D. João II em Rui de Pina
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D. João II em Rui de Pina
« Feições, Vertudes, custumes, e manhas d’El Rey Dom Joham.
Foy ElRey Dom Joham homem de corpo, mais grande, que pequeno, muy bem fecto, e em todos seus membros mui proporcionado; teve ho rostro mais comprido, que redondo, e de barba em boa conveniencia povoado.
Teve os cabellos da cabeça castanhos, e corredios; e porem em hidade de trinta e sete annos, na cabeça, e na barba era já mui cãao, de que mostrava receber grande contentamento, pola muita autoridade que sua Dignidade Real suas cãas acrecentavam:
e os olhos de perfeita vista, e aas vezes mostrava nos brancos delles huas veas, e magoas de sangue, com que nas cousas de sanha, quando era della tocado, lhe faziam o aspeito mui temeroso.
E porem nas cousas d’ honra, prazer, e gasalhado, mui alegre, e de mui Real, e excelente graça:
ho nariz teve hu pouco comprido, e derribado algu tanto sem fealdade.
Era em todo mui alvo, salvo no rostro que era coorado em boa maneira.
E atee hidade de trinta annos foy muy emxuto das carnes, e despois foy nellas mais revolto.
Foy Princepe de maravilhoso engenho, e subida agudeza, e mui mixtico pera todalas cousas; e a confiança grande que disso tynha, muitas vezes lhe fazia confiar mais de seu saber, e creo conselhos d’ outrem menos do que devia.
Foy de mui viva, e esperta memoria, e teve ho juizo craro, e profundo:
e porem suas Sentenças, e fallas que inventava, e dezia, tinham sempre na envençam mais de verdade, agudeza, e autoridade, que de doçura, nem ellegancia nas palavras, cuja pronunciaçam foy vagarosa, entoda algu tanto pelos narizes, que lhe tirava algua graça.
Foy Rey de mui alto, esforçado, e sofrido coraçam, que lhe fazia sospirar por grandes, e estranhas empresas; polo qual com quanto seu corpo pessoalmente em seus Regnos andasse polos reger como fazia, porem seu esprito sempre andava fora delles, com desejo de os acrescentar.
Foy Principe mui justo, e mui amigo de justiça, e nas exuquções della mais riguroso, e severo, que piedoso; porque sem algua exçepçam de pessoas de baixa, e alta condiçam, foy della mui inteiro exuqutor: cuja vara, e leys nunca tirou de sua propria seeda, por asentar nella sua vontade, nem apetitos;
porque as leys que a seus vassalos condanavam, nunca quis que a si mesmo asolvessem; ca seendo Senhor das leys, se fazia logo servo dellas, pois lhe primeiro obedecia.
E porem de sua condiçam com pena, e dificuldade entendia nas petições, e despachos das partes, o que pareceo ser em seu tempo com muito bem de seus Regnos, e vassallos; porque co isso dava causa, cessarem antr’elles demandas, e grandes litigios, e principalmente desordenados, e cobiçosos requerimentos, pera que a facilidade do despacho muitas vezes convida; porque aquillo, que nos homens cubiça, e perfia espertavam pera requererem, e litigarem, a tardança do despacho que esperavam, lho fazia com paciente assessego, e honesto contentamento repremer, e escusar.
Foy o Princepe de seu tempo mais privado de privados, e nom devidos familiares, de que se esperasse, que contra razam, honestidade, e justiça, e com quebra de sua honra, estima, e Estado se governasse, e regesse; porque como mui perfeito Rey, assi ordenou sua vida, e neste passo tam livre de reprensam, que seendo Senhor de Senhores nunca quis ser, nem parecer servo dos servidores: e disto principalmente procedia, que em sua vida foy avido por fecco de condiçam, e nom humano, nem pareceo em vivendo de todos assi amado, e estimado, como ho foy despois de sua morte.
Mas este novo, tam grande, e tam geral amor, que a elle, e a sua memoria per todos despois sobreveeo, nom naçeo tanto dos merecimentos de seu corpo, em que ouve muitos, e de grande louvor, como da gloriosa salvaçam, e bem aventurança de sua alma, a que este privilegio de graça soo Deos por sua misericordia despois de sua morte quis conceder.
Foy Princepe sobre todos em suas detriminações tam constante, e nas palavras tam verdadeiro, que em sua soo palavra, quando a dava, hiam os homens mais contentes, e seguros, do que poderiam hir nos assinados, e seelos de muitos.
