Cristãos-novos de Celorico da Beira
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Cristãos-novos de Celorico da Beira
Boa tarde a todos!
Ando às voltas com os meus antepassados judaicos de Celorico da Beira. Já fiz algumas investigações nos registos paroquiais do Arquivo Distrital da Guarda, e logrei recuar cerca de sete gerações. Encontrei nomes como: Maria Mendes, Ana Rodrigues, José Nunes Bispo, Anna Maria do Ribeiro,Manuel Cabral, Manuel Coelho, Francisca Gomes, Jerónimo Cardoso ... tudo nomes que indicam serem de cristãos-novos ...
Gostava de encontrar alguêm que também tivesse investigado naquela zona de Portugal, e que possam ter elementos que confirmem o sangue judaico daquelas famílias, designadamente com elementos seus que tenham passado pelo Tribual do Santo Ofício.
Os meus agradecimentos antecipados, e fico á espera de contributos.
Miguel Marques Ribeiro
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Miguel Marques Ribeiro
Investiguei familiares meus na zona de Cinfães, Castro Daire, que não é assim tão distante de Celorico da Beira . A minha pesquisa incidiu, mais concretamente em Gralheira e Gozende, Pois bem... Não consegui encontrar nada no arquivo distrital, de Viseu, nem na Câmara Eclesiástica de Lamego. Desconfio que a minha família seja descendente de judeus dessa zona, O meu pai assim o afirmava. MAs o que é certo é que ainda ñada encontrei. Saber-me-á dizer algo sobre judeus dessa zona?
Quanto aos nomes de familiares seus que aqui colocou... Porque diz serem esses nomes de X-novos?
Cumprimentos
António Alferes Pereira
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro António Alferes Pereira:
Lamento não poder aditar nada ao que me diz, mas o facto de o seu pai afirmar a existência de sangue judaico na família é mais do que credível, pois tais factos eram sempre muito ocultados ... se algo permaneceu, tem que acreditar ... e, para mais, o apelido Pereira é profundamente sefardita (usado por cristãos novos).
Os nomes que referi são profundamente judaicos, sendo que Celorico da Beira tem imensas famílias de sangue judeu, como os Cardosos, à qual eu também pertenço. Porém falta-me uma confirmação oral - V. Exª já a tem - e, também, outra do Tribunal do Santo Ofício.
Quanto a famílias de Celorico da Beira, sugiro a consulta do livro "Celorico da Beira e o seu Concelho através da história e da tradição", de Manuel Ramos de Oliveira, editado em Maio de 1997. Ali, o Pereira é designado como sendo de X.N. (cristão
novo).
Por outro lado, veja esta lista, in http://ruadajudiaria.com/?p=77:
"A título de referência breve, aqui seguem alguns nomes de família de “cripto-judeus”, prevalentes, mas não de forma exclusiva, nas regiões da Beira-Baixa, Trás-os-Montes e Alentejo*:
Amorim; Azevedo; Alvares; Avelar; Almeida; Barros; Basto; Belmonte; Bravo; Cáceres; Caetano; Campos; Carneiro; Carvalho; Crespo; Cruz; Dias; Duarte; Elias; Estrela; Ferreira; Franco; Gaiola; Gonçalves; Guerreiro; Henriques;Josué; Leão; Lemos; Lobo; Lombroso; Lopes; Lousada; Macias; Machado; Martins; Mascarenhas; Mattos; Meira; Mello e Canto; Mendes da Costa; Miranda; Montesino; Morão; Moreno; Morões; Mota; Moucada; Negro; Nunes; Oliveira; Ozório; Paiva; Pardo; Pilão; Pina; Pinto; Pessoa; Preto; Pizzarro; Ribeiro; Robles; Rodrigues; Rosa; Salvador; Souza; Torres; Vaz; Viana e Vargas.
Nomes de famílias judaicas portuguesas na Diáspora (Holanda, Reino Unido e Américas)**
Abrantes; Aguilar; Andrade; Brandão; Brito; Bueno; Cardoso; Carvalho; Castro; Costa; Coutinho; Dourado; Fonseca; Furtado; Gomes; Gouveia; Granjo; Henriques; Lara; Marques; Melo e Prado; Mesquita; Mendes; Neto; Nunes; Pereira; Pinheiro; Rodrigues; Rosa; Sarmento; Silva; Soares; Teixeira e Teles (entre muitos outros).
