D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

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D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170576 | Decarvalho | 21 oct. 2007 19:21

Caros confrades,

No blog Colombo-o-Novo coloquei o artigo que abaixo transcrevo, não podendo incluir as imagens, que só poderão ver no artigo do blog.

http://colombo-o-novo.blogspot.com/

cumprimentos
Carlos Calado


D. Jorge de Lancastre – dormindo com o inimigo(???)

D. Jorge de Lancastre nasceu em 1471, filho do Rei D. João II e de Ana de Noronha. Recebeu o título de Duque de Coimbra (2º) e casou com Dª. Beatriz/Brites de Vilhena em 31/05/1500.
Quem era Dª Beatriz/Brites de Vilhena?
Era filha de D. Álvaro de Portugal, filho de D. Fernando, 2º Duque de Bragança.
Os irmãos de D. Álvaro de Portugal eram D. Fernando II - 3º Duque de Bragança, D. João - Marquês de Montemor e D. Afonso - 1º Conde de Faro.
Pelo que lemos na História, o Rei D. João II foi vítima de algumas conspirações, a principal das quais foi encabeçada pelo 3º duque de Bragança – D. Fernando II e na qual participaram seus irmãos. Descoberta a conjura, o Duque de Bragança foi julgado e condenado à morte. Os irmãos exilaram-se ou foram exilados em Castela.
D. Álvaro de Portugal veio a desempenhar um cargo de relevo na Justiça da corte dos Reis Católicos e assumiu mais tarde a defesa das pretensões de D. Diogo Colon aos títulos e privilégios de seu pai D. Cristobal Colon, descobridor do Novo Mundo e Almirante das Índias.
Um filho de D. Álvaro de Portugal, de seu nome Jorge Alberto de Portugal y Melo – 1º Conde de Gelves, casou com Dª Isabel Colón de Toledo, filha de D. Diogo Colon.

Será que D. Jorge de Lancastre casou com uma filha de um dos inimigos de seu pai (Rei D. João II) ou casou com a filha de um dos aliados de seu pai em Castela na estratégia montada através da figura principal de Cristóvão Colon?
D. Jorge de Lancastre - Mestre da Ordem de Santiago atraiçou a memória de seu pai, ou pelo contrário, honrou-a e dignificou-a ?

Uma das bisnetas de D. Jorge de Lancastre, Dª Madalena de Lancastre (filha de D. Álvaro de Lancastre – Duque de Aveiro), casou com D. Dinis de Faro e Portugal, trineto de D. Afonso – 1º Conde de Faro.
Segundo o Nobiliário das famílias de Portugal, de Felgueiras Gayo, consultável na Biblioteca Nacional Digital on-line, vol. 40108v, pág.74, foi este “D. Deniz de Faro e Portugal, 2º Conde de Faro, e de S. Luiz…”

Intrigante este Condado de S. Luiz, pois na base de dados do Geneall consta um título de Conde de S. Luís que nada tem a ver com D. Dinis de Faro e Portugal.
Mas, sabendo que D. Dinis de Faro e Portugal era filho de D. Estêvão de Faro, e que este fundou a povoação de Farinho (actual Faro do Alentejo) nos seus territórios da Herdade de São Luís de Jacentes (conhecida por Herdade das Assentes) em Cuba, então poderemos admitir que o título mencionado por Felgueiras Gayo estaria relacionado com este São Luís.
Esta associação de ideias é corroborada pelo próprio brasão da freguesia de Faro do Alentejo, concelho de Cuba, que inclui uma aspa de vermelho em campo de ouro, tal como o brasão da família Bragança a que pertence o ramo Faro.
O primeiro a usar o nome Faro foi D. Afonso, filho do 2º Duque de Bragança.
Um círculo que se fecha: os irmãos do 3º Duque de Bragança, encontram-se associados a Cristóvão Colon, primeiro através duma relação territorial em Cuba, onde nasceu Cristóvão Colon, e depois na colaboração prestada em Castela.

Para completar o cenário, atentemos em mais um pequeno pormenor:
Uma das filhas de D. Afonso de Faro (casado com Dª Maria de Noronha)- 1º Conde de Faro, 2º Conde de Odemira, foi Dª Mécia Manoel, que veio a casar com D. Juan de La Cerda- 2º Duque de Medinaceli.
Este D. Juan de La Cerda era filho do 1º Duque de Medinaceli – D. Luís de La Cerda, em casa de quem, Cristóvão Colon viveu durante dois anos quando foi para Castela em 1484.

Terminamos como começámos:
Dormindo com o inimigo ???? ou antes pelo contrário…

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170581 | josemariaferreira | 21 oct. 2007 20:09 | In reply to: #170576

Inimigos?

Inimigos foram D. Manuel e os filhos. Esses sim é que foram seus inimigos, D. João III, D. Afonso de Portugal e D. Henrique, estes últimos dois foram bispos de Évora e todos foram principais apoiantes da Inquisição em Portugal. Foi uma luta de morte que D. Jorge teve que travar contra eles durante a sua vida. O vedor da sua Casa, (isto é o responsável máximo) era Nuno Fernandes da Mina, comendador de Panoyas, e tanto um como o outro tinham uma devoção muito especial pelas relíquias que então se encontravam no Santuário medieval de Panoyas. Ambos faziam ofertas ao dito Santuário que na altura tinham muitos peregrinos que vinham das mais remotas partes do País.
Quando D. Afonso de Portugal foi para bispo de Évora instalou-se uma guerra entre D. Afonso que instalou a Inquisição dentro da sua área de jurisdição episcopal a que correspondia o seu arcebispado de Évora. Foi uma guerra tremenda e D.Jorge para evitar que o bispo controla-se as ofertas ao dito Santuário que até aí tinham sido para a Igreja e respectivo arcebispado, passaram por despacho de um alvará de 1522 de D. Jorge, a pertencerem ao comendador.
Passados 100 anos ainda a "guerra" durava nos tribunais e os priores na terra a manifestarem-se contra os comendadores, incitando os fiéis para não lhes pagarem o dízimo!!! Durante o reinado dos Filipes, os priores que eram professos da Ordem mas estavam directamente sob as ordens do arcebispado chegavam ao cúmulo de profanarem as relíquias de S. Romão e S.Fabião que tinham sido muito devotas de D. João II e D. Sebastião, D. Jorge e de Nuno Fernandes da Mina e seu sogro Vasco Queimado de Vilalobos.
De notar também que D. Jorge ligou-se por casamento à família de Cristovão Colombo, fazendo com que os bisnetos de Colón e os netos de D. João fossem primos-Inimigos?

Inimigos foram D. Manuel e os filhos. Esses sim é que foram seus inimigos, D. João III, D. Afonso de Portugal e D. Henrique, estes últimos dois foram bispos de Évora e todos foram principais apoiantes da Inquisição em Portugal. Foi uma luta de morte que D. Jorge teve que travar contra eles durante a sua vida. O vedor da sua Casa, (isto é o responsável máximo) era Nuno Fernandes da Mina, comendador de Panoyas, e tanto um,como o outro tinham uma devoção muito especial pelas relíquias que então se encontravam no Santuário medieval de Panoyas. Ambos faziam ofertas ao dito Santuário que na altura tinham muitos peregrinos que vinham das mais remotas partes do País.
Quando D. Afonso de Portugal foi para bispo de Évora instalou-se uma guerra entre D. Afonso que instalou a Inquisição dentro da sua área de jurisdição episcopal a que correspondia o seu arcebispado de Évora. Foi uma guerra tremenda e D.Jorge para evitar que o bispo controla-se as ofertas ao dito Santuário que até aí tinham sido para a Igreja e respectivo arcebispado, passaram por despacho de um alvará de 1522 de D. Jorge, a pertencerem ao comendador.
Passados 100 anos ainda a "guerra" durava nos tribunais e os priores na terra a manifestarem-se contra os comendadores, incitando os fiéis para não lhes pagarem o dizimo!!! Durante o reinado dos Filipes, os priores que eram professos da Ordem mas estavam directamente sob as ordens do arcebispado chegavam ao cúmulo de profanarem as relíquias de S. Romão e S.Fabião que tinham sido muito devotas de D. João II e D. Sebastião, D. Jorge e de Nuno Fernandes da Mina e seu sogro Vasco Queimado de Vilalobos.
De notar também que D. Jorge ligou-se por casamento à família de Cristovão Colombo, fazendo com que os bisnetos de Colón e os netos de D. João fossem primos rmãos.

Cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170582 | josemariaferreira | 21 oct. 2007 20:14 | In reply to: #170581

P.S. A MENSAGEM SAÍU REPETIDA PELO QUE TEVE ALGUMAS IMPERFEIÇÕES

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170585 | josemariaferreira | 21 oct. 2007 20:48 | In reply to: #170582

Caros confrades


Afinal este inimigo de D. Jorge de Alencastre, já esta na Wikipédia.