Foy Rey de tam grande, e tam geeral nobreza, sem magoa, nem vicio de prodigio, que nunca pode, nem soube dar pouco, nem a poucos, mas muito, e a muitos e nam das Cousas da Coroa de seus Regnos, de que sempre foy tam amigo, que polas conservar deu dellas mui poucas, e ainda destas que dava que eram soomente rendas sem Jurdições, nem Senhorios, mais pareciam emprestidos, que doações, porque nunca passavam de vida:
e porem d’ouro, e prata, e dinheiro, e outras semelhantes cousas foy sempre, e per muitas maneiras tam solicito aquiridor, como liberal, e mui manifico gastador;
porque nom ouve Regno, nem Provincia de Christãos, e Infiees, amigos, e imygos de nos sabida, e praticada, em que a nobreza de sua vontade, mais que a grandeza de seus Thesouros nom parecesse:
porque nom soomente em seus Regnos, e nos de Castella, e Aragam seos Comarquãos, muitas, e grandes pessoas em cada hum anno recebiam de sua fazenda grandes teenças, e mercees, mas ainda em muitas outras partes de seus Regnos muy alongadas, assi Christãos, e Religiosos, como Barbaros, e Infiees, todos com respeito de serviço de Deos, e seu, e por honra, e acrecentamento maior de sua Coroa, recebiam delle continoadamente mercees, e com grande certeza.
Foy manhoso, e desenvolto em todalas boas manhas, que a hu alto Princepe convem;
foy singular cavalgador, especialmente da gineta, deestro, braceiro, bõo dançador, e com gracioso despejo, bem desenvolto em todalas danças.
Foy grande Monteiro, mas muito maior caçador d’ altanaria, a que era mui incrinado, e pera que sempre teve muitas, e mui singulares aves, e bõos caçadores.
De sua pessoa quando alguns tempos devidos, e acidentes o nom contradiziam, sempre se prezou d’ andar bem, e ricamente vestido; porque foy Rey tam esmerado, e tam excelente, que nom soomente as cousas de sua Real pessoa, mas todalas outras que fossem pera seu serviço, e tevessem nome de suas, quis que parecessem Reaes, e sobre todas tevessem perfeiçam, e deferença.
Foy homem que comeo bem, e porem nunca mais de duas vezes por dia, e atee hidade de trinta e sete annos em que adoeceo, sempre bebeo agoa, e nunca vinho. E comia com tanto vagar, e detença, que a elle fazia dano, e a todolos que sua mesa aguardavam, era de tanto nojo, e cansaço, que sem muita pena, toda a nom podiam sofrer, nem aturar.
Foy Principe muy cerimonial; polo qual as cousas de sua honra, e Estado, quis que em todolos tempos sempre a elle fossem fectas, e guardadas com grande veneraçam, e muito acatamento, de maneira, que em todas parecia sempre lhe esquecer que era homem, e nunca lhe deixava de lembrar que era Rey, e grande Senhor.
Foy em todas suas palavras muy honesto, e temperado, e no auto da carne acerqua de molheres, despois de ser Rey, foi sobre todos mais continente.
Foy sobre tudo Princepe mui devoto, e amigo de Deos, e nunca o Nome de Jesus chegou a suas orelhas, que nom recebesse no coraçam co os giolhos em terra: nem se passou dia em que com muita devaçam nom ouvisse Missa, e os Officios Divinos; nem nocte que em seu Oratorio secreto nom rezasse, e s’ encomendasse a Deos.
E com tanto fervor, e assi aturadamente o fazia, que parecendo em algua maneira ser contra seu oficio, muitos como nom deviam lho reportavam, nam aa limpa fe, e grande contriçom com que o fazia, mas a fingida devaçam, e verdadeira ypocrisia, de que pera encuberta de muitas cousas parecia que queria usar.
E pera se o Culto Divino celebrar, e fazer perfeitamente, e com muita solepnidade, trouxe sempre em sua Capella muitos Capellãaes, e singulares Cantores.
E destes Regnos foy o primeiro Rey, que em sua Capella fez continoadamente rezar as Oras, como em Igreja Cathedral; e pera se fazer em maior comprimento, ordenou alguas rendas, de que todos segundo servissem, ouvessem cotidianas destribuições.
E assi fez, e ordenou outras muitas, e boas cousas, e de muito bem, proveito, e boa governança de seus Regnos, vassallos, e naturaaes delles, em que pareceo mui claro, que era proprio, e verdadeiro coraçam da Repubrica.
Acabou sua vida em hidade de quorenta annos, e seis meses, de que os vinte, e cinquo annos foy casado com a Rainha Dona Lianor sua soo molher, e delles os quatorze annos, e doos mezes regnou, que pera elle neste Mundo abastaram, pera no outro merecer de regnar na Gloria, que he pera sempre. »
( Conferir, Rui de Pina, “Chronica d’el Rey Dom João II”, Capitulo LXXXII. )
Melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: D. João II em Rui de Pina
Caro Luís de Albuquerque
Sem dúvida que D. João II era um Rei muito devoto a Deus. O culto deste rei era ainda o Culto do Espírito Santo que já se vinha praticando na Casa Real Portuguesa desde o tempo de D. Afonso Henriques. Ainda na sua derradeira viagem este Rei esteve em Panoyas e se foi oferecer a S. Fabião, o Papa eleito por acção do Espírito Santo e que foi martirizado por ordem do Imperador Décio durante a perseguição que este fez aos Cristãos.