Sobrenomes judaicos de origem portuguesa na América Latina***:
Almeida; Avelar; Bravo; Carvajal; Crespo; Duarte; Ferreira; Franco; Gato; Gonçalves; Guerreiro; Léon; Leão; Lopes; Leiria; Lobo; Lousada; Machorro; Martins; Montesino; Moreno; Mota; Macias; Miranda; Oliveira; Osório; Pardo; Pina; Pinto; Pimentel; Pizzarro; Querido; Rei; Ribeiro; Robles; Salvador; Solva; Torres e Viana
*in “Os Marranos em Portugal”, Arnold Diensendruck
** in “Raízes Judaicas no Brasil”, Flávio Mendes de Carvalho
*** in “Os Nomes de Família dos Judeus Creolos”, estudo de Arturo Rab, publicado na revista “Juedische Familien Forschung”, Berlim, 1933
::ADENDA:: Nomes de família citados com maior frequência nos documentos da Inquisição, relativos a “relapsos” condenados pelo “crime de judaísmo”:
Rodrigues_________453 pessoas
Nunes____________229 pessoas
Mendes___________224 pessoas
Lopes____________282 pessoas
Miranda__________190 pessoas
Gomes___________184 pessoas
Henriques_________174 pessoas
Costa____________138 pessoas
Fernandes_________132 pessoas
Pereira___________124 pessoas
Dias_____________124 pessoas
Segue uma listagem (reduzida) de nomes de familias judias e cripto-judias retirada do Dicionário Sefaradi de Sobrenomes:
A
Abreu Abrunhosa Affonseca Affonso Aguiar Ayres Alam Alberto Albuquerque Alfaro Almeida Alonso Alvade Alvarado Alvarenga Álvares/Alvarez Alvelos Alveres Alves Alvim Alvorada Alvres Amado Amaral Andrada Andrade Anta Antonio Antunes Araujo Arrabaca Arroyo Arroja Aspalhão Assumção Athayde Avila Avis Azeda Azeitado Azeredo Azevedo
B
Bacelar Balao Balboa Balieyro Baltiero Bandes Baptista Barata Barbalha Barboza /Barbosa Bareda Barrajas Barreira Baretta Baretto Barros Bastos Bautista Beirao Belinque Belmonte Bello Bentes Bernal Bernardes Bezzera Bicudo Bispo Bivar Boccoro Boned Bonsucesso Borges Borralho Botelho Braganca Brandao Bravo Brites Brito Brum Bueno Bulhao
C
Cabaco Cabral Cabreira Caceres Caetano Calassa Caldas Caldeira Caldeyrao Callado Camacho Camara Camejo Caminha Campo Campos Candeas Capote Carceres Cardozo/Cardoso Carlos Carneiro Carranca Carnide Carreira Carrilho Carrollo Carvalho Casado Casqueiro Casseres Castenheda Castanho Castelo Castelo branco Castelhano Castilho Castro Cazado Cazales Ceya Cespedes Chacla Chacon Chaves Chito Cid Cobilhos Coche Coelho Collaco Contreiras Cordeiro Corgenaga Coronel Correa Cortez Corujo Costa Coutinho Couto Covilha Crasto Cruz Cunha
D
Damas Daniel Datto Delgado Devet Diamante Dias Diniz Dionisio Dique Doria Dorta Dourado Drago Duarte Duraes
E
Eliate Escobar Espadilha Espinhosa Espinoza Esteves Évora
F
Faisca Falcao Faria Farinha Faro Farto Fatexa Febos Feijao Feijo Fernandes Ferrao Ferraz Ferreira Ferro Fialho Fidalgo Figueira Figueiredo Figueiro Figueiroa Flores Fogaca Fonseca Fontes Forro Fraga Fragozo Franca Frances Francisco Franco Freire Freitas Froes/Frois Furtado
G
Gabriel Gago Galante Galego Galeno Gallo Galvao Gama Gamboa Gancoso Ganso Garcia Gasto Gavilao Gil Godinho Godins Goes Gomes Goncalves Gouvea Gracia Gradis Gramacho Guadalupe Guedes Gueybara Gueiros Guerra Guerreiro Gusmao Guterres
H/I
Henriques Homem Idanha Iscol Isidro Jordao Jorge Jubim Juliao
L
Lafaia Lago Laguna Lamy Lara Lassa Leal Leao Ledesma Leitao Leite Lemos Lima Liz Lobo Lopes Loucao Loureiro Lourenco Louzada Lucena Luiz Luna Luzarte
M
Macedo Machado Machuca Madeira Madureira Magalhaes Maia Maioral Maj Maldonado Malheiro Manem Manganes Manhanas Manoel Manzona Marcal Marques Martins Mascarenhas Mattos Matoso Medalha Medeiros Medina Melao Mello Mendanha Mendes Mendonca Menezes Mesquita Mezas Milao Miles Miranda Moeda Mogadouro Mogo Molina Monforte Monguinho Moniz Monsanto Montearroyo Monteiro Montes Montezinhos Moraes Morales Morao Morato Moreas Moreira Moreno Motta Moura Mouzinho Munhoz
N
Nabo Nagera Navarro Negrão Neves Nicolao Nobre Nogueira Noronha Novaes Nunes
O
Oliva Olivares Oliveira Oróbio
P
Pacham/Pachão/Paixao Pacheco Paes Paiva Palancho Palhano Pantoja Pardo Paredes Parra Páscoa Passos Paz Pedrozo Pegado Peinado Penalvo Penha Penso Penteado Peralta Perdigão Pereira Peres Pessoa Pestana Picanço Pilar Pimentel Pina Pineda Pinhão Pinheiro Pinto Pires Pisco Pissarro Piteyra Pizarro Pombeiro Ponte Porto Pouzado Prado Preto Proenca
Q
Quadros Quaresma Queiroz Quental
R
Rabelo Rabocha Raphael Ramalho Ramires Ramos Rangel Raposo Rasquete Rebello Rego Reis Rezende Ribeiro Rios Robles Rocha Rodriguez Roldão Romão Romeiro Rosário Rosa Rosas Rozado Ruivo Ruiz
S
Sa Salvador Samora Sampaio Samuda Sanches Sandoval Santarem Santiago Santos Saraiva Sarilho Saro Sarzedas Seixas Sena Semedo Sequeira Seralvo Serpa Serqueira Serra Serrano Serrao Serveira Silva Silveira Simao Simoes Soares Siqueira Sodenha Sodre Soeyro Sueyro Soeiro Sola Solis Sondo Soutto Souza
T/U
Tagarro Tareu Tavares Taveira Teixeira Telles Thomas Toloza Torres Torrones Tota Tourinho Tovar Trigillos Trigueiros Tridade Uchôa
V/X/Z
Valladolid Vale Valle Valenca Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalao Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga"
Com os meus cumprimentos respeitosos.
Miguel Marques Ribeiro
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Desculpe, mas não concordo quando diz que o apelido Pereira "é sefardita". esse apelido (e a maioria dos outros da sua lista) são apelidos comuns Portugueses, que os judeus adoptaram antes e depois da conversão.
