Novos livros sobre a chegada dos Bragança ao Brasil
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Novos livros sobre a chegada dos Bragança ao Brasi
20/09/2007 - 13h27 - Atualizado em 20/09/2007 - 15h15
Bienal do Livro inicia leva sobre bicentenário da família real no Brasil
Uma média de dois títulos por mês sobre o tema será lançado a partir de outubro.
Obras analisam impacto da instalação da corte de D. João 6º na então colônia.
Mara Bergamaschi
Domínio Público
D. João VI e Carlota Joaquina retratados pelo pintor Manuel Dias de Oliveira (Foto: Domínio Público)Uma figura histórica que passou para a posteridade com uma imagem pouco favorável, o rei de Portugal, Brasil e Algarves, Dom João 6º, emerge desta 13ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro como grande personagem dos livros que serão lançados no final deste ano e durante todo o ano de 2008. Uma média de dois títulos por mês, a contar já de outubro próximo, estará nas livrarias de todo o país para marcar a comemoração dos 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil. E este será o tema de uma mesa-redonda que encerra a Bienal do Livro no próximo domingo (23).
O resgate da imagem de Dom João 6º deverá ser o primeiro resultado desta série de publicações, que cobrirá áreas como história, filosofia, artes plásticas, arquitetura, paisagismo, música, costumes, saúde e até gastronomia.
“Não podemos medir um estadista pela sua feiúra, ou por ser glutão ou ter maus hábitos”, diz o diplomata Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras e presidente da Comissão Organizadora das Comemorações, que também participa do debate da Bienal.
“Dom João foi um dos poucos governantes brasileiros que alterou definitivamente a vida brasileira”, sustenta. “Pode-se dizer que, pelas condições do Brasil Colônia, isso não seria difícil, mas ele poderia não ter feito nada ou muito pouco”, diz Costa e Silva.
E enumera: “Dom João criou a Impressão Régia, a Escola Nacional de Belas Artes, a Biblioteca Nacional,o Jardim Botânico, a Escola Militar, o primeiro teatro e de várias outras instituições fundamentais”.“E quanto mais estudo a vida dele, mais estou convicto de que foi um precursor do chamado “político mineiro" tornado famoso por Juscelino Kubitschek, porque não foi apenas esperto, mas "marotíssimo”, completa Costa e Silva.
Travessia
O primeiro livro da lista de Costa e Silva, que será lançado em outubro, é um relato, feito pelo conde O’ Leary da travessia do Atlântico pela esquadra da família real, sob escolta da Marinha inglesa. “É um depoimento de época, citado por todos os pesquisadores, mas nunca publicado no Brasil”, conta Costa e Silva. “Só conseguimos esta raridade graças ao José Mindlin (bibliófilo), que permitiu sua tradução pela editora José Olympio”.
O segundo lançamento, também em outubro, serão as cartas inéditas da princesa Carlota Joaquina, “injustiçada pelo machismo dos historiadores”, nas palavras de Costa e Silva. A autora do livro, que sairá pela Casa da Palavra, é a pesquisadora Francisca Nogueira de Azevedo.
Já em novembro, também pela Casa da Palavra, está prevista a edição de um belíssimo “Álbum de Gravuras do Rio de Janeiro”. Antes do Natal, saem ainda as publicações “A música de Dom João (Vasco Mariz) e os Jardins de Dom João (Rosa Nepomuceno).
Para 2008, quando haverá no Rio, São Paulo e Salvador vários eventos oficiais para comemorar os 200 anos da Família Real, até uma história em quadrinhos, intitulada “Dom João, o carioca”, será editada, provavelmente em fevereiro, pela Companhia das Letras. “Não vamos fazer livros oficiais, porque os livros oficiais morrem”, explica Alberto Costa e Silva.
Outra publicação interessante, prevista para maio de 2008, será o relançamento, pela Senac-Rio, de um livro de culinária de época, usado pela família real: “A arte da cozinha”, de Domingos Rodrigues.
As receitas antigas serão testadas e adaptadas pela chef Flávia Quaresma. No segundo semestre, será a vez de duas publicações de peso: "O dicionário do Brasil joanino" e o "Repertório de fontes sobre o período joanino", além de outras obras documentais voltadas para pesquisadores e acadêmicos.
Além das publicações coordenadas por Costa e Silva, várias editoras lançarão no ano que vem, por conta própria, títulos relacionados ao bicentenário. Mas não é preciso esperar 2008 para encontrar Dom João 6°: ele já anda aparecendo nas ruas do Rio de Janeiro, por obra e graça do historiador Milton Teixeira, um dos maiores conhecedores do cotidiano da antiga capital do reino e do império.
Teixeira não participa do grupo de Costa e Silva, mas também está empenhado em divulgar as comemorações dos 200 Anos. Com esse objetivo, o historiador, que publicará em 2008 "O Rio de Dom João", visitou recentemente o centro da cidade caracterizado como o rei. “Dom João tinha sim o lado burlesco e grotesco do “Rei do Frango”, mas foi ele quem construiu o Brasil Nação”, defende, fazendo coro com Alberto Costa e Silva.
Mudança forçada
Casado com a princesa espanhola Carlota Joaquina, Dom João - que assumiria a regência do reino português em 1792, no lugar da mãe, Dona Maria, conhecida como “a louca” - chegou a Salvador em janeiro de 1808 e em março seguinte ao Rio de Janeiro, onde estabeleceu a nova capital dos domínios lusos.
Com apoio dos ingleses, em guerra com os franceses, ele optou por transferir a Corte de Lisboa para a América a fim de fugir da invasão de Napoleão Bonaparte a Portugal. Somente dez anos depois de sua chegada ao Brasil, em 1818, dois anos após a morte da rainha-mãe, seria coroado rei, com o título de Dom João 6°. E voltaria a Portugal em 1821, deixando o governo do Brasil entregue a seu primogênito, Dom Pedro 1º, que faria a Independência no ano seguinte.
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RE: Novos livros sobre a chegada dos Bragança ao Brasi
Espero que não seja mais uma oportunidade para os figurões do costume tomarem lugar à mesa e contarem o que lhes apetece.
A História como ciência, essa ficará a perder.
Gostei do pormenor: " as receitas serão testadas e adaptadas.
felpo
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