Um dos seus capelães foi D. Diogo de Sousa, que foi considerado um Iluminado, ele era ainda sobrinho da Santa Beatriz da Silva, a mesma que esteve na Corte da Rainha Isabel de Castela, e que graças à sua intervenção junto Rainha, muito contribuiu para a aceitação do plano de Colombo para o Novo Mundo por parte daquela soberana.
O Rei D. João II, o seu capelão D. Diogo, a Santa Beatriz da Silva e Colombo, todos eles eram Iluminados!!!
Só por andar sempre bem acompanhado, a D. João bastaram os quatorze anos que reinou neste Mundo para que no Outro reine em Glória eternamente.
Os melhores cumprimentos
Zé Maria
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RE: D. João II em Rui de Pina
Caro Zé Maria,
Não obstante o diverso “endereço”, venho agradecer e acolher com natural estima a sua precedente e erudita mensagem.
Neste contexto, é interessante notar, que Rui de Pina à imagem de D. João II, expressa neste trecho:
« Foy sobre tudo Princepe mui devoto, e amigo de Deos(...)»,
contraponha:
« (...) que parecendo em algua maneira ser contra seu oficio, muitos como nom deviam lho reportavam, nam aa limpa fe, e grande contriçom com que o fazia, mas a fingida devaçam, e verdadeira ypocrisia, de que pera encuberta de muitas cousas parecia que queria usar.(...) »
A que título registou o cronista esta última ideia?
Terá sido, como alguns pretendem fazer crer, por iniciativa própria do Rei, ou por medo da fogueira...?
Assim, ao Espírito Santo, temos por oposição o espírito das trevas...de que Colombo parece não escapar, revelando-se, a fazer fé no julgamento de Bobadilla, um verdadeiro espírito maligno. E do Espirito Santo apenas conservará a transfiguração deste no pombo ou pomba a que corresponde o significado do seu original apelido...
Com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: D. João II em Rui de Pina
Caro Eduardo de Albuquerque
Muito me apraz ter respondido à minha mensagem.
Apesar do seu ponto de vista ser diferente do meu respeito-o, porque o Mundo é assim mesmo, todo ele é composto de indivíduos cada qual com a sua personalidade própria!
Para nós humanos só será necessário sabermos-nos respeitar uns aos outros, para que esse Mundo seja melhor. Creio profundamente que o procedimento de Colombo não seria diferente daquele que acabo de escrever.
Deixo-vos aqui um pequeno extrato da Carta de Colombo aos Reis Católicos sobre a sua terceira viagem ás Índias (1498)
As Santas Escrituras mostram que Nosso Senhor fez o Paraíso Terrestre, que aí pôs a árvore da vida e que sai uma fonte de onde nascem neste Mundo quatro rios principais: o Ganges nas Índias o Tigre e o Eufrates em Ásia os quais separam as montanhas, formam a Mesopetânia e correm em seguida para a Pérsia, e o Nilo que nasce na Étiopa se lança no mar em Alexandria. Não encontro nem nunca encontrei um único escrito dos Latinos ou dos Gregos que de uma maneira certa, diga em que ponto desde Mundo está o Paraíso Terrestre, também o não vi em nenhum Mapa-Mundo, salvo situado com autoridade de argumento.
Alguns colocavam-nos aí onde estão as fontes do Nilo, na Etiópia, mas outros percorreram todas essas terras e não encontraram nem a temperatura nem a elevação para o Céu como pudessem admitir que estava ali (o Paraíso) e que as àguas do dilúvio aí tivessem chegado e o tivessem coberto etc.
Alguns gentios pretendem demonstrar que ficava nas Ilhas Afortunadas, que são as Canárias etc. Santo Isidro, Beda, Estrábio, o Mestre da História Escolástica, Santo Ambrósio, Escoto e todos os sábios teologos concordaram em dizer que o Paraíso Terrestre está no Oriente etc.
Por fim Colombo a terminar a sua carta remata:
Agora enquanto se espera notícias destas terras que presentemente acabo de descobrir e onde tenho a certeza, na minha Alma, de que se encontra o Paraíso Terreste.
Qual é o seu parecer sobre Colombo?
Quem escreve assim uma carta daquelas, não será certamente nenhum vigarista, charlatão ou tecelão que naufragou ao largo de S. Vicente.
Os meus melhores cumprimentos
Zé Maria
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RE: O meu parecer sobre Colombo.
Caro Zé Maria,
Agradecendo a sua precedente mensagem, cumpre dizer que nada de mais natural que os nossos pontos de vista sejam diferentes, expressão correlativa das nossas próprias identidades, e por isso mesmo, porventura, mais enriquecedor o nosso cruzar destas mensagens.