Ter um apelido desses não é prova de origem judia.. aliás , se fosse assim, Todos os nossos antepassados foram judeus pois na sua lista constam todos ou a grande maioria dos apelidos correntes portugueses...
Por outras palavras,e na grande Maioria dos casos, Não é possível deduzir uma origem cristã-nova só a partir do apelido :)
Cmpts
E.Simões
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro confrade
Não sei se terá algo a ver, mas estou a construir a minha árvore e tenho um ascendente : Maria Mendes Bispa, que c.c.Manuel Vieira Nobre, Amieira do Tejo/Nisa, cerca de 1735. Não tenho mais informação.
Cumprimentos
António Godinho
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro E. Simões:
Nada a obstar ao que frisou, pois também referi que há que confirmar a origem sefardita de um nome com alguma tradição oral/cultural da famíla em concreto, para além do confronto com os dados do Tribunal do Santo Ofício;
Por outro lado, é interacionalmente reconhecido, designadamente através de estudos de ADN, que cerca de 20% da população portuguesa tem o cromossoma que a identica como sendo de origem hebraica, tal como há outra percentagem importante (aqui, ignoro) que tem sangue africano recente resultenta da colonização islamica a que fomos sujeitos. Ora 20% da população portuguesa são muitos milhares de pessoas num universa de pouco mais de 10 milhões de habitantes.
Respeitosos cumprimentos.
Miguel Marques Ribeiro
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro confrade:
Curiosamente, para além de um José Nunes Bispo, 4.º avô, também tenho uma Antónia Bispa, 3.ª avó. Seria curioso saber a origem destes apelidos Bispo e Bispa, o que denota uma clara vontade de "cristianizar" ao máximo os nomes, à semelhança com o que inegávelmente se passa na Covilhã (terra de forte herança hebraica), ondem abundam os Cruz ... tal pode ser sintomático de uma tentativa de fuga ao "estigma" que os judeus carregavam ...
Respeitosos e agradecidos cumprimentos.
Miguel Ribeiro
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Miguel Ribeiro
Agradeço a sua - tão completa - resposta. Assim que me for possível, "visitarei" toda a bibliografia que indica.
Mais uma vez, muito obrigado.
Os melhores cumprimentos
António Alferes Pereira
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caros confrades:
Ainda a propósito do que disse relativamente à percentagem de sangue sefardita nos portugueses, aproveito para transcrever este interesante artigo publicado em
http://jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp?a=2008&m=12&d=05&uid=&id=286826&sid=56347
"PUBLICO.PT
PÚBLICO: Edição Impressa Versão para cegos
9 de Dezembro de 2008 - 14h12
Secções PÚBLICO Edição Impressa: Destaque, Opinião, Portugal, Mundo, Temas, Economia, Desporto, Cultura, Local Lisboa, Local Porto, Última Página, SUP. ECONOMIA
Suplementos PÚBLICO: PÚBLICA, ÍPSILON, FUGAS, ECONOMIA,
A nossa grande mestiçagem
Ana Gerschenfeld
Se aprendeu na escola que os judeus e os mouros foram expulsos da Península Ibérica pela Inquisição, desengane-se. A população actual da Península Ibérica, e de Portugal em especial, revela uma enorme mestiçagem com estes dois povos, promovida precisamente... pela intolerância religiosa. Os genes contam a história. Por Ana Gerschenfeld
a Não é raro ouvir um português dizer, falando com algum orgulho das suas hipotéticas mas exóticas raízes, que "tem um avô judeu" - e isso, apesar de não haver, oficialmente, muitos judeus a residir em Portugal desde há uns 500 anos. Mas a acreditar num estudo genético dos homens da Península Ibérica agora publicado, esta afirmação, que até aqui era mais uma boutade do que outra coisa, revela-se muito mais certeira do que se pensava. O estudo sugere que o tetra-tetra-tetra-avô de muitos portugueses terá sido um judeu sefardita - ou um muçulmano do Norte de África - que, para escapar à morte e à deportação, à "limpeza étnica", para usar um termo moderno, promovida pela Inquisição, se terá convertido ao cristianismo, forçado ou por vontade própria. Fundiu-se na população geral e abandonou a sua fé e cultura originais, para depois acabar por esquecê-las.
O estudo, ontem publicado on-line no American Journal of Human Genetics, tem por título O Legado Genético da Diversidade Religiosa e da Intolerância: Linhagens paternas dos cristãos, judeus e muçulmanos na Península Ibérica e abrange a totalidade do que são hoje Espanha, Portugal e as ilhas Baleares. Mostra que a mestiçagem dos povos ibéricos ancestrais com os judeus e com populações do Magrebe deixou marcas detectáveis nos genes das populações ibéricas actuais. E, neste contexto, Portugal surge como o campeão: é por cá, especialmente no Sul do país, que a presença de genes "não-ibéricos" atinge os seus máximos - máximos que se revelam, aliás, inesperadamente elevados.
Em linhas gerais, os judeus chegaram à Península Ibérica no início da era cristã, no tempo do Império Romano, vindos do Médio Oriente, e permaneceram até ao final do século XV: esses judeus são os chamados judeus sefarditas (Sefarad, em hebreu, significa Espanha). Os povos berberes do Norte de África, por seu lado, vieram para a península no século VIII e permaneceram até ao século XV-XVI. Tanto os sefarditas como os magrebinos foram expulsos ou obrigados a converter-se ao cristianismo pela Inquisição, num processo que na realidade demorou séculos e foi marcado por várias ondas de intolerância religiosa.