Afonso de Portugal (1509)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa

O Cardeal-Infante D. Afonso de Portugal (Évora, 23 de Abril de 1509 – Lisboa, 21 de Abril de 1540) foi o sexto filho do rei Manuel I de Portugal e de sua segunda esposa Maria de Aragão, sendo o quarto filho varão do casal (após o príncipe D. João (futuro D. João III), o infante Luís, Duque de Beja, e o infante Fernando, Duque da Guarda; por esse motivo, foi desde cedo destinado por seu pai para a vida religiosa, tendo sido cumulado de benefícios eclesiásticos, tendo sido sucessivamente feito (mesmo não tendo ainda a idade legal para o exercício dessas dignidades) bispo da Guarda, cardeal, bispo de Viseu, bispo de Évora e enfim arcebispo de Lisboa.

Educado na corte portuguesa, estudou humanidades, grego e latim sob a direcção dos mestres Aires de Figueiredo Barbosa e André de Resende.

Com apenas três anos de idade, em 1512, o seu pai D. Manuel tentou fazê-lo cardeal; contudo, o Papa Júlio II negou-lhe a pretensão, por não ser conforme às leis canónicas, segundo as quais só podia ser eleito cardeal homem com não menos de 30 anos de idade. Conseguiu, no entanto, que o Papa designasse o jovem infante como protonotário apostólico no reino de Portugal.

D. Manuel conseguiu também elevá-lo a bispo da Guarda, com apenas sete anos de idade, em 9 de Setembro de 1516; obteve dispensa papal para o exercício do cargo por não ter atingido ainda a idade canónica para a prelatura. Embora não desempenhasse qualquer acção pastoral, recebia as rendas do respectivo bispado.

Na sequência da grandiosa embaixada liderada por Tristão da Cunha que em 1514 D. Manuel enviou ao Papa Leão X, e que muito impressionada deixou a Cúria Romana, o rei português voltou a propor o filho para o cardinalato. O Papa viria enfim a aceder ao pedido do monarca português, tendo-o criado cardeal no quinto consistório do seu pontificado, em 1 de Julho de 1517 (o qual foi o maior consistório da história da Igreja Católica até então, tendo sido criados 31 cardeais, recorde somente superado pelo consistório convocado pelo Papa Pio XII em 18 de Fevereiro de 1946 ter feito 32 cardeais), com o título de cardeal-diácono de Santa Lúcia in septisolio; no entanto, o título foi-lhe concedido apenas sob condição de não lhe ser entregue o barrete cardinalício até o jovem infante atingir os dezoito anos de idade; não obstante, em Portugal, foi sempre tratado e reverenciado como cardeal, mesmo antes de o título ter sido oficializado.

Entretanto, foi designado pelo monarca como abade de Alcobaça, e abade comendatário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e do Convento de São João de Tarouca.

Em 23 de Fevereiro de 1519, renunciou ao episcopado da Guarda, sendo no mesmo dia transferido para a diocese de Viseu, de novo com dispensa por não ter ainda atingido a idade canónica. Em 20 de Fevereiro de 1523, com apenas catorze anos, por morte do arcebispo D. Martinho da Costa, foi promovido a arcebispo de Lisboa pelo Papa Adriano VI, a súplicas de João III de Portugal, seu irmão; de igual modo, foi-lhe oferecido o governo do bispado de Évora (em sede vacante desde o ano transacto), acumulando as duas sés até à sua morte. Uma vez mais, foi-lhe conferida dispensa especial por não dispor ainda da idade canónica para presidir a uma diocese.

Designou como seu vigário na arquidiocese lisboeta o deão da Sé, Fernão Gonçalves, que conduziu os assuntos pastorais durante a sua menoridade. Fixou a sua residência habitual na cidade que o vira nascer – Évora – tal como depois o irmão mais novo, também devotado à carreira eclesiástica – o Cardeal-Infante D. Henrique – viria a fazer.

Em 6 de Julho de 1525, contando apenas dezasseis anos, recebeu enfim, em Almeirim, o barrete cardinalício, e dez anos mais tarde, a 6 de Julho de 1535, o pálio, fazendo-se enfim sagrar arcebispo de Lisboa.

Um mês volvido, alterou o seu título de cardeal de Santa Lúcia in septisolio pelo de São João e São Paulo (13 de Agosto de 1535).

A 25 de Agosto de 1536, celebrou um sínodo da arquidiocese de Lisboa, no qual tomou duas importantes decisões: a de instituir na arquidiocese livro de registo de baptismos (medida que mais tarde viria a ser adoptada pelo Concílio de Trento), e a de substituir o rito da Igreja de Salisbury (pelo qual a igreja lisboeta se regia desde a reconquista da cidade em 1147 e a restauração da sua diocese na pessoa do inglês Gilberto de Hastings) pelo rito romano, como resposta ao Acto de Supremacia pelo qual Henrique VIII de Inglaterra criava a Igreja de Inglaterra, desligada da obediência ao Papa (tendo esta medida sido autorizada por bula de Paulo III de 9 de Dezembro de 1538). De resto, o seu receio pelas ideias reformistas que se divulgavam pela Europa levou-o a ordenar que todos os impressores e livreiros da capital apresentassem ao teólogo Álvaro Gomes os catálogos dos livros que imprimiam/vendiam, para que este seleccionasse quais os volumes que podiam conter heresias (sobretudo os que fossem oriundos da Alemanha), proibindo a sua venda e circulação, num prenúncio do que viria a ser a Inquisição.

Faleceu em Lisboa (embora outras fontes o afirmem falecido em Évora), em 21 de Abril de 1540, dois dias antes de completar os trinta e um anos. Foi primeiramente sepultado na Sé de Lisboa, tendo mais tarde o seu corpo sido trasladado para o Panteão Real no Mosteiro dos Jerónimos, onde repousa junto dos outros príncipes da Casa Real de Avis-Beja.


O QUE FAZ TER UM PAI BEM VISTO EM ROMA E CASTELA!!! CONCERTEZA QUE JÁ LHE HAVIAM PROMETIDO QUE O SEU FILHO IRIA PARA PAPA!!!! O SEU PAI JÁ TINHA RECEBIDO DUAS ROSAS DE OURO POR TER ENTREGUE A AMÉRICA, POR NÃO TER AGORA UM FILHO EM PAPA!!!

Cpts

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170586 | josemariaferreira | 21 oct. 2007 20:52 | In reply to: #170585

P.S. PORQUE NÃO TER AGORA UM FILHO PAPA!!!

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#170599 | kolon | 21 oct. 2007 23:10 | In reply to: #170576

Caro Carlos Calado,

Fiz uma correção:

em vez de "D. Jorge de Lancastre nasceu em 1471, filho do Rei D. João II e de Ana de Noronha."

Será "D. Jorge de Lancastre nasceu em 1481, filho do Rei D. João II e de Ana de Mendonça."

Cpts,
MR

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#170646 | Decarvalho | 22 oct. 2007 14:59 | In reply to: #170599

Caro Manuel Rosa,
obrigado por teres corrigido a data de nascimento de D. Jorge de Lancastre no meu artigo do blog Colombo-o-Novo.
Saiu-me um 1471 em lugar do correcto 1481.
Fica aqui a nota para os confrades no forum geneall.
As minhas desculpas pela falta de pontaria do dedo médio direito.
Já quanto a Ana de Noronha em vez do correcto Ana de Mendonça não posso culpar o dedo. Foi mesmo inépcia ao olhar para para os diagramas que fui desenhando, onde nem sequer tinha o nome de Ana de Mendonça, mas sim Maria de Noronha, casada com D. Afonso de Faro.
cumprimentos
Carlos Calado

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170696 | Decarvalho | 22 oct. 2007 22:53 | In reply to: #170581

Caro Zé Maria,
também na sua mensagem coloca uma interrogação: inimigos?
Não há algo de mal contado naquela história?
O casamento de D. Jorge teria sido contratado por seu pai ?
Foi uma decisão do próprio após a morte do rei D. João II ?
O Zé Maria acentuou muito bem aquilo que deixei incompleto no meu artigo, onde escrevi.
"Um filho de D. Álvaro de Portugal, de seu nome Jorge Alberto de Portugal y Melo – 1º Conde de Gelves, casou com Dª Isabel Colón de Toledo, filha de D. Diogo Colon."

daqui acontece que os filhos deste casal são netos de Cristóvão Colon, e os seus primos irmãos, filhos da irmã de D. Jorge Alberto, (Dª Brites de Vilhena, casada com D. Jorge de Lancastre) são netos de D. João II.