Começa, o estimado confrade, e muito bem, por referir um dos valores fundamentais, o da dignidade da pessoa humana, enquanto valor que se manifesta no mútuo respeito, decorrente do reciproco reconhecimento que nós fazemos de nós próprios como pessoas. E, neste contexto, confesso que sinto alguma mágoa por ver este tão básico princípio arredado, de tantos e tantos espíritos, nomeada e paradoxalmente de alguns que aparentam um “saber” mais profundo...recorde-se, a título de exemplo, as lamentáveis cenas de injúrias, insultos e até de pugilato ocorridas por esse mundo fora em diversas assembleias representativas. Enfim, é a natureza humana revelada nas suas mais negativas expressões...a que este Fórum, naturalmente, não é excepção, e, neste contexto, mensagens há, que consabida a sua origem, nem as abro, vão direitas para o cesto de papeis...
Interpela-me, o meu caro confrade, solicitando um parecer sobre Colombo. E, neste âmbito, condiciona, negativamente, as hipóteses de vigarista, charlatão ou tecelão. Que dizer?
Difícil pergunta, para mim, que dele muito pouco sei, pois foi personalidade que nunca me despertou qualquer específico interesse, quiçá, pela ausência da sua figura, enquanto hipotético “português”, como alguns argumentam, nas obras dos nossos mais notáveis escritores quinhentistas, desde logo em Luís de Camões.
Esta manifesta e profunda ausência, enquanto hipotética personalidade “portuguesa”, de toda a literatura coeva ou próxima, numa época de epopeia, em que era moda cantar os heróicos feitos lusitanos, é deveras significativa e que se compagina na perfeição com a naturalidade que lhe é dada pelos nossos cronistas coetâneos e seus continuadores.
Assim, também, a ideia de uma figura da mais alta nobreza portuguesa, que teria, a partir de dado momento, optado por um pseudónimo, com o qual se teria refugiado em Castela, não colhe, pela obvia notoriedade que lhe seria inerente, no mínimo teria vivido cerca de trinta anos em Portugal, com o agravante desta mesma personalidade regressar, com o seu novo apelido, em momento posterior à sua “terra natal”, sem que ninguém reconhecesse tão ilustre figura da nossa mais relevante nobreza.
Nestes termos, os testemunhos de Rui de Pina e de Garcia de Resende, que o dão como italiano, merecem o meu natural acolhimento. E, destes testemunhos relevo o de Rui de Pina, e não se diga que o que este cronista escreveu foi o que lhe ditou, ou mandou dizer o Rei, como alguns pretendem, pois o notável retracto que deste delineou, não me parece compatível com tal vontade.
Chegados ao italiano, a pergunta que se segue é saber: de onde era?
A resposta à interrogação, vem-na dar João de Barros e Damião de Góis, os dois acrescentando, ao já aduzido, mais alguns pormenores.
João de Barros, dá-nos um testemunho por interposta pessoa, afirmando que:
« segundo todos affirmam, Christovão Colom era Genoez de nação, homem esperto, eloquente, e bom Latino, e mui glorioso em seus negocios.»
Temos, pois, a imagem de um sagaz genovês bem falante, vangloriador. E faço notar que o apelido Colombo, testemunhado por Pina, é agora Colom, nas palavras de Barros.
Mas Barros, vai mais além, e refere: « E com este desengano espedio elle delRey, se foi pera Castella, onde tambem andou LADRANDO este requerimento em a Corte delRey D. Fernando, sem o querer ouvir, té que per meio do Arcebispo de Toledo D. Pedro Gonçalves de Mendoça, ElRey o ouvio.»
Ora,
para quem: « A primeira e mais principal parte da história é a verdade dela; e porém em algumas cousas não há-de ser tanta, que se diga por ela o dito da muita justiça que fica em crueldade, principalmente nas cousas que tratam infâmia dalguém, ainda que verdade sejam.»
Este ladrar, levanta obvias suspeitas!
Mas o nosso quadro não fica completo sem a intervenção de Damião de Góis. E este vem dizer: « (...) Quo Rege vivente, Columbus Genuensis vir nautice artis peritus, (...) »
Daqui resulta alguém perito na arte de navegar.
E se este perito na arte de navegar relega, do arquétipo modelador da sua figura, a imagem do charlatão, o supra referido ladrar deixa-me dúvidas quanto ao outro qualificativo referido pelo estimado confrade.
A esta imagem de Colombo genovês, sagaz, bem falante e vangloriador, perito na arte de navegar, adito, a revelada imagem dada ultimamente por Consuelo Varela na obra “La caída de Cristóbal Colón : el juicio de Bobadilla”
Aqui a ilustre investigadora refere:
« (...) Colón dirigía la colonia con mano de hierro. Ejercía el poder de una forma tiránica.