A equipa internacional de cientistas que fez o estudo - e que inclui investigadores portugueses - analisou a genealogia genética de mais de mil homens da Península Ibérica através da evolução do seu cromossoma Y (o cromossoma do sexo masculino). Como este cromossoma é transmitido, ao longo das gerações, de pai para filho, é muito útil nos estudos deste tipo (embora só nos homens, claro). O ADN do cromossoma vai sofrendo mutações ao longo do tempo e essas mutações constituem "marcadores" que permitem reconstituir as linhagens paternas. Dois tipos de marcadores no cromossoma Y serviram neste estudo. Os primeiros, ditos STR (short tandem repeats), são feitos da repetição de um mesmo pequeno fragmento de ADN. São alterações genéticas que surgem com muita frequência aquando da transmissão do cromossoma Y de pai para filho, e como a taxa dessas mutações, que é relativamente constante, é conhecida, funcionam como um "relógio" molecular. Como uma "escala do tempo", disse ao P2 João Lavinha, responsável pela unidade de investigação do Departamento de Genética do Instituto de Saúde Ricardo Jorge, em Lisboa - e um dos co-autores do estudo: "Permitem saber há quantos anos aqueles Y cá estão." O segundo tipo de marcadores, ditos binários, são mutações muito menos frequentes que consistem quer em alterações pontuais do ADN (numa só "letra" desta imensa molécula), quer em fragmentos que são apagados ou acrescentados. "São detalhes na sequência [neste caso, do cromossoma Y] que, pela sua presença ou ausência, informam sobre a origem geográfica desse Y", acrescenta João Lavinha. "No estudo, utilizámos 28 marcadores binários."
Populações parentais
Os cientistas, liderados por Mark Jobling, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, partiram de três populações ancestrais ou "parentais" de referência: a dos "ibéricos" (constituída pelos cromossomas Y de 116 bascos, considerados como os mais próximos parentes das populações ibéricas mais antigas); a dos magrebinos (os cromossomas Y de 361 homens do Sara Ocidental, Marrocos, Argélia, Tunísia); e a dos judeus sefarditas (174 homens que se autodesignam como tal, entre os quais 16 de Belmonte e o resto da Bulgária, Grécia, Espanha, Turquia e da ilha de Djerba).
Em cada uma destas populações, existe uma combinação predominante de marcadores binários - isto é, de presenças/ausências ou alterações pontuais no ADN -, o que faz com que seja fácil "diagnosticar" a ascendência de um cromossoma Y escolhido ao acaso. "Há quatro tipos de combinações de marcadores binários do cromossoma Y com valor de diagnóstico", confirma João Lavinha. "O resto é ruído." Desses quatro, três são mesmo característicos de apenas uma das três populações consideradas, pois não existem em nenhuma das duas outras. Têm nomes de código que parecem sopas de letras: a dos "ibéricos" chama-se R1b3, a dos magrebinos E3b2 e a dos judeus J2. São estas combinações de marcadores que serviram de base para a comparação com as populações actuais, permitindo determinar a contribuição de cada um dos três "antepassados" aos descendentes de hoje em dia.
Quem foram os "descendentes" utilizados no estudo? Foram 1140 homens da Península Ibérica e das ilhas Baleares - ou melhor, o seu cromossoma Y. Em Portugal, a amostra consistia em 62 cromossomas Y de homens do "Norte" (definido, para o efeito, como a região a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela) e 78 de homens do "Sul", explica João Lavinha. "Considerámos que esse sistema montanhoso é uma barreira geográfica que terá feito com que as respectivas populações se cruzassem menos", frisa. O material genético oriundo de Portugal fora recolhido em inícios dos anos 90 e o critério de selecção para o actual estudo foi que os homens tivessem um avô paterno nascido na mesma região que eles (Norte/Sul). "Isso significa que estas linhagens estão no mesmo sítio desde o ano 1900", faz notar João Lavinha.
A última fase consistiu em calcular as contribuições das três populações parentais ao cromossoma Y dos homens actuais. "Essas proporções são uma medida da mestiçagem", diz ainda o geneticista.
Conclusão: em média, os homens ibéricos actuais tem 20 por cento de ascendência judia sefardita e 11 por cento de ascendência magrebina. E para Portugal, em particular, os números são impressionantes. Os cromossomas Y analisados apresentam, em média, 15 por cento de ascendência norte-africana no Sul e 10 por cento no Norte. "É mais do que se esperaria", reflecte João Lavinha. Mas é em relação aos judeus sefarditas que as proporções são "enormes", salienta: em média, 35 por cento dos homens no Sul têm genes sefarditas e, no Norte, 25 por cento. "Os cristãos-novos são uma realidade", reflecte João Lavinha. "Muita gente não fugiu nem foi expulsa; misturou-se. Nós não temos essa noção, mas eles sobreviveram à intolerância religiosa."
Respeitosos cumprimentos.
Miguel Marques Ribeiro
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Miguel Ribeiro
Também pesquiso uma Família Bispo, até 1811, naturais de Viseu. Encontrei também este apelido em Resende, se estiver interessado poderemos trocar informações.
Respeitosos cumprimentos
Stella
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Miguel Marques Ribeiro,
Quase toda a minha ascendência, tanto paterna como materna, tem origens no concelho de Celorico da Beira. Tem ascendentes na Lageosa do Mondego, Maçal do Chão, Minhocal, Vale de Azares, Fornotelheiro, etc-?
Cordiais saudações,
Augusto
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro António,
Deparei-me, por acaso, com esta sua intervenção e chamou-me a atenção do nome da sua ascendente Maria Mendes Bispa, à qual se referiu como casada com Manuel Viera Nobre, pelo que aproveito para lhe perguntar se possui mais informação àcerca da mesma? A razão desta pergunta prende-se com o facto de também contar, na minha ascendência, com uma avozinha com o mesmo nome, de Amieira do Tejo. Não sei se tal linha é a mesma que nos aparenta, pelo que, e queira desculpar o abuso, pedia-lhe ainda o favor de traçar a sua ascendência até ao casal Manuel João Valente e Maria Pereira de Araújo.