Por mais voltas que se dêem, vamos desembocar na mesma conclusão.
O tecelão, mercador, corsário ou lá o rótulo que lhe quiserem aplicar consoante as saídas de emergência disponíveis, não fazia parte do filme que passa na sala ao lado.
cumprimentos
carlos calado

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170704 | feraguiar98 | 23 oct. 2007 00:47 | In reply to: #170696

Caro Carlos Calado,

Por vezes custa-me a entender que num site dedicado à genealogia, não seja a genealogia a natural e primeira abordagem de questões menos claras.
Já, não há muito, aqui deixei a ideia de que - entre outras - houve uma fractura que atingiu a própria Casa Real nos Infantes da Ínclita geração entre as visões africana-feudal e atlântica-mercantilista para usar rótulos tão insuficientes como outros quaisquer. Podia também sintetizar esse conflito entre o ducado de Coimbra e a ordem de Santiago e os ducados de Viseu, Beja e Bragança, o primeiro com as possíveis exclusões de Diogo e de D. João e o último com a exclusão de D. Fernando I, 2º duque de Bragança.
Também referi então, como grandes apoiantes do Infante D. Pedro, D. Álvaro Vaz de Almada, 1º conde de Averranches e Aires Gomes da Silva, 3º senhor de Buarcos.

Assim, ao procurar motivos para o casamento de D. Jorge com uma Bragança, deveria verificar com quem casaram os irmãos e irmãs, filhos desse 2º duque de Bragança que ainda conde de Arraiolos apoiou o Infante D. Pedro e veio de Ceuta “in extremis” para tentar evitar o conflito de Alfarrobeira.
O mais velho, D. Rodrigo, 1º conde de Tentúgal e 1º marquês de Ferreira, mercês que já por si mostram uma vontade de o autonomizar da origem Bragança e efectivamente, veio a originar a Casa de Cadaval, casou primeiro com uma fillha de D. Francisco de Almeida, 1º Vice-Rei da Índia e da ordem de Santiago, e casou depois com D. Brites de Menezes, bisneta por varonia do 1º conde de Averranches e descendente pelo lado materno de Aires Gomes da Silva.
O 2º, o depois conde de Gelves, casou primeiro com uma Ataíde, filha do camareiro do Infante D. Pedro e neta do governador da Casa do Infante D. Fernando (o Santo) e, como observou, casou segunda vez com a neta do Almirante.
A terceira, casa com o 4º conde de Belalcazar, importante titular espanhol com sangue real por via materna e cujo herdeiro se alia e incorpora a Casa dos duques de Bejar.
D. Beatriz, casa como dito com D. Jorge de Lancastre.
D. Maria, casa com D. João da Silva, 2º conde de Portalegre e dos mesmos Gomes da Silva referidos.
Só a mais nova, nascida por 1490 e portanto com contrato de casamento já do tempo de D. Manuel I, casa com o 1º conde de Vimioso descendente por varonia do 1º duque de Bragança e - lá vai a Dra. Maria Benedita arrepiar-se - filho de um bispo de Évora (pois é, a casa dos Portugal, condes de Vimioso é outra que, com varonia real por bastardia, descende de um bispo!).

E assim se conclui pela genealogia que D. Jorge casou com uma Bragança mas pertencente a um ramo *dissidente* ligado a D. João II e que “dormindo com o inimigo” não tem qualquer aplicação neste caso.

Todas estas ligações só reforçam - sem constituir prova - as teses portuguesas de um Colombo chegado à Casa Real - a que apenas não adiro porque, ao contrário do que possa parecer, sou bastante céptico e continuam-me a faltar peças em qualquer dos "puzzles". Mas reforçam o meu convencimento que o Almirante, qualquer que tenha sido a sua origem, era realmente uma peça da “entourage” de D. João II o que, só por si, chega para abalar toda a historiografia clássica e, obviamente, Ruy de Pina, que não o podia ignorar.

Com os meus cumprimentos,
Fernando Aguiar

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170749 | josemariaferreira | 23 oct. 2007 17:08 | In reply to: #170696

Caro Carlos Calado

Finalmente parece que os portugueses estão a acordar de um sonho profundo!
Há aproximadamente três anos que ando neste Forúm a despertar a consciência dos portugueses para este grande escândalo que foi Colombo, e que a História não registou! Também há muito que dei a resposta, mas todos me ignoraram e de mim se riram!
Mas ainda bem que há sempre alguém que luta. E a melhor luta é aquela que quando não sabe, pergunta! Mas ás vezes essa pergunta também ninguém a saberá responder, mas continua-se a lutar, perguntando. E você sabe perguntar!!!

-O casamento de D. Jorge teria sido contratado por seu pai ?
-Foi uma decisão do próprio após a morte do rei D. João II ?

Nem é preciso a gente saber se houve contrato ou não, basta saber que quando D. João II, faleceu deixou o seu filho entregue ao Prior do Crato, que era primo de Filipa Moniz Perestrelo, o mesmo que foi incumbido por D. João II de hospedar Colombo em sua casa na cidade de Santarém.
Portanto como vê as coisas são simples, D. João II já sabia á priori em que mãos devia confiar o futuro do seu filho, o contrato já estava feito entre dois Homens de mútua confiança - D. João II e D. Diogo Fernandes de Almeida-

O Prior do Crato como protector de D. Jorge, vai com muitos outros fidalgos que assistiram em Alvor ao falecimento de D. João II, a Montemor-o-Novo, prestar homenagem ao Rei D. Manuel.
D. Diogo Fernandes de Almeida de joelhos perante de D .Manuel, apresenta-lhe Dom Jorge, o filho do Rei com apenas 14 anos de idade e transmite-lhe: “El-Rei Dom João vosso primo, que Deos tenha em Glória, segundo me dixe morrendo, de huma cousa iha muito contente da vida deste Mundo, e doutra muito suspenso e cheio de tristeza, esta por ir incerto do que seria depois de sua morte desse seu filho, que ante vós está, como vosso humilde vassallo”

-O filho de um Rei como humilde vassalo!!!

D. João II antes de morrer, já tinha nos seus planos a ligação e aproximação à família de Colón através do Conde de Gelves, agora só faltava que o Prior do Crato contratasse o casamento do seu filho D. Jorge de Lencastre para que também ele ficasse ligado á família de D. Diogo de Portugal e Colón. Por incrível que possa parecer estas duas famílias reencontram a linhagem de Portugal através dos Condes de Gelves e Duques de Verágua, ambos os títulos atribuídos pelo Imperador da Alemanha, primo de D. João II .
D. João II, antes de falecer já tinha tudo planeado, com D. Diogo Fernandes de Almeida que era primo por afinidade de Colombo, ou então foi Milagre!!!

E assim, os filhos de D. DIOGO DE PORTUGAL E COLÓN voltaram a ser primos-irmãos dos netos de D. João II.

Cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170843 | Decarvalho | 24 oct. 2007 18:03 | In reply to: #170704

Caro Fernando Aguiar,
escreveu: "Por vezes custa-me a entender que num site dedicado à genealogia, não seja a genealogia a natural e primeira abordagem de questões menos claras."
Como já mencionei várias vezes neste forum, História só estudei até ao antigo 5º ano dos Liceus. Muito pouco para se perceber os meandros das intrigas palacianas que degeneraram em batalhas internas. Mais alguma coisa fui aprendendo nestes anos mais recentes, lendo vários livros sobre o tema Cristóvão Colon, consultando sites na net e participando nestas discussões.
Genealogia ou heráldica, vou conhecendo por curiosidade aguçada. Não tenho pretensões para poder fazer muito mais.
Quando coloquei este tema, fi-lo com 3, pontos de interrogação "Dormindo com o inimigo(???)" e uma frase final "ou antes pelo contrário?"
Tendo verificado que as ligações matrimoniais não batem certo com o que se esperaria que acontecesse entre inimigos, a minha questão encerra dois objectivos: por um lado, ser ajudado pelos entendidos, no aprofundamento dos aspectos genealógicos, e por outro confrontar os detractores da nacionalidade portuguesa de Cristóvão Colon com mais factos que só encaixam num puzzle onde não há lugar para o y taliano.
Parece-me que apenas consegui o primeiro objectivo, de forma explícita, com as mensagens do Zé Maria e do Fernando Aguiar.
Ainda não surgiu nenhuma voz para encontrar uma saída de emergência para mais esta "contradição"
cumprimentos
Carlos Calado

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170902 | josemariaferreira | 25 oct. 2007 11:31 | In reply to: #170843

Caro Carlos Calado

"Ainda não surgiu nenhuma voz para encontrar uma saída de emergência para mais esta "contradição"

Eu sei que muito dos confrades tem andado nestes tópicos sobre Colombo, por mero entretimento ignorando aquilo que eu aqui lhe tenho transmitido aos longo destes anos que já vão para três.