A una mujer se le ocurrió decir que Cristóbal Colón era de baja clase y que su padre había sido tejedor. Don Bartolomé, hermano de Colón, se enfada y ordena que le corten la lengua a la mujer. Antes la pasearon desnuda por las calles montada en un burro.
Cristóbal felicitó a su hermano por haber actuado en defensa del honor familiar (...) »
«(...) Por poner un ejemplo: había subastas de personas en la plaza. Se subastaban esclavos blancos, españoles.
Tenemos el caso de un pobre chico al que le cogen robando trigo y por eso le cortan las orejas y la nariz, le ponen grilletes y lo convierten en esclavo(...) »
« (...) Colón y sus hermanos aparecen en el texto como unos tiranos.
Aplicaban justicia sin juicios, no distribuían los víveres entre los colonos y no permitían bautizarse a los indígenas para poder utilizarlos como esclavos (...)».
Com esta referência, o quadro que tenho de Colombo fica mais definido e até há lugar para um filho de tecelão, que não forçosamente também ele tecelão, pois essa não foi a sua efectiva actividade.
Se aditarmos, a isto, o que já referi em outra mensagem, ou seja:
« Quer a mudança de nome de Colombo para Colom patente nos nossos cronistas e, de algum modo, concordante com o que se diz no livro de seu filho Fernando;
Quer a sistemática ausência de uma explicitação das suas origens, manifestamente contrária, à praxis da nobreza de linhagem... o que poderá inculcar um deliberado propósito de ocultar outras realidades;
Quer o juízo de Bobadilla, e um dos testemunhos apresentados, atinente a uma infeliz a quem foi cortada a língua por referir, veja-se a coincidência, que Colombo era de origem humilde e que o pai havia sido tecelão;»
Tudo inculca e converge no meu espírito para uma imagem de filho de tecelão, que lhe é dada pela historiografia consagrada e de que há doutíssimos seguidores.
É este o meu modesto parecer, de simples curioso, até ao emergir de melhor e mais convincente prova ou opinião.
E esta minha opinião, obviamente, não tem de ser conforme com outras doutas opiniões, nomeadamente as expressas no excelente blog, Pseudo-História Colombina, como alguns, por errada convolação, precipitosamente julgaram.
Esta é apenas, e tão só, a minha modesta convicção!
Com os meus melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
P.S.:
A propósito da carta e seu conteúdo, que o estimado confrade teve a gentileza de me facultar, aqui fica este texto, retirado da “Exposición Colón desde Andalucía (1492-1505)”:
« Cristóbal Colón no fue a la Universidad. Como él mismo señaló en una carta a los
Reyes, aprendió el oficio poniendo
“mucha diligencia en la experiencia”.
Leyó y anotó en sus márgenes El Libro de Marco Polo; la Historia Natural de Plinio; la Imago Mundi y otros escritos del cardenal Pierre d’Ailly y la Historia Rerum, de Eneas Silvio Piccolòmini, el Papa Pío II, »
Num tempo em que a vida espiritual e cultural se centrava particularmente em redor do clero, natural será pensar que muito do saber adquirido, encontraria a sua fonte, nesse mesmo clero, nas homilias, nos sermões, nas conversas...que o “isolamento” de então, quer em terra, quer, especialmente no mar, facultaria.
Direct link:
RE: O meu parecer sobre Colombo.
Caro Eduardo de Albuquerque
Não me invejo de quem tem
Carros, parelhas e montes,
Só me invejo de quem bebe
Água de todas as fontes
Certamente que conhece estes versos que compõe uma moda alentejana, que agora está muito em voga e que até passa quase todos os dias na televisão como fundo musical de um determinado anúncio publicitário.
Desde muito novo que sempre a ouvi cantar, ela é mesmo originária de Panoyas, minha terra natal, e já no início do século passado, não passou despercebida ao grande Leite de Vasconcelos que lá a foi recolher para integrar o seu Cancioneiro de Portugal.
Estes versos deixam transparecer todo o sentimento da alma de um povo desapegado ás riquezas materiais exaltando sobretudo o conhecimento e o saber como a maior riqueza humana se não quase Divina, a exemplo de como Colombo o fez!
Leite de Vasconcelos na interpretação de "todas as fontes" achou que o seu significado seria "todas as raparigas", certamente que, conhecer as mulheres será porventura ter o conhecimento mais íntimo da vida, mas insuficiente em relação aquele sentimento que se quer mas amplo, um sentimento de civilizações e do saber Universal, em oposição aqueles que só pensam nos bens materiais, carros, parelhas e montes, (herdades alentejanas)
Colombo era alentejano e desapegou-se das terras que tinha descoberto, para exemplo da Humanidade.