Cumprimentos,
Luís Projecto Calhau
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Processo de Tomás Gomes
Datas 18/9/1645-14/3/1651
DimensãoSuporte 157 fl.; papel
Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 11560
Cristão-novo, acusado de Judaísmo, é natural de Celorico da Beira, tem 24 anos de idade, filho de António Rodrigues, e de Beatriz Mendes, naturais de Celorico, é solteiro, contém inventário de bens, tendo sido sentenciado em Auto de Fé, no dia 10 de Julho de 1650.
Outros Dados: ENCONTRAVA-SE DESLOCADO DESDE 1969 E INCLUÍDO NO MAÇO 61 DA MESMA INQUISIÇÃO DE LISBOA;FOI ENCONTRADO EM 1972-11-13 E COLOCADO NO SEU DEVIDO LUGAR
EntidadeDetentora ANTT
Processo de Maria da Silva
Datas 25/9/1646-30/8/1650
DimensãoSuporte 109 fl.; papel
Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 11563
Cristã-nova, acusada de Judaísmo, é natural e moradora em Celorico da Beira, tem 20 anos de idade, filha de António Rodrigues e de Beatriz Gomes, é casada com Gaspar Henriques, contém inventário de bens, tendo sido sentenciada em Auto de Fé, no dia 10 de Julho de 1650
Processo de Fernão Mendes Guterres
Datas 12/5/1656-2/10/1664
DimensãoSuporte 148 fl.; papel
Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 10488
Acusado de Judaísmo, é homem de negócio, com loja de mármores, natural de Celorico da Beira e morador em Lisboa, tem 32 anos de idade, filho de Álvaro Guterres, cristão-novo, mercador, natural de Trancoso, e de Branca Rodrigues, cristã-nova, natural de Celorico, que os seus avós paternos se chamavam Fernão Mendes Guterres ou Henriques e Maria Guterres, e os maternos, Duarte Rodrigues e Isabel Cardesa, é casado com Maria Soares, contém inventário de bens, foi preso a 16 de Junho de 1662, tendo sido sentenciado em Auto de Fé, realizado no Terreiro do Paço, em Lisboa, no dia 17 de Agosto de 1664, com as penas de ir ao Auto de Fé na forma costumada, onde abjure em forma os seus erros heréticos, tenha cárcere e hábito penitencial perpétuo, tenha penas e penitências espirituais, instrução na Fé e da excomunhão em que incorreu seja absoluto
Ha dezenas desses processos em Celorico da Beira, ou que mostra ser uma terra de muitos Judeus. Podem consultar a lista no site da ttonline. Busquem "Celorico da Beira" como frase.
Luis Ramos
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Prezado Miguel,
aqui no Brasil também existe este "costume" de se dizer que nomes de árvores ( Pereira, Oliveira) ou nome de utensílios (Caldeira, etc..), seriam apelidos de cristãos novos.
Se considerarmos correta a sua premissa de que "Pereira" seria extremamente um apelido judaico estaríamos desta forma menosprezando os judeus, pois o objetivo de mudar de apelido era exatamente o oposto, ou seja, o de se "misturar" com os portugueses.
Conclusão a que cheguei depois de pesquisar por algum tempo meu apelido Caldeira, pensando se tratar de cristão novo? Exatamente o oposto, pois encontrei (graças ao meu primo e nosso colega de forum Rui Pereira) uma habilitação de um Caldeira à Familiar do Santo Ofício, de 1626...
Abraços e boa sorte em sua pesquisa,
Fernando Caldeira.
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Luís
Só agora me foi possível responder-lhe. À 1ª parte da sua pergunta responderei mais tarde. Por agora vamos à minha ascendência até aos pais de MJV:
1 - António Semedo Godinho (eu...Vila Flor/Amieira do Tejo - 06-03-1945))
2,3 -Francisco Godinho c.c.Laura Semedo em A.T. 12.11.1928
4,5 - José Godinho c.c.Júlia da Conceição Godinho em A.T. em 17.08.1898
8,9 - José Godinho c.c.Maria Brígida em A.T. em 04.10.1869
16,17- João Godinho Pereira de Araújo c.c. Madalena Pereira em AT em 16.07.1821
32,33-António Pereira de Araújo c.c.Josefa da Rosa em AT, em 25.08.1790
64,65-António Ferreira Marchão c.c.Ângela Pereira de Araújo em Vila Flor/AT em 13.01.1755
130,131 - Manuel Jorge de Almeida c.c.Isabel Pereira de Araújo em AT, em 23.05.1729
262,263 - Manuel João Valente c.c. Maria Pereira de Araújo em AT, em 14.11.1678
526,527 - António Pereira c.c. Maria de Araújo ???????????
Aqui estarei brevemente
Um abraço
António Godinho
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Luís
Cá estou, cf. prometido, para falarmos da Maria Mendes Bispa.
Já tem a minha ascendência até 9-Maria Brígida, onde entronca o outro ramo:
18,19 - Joaquim Rodrigues Lopes c.c. Brígida Maria em AT - 08.11.1848
38,39 - António Fernandes (Troviscal/Sertã)c.c.Margarida Vieira em AT - 15.11.1815
78,79 - João Mendes c.c.Maria Vieira Nobre em AT - 06.05.1782
158,159 - Manuel Vieira Nobre c.c.Domingas Rodrigues de Sena em AT - 26.10.1757
356,357 - Manuel Vieira Nobre c.c.Maria Mendes Bispa ???????????