Se você tivesse ouvido a voz da razão das minhas mensagens já há muito que tinha encontrado as respostas ás suas interrogações!!!

Já aqui referi neste Fórum, que os descendentes de D. Diogo, que foi "morto" por D. João II, se enlaçaram aos netos deste e na pessoa de D. Jorge de Alencastre foram prestar homenagem a D. João II para depois de desenterrado lhe beijar a mão!!!

Portanto, você admira-se do filho de D. João II, dormir com o inimigo de seu pai, mas não se admirou dos descendentes do inimigo de D. João II, lhe irem beijar a mão do seu cadáver!!!???

Há cada contradição!!!


Cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#170907 | fxcct | 25 oct. 2007 12:07 | In reply to: #170902

Caro Zé Maria,

No meu caso é uma vontade perturbante de compreender o passado. Se lhe quiser chamar mero entretenimento, não me importo. Muito do que tem aqui escrito ajudou-me a relacionar a missão de Colombo com a reconquista de Jerusalém. Não sei se foi essa a sua intenção, mas estou-lhe agradecido.

Saindo totalmente fora do âmbito deste tópico, pedindo as devidas desculpas ao Carlos Calado, aproveito para lhe colocar uma questão: D. Vataça terá fomentado a cultura grega, incluindo a língua grega, nos seus domínios em Portugal? E esta cultura terá sobrevivido até à era dos descobrimentos?

Pergunto isto porque tenho andado perturbado com uma especulação "delirante". Zarco é interpretado por alguns como sendo uma alcunha, e por outros como sendo um nome judaico. Especulando que o homem se chamava Gonçalves Arco e não Zarco, descobri que uma das traduções de Arco para grego é...

... Kamara!

Pode ir a http://www.kypros.org/cgi-bin/lexicon/, e do lado direito inserir "kamara", com esta grafia, e ver o resultado.

Se ainda tiver curiosidade para isso, insira a seguir "lobos".

Veja a seguir uma fotografia de Câmara de Lobos que se encontra no fim da página em http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_de_Lobos. Não lhe parece uma baía em "arco" com um "lóbulo"?

Melhores Cumprimentos,

Francisco

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#170911 | Augustus_o | 25 oct. 2007 13:16 | In reply to: #170907

Caro Francisco,

Lykos, conheço por ser tradução de lobo, que deu origem a uma expressão qiue conheci via jogos de pc que é "lycantrophy" ou sej ao mix de homem e lobo...

Lobisomem...

Mas se quanto ao kamara parece ser uma ideia muito interessante, quanto ao lobos, a ideia que eu tinha é que era por existirem muitos lobos-marinhos....

Cpts,
Augusto

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Lobos Marinhos RE:D. Jorge de Lancastre - dormindo

#170914 | kolon | 25 oct. 2007 14:20 | In reply to: #170911

Caro Augusto,

Os Lobos Marinhos pode ser mais uma daquelas histtórias contadas para encobrir algo de importãncia.
Eu sempre tive a ideia de investigar se deveras existiam Lobos Marinhos na Madeira mas como isso levaria outros 15 anos desisti.
É porque achei estranho haverem Lobos Marinhos somente na Camara de Lobos e não em Porto Santo, Canárias, Machico, etc.
O que eu pretendia fazer era revistar a história e ver se realmente exisitam lobos marinhos na Madeira (se os povoadores os caçavam, se existem ossadas desses animais nalgum lugar na Madeira, etc.) sempre achei a ideia estranha porque os Lobos Marinhos so se limitaram á Camara de Lobos e não aos Açores, etc.

Enfin podemos estar de frente a outro enigma. quem sabe se o Lobo Marinho era mesmo o Zarco?

Cpts,
Manuel Rosa

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Lobos Marinhos RE:D. Jorge de Lancastre - dormindo

#170916 | Augustus_o | 25 oct. 2007 14:36 | In reply to: #170914

Caro Manuel,

Do que me recordo de ter aprendido era que de facto os primeiros povoadores caçaram-nos (pode ser que realmente seja uma outra história inventada).

Além de que essa premissa, s.m.o., de não existirem lobos marinhos noutros locais, não pode ser tida em conta. Como saberás, há espécies que só acasalam/nidificam em determinados locais que de tão escondidos...

Mas enfim... é de se saber.

Cpts,
Augusto

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#170918 | josemariaferreira | 25 oct. 2007 14:52 | In reply to: #170907

Caro Francisco de Távora


Era natural os estrangeiros assim procederem, aportuguesavam os seus apelidos originais, Hurter(e), para Horta, Saboya para Azambuja ou Arco para Câmara etc. etc.


Os descendentes de João Gonçalves Zarco mudaram o Zarco que seria de origem grega Arquo, Arco para Câmara em portugûes. Os descendentes de Joss Hurtere aportuguesaram o apelido para Horta ou Orta. Willelm van der Haagen, aportuguesou para Guilherme da Silveira. A sua mulher Margarida de Saboya mudou para Azambuja (Saboya-Zabuya–Zambuja-Azambuja.)

Em Panoyas no século XV já havia Zarcos, mas muitas vezes escreviam ainda Arquo, Arco ou até Arguo. Havia lá um Moinho que chegou aos nossos dias e sempre foi conhecido pelo Moinho do Arco, ficava situado no Rio Sado, logo por baixo de outro que foi de Fernão Gomes da Mina e como foi um dos maiores do Rio Sado (também conhecido por Ribeira de S. Romão) era chamado de Moinho Grande. Estes moinhos moeram muita farinha para negociar com o Norte de Africa.
Ora isto não teria nada de anormal se Fernão Gomes não fosse casado com uma Lems, uma Flamenga da cidade de Bruges, que também aportuguesou o nome para Leme.
Os familiares desta Leme foram juntamente com os Arcos para a Madeira e lá tiveram muita geração que depois se espalhou pelo Brasil. Tanto os Arcos como os Leme era de origem Judaica!!! Como vê tanto em Panoyas como na Madeira eles andavam de mãos dadas!!!


Não é de menosprezar essa cultura trazida por D. Vataça embora ela se tenha deluido nas gentes do Alentejo, assim como não é de menosprezar os flamengos que nos Açores principalmente na Ilha do Faial tiveram a sua influência e até a cidade da Horta, também herdou o nome de um deles, Hurtere.
Principalmente o Baixo Alentejo zona de Serpa e Moura, assim como Panoyas e Santiago do Cacém são zonas onde se notam algumas influências genuinamente gregas, até na fisionomia das pessoas.

Aconteceu comigo um caso curioso, na primeira vez que fui à Grécia, quando visitava a Paka, um bairro típico de Atenas, ao ver um indivíduo que tinha as mesma fisionomia de um outro da minha terra, pus-me a gritar: - Oh Diamantino,..Diamantino, a pessoa olhou para mim muito espantada e sorriu, e eu ainda insisti: - Epá o que é que tu fazes aqui! O indivíduo que era grego, franziu a testa sorriu novamente e fez-me sinal que não me compreendia, e continuou o seu caminho enquanto eu ali fiquei plantado olhando para ele até desaparecer. Os meus companheiros que pararam para ver toda aquela cena riam-se á gargalhada e eu bem lhes dizia que ele era uma cópia autêntica do meu conterrâneo, mas convencê-los!

De facto a fisionomia dos gregos, o seu temperamento e a sua maneira de estar são muito parecidas connosco. Foi então preciso ir á Grécia, para constatar "in loco" que nós os portugueses somos muito mais parecidos com os gregos do que com os "nuestros hermanos" ou mesmo com os italianos.

Sobre D. Vataça pouco se sabe da influência que exerceu na colonização de Portugal, além daqueles que vieram na sua embaixada e que se fixaram a sua maioria nos concelhos de Santiago, Odemira e Panoyas, deixou ainda marcada a sua religiosidade, através de pelo menos cinco templos, onde se praticava o culto do Espírito Santo, um dele pode-se ainda verificar o seu estilo ortodoxo das igrejas da Grécia e como não poderia deixar de ser, tem como seu orago o Santo André, o Apóstolo, oposto a Roma. As restantes igrejas que chegaram aos nossos dias, a sua traça foi sendo alterada através dos tempos e dois Santuários de Peregrinação desapareceram mesmo, pouco depois do Reinado de D. Manuel I.

A Sé Velha de Coimbra onde se encontra sepultada, também ela se parece com as Igrejas Gregas.
E já reparou que os Lusíadas, fazem a apologia da cultura grega!!!

Por tudo o que acabo de expor e muito que ficou por dizer, não me admiro nada que Colombo seja por muitos dado como originário da Grécia!!!