Uma das maiores incompatibilidades do homem no Mundo, é o de sujeitar-se a viver pobremente, aquele que nasceu entre abundância, e a passar entre misérias, aquele que se viu entre riquezas: tudo no Mundo parece fácil, porém isto de largar riquezas e vender bens para servir a Humanidade, parece impossível.
O Señor Dom Diego, era imperador de todas as Ilhas dos Açores e Madeira, assim como de toda a Antília que os homens de sua Casa, haviam descoberto, tornando-se D. Diego um dos homens mais ricos do Mundo. Ele aos olhos de Deus deu todas aquelas terras para que a Humanidade fizesse delas o Paraíso Terrestre, ainda hoje Ele aguarda notícias dessa terra que ele deixou para exemplo de toda a humanidade, tal como o fez Santa Luzia, também ele não quis que ficasse retratado, por isso escondeu o seu rosto e a sua verdadeira identidade!!!
Santa Luzia nascida em Siracusa na Sicília, quando apenas tinha passadas 13 primaveras, receando criar-se viçosa entre as abundâncias, tratou de cortar o mal que lhe poderia vir a causar as riquezas. Assim ela persuadiu a mãe a vender as suas fazendas e que as distribuísse em esmolas aos pobres, voluntariamente deixava todos os seus bens e riquezas aos pobres, por entender que as riquezas do Mundo, e os bens da terra, eram o maior estorvo nos caminhos da Glória.
Foi Luzia a única que soube vender para comprar, que vendeu tudo o que tinha na terra, para comprar tudo o que havia no Céu. Luzia recebeu a graça de Deus e não se deixava retratar senão aos olhos de Deus. Óh maravilha singular vermos Luzia feita menina nos olhos de Deus! Querendo a Alma Santa tirar um retrato do seu Deus, e retratarmos o seu esposo, disse que o seu esposo e o seu Deus tinha os olhos de Pomba, e não achou a Alma Santa, que pôr nos olhos do seu esposo senão Pombas? E que merecimento é o das Pombas, para que Deus as estime tanto, que as traga em seus olhos? A mesma Alma Santa o disse: Sabeis porque as Pombas andam como as meninas nos olhos do meu Deus? Porque se lavam com leite podendo-se elas lavar com água. Quem se lava no claro de uma fonte ou na corrente de um rio de sorte se lava nas suas águas, que também se pode ver em seus cristais: pode formar a água um espelho, em que claramente se vejam as formosuras, e se retratem as belezas. Áh sim: pois as Pombas, que se não lavam em água, em cujos cristais se podiam ver, pombas, que se não lavam na corrente, em cujas águas se podiam ver, pombas, que se não lavam na corrente, em cujas águas se podiam retratar, são dignas e merecedoras, de que Deus as traga nos seus olhos. Pois costuma Deus trazer em seus olhos a Alma que assim despreza a beleza, que nem em sombras quer a formosura. Óh Luzia Santa, não sei eu quem como vós merecesse andar nos olhos de Deus, pois não sei quem como vós, sendo a mais bela se não quisesse ver retratada.
Grande Excelência merecer Luzia tanto, que a vejamos feita menina nos olhos do seu esposo, e retratada nos olhos de Deus. Parece-vos isto muito? Pois ainda tendes mais que ver e admirar. Vistes a Luzia nos olhos de Deus? Ora vede agora a Deus nos olhos de Luzia!!!
Eu via todos os dias da varanda do meu quintal, Santa Luzia. Quando o Sol luzia eu via Santa Luzia ali tão perto quase a apanhá-la à mão. Eu via Santa Luzia no tempo em que Colombo andava descobrindo um Novo Mundo para a Humanidade, eu via nesse tempo, os homens da minha terra que afinal eram da terra de Santa Luzia, a construírem uma Ermida de devoção à Santa da sua terra, que se transformaria numa Igreja onde muitos romeiros iam ver se Santa Luzia luzia, eu via que alguns para a ver até morriam! E eu da varanda do meu quintal, todos os dias Santa Luzia, via!!!
Panoyas e Garvão vilas geminadas na luz do grande Deus Lug, ainda luziam no tempo de Colombo e transformavam então a Luz do antigamente na Luzia dos cristãos.
Panoyas, a Pomba como sinal de sabedoria, Garvão , o corvo, como guardião da luz. Panoyas e Garvão como avatares de LUG, ainda bramavam no tempo dos descobrimentos e os seus homens, desde a Canária, passando pela Pomba, pelo Corvo, pelo Açor, pela Serpente, pelo Dragão, pela Cabra ou ainda pelo Touro deram nome ao Novo Mundo. Como os alentejanos gostam de beber em todas as fontes, muitos dos habitantes das Vilas de Garvão e Panoyas, ainda hoje se chamam de Luz (Lugi) em honra do Deus LUG e de Lúcia ou Luzia em honra de Santa Luzia.