Qualquer reparo ou dica, agradeço
Um abraço
António Godinho
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro António,
Grato pelos elementos que, gentilmente, aqui deixou. Não restam dúvidas, apesar do pormenor de Manuel Vieira Nobre constar nos meus apontamentos como Manuel Vieira Mouro, que se tratam das mesmas pessoas.
Descendo do primeiro casamento de Maria Mendes Bispa, que ocorreu na AT, em 23.1.1724, com o licenciado Manuel Dias Denis, de Vinagra - S. Simão - Nisa. O segundo casamento ocorreu em Fevereiro de 1732 (não tenho indicação do dia) com o referido Manuel Vieira (Mouro ou Nobre ?!). Ela era filha de Sebastião Mendes Bispo, n. Amieira do Tejo, e de Teresa Martins, n. Fratel, f. 15.9.1739 - AT, c. 16.9.1699, neta paterna de Domingos Pires (conhecido como o Bispo), n. Avessada - Envendos, c. 28.8.1671-AT, f. 6.9.1701-AT, e de Maria Mendes, n. AT, neta materna de António Vaz, n. AT, e de Isabel Martins, n. AT.
O referido Domingos Pires (Bispo) era, por sua vez, filho de Diogo Pires e de Maria Dias, ambos de AT, que casaram a 5.5.1634-AT.
Será de elementar justiça referir que todos os elementos que referi foram, gentilmente, cedidos pelo ilustre Confrade António Sena.
Um abraço,
Luís Projecto Calhau
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
ué, isto de familiar da inquisição não quer dizer nada pois 2 dois antepassados meus foram familiares da inquisição em 1626 e depois foram destituidos do cargo pois eram descendentes de cristaos novos.
Era exatamente para escapar das maledicencias e perseguições e subirem socialmente que se inscreveram candidataram se para familiares da inquisição,tenho copia de todo o processo e tenho a nitida impressao que eles eram, realmente cristaos novos .
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Isto de para esconderem-se melhor os perseguidos disfarçarem-se de perseguidores lembra-me as histórias que li sobre judeus que para escaparem dos Nazis alistavam-se nas próprias SS, inclusive há aquela da criança judia adoptada como mascote por um poletão SS que sobreviveu. Vive hoje na Austrália.
Joman
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Luís
Muito obrigado pelos elementos que me forneceu, que são um bom complemento na ascendência da nossa avózinha Maria Mendes Bispa.
Estaremos em contacto
Um abraço
António Godinho
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Prezado Sr. Brochado,
creio que "Familiar do Santo Ofício" quer dizer alguma coisa sim. Principalmente pelos idos de 1626. Senão vejamos:
"Mas, seria Clemente VIII (1592-1605), ""já sem rebuço nem segredo, mas a cara descoberta", que proclamaria o Breve de 18 de Outubro de 1600, através do qual ordenava "(...) que a nenhuma pesoa que tivesse sangue de hebreus ou deles descendesse até a sétima geração por via materna ou paterna se pudesse conferir alguma dignidade, canonicato ou prebenda das catedrais ou grandes colegiados, nem Igreja paroquial ou vigaria perpétua com cura de almas" Estavam assim introduzidos os estatutos da "pureza de sangue" em Portugal. ....."
".... O periodo de maior rigor na prova da limpeza de sangue terá sido entre finais do século XVII e boa parte do reinado de D. João V, em que assumiria uma autentica obsessão para muitas famílias.....
..."A familiatura do Santo Ofício garantia uma pureza inquestionável, mas a obtenção do hábito constituía o principal desiderato até ao Decreto Pombalino de 1773".
Op. Cit.: Jorge Martins, Portugal e os Judeus, Volume I, DOCUMENTA HISTÓRICA, pág. 181/182.
Como se nota no trecho acima, a regra geral era que ser Familiar do Santo Ofício não era tão fácil quanto imaginado pelo Senhor. Claro que em toda regra há exceções, e seu caso pode ser uma delas.
De qualquer forma gostaria muito de obter uma cópia das Habilitações que possui, pois seria de grande valia para minha pesquisa,
abraços,
Fernando Caldeira Texeira de Freitas.
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RE: Cristãos-novos
O problema é que desde os Éditos de expulsão dos Judeus (de Espanha e Portugal) até ter começado a haver registos paroquiais de Baptismos, etc. passaram várias décadas.
Passadas duas ou três gerações, algumas mudanças de residência, casamentos mistos e muita frequência de igreja, e a maioria dos cristãos-novos já passavam por cristãos-velhos. Aliás, eu diria mesmo que em 1650 havia muitos descendentes de judeus de 1500 que o desconheciam em absoluto (eu sei lá o que é que o meu trisavô fazia!).
Quanto a esse disparate dos nomes Pereira, Oliveira, etc. serem de judeus, é melhor esclarecer de uma vez que NÃO, não são. São portugueses.
Aliás, conforme dito em cima, nos registos da Inquisição os nomes que aparecem com mais frequência entre os acusados de judaísmo são precisamente os nomes mais vulgares entre o povo: os patronímicos (Nunes, Gonçalves, Fernandes, ...).
Por último: não basta a tradição oral para se saber o que a nossa família era há 500 anos!
Na emigração, todos são descendentes de nobres pobres e de princípes raptados...
Na minha família dizia-se que o CASTRO da minha mãe vinha da formosa Inês. É óbvio que não podia ser porque ela não deixou descêndencia com esse nome. Mas pesquisei e descobri que vinha do PAI da Inês!
Para termos quase-certezas é preciso descobrir documentação crível e coeva.
Eu descobri um registo paroquial que fazia de uma minha 34.ª avó cristã-nova.