Numa carta de escreveu ao Rei D. Fernando em Maio de 1505, Colombo, escreveu:

"Dios nuestro Señor milagrosamente me envió acá porque yo sirviese a Vuestra Alteza: dije milagrosamente porque fui aportar a Portugal".

Portugal era nesse tempo um grande porto e centro de cultura jónia, cultura essa trazida por D. Vataça e que Colombo levou ao Novo Mundo!!!


Os meus melhores cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#170919 | josemariaferreira | 25 oct. 2007 15:00 | In reply to: #170918

Ressalvo: Bairro da Plaka e não Paka

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#170920 | fxcct | 25 oct. 2007 15:24 | In reply to: #170918

Caro Zé Maria,

Obrigado pela resposta. O episódio do Diamantino é mesmo de rir à gargalhada! O resto da informação é também valiosa.

Já tinha reparado que a fisionomia de alguns portugueses faz lembrar a grega. Não tinha ainda relacionado este fenómeno com o Alentejo/Santiago/Panóias.

Melhores Cumprimentos,

Francisco

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170947 | Decarvalho | 25 oct. 2007 19:55 | In reply to: #170902

Caro Zé Maria,

parece-me, por algumas partes da sua resposta (25/10; 11.31h) , que não fui muito claro naquilo que escrevi, quer na mensagem inicial do tópico, quer na mensagem que originou a sua resposta.

Começo pela última.
eu escrevi

"...e por outro confrontar os detractores da nacionalidade portuguesa de Cristóvão Colon com mais factos que só encaixam num puzzle onde não há lugar para o y taliano.
Parece-me que apenas consegui o primeiro objectivo, de forma explícita, com as mensagens do Zé Maria e do Fernando Aguiar.
Ainda não surgiu nenhuma voz para encontrar uma saída de emergência para mais esta "contradição"."

contradição está "contradição" entre aspas.
Na mensagem original, "dormindo com o inimigo (???)" tenho 3 pontos de interrogação.

O que eu queria transmitir, mas de uma forma que não fosse eu a afirmar mas fossem os leitores a concluir, era que esse tal "inimigo" não seria inimigo, e que a "contradição" não era nenhuma contradição, era sim a confirmação de que não havia ali inimigo, antes pelo contrário (terminei a mensagem original com (inimigo (?) ou antes pelo contrário!).

O Zé Maria não se pode queixar de eu não ter ouvido a voz da razão das suas mensagens, pois só recentemente se deixou de rodeios e mistérios, explicitando quem era o seu Colombo. Antes disso, várias vezes lhe respondi que não conseguia penetrar no seu mundo religioso e místico.
Agora, da sua tese, compreendo a lógica dos factos.
O Zé Maria diz que começou já lá vai para três anos neste fórum, mas eu só o comecei a frequentar há cerca de um, pelo que terei perdido muito do que se passou, não por estar apenas entretido, mas por me dedicar desde há cerca de 4 anos a divulgar publicamente a tese do Cristóvão Colon português (www.amigosdacuba.no.sapo.pt)

Portanto, caro Zé Maria, eu não me admiro do filho de D. João II dormir com os inimigos (???) de seu pai.
Mas há uma parte da sua frase para a qual lhe peço um esclarecimento:
Quem foram « os descendentes de D. Diogo, que foi "morto" por D. João II, que se enlaçaram aos netos deste e na pessoa de D. Jorge de Alencastre foram prestar homenagem a D. João II para depois de desenterrado lhe beijar a mão!!! » ?

Cumprimentos
Carlos Calado

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170950 | josemariaferreira | 25 oct. 2007 20:30 | In reply to: #170947

Foi D. Juliana Lara, bisneta de Dom Diogo de Beja que casou com D.João de Lencastre, filho de Dom Jorge de Lencastre, portanto logo neto do Rei D. João II.
Deste casamento tiveram D.Jorge de Alencastre que foi com El-Rei Dom Sebastião ao Mosteiro da Batalha mandar desenterrar o seu avó assassino do seu avó assassinado para lhe beijar a mão!!!
Como você não andava por cá nessa altura aqui lhe deixo a mensagem de então:

RE: família judia de apelido Colon na Saboia e Itá 08-12-2005, 19:32
Autor: josemariaferreira [responder para o fórum]
________________________________________
Caro Kolon

Espero que tenhas sucesso nas tuas investigações que começaste em Portugal e te levaram a Espanha, à Polónia e agora também na Rússia, para que possamos saber toda a verdade sobre Colón.
Que o teu sonho seja uma realidade brevemente, com o lançamento do teu livro!
Sobre Dom Sebastião e para realçar mais a tua opinião, digo-te que este rei pertencia aos homens de Panoyas.
Quando D. João III faleceu, os homens de Panoyas tentaram logo controlar a educação do jovem rei, da qual evidentemente a inquisição não queria abdicar. A educação do jovem D. Sebastião foi um dos episódios mais dignos de registo da História de Portugal, da qual os homens de Panoyas saíram vencedores lubrificando a própria inquisição.
Com a morte de D. João III, (o qual morreu por os homens de Panoyas lhe terem dado peçonha, para vingar a morte de D. João II), o poder foi entregue a D. Catarina, com o acordo unânime das Cortes de 1557.
Passado algum tempo D. Catarina e os homens de Panoyas viram que era incompatível o exercício da tutoria e da regência do reino, na medida em que a Inquisição já queria controlar a educação do jovem rei D. Sebastião. Vai daí D. Catarina arranja um plano para dar um “volte-face” a esta situação, convoca as cortes para 1560, como tal a Vila de Panoyas recebe carta de consulta da regente para que o representante da Vila esteja presente e figure no quadro de preferências dos procuradores das vilas e cidades do Reino. Tudo è combinado secretamente entre os homens de Panoyas e a Rainha, esta chega às cortes e toma a posição de deixar o governo, e atribuir a D. Henrique a regência do reino.
Apesar de reconhecerem as qualidades em D. Henrique, um balde de água fria cai sobre todos os quadrantes, ninguém compreende a posição da Rainha pois ela tinha o apoio das cortes para governar da mesma maneira como o teve nas cortes de 1557.
Poucos foram os que aceitaram a decisão da rainha sem fazer qualquer diligência ou protesto ou mesmo exprimir a sua tristeza face à determinação da rainha em deixar o governo. É neste quadro que entram os homens de Panoyas encabeçados por António Raposo, representante da Vila de Panóias, Jorge Moniz, representante de Évora, neto do comendador de Panóias, Vasco Martins Moniz e Nuno Rodrigues Barreto, que se manifestaram “contentes” com a mudança, pois invocavam a obrigação que a rainha tinha para com o reino e elogiavam a sua escolha no Cardeal D. Henrique, por ser a pessoa ideal para suceder e poder imitar a rainha no amor e na justiça.
António Raposo e os outros homens de Panoyas, conseguem fazer prevalecer e o seu ponto de vista e consequente aceitação pelas Cortes, para a regente abandonar o governo do Reino.
Já no campo oposto se manifestava a Igreja, que recusava a mudança, por todos os perigos que ela envolvia, pelo facto de D. Henrique ter no domínio eclesiástico, largas e absorventes ocupações, o que não lhe permitirá acompanhar a regência da mesma maneira como a rainha muito bem o fazia. O clero tecendo estes elogios à qualidade da rainha, não a poupava por outro lado caso ela abandonasse o governo pois incorria em pecado mortal.
Não deixa de ser curiosa esta posição da Igreja, perante a nomeação de um seu membro, o cardeal D. Henrique para um alto cargo da nação! Será certamente uma posição muito estranha para não dizer ambígua. O clero sabia que com esta posição de D. Catarina, o tapete lhe estava a fugir debaixo dos pés e com ele o controle da educação do jovem rei D. Sebastião.
Outra intervenção que provocou uma grande surpresa foi a do Visconde de Vila Nova da Cerveira que se interrogava perante as cortes, se a decisão da rainha não seria o sentir ela, e saber, que já não havia Portugal. O Visconde acertou era mesmo deste sentimento que a Rainha e os homens de Panoyas sentiam, a tal ponto que não abdicaram da educação do rei, a quem ainda hoje chamamos de desejado.
Da sua educação realça-se a sua conduta política totalmente oposta à seguida por seus ante sucessores D. Manuel e D. João III, respectivamente seu bisavô e avô.
D. Sebastião nutria uma grande admiração pelo rei D. João II, o episódio macabro que se segue disso é revelador e mostra que D. João II não foi um rei qualquer como tantos outros, a tal ponto do jovem rei renegar o seu avó e bisavó para enaltecer um grande rei ainda que em cadáver.