O homens de Panoyas como homens da luz e do Espírito Santo, fortalecidos com D. Vataça que veio da Sícilia (Ilha de Rodes) com uma armada templária, íniciaram em Panoyas os descobrimentos de novas terras às quais levaram a sua Santa Luzia!!! Quem daria então o nome de Santa Luzia à Ilha das Caraíbas? Seria algum infiltrado? Não, foi Colombo, um Homem de Panoyas!!!
Estas foram as terras que os portugueses baptizaram de Santa Luzia no Novo Mundo:
Madeira
Santa Luzia - freguesia no concelho do Funchal.
Açores
Santa Luzia - freguesia no concelho de Angra do Heroísmo.
Santa Luzia - freguesia no concelho de São Roque do Pico.(Ilha da Pomba)
Cabo Verde
Santa Luzia - ilha de Cabo Verde.
Brasil
Santa Luzia - município na Bahia.
Santa Luzia - município no Maranhão.
Santa Luzia - município em Minas Gerais.
Santa Luzia - município na Paraíba.
Santa Luzia - distrito de Ribeirão Pires.
Caraíbas
Santa Luzia- Ilha das Caraíbas.
Vou acabar esta mensagem como a comecei, com uns versos da minha terra:
Santa Clara é das moças
São Martinho, dos mancebos,
Santa Luzia, dos olhos
Garvão é terra de negros
Panoyas a bizarria
Messejana a gravidade
para falar com cortesia
Estão os barrigotos de Alvalade
Igualmente como você, também esta é a minha mais modesta convicção, espero que a saiba entender porque eu não sei fazer melhor!!!
Cumprimentos
Zé Maria
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RE: Santa Luzia
Meu caro Zé Maria,
Em testemunho do muito apreço que me merece Santa Luzia, em modesta homenagem a Enrico Caruso, aqui ficam estes versos, que a benevolência do estimado confrade perdoará.
SANTA LUCIA
Sul mare luccica
L'astro d'argento
Placida è l'onda
Prospero il vento;
Venite all'agile
Barchetta mia;
Santa Lucia! Santa Lucia!
Con questo zeffiro
Così soave,
Oh, come è bello
Star sulla nave.
Su passeggeri,
Venite via;
Santa Lucia! Santa Lucia!
In' fra le tende
Bandir la cena,
In una sera
Così serena.
Chi non dimanda,
Chi non desia;
Santa Lucia! Santa Lucia!
Mare sì placido,
vento sì caro,
Scordar fa i triboli
Al marinaio.
E va gridando
Con allegria:
Santa Lucia! Santa Lucia!
O dolce Napoli,
O suol beato,
Ove sorridere
Volle il creato,
Tu sei l'impero
Dell'armonia,
Santa Lucia! Santa Lucia!
Or che tardate?
Bella è la sera;
Spira un'auretta
Fresca e leggiera;
Venite all'agile
Barchetta mia;
Santa Lucia! Santa Lucia!
(T. Cottrau - Longo 1835)
Quanto a matéria de Fé..., cada um terá a sua, e obvia e manifestamente respeito a do estimado confrade!
Com os melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: Santa Luzia
Caro Eduardo Albuquerque
Bonitos versos! Até já estou a imaginar Colombo no alto mar, comandando o Santa Maria e o grande tenor postado na sua proa a cantar às pombas de Santa Luzia!!!
Quanto à fé cada um terá a sua. Certamente que hoje já muita pouca gente terá Fé, começando talvez por mim que tenho pouca em relação aos meus, nossos antepassados. Mas o que me faz ter mais Fé é ter mergulhado, até ás profundezas do tempo, para descobrir essa Fé que foi dos nossos antepassados!!!
Ainda há bem pouco tempo os Deuses romanos persistiam no meu Alentejo, que o diga a minha mãe que instintivamente persistia em ter uma moldura sobre a porta de Casa, com os dizeres "Deus abençoe este Lar", claro que o Deus já não era romano mas o Lar era. Parece que o Deus Lar, acabou mesmo para ficar, e logo pela mão daqueles que mais o combatiam, que não o podendo vencer juntaram-se a Ele, e é assim que vemos hoje várias instituições cristãs a dirigir vários lares. (pelo menos ostentam o nome)
Mas não aconteceu somente com o Lares, aconteceu com vários outros Deuses antigos, que até podem remontar a civilizações mais antigas que a dos Romanos, temos neste caso o culto do Deus celta Lug, que se professou por toda a Península e que parece ter atingido o seu apogeu na região de Lugo.