E sou capaz de apostar que TODOS os portugueses também têm, algures, um antepassado judeu (eles já eram «um problema» aqui na Península no tempo dos Visigodos!).
Luís K. W.
Lisboa-Portugal
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RE: Cristãos-novos
Prezado Luiz K.W.,
realmente voce tem razão em alguns pontos, senão vejamos:
- O Édito de expulsão dos Judeus de Portugal é de dezembro de 1496 e o primeiro registro paroquial da região que pesquiso (Arganil - Coimbra) é do ano de 1605 (misto). O Édito do batismo forçado é de 21 de abril de 1497. Portanto, neste caso concreto, realmente transcorreram exatamente 109 anos entre o Édito de expulsão e o primeiro registro paroquial.
Tenho curiosidade em saber como era feito o trabaho de pesquisa de "limpeza de sangue" para se tornar Familiar do Santo Ofício. Não havia nenhum documento? Registro nenhum? Simplesmente procuravam as pesoas e perguntavam nome , sobrenome?
Uma pergunta: no meu caso, o meu 12º avô, que não tem registro paroquial, nasceu por volta de 1500. Consegui chegar até esta data por meio de uma habilitação ao Santo Ofício.
Você diz que sua 34ª avó tinha registro paroquial. Em que ano ela nasceu? E como ficou provado através deste registro que ela era cristã nova?
Abraços
Fernando Caldeira Teixeira de Freitas.
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RE: Cristãos-novos
Caro Fernando Caldeira
Tenho o caso de um «avô», António de Melo e Lima, nascido em 1660 em Viana, licenciado em Coimbra em 11/Jul/1687, com carta de brazão de armas de 8/Jul/1687, e que deu início à Diligência de Habilitação a Familiar do Santo Ofício 18/Julho/1687.
(Ainda um dia hei-de perceber a razão desta coincidência de datas, mas creio que tem a ver com o facto de o pai dele, Gonçalo de Melo e Lima, um rico comerciante, uma forte ascensão social para os filhos)
Segundo pude ler nos vários documentos do processo de Habilitação, foram enviadas cartas a Familiares residentes nas terras de onde vinham os antepassados deste António de Melo e Lima.
Um «comissário» chamado Francisco Pereira de Castro informou o inquiridor que um bisavô paterno deste António tinha fama de ser cristão novo.
O texto que ele escreveu diz, nomeadamente, o seguinte:
«Ao mesmo tempo em que eu estava a ir fazer esta dilig.ª se me offerecerão no effeito della algu~as objecoins de que me pareceo dar primeiro conta a VIª, pª q à vista dellas me desponha VIª o que for servido, considerada a má fé SegªS.
Deste pretendente António de Mello & Lima diz a publica vox e fama q tem parte de christão novo pella ascendencia de seu pay, esta fama de tempos antiquissimos foi sempre continuada, tractada, constantemte praticada não só entre os homens e vizinhos, e velhos do segundo foro, q sabem falar verdade, mas tambem entre os de maior auto prudencia, juizo e fazendo a este Respº exactissimo exame sobre a origem desta fama, achey por noticia q precedia esta familia de hum Joanne da Barca, & Julª Per., dos quais alguns descendentes foram confundidos em judaismos pelo Sctº Offº, o q tendo por certo he Som.te q passando esta fama pelo descurso de mtos annos não esqueces as o tempo, nem este a pode escurecer aos homens»
Como vê, eles iam procurar os mais velhos lá da terra, e perguntavam-lhes o que sabiam do bisavô do candidato. Baseavam-se na Vox Populi. Nada de documentos.
Quanto à minha «avó» cristã-nova, era 14.ª avó (peço desculpa pelo lapso), Algarvia, e essa condição está escarrapachada no processo de inquisição de seus filhos (em 1587, 1588, etc.).
Cumprimentos
Luís K W
Lisboa-Portugal
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Miguel,
De que época eram esses seus ascendentes de Celorico?
Cpts
Sara P.Soares
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Cara Sara Soares,
Os meus ascendentes, em causa, são dos séculos XX, XIX, mas posso facultar-lhe as datas concretas (mesmo os costados respewctivos) ...
Não me diga que tem novidades para me dar .... com efeito, embora suspeite de passado judaico das pessoas em causa, não logrei identificar qualquer tradição oral: sabe algo neste domínio?
Será um prazer continuar a manter contacto consigo.
Com os meus cumprimentos.
Miguel Ribeiro
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
A familia que tenho estudado em Celorico, e que sei ser de cristãos novos é essencialmente a familia Bernal, que no principio do século XVII vem de Espanha para Celorico/Almeida/Trancoso e nos finais do mesmo século se encontra dispersa pelo Brasil/Amsterdão/Londres.
O nome que principalmente me interessa é Bernal, mas mistura-se com muitos outros, nomeadamente, Rodrigues/ Fonseca/ Gomes/ Henriques/ Miranda/ Ávila/ Nunes e Fernandes.
cumprimentos
Sara Pinto Soares
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Cara Sara Pinto Soares,
Com efeito, como verificou atrás, os apelidos Gomes, Mendes, Rodrigues, Nunes, Fonseca e Gomes, são comuns aos meus antepassados da zona de Celorico da Beira, sendo que são identificados - sem dúvida - como pertencentes a famílias locais de proveniência judaica.
Ainda hoje, como saberá, os apelidos mais comuns - entre os actuais judeus da oficial comunidade de Belmonte (localidade relativamente próxima de Celorico) - são os Mendes, Rodrigues e Henriques ... O próprio presidente da comunidade judaica de belmonte tem como apelido "Mendes".