D. Sebastião no ano de 1570 visitou o Mosteiro da Batalha e manda abrir a sepultura de D. João II, o cadáver ainda estava incorrupto e as próprias vestes não mostravam que já haviam decorrido setenta e cinco anos sobre o seu enterramento. Contemplou-o D. Sebastião em silêncio, num misto de temor e admiração, depois ordena que o ergam ao alto, toma a própria espada do morto e mete-lha na mão. ESTE FOI O MELHOR OFICIAL, QUE HOUVE NO NOSSO OFÍCIO - Proclama o Rei Dom Sebastião para os que o cercam, e diz ao Duque de Aveiro D. Jorge de Lencastre que beije a mão do seu bisavô.
O MEU REI! Exclama ainda Dom Sebastião, quando o cadáver voltava para a tranquilidade do túmulo.

Outro caso bem ilustrativo foi na sua viagem ao Alentejo e Algarve no ano de 1573 em que o rei D. Sebastião em reconhecimento aos homens de Panoyas se demorou quatro dias na Vila de Messejana. Nos dias em que esteve nesta localidade, não houve nenhum dia que não visitasse Panóias e os seus lugares sagrados, para enganar o seu “staf inquisicional”, D. Sebastião e os homens de Panoyas que o rodeavam, arranjavam os mais variados protestos, desde o ir à caça, dar um passeio a cavalo ou ir em romagem.
Mas que teria D. Sebastião a ver com Panoyas? A sua educação foi fortemente influenciada por uma cultural anti papal que tinha as suas raízes em Panoyas, baseada nos Deuses pagãos do tempo dos gregos e dos romanos. Ali houvera em tempos remotos o templo ao Deus Janus, este mesmo Deus que Camões vai exaltar na sua grande epopeia dos Lusíadas que foram dedicados ao próprio D. Sebastião, apesar da forte censura imposta pela Inquisição, a obra acaba por sair censurada, por fazer a apologia dos Deus pagãos.
No entanto, na obra de Camões, são ainda feitas referências aos panónios (da Hungria donde D. Henrique conde de Bolonha era natural) e ao Deus Jonus ou Jano:

Um na cabeça cornos esculpidos
Qual Júpiter Amon em Líbia estava
Outro num corpo rostos tinha unidos,
Bem como o antigo Jano se pintava:
Outro, com muitos braços divididos,
A Briareu parece que imitava;
Outro fronte canina tem de fora
Qual Anúbis Menfítico se adora.

Mas que mistério haveria neste lugar para D. Sebastião fazer dele o seu centro de estadia na sua visita ao Alentejo? O rei andava a fazer uma visita pelas principais terras para se inteirar da capacidade das suas tropas para uma futura guerra no Norte de África. Logo aquele lugar era muito simbólico para ele. Foram dali que já houveram partido as tropas do tempo de D. Afonso III, para a conquista definitiva do Algarve, a partir de agora ele também queria fazer ali a concentração das suas tropas e oferecer-se ao Deus Janus tal como o faziam os gregos e romanos que quando em guerra todos os seus soldados que saíam em campanha eram levados para passar sob o portal do santuário, para serem fortalecidos por Janus. Mas sucede que a localidade onde havia esse templo já não existia, tinha sido pura e simplesmente arrasada pela inquisição e o Deus Janus já haverá sido convertido em S. Romão! Pois foi mesmo a S. Romão que o rei D. Sebastião se foi oferecer na Igreja de São Pedro da Villa de Panoyas no ano de 1573.
Ele lá sabia porquê, o que ele queria era mesmo adorar o seu Deus Jano!

Cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#170958 | Decarvalho | 25 oct. 2007 23:00 | In reply to: #170950

Caro Zé Maria,
obrigado.
O introito já responde à minha pergunta.
Vou ler o restante com calma.
Cumprimentos
Carlos Calado

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171032 | pedro3m | 26 oct. 2007 19:01 | In reply to: #170907

Caro Francisco

nao consigo pôr a funcionar o tal dicionário de grego.

Queria experimentar o "Moliarte" Pode fazê-lo por mim?

cpts

PM

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171053 | Augustus_o | 26 oct. 2007 22:14 | In reply to: #171032

Olá Pedro!

quando abrires o link, do lado esquerdo vês tradução do grego para inglês..

põe "kamara", e logo vês a tradução para inglês, "arch"...

põe "lykos", e surge "wolf"...


Cpts,
Augusto

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171087 | fxcct | 27 oct. 2007 15:30 | In reply to: #171032

Caro Pedro,

Quando não existe na base de dados uma palavra com a grafia exacta que colocamos, não se obtem qualquer resposta. O modo mais consistente de usar esta ferramente é, do lado direito, inserir palavras em Ingles.

Experimente, do lado direito, inserir "orange" (laranja). Curioso, não é?

Melhores Cumprimentos,

Francisco

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171093 | Augustus_o | 27 oct. 2007 17:36 | In reply to: #170907

Caro Francisco,

basta lembrar-nos que no norte de África quando se referem a laranjas, dizem... Portugal...

Curioso idem, não?

Cpts,
Augusto

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171588 | pedro3m | 03 nov. 2007 00:14 | In reply to: #171087

CAro Francisco

o "Moliarte" terá resposta numa tentativa destas.
Não haverá tradutor de françês-grego?

cpts

PM

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171598 | Augustus_o | 03 nov. 2007 02:01 | In reply to: #171588

Caro Pedro,

cá está:

http://babelfish.altavista.com/tr

Cpts,
Augusto

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171726 | fxcct | 04 nov. 2007 18:50 | In reply to: #171588

Caro Pedro,

Com Moliarte não consegui nada. Alerto apenas que poderá ter várias grafias (molyart, muliarte, ...)

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171732 | Mavasc | 04 nov. 2007 20:34 | In reply to: #171726

Caro Francisco

Tente Mulyart, lembro-me de ter visto essa grafia em Ángel de Altolaguirre y Duvale.
É uma tentativa...mas não custa tentar

Melhores cumprimentos

Maria Benedita

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arte de ouro??? pedra filRE: D. Jorge de Lancastre

#171762 | kolon | 05 nov. 2007 00:11 | In reply to: #171726

Caro Francisco,

Houve um autor que deu uma explicação para Muliarte (acho que foi Barreto) que esse seria um nome aqluimico relacionado com a arte de ouro??? pedra filosofal ou algo nesse sentido.
Como Muliarte não era o meu foco não tentei ir mais longe com ele nem acho que existem mais documentos que aqueles dois ou três em Espanha mas pode ser que com sorte se encontre algum em Portugal.
Pois se a Violante (Briolanja) Moniz era irmã mais velha que Filipa teria casado mais cedo e com quase toda a certeza teria casado em Portugal.

Falta uma pesquisa intensiva em Portugal.

Cpts,
Manuel Rosa

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171788 | pedro3m | 05 nov. 2007 14:31 | In reply to: #171726

Caro Francisco

agradeço a tentativa.
Julgo que a pista é de seguir, nem que seja com o hebraico.
O meu nome, por exemplo, vem de PEDRA no grego.
Talvez algo assim conduza a bom porto.

Há uma semana estive em Coimbra e li de rajada na Biblioteca Geral o livro do Salvador Gonçalves Zarco. Algumas coisas impressionaram-me. A facilidade com que o hebraico abria portas. Outras, na minha pobre ignorância nem tabto, nomeadamente o Gonçalves retirado dos .S. da assinatura de Colombo.
O que mais me convençeu foi mesmo o facto de o lugar do esconderijo onde estaria a confissao do Salvador Zarco, realmente existir e estar escrita e chapada em hebraico na capa dos livros do Dom Tivisco. Chega a ser estupidamente claro.
Isso e o facto de o personagem Salvador Zarco ter deixado a sua marca na obra de Duarte PAcheco e de VAlentim Fernandes.

Enfim se encontrar por aqui alguém especialista em hebraico vou pô-lo ao corrente destes casos.

cpts

PM

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171793 | fxcct | 05 nov. 2007 15:06 | In reply to: #171788

Caros Pedro e Manuel Rosa,

Não tinha conhecimento de que Moliarte já tinha sido referido por outro autor como podendo ser um nome inventado. Já tentei o Grego e o Latim e não consegui nada - mas a minha pesquisa não é nem de perto nem de longe exaustiva.

A teoria de Salvador Gonçalves Zarco só conheço superficialmente e não me recordo do autor.

Neste vasto tema já fui obrigado várias vezes a ter que optar por considerar certos factos coincidências, e apresento aqui um caso recente.

Terão lido a mensagem que deixei ao José Maria Ferreira em que especulei que Zarco não era Zarco, mas sim Arco, apoiando-me no facto de Arco se dizer Kamara em Grego.