Tal como os Deus romanos, também a minha terra foi influenciada por este Deus Proto-Histórico que vem do tempo dos Celtas e que parece ter em Panoyas e Garvão o seu Centro Espiritual do culto da Luz. Assim Garvão tem as suas origens toponímicas na palavra Gravam que os filólogos crêem significar corvo, ora estas aves segunda a crença antiga de povos orientais, são de reencarnação divina, associada ao saber e guardiães da Luz. Não deixa de ser curioso que naquela mesma localidade foi recentemente descoberto um depósito votivo de um possível Santuário Pré-histórico que lhe ficaria próximo, onde se encontraram vários objectos entre eles várias placas em ouro e prata com os olhos gravados. Sucede que na localidade entre os seus habitantes, ninguém se lembrava de alguma vez se ter praticado tal culto. Mas ainda no século XV, os habitantes de Garvão e Panoyas no local onde convergiam duas estradas que partiam destas localidades, construíram juntos uma Ermida em honra de Santa Luzia, escusado será dizer que o culto aquela Santa se desenvolveu tanto que passaram a assistir a ele romeiros vindos de partes longínquas, onde se faziam várias ofertas à Santa, entre elas as ditas placas, agora em cera, com os olhos desenhados!!! Ora naquela altura, os Cristãos de Panoyas e Garvão não estavam a fazer mais nada, que a converter esse culto antigo para a sua religião.
E qual seria a sua religião destas gentes? Se estavam a construir uma Ermida a Santa Luzia, certamente seria a cristã, mas dentro da religião cristã também havia o culto do Espírito Santo, por isso lá estavam os panonianos a apoiar a sua construção, como habitantes da terra da Pomba e das relíquias do Papa Fabião. Esse culto cristão era muito rico culturalmente porque não renegava o melhor de todas as civilizações, por isso não excluía as religiões antigas, ao contrário dos cristãos sujeitos a Roma que queriam pura e simplesmente arrasar para sempre essas culturas antigas, não deixando pedra sobre pedra!!!
O que teria o culto do Espírito Santo a ver com o culto de Lug? Poderá dizer-se que se complementavam, enquanto em Garvão, o Corvo de cor preta era exibido como ave da sabedoria e de reencarnação divina, em Panoyas era a pomba de cor branca que lhe é atribuída também a sabedoria e a luz e do Espírito Santo, a exemplo de D. Afonso Henriques que adorava os corvos (e serpentes) se complementaria com Colombo, da pomba.
Na Idade Média, os habitantes de Panoyas e Garvão eram ainda muito devotos aos deuses antigos, assim como aos santos que no fervor da sua adoração e na ardente devoção das suas vidas consagradas, atingiram exaltações espirituais, que permanecem para sempre, como efeitos de luz resplandecente, assim muitas das famílias da nobreza local entre as quais estavam os Palermo, Payas e Pessanha, tinham em suas casas, oratórios privados onde praticavam o Culto que os nossos marinheiros levariam depois ao Novo Mundo, baptizando as terras que descobriam com nomes como: Canária, Pomba, Corvo, Açor, Serpente, Dragão, Cabra, Touro, Rio de Janeiro (em memória de Janus) ou Santa Luzia.
Eles eram Franciscanos que vieram com D. Vataça da Sicília do Imperador Frederico, o do Açor, e por serem tão religiosos até poderiam atribuir topónimos ás suas herdades relacionados com aquele culto, como: Corte Preta, Corte Branca, Monte Negro, Monte Branco, mas na exaltação da sua religiosidade poderia ir até ao desapego de seus bens e na hora da morte serem enterrados com o hábito de S. Francisco.
Por eles terem tanta, tanta Fé, é que eu tenho tão, tão pouca.
Mas creio em Colombo!!!
Por isso, acredito no que Colombo disse e não que os outros disseram e ainda dizem dele.
Os meus melhores cumprimentos
Zé Maria
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RE: Agradecimento
Caro Zé Maria,
Agradecendo a gentileza e atenção do labor e informação postos na sua precedente mensagem, despeço-me com os melhores cumprimentos,
Eduardo Albuquerque
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RE: Agradecimento
Caro Eduardo Albuquerque
Esperando que a sua ausência não seja longa, pois sempre teve neste espaço o apreço dos confrades acerca das suas tão bem fundamentadas exposições de nível inaqualável e que muito me apraz aqui realçar e enaltecer.
Despeço-me com amizade, sem no entanto lhe deixar um pequeno extrato de
Jorge Angel Livraga.
Se a pomba volta - aquela que quando saiu da Arca encontrou a terra física - fecha os olhos e continua a dormir. Mas se um dia vier, não a pomba, mas sim um corvo negro, que é aquele que não pode encontrar a terra física porque foi mais além, foi ao mundo metafísico no qual não crescem as oliveiras; se algum dia este corvo negro - que tal como o lobo representa a vigilância - voltar a apresentar-se, então o Rei do Mundo levantar-se-á e levantar-se-ão também os cavaleiros como uma flor ressuscitada, como o lotus azul dos mistérios egípcios; levantar-se-ão novamente todas as pétalas e os cavaleiros caminharão outra vez à conquista do mundo.
Saudações fraternas
Zé Maria
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