro de Ataíde, senhor, depois conde de Atouguia (da Baleia). Mas, envenenado D. João II e com D. Manuel, novamente os cronistas enaltecem D. Henrique - que, curiosamente, não voltaria a ser chamado à Côrte até à sua morte o que, demonstra a pouca importância em que era tido - como única forma de não engrandecer a Casa de Coimbra-Aveiro, vencida pela de Viseu-Beja.
Ora em ambos os conflitos que culminaram com as mortes de D. Pedro e D. João II, são preponderantes os duques de Bragança e, à distância, a Côrte de Castela. Foi apenas natural que, morto D. Sebastião em Alcácer-Quibir, com responsabilidades mal apuradas de Castela que tinha prometido apoiar, e reinando primeiro os Áustrias, depois os Braganças, não tenha havido interesse, antes pelo contrário, em repor a verdade.
À República, jacobina e maçónica mas disfarçada de democrática, a figura de D. João II era muito incomodativa e o Estado Novo de Salazar adoptou uma atitude perante a história que servia os seus propósitos mas era, se assim se pode dizer, sedativa. Nada de conflitos mal explicados, nada de contestações pois quem contesta a história tradicional pode vir a contestar outras coisas ou, mais simplesmente, a adquirir notoriedade fora dos esquemas do regime. Além de que, sob o dominante prisma financeiro, alterações aos livros oficiais eram ruinosas.
O 25 de Abril, com a possível excepção dos monárquicos (em que me incluo) pela questão dos Braganças, *DEVIA* ter alterado este quadro o que, como se viu, não aconteceu. Talvez ainda explique porquê.
Melhores cumprimentos,
Fernando Aguiar
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Cara Maria Benedita
Tanta falácia que até apetece dizer: palavras para quê são dois artistas portugueses!!!
O comunismo é filho do capitalismo, logo Salazar é o pai e Cunhal o filho, deixe-nos estar que eles estão bem juntinhos!!!
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro Zé Maria
Deixo, deixo, mas continua a dar-me vontade de rir! Olha que dois!
Um abraço
Maria Benedita
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Tivesse D. Jorge, filho de D. João II sucedido ao pai (e não seria caso inédito), outro galo bem diferente teria cantado.
Mas já na altura, havia muitos portugueses interessados na união ibérica ...
IPC
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RE: Dom Pedro, O Sábio
Dom Pedro, tu que Iluminaste a Europa a partir de Coimbra, volta de novo para dizer ao teu País, que votar Salazar é o mesmo que votar Cunhal, eles não podem viver um sem outro, eles são pai e filho, falta-lhes a ambos Espírito!!!
Ainda (por aqui) dizem que vivestes na Idade das Trevas!!!
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outro galo RE: Dom Pedro, O Sábio
Caro IPC,
Se D. João II não tivesse morrido (ou sido envenenado) em 1495 teriamos hoje uma união do Novo Mundo com Portugal.
Sendo esse Novo Império reinado pelos descendentes de C. Colon que foi não um dos 10 Grandes Portugueses mas um dos maoires Portugueses de sempre e sim outro galo teria cantado e hoje a Igreja Católica não seria o grande instituto que é e com certeza nema inquisição teria tido lugar.
Foi D. Manuel I a queda das tradições Portuguesas tanto como me desafiar os Papas como, em aceitar a religião católica como expulsar ou convertir os Judeus.
Mas pior ainda era querer ser imperador da Ibéria.
Já não merecia ser rei quantoi mais imperador.
Cpts,
Manuel Rosa
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