Acontece que recentemente descobri na TT Online estes dois brasões intrigantes pertencentes à mesma pessoa:
http://ttonline.iantt.pt/dserve.exe?dsqServer=calm6&dsqIni=imagens.ini&dsqApp=Archive&dsqCmd=show.tcl&dsqDb=Images&dsqPos=8&dsqSearch=((text)='Arco')
http://ttonline.iantt.pt/dserve.exe?dsqServer=calm6&dsqIni=Dserve.ini&dsqApp=Archive&dsqDb=Images&dsqSearch=FileName=='TES03\TT-ACR-C-A-1-20_40_c0075.jpg'&dsqCmd=Show.tcl

João Fernandes do Arco!? Só pode ser irmão ou primo do Salvador (pensei eu). Reparem no desenho do Brasão inspirado na mitologia grega!

Pesquisando um pouco mais descobri que as armas foram concedidas por D. João II!

Pesquisando ainda mais descobri que se trata de João Fernandes Andrade, que mudou o nome para Arco por ter sido o povoador do Arco da Calheta (ver, por exemplo, http://www.ceha-madeira.net/elucidario/a/arc6.html)

Concluo que neste caso estou perante uma mera coincidência. Este Arco não terá nenhuma relação com um eventual Salvador Zarco. Não deixo, contudo de ficar intrigado por aparecer Madeira, Arco, D. João II e os gregos tudo no mesmo caso.

Permitindo o tempo, irei tentando o Muliarte, mas por palpite avanço que não encontrarei nada.

Cpts,

Francisco

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171806 | pedro3m | 05 nov. 2007 17:36 | In reply to: #171793

Caro Francisco

macacos me mordam se no livro de Serpa Ferreira, há uma semana, nao li por lá um Arco!

No entanto nao desista do Mouliarte. Tente partir a palavra em dois. Rache o homem ao meio e já está :)

cpts

PM

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171809 | pedro3m | 05 nov. 2007 17:48 | In reply to: #171806

CAro Francisco

MOLE, em química é uma quantidade. (= qqcoisax10^23 se nao me engano).
É a quantidade de moléculas de gás presentes num metro cúbico a zero graus (373 graus Kelvin) e à pressao atmosférica. Acho que é isto.

Arte nao sei o que é em grego.

A junçao das duas dá o nosso Moliarte, MOLE y ARTE :)))))

felizes cumprimentos

PM

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171847 | artur41 | 06 nov. 2007 08:54 | In reply to: #171809

Caro Pedro,


Transcrevo, com a devida vénia, do "iscsp.utl.pt":


«Teknè

Técnica ou arte (em grego).Como assinala o manual de etimologia grega de F.E.Peters, a teknè ou techne é algo que emerge da experiência (empeiria), dos casos individuais e passa da experiência à tekné quando as experiências individuais são generalizadas num conhecimento de causas: o homem experimentado sabe como, mas não porquê. Assim, é um tipo de conhecimento e pode ser ensinado.

Na outra polaridade, temos a camada do saber-fazer (techne, ars), um saber realizável, uma técnica pura, um fazer do saber, aquele comjunto de habilidades que, no plano da polis era qualificado como a deinotes politike.

Aqui, há uma atitude cega perante todos os valores (wertblind), como é timbre das ciências da natureza e da arte política, das ciências empírico-analíticas, marcadas pela racionalidade técnica.

Finalmente,para outros, politica teria como intermediário a expressão ê politikè, que poderemos traduzir por arte política.

Almada Negreiros salienta o facto de politikè reunir polis mais teknè, devendo, portanto,a política ter o sentido de arte da cidade, o que quer dizer literalmente movimento ou criação de movimento na cidade.

A tekné,com efeito,dirige-se mais à produção ,à poietike do que à acção,à pratiké.
A politike, onde já temos uma mistura entre polis e techne, onde techne não corresponde exactamente ao que nós hoje entendemos por técnica como saber fazer, dado que, entre os gregos, techne dirige-se mais à produção, à poietike do que à acção, à pratiké.

Assim, a política como politike, como assinalava Almada Negreiros, tem o sentido de arte da cidade, o que quer dizer literalmente movimento ou criação de movimento na cidade.

Por outras palavras, não corresponde à arte política, à maneira maquiaveliana, à simples técnica que preside à conquista e conservação do poder supremo, a esse modelo instrumental que engloba o actual marketing político do Estado-Espectáculo, exigindo um pouco mais de fundura.

Em Politikos, Platão já distingue a sabedoria da arte política. Se a sabedoria tem a ver com aquela Idade de Ouro em que um deus guiava tudo, eis que a arte política (politike tekne) apenas surgiu quando os homens começaram a ter que tomar conta deles mesmos e passaram a viver o tempo das desordens e da injustiça, quando o pastor, em vez de ser um deus, passou a ser da mesma espécie que o rebanho.

Já em Politikos, distingue a política como conhecimento (episteme politikei) da arte política (techne politike), que qualifica como a realeza ou arte real, a arte dos reis, a arte daqueles que não são tiranos, uma arte que não seria puramente cognitiva como a aritmética, dado destinar-se a comandar seres humanos: a política é a arte de criar os rebanhos, dividindo-se estes, primeiro, em animais com cornos e sem cornos, depois em bípedes e em quadrúpedes. A política é a arte de conduzir bípedes que não possuem cornos nem plumas.»


Melhores cumprimentos,

Artur João

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171848 | pedro3m | 06 nov. 2007 09:21 | In reply to: #171847

Caro Artur

agradeço o seu post.
Quem sabe o Moliarte tem explicaçao por aí.
A palavra "Mole", que ontem aqui deixei, poderá vir do Latim e nao do grego.

cpts

PM

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo (?)

#171945 | AIRMID | 07 nov. 2007 05:01 | In reply to: #170950

Caro José Maria Ferreira

Esclareça-me uma dúvida; D. João II era Lencastre? E D. Diogo, seu primo, não era também Lencastre, ou Alencastre?
E já agora, no original da carta secreta de D. João II, ´não está escrito "A" Xpovam Collon?

Melhores cumprimentos

AIRMID

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171951 | josemariaferreira | 07 nov. 2007 10:55 | In reply to: #171945

Cara AIRMID

O Rei D. João II era Lencastre, tal como o era seu filho D. Jorge de Lencastre, ou o seu neto D. João de Lencastre que recebeu o nome do avô.

D. Diogo, desconheço se ele era também Lencastre, mas a sua irmã D. Leonor era Lencastre.

A D. Diogo, nunca lhe consegui ver a sua assinatura, porque o seu irmão D. Manuel lhe "limpou" todos os documentos. Mas em Espanha ele era referenciado como D. Diego de Portugal, aliás o mesmo nome que irá usar o seu neto D. Diego de Portugal, mas já com Colón.

Espero ter esclarecido a sua dúvida e a de todos os que me ignoram!!!


Cumprimentos

Zé Maria

P.S. Estou a ficar cansado de escrever tão pouco!!!

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171953 | josemariaferreira | 07 nov. 2007 11:19 | In reply to: #171951

Cara AIRMID

Por escrever tão pouco, não lhe deixarei de responder à sua última questão!!!

De facto a carta é endereçada a Xpovam Collon.

Cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171957 | Nuno Oliveira | 07 nov. 2007 11:54 | In reply to: #171951

Caro José Maria Ferreira:
Se em Portugal "limparam" todos os documentos assinados por D. Diogo, duque de Viseu e Beja, e se ele andou pelas "Espanhas", não terá resistido neste país algum seu documento autógrafo?
Lembrei-me disto...
Saudações,
Eduardo Nuno Oliveira

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171968 | AIRMID | 07 nov. 2007 13:27 | In reply to: #171953

Caro José Maria Ferreira

Então se tem acesso ao original, repare no "A".
E se Leonor era Lencastre, será lícito supôr que D. Diogo também fosse.
E na época escrevia-se Lencastre, com L, ou Alencastre com AL?


Poderá dar-me uma resposta curta, ou longa, dependerá claro, do significado do A da carta, e do L do nome.


Cumprimentos

AIRMID

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#171986 | josemariaferreira | 07 nov. 2007 15:22 | In reply to: #171968

Cara AIRMID

O "A" não é mais que um monograma de um "S" com um "8" cujo significado é Salvador do Mundo, como aliás já referi aqui no Fórum.

Não vejo um L, de Lencastre!


Os melhores cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172042 | josemariaferreira | 07 nov. 2007 22:17 | In reply to: #171957

Caro Eduardo Nuno de Oliveira

A política de um e outro lado da fronteira era a mesma no reinado de D. Manuel. Tanto os reis espanhóis como D. Manuel, tudo fizeram para ocultar quem era verdadeiramente Colombo, essa maneira de agir interessava a ambos os lados.
Veja-se alegria como se comemorou o nascimento em Espanha de D. Miguel da Paz, o príncipe herdeiro de Portugal e Espanha. Era a resposta por parte de Portugal e Espanha, unidos numa luta contra Colombo e os seus homens, a protesto da vinda do anticristo, luta essa que caracterizou toda a segunda metade do século XVI, em Espanha.
Assim que Colombo faleceu, o plano dos reis católicos e D. Manuel ficou facilitado, os reis espanhóis impuseram logo a sua política de opressão e repressão na América e D. Manuel intitulou-se mesmo Duque de Viseu.
Portanto parece-me pouco provável que em Espanha se encontre qualquer documento autógrafo de D. Diogo, até porque ele, em Espanha não deixou boas memórias para os Espanhóis!


Cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172064 | AIRMID | 08 nov. 2007 02:17 | In reply to: #171986

Caro José Maria Ferreira

Eu sei o que escreveu no Fórum.
E não foi minha intenção, contestar fosse o que fosse.

Eu não sou nem Historiadora, nem Professora, nem Engenheira.
Não tenho antepassados célebres.
Nem sequer sou Alentejana.
E nunca tive a pretensão de ser mais, que aquilo que na realidade sou.
Apenas uma portuguesa, para quem o passado e o futuro do seu país ainda são importantes.

Só estranhei, que na Carta a Collom, D. João II tenha escrito a letra "A", da forma como o fez.

Aceite as humildes desculpas de uma leiga, que lamenta sinceramente, tê-lo feito perder tempo com as suas dúvidas.


AIRMID

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172065 | josemariaferreira | 08 nov. 2007 09:06 | In reply to: #172064

Cara AIRMID

Você sabe que D. João II praticava uma religião secreta (culto). Tal como os primeiros cristãos que viveram numa sociedade em que a sua religião foi considerada superstição estranha e ilegal, estes serviam-se muitas vezes de simbolismos, também D. João II e os seus homens de culto, era muito natural que assim o fizessem entre eles para evitar suspeições e perseguições que por vezes os poderiam levar até à morte.

Assim, no endereço na carta de D. João II a Colombo são empregues pelo menos três monogramas. Um monograma é um S entrelaçado com 8 que simboliza o Salvador do Mundo, ao mesmo tempo esse S entrelaçado com o 8 também forma um peixe (em grego IXOYC) que simboliza Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.
O outro monograma utilizado é XP (Cristo) iniciais de XPovam que simboliza aquele que leva Cristo.

Nunca se perde tempo quando as "suas" dúvidas as são minhas!!!
E leigos só serão aqueles que pensam que sabem tudo!!!

Os meus melhores cumprimentos

Zé Maria

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172087 | Augustus_o | 08 nov. 2007 13:56 | In reply to: #172065

Caro Zé Maria,

fui procurar estórias e histórias sobre a lenda de são cristóvão, e descobri, sem ter a certeza de que é verdade, que São Cristóvão, teria vivido na Siria, e que o primeiramente se chamava Réprobo.

A palavra era-me familiar.

Lembrei-me que em qq dos casos de CC ser um nobre português, o porquê de ele escolher Cristóvão e não qq outro nome.

Fui pesquisar Reprobo e deu-me isto:

Banido da sociedade; malvado, detestado; infame.

Dom Diogo, ou qq outro nobre português havia estado com estas acusações.

Cpts,
Augusto

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172095 | artur41 | 08 nov. 2007 14:56 | In reply to: #172087

Caro Augusto,


«Lembrei-me que em qq dos casos de CC ser um nobre português, o porquê de ele escolher Cristóvão e não qq outro nome.»

Fui pesquisar Reprobo e deu-me isto:

Banido da sociedade; malvado, detestado; infame.

Dom Diogo, ou qq outro nobre português havia estado com estas acusações.»

Finalmente...após milhares de mensagens chegaram à conclusão que qualquer nobre serve...desde que tenha sido banido!!
Fantástico......

Mas, então...o SALVADOR já não é D. Diogo??


Melhores cumprimentos,

Artur João

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172099 | Augustus_o | 08 nov. 2007 15:14 | In reply to: #172095

Caro Artur,

essa rasteira a mim não serve... Apesar de achar que existe uma forte probabilidade de Dom Diogo ser CC, não aceito q essa seja a única hipótese.

O que eu quis dizer foi, que no quadro da nobreza portuguesa que traiu, ou morreu a tentar trair Dom João II, essa "definição" assenta que nem uma luva...

O "Pedro Nunes" é um exemplo....

=)

Cpts,
Augusto

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172127 | pedro3m | 08 nov. 2007 20:53 | In reply to: #172095

Caro Artur

compreendo a acusação de que "qualquer nobre serve...desde que tenha sido banido."

As coisas sao mesmo assim. Nesta fase das coisas eu vejo como lógico e aceitável
que se busque entre os banidos, ou supostamente banidos, o grande culpado!
Desde o tom da carta de D. Joao II, às traiçoes e fugas para Castela, além da frase do filho (ou LAs Casas) de que o pai tinha saído secretamente de Portugal a que juntamos a data de essa fuga ter acontecido após a morte de D. Diogo, tudo aponta para isso, baseando-nos no pressuposto de um nobre português ser Cristovao COlombo.

MAs eu intervenho aqui por uma razao. É que a descoberta do Augustus vem em consonância com aquilo que li do livro de Ferreira Serpa acerca dos livros de D. Tivisco.
O descodificador militar revelou precisamente isso mesmo à medida que ia descodificando a capa do D. Tivisco. Das frases que lha saiam do Hebraico, ele deparou-se com uma personagem que tinha feito algo de muito grave e que estava profundamente arrependido.
O mais notável para mim foi ter retirado, palavra por palavra, o lugar dentro de um convento lisboeta onde estava escondida a confissao da personagem que veio a ser conhecida por CColombo.
O mais incrível é que Ferreira Serpa conseguiu autorizaçao para ir ao local, fez uma demolição e existia um esconderijo realmente.
POr incrível que pareça a substituição das letras latinas por letras hebraicas expôs nos textos "sacados" o nome do padre a quem SAlvador Zarco se confessou.
O detalhe macabro, é que a família que guardou a tal confissão, veio a possuir uma enorme quantidade de homens Salvador.
A confissao escrita sao os tais documentos que chegaram a estar escondidos na tapeçaria que é referida no MCR.
E se antes de ler a obra de Ferreira Serpa andava bastante suspeitoso de D. Diogo (tendo a noção que ele encaixa que nem uma luva...pois nada sabemos dele), depois de ler a referida obra, comprendi que uma suposta traição de D. Diogo, que poderia ser pessoa muito chegada e amiga de D. Joao II, possa ser a causa do grande arrependimento que Ferreira Serpa detectou.
E porque nao matou D. Diogo? Porque este se terá mostrado tal qual Serpa sentiu: destroçadamente arrependido.
O autor falou inclusivé numa figura, que carregou como um fardo insuportável a culpa que sentia.
Eu confesso, vi nisto D. Diogo.
Mas o mais interessante é que o nome de Salvador Gonçalves Zarco é a parte mais fácil de discordar.
O nome Salvador é tirado a partir de sinónimos. Foi a melhor opçao que o autor viu para a ideia de palavras que lhe estava diante dos olhos.
O Gonçalves para mim é mesmo muito duvidoso e vem a partir dos pontinhos dos .S., creio. Nao me convençeu na altura.
É por isso mesmo, devido ao facto de o nome SGZarco ser para mim algo em aberto da obra de Serpa Ferreira, que creio que D. Diogo encaixa em Colombo, na obra de Serpa.
Mais ainda ontem quando Fernando Aguiar estranhava o negócio de Colombo com os reis católicos.
Impôr conspirativamente a ideia da falsa índia aos reis era contraditório com o negócio chorudo que COlombo estaria a fazer ao ficar com um oitavo de tudo.
Essa contradição deixa de fazer sentido se imaginarmos D. Diogo por detrás de Colombo. Um homem que foi dono de meio Portugal, não propõe ir de graça à Índia. Tem de ficar com uma parte e ser elevado a vice-rei.


deixo estas notas

cpts

PM

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172132 | josemariaferreira | 08 nov. 2007 21:18 | In reply to: #172042

Ressalvo: Em Espanha a luta contra a vinda do anticristo foi na segunda metade do século XIV, e não no séc. XVI como por lapso referi.

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RE: D. Jorge de Lancastre - dormindo com o inimigo

#172133 | josemariaferreira | 08 nov. 2007 21:21 | In reply to: #172132

Ressalvo: Em Espanha a luta contra a vinda do anticristo foi na segunda metade do século XV, e não no séc. XVI como por lapso referi. (assim é que esta certo)

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