Por outro lado, veja-se este trecho retirado de um estudo de Antonieta Garcia: "Na verdade, sabemos que encontrámos dezenas de processos no A.N.T.T. e que nos séculos XVI, XVII e XVIII, naturais e residentes do concelho de Belmonte conheceram os cárceres da Inquisição. O último processo que recolhemos é de ``Gracia Nunes, Gracia de Matos, cristã-nova, casada com Diogo Mendes Loução, lavrador, natural de Maçal do Chão, termo da vila de Celorico, e moradora na de Belmonte, Bispado da Guarda''; é condenada a ``cárcere e hábito a arbítrio''10. O processo tem a data de 1750."
Assim, seria muito útil cruzarmos informação, pois apenas resta confrontar - os dados que estamos a obter -, com os processos do Santo Ofício, junto do Arquivo Nacional do Torre do Tombo ...
Aguardo, com entusiamo, mais contributos seus, bem como de outros confrades. Por mim, vou continuar as minhas investigações ...
Respeitosos cumprimentos.
Miguel Marques Ribeiro
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caro Miguel,
Os dados que tenho desta familia são todos retirados dos seus processos do santo oficio, em que toda afamilia esteve envolvida.
Que eu saiba não deixaram geração depois de 1775 em Celorico, pois como lhe disse antes, dispersaram-se a maior parte para o Brasil, e outros para Amsterdão e depois Londres.
Terá que andar um pouco mais para trás nas suas pesquisas para que o possa ajudar.
Fique com o meu email, e terei todo o prazer em ajudá-lo no que precisar.
sarasoaresarrobamacpontocom
cpts
Sara P. Soares
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Cara Colega,
A minha antepassada Maria Francisca natural de de Forno Telheiro, Celorico da Beira casou com Jose da Fonseca, da Aldeia Velha, Trancoso. Infelizmente, nao sei o nome dos pais dela. Havera alguma ligacao com as familias que esta a estudar?
Obrigado.
Cumprimentos,
Luis Ramos
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Tal como o Senhor e o Sr. Marques Ribeiro, desde há muito que tento encontrar as raízes sefardicas dos meus antepassados. Consegui elaborar a minha árvore genealógica, que, no que respeita ao lado paterno foi conseguido até onde possível. O documento mais remoto data de 1580, e as origens são nos distritos de Aveiro, Coimbra e Viseu.
Ainda que não tenha conseguido chegar a qualquer conclusão, consegui determinados dados que me aparentam estabelecer uma ligação. Há porém imensos documentos perdidos (incêndios nos locais onde deveriam existir registos ou outros) o que obsta a melhores resultados. Devo dizer que os serviços de qualquer dos Arquivos Distritais onde as pesquisas foram feitas, foram excelente. Todavia, em relação ao meu lado materno, originário do Sul (Algarve e tanto quanto sei Alentejo) não tive a mesma sorte. A pesquisa foi inicialmente feita no Arquivo Distrital de Faro, e, a partir de determinada altura, na Torre do Tombo. Porém os serviços deste organismo não funcionam tão eficazmente, e após três tentativas em anos diferentes, fui obrigado a desistir.
Faço votos que os meus amigos consigam ser mais felizes.
Quando ao estabelecimento dessa origem, existem outros dois óbices. A determinada altura da nossa história, deixaram de haver sinagogas onde seriam guardados muitos documentos. Daí que, muitas pessoas optaram por não se baptisar, não constam em quaisquer registos.
Por outro lado, desconhece-se se houveram pessoas que acabaram os seus dias às mãos da Inquisição.
Há assim muitas "pontas soltas", No entanto, e na medida do possível, continuo a tentar.
Votos de Boa Sorte.
Vitor H. Vieira Santos
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
Meu caro Fernando, somente hoje dois anos e tanto depois, consegui ler a sua mensagem, desculpe-me pelo atraso, mas não foi por má vontade quenão respondi ao seu apelo, foi por ignorância do modus operandi deste site forum.
Não sei se ainda está interessado sobre este assunto após tanto tempo.
Mas o que posso dizer é que realmente tenho uma cópia em CD de todo o processo de Habilitação dos Irmãos Brochado ( Gonçalo Brochado e Antonio Brochado Soares) .
Mediante o pagamento de uma modica quantia o arquivo da Torre do Tombo em Lisboa envia o referido CD .
Uma centena de páginas digitalizadas algumas de muito dificil leitura outras com buracos etc, como lamentavelmente se encontram tantos outros preciosos documentos portugueses. Ainda bem que ai em Portugal não tem cupins que amam roer papeis até virarem pó.
Algumas páginas do processo eu consegui transcrevê-las e estão na Internet, em um site da Geocities que foi desativado.
Por sorte, foi roubado,sequestrado sei lá o nome do ato para um tal de Reocities, trocaram o G pelo R .
Enfim, pode ainda ser acessado !!!
Sim, o amigo, está certo era um tribunal muito rígido para não admitir em seus quadros qualquer cristão novo , a mínima dúvida , eram vetados.
Mas existia a falsificação de documentos, o perjúrio de testemunhas compradas a peso de ouro ou coagidas a prestarem falso testemunho , a ajuda de parentes em cargos elevados a ousadia de se promoverem acima de seus perseguidores na aldeia de Vila Cova da Lixa
.
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RE: Cristãos-novos de Celorico da Beira
no link abaixo existe um trecho sobre os Balazares da Lixa e como Felgueiras Gayo defende que esses não eram judeus, pois como prova disto tinham ate Familiares e padres na família !
http://purl.pt/12151/1/hg-40104-v/hg-40104-v_item3/P183.html
é bastante plausível exageros na denuncia para melhor acolhida entre os Inquisidores
não quer dizer nada disse eu no sentido de que o fato de existirem clérigos ou Familiares do Santo Ofício devidademente comprovados por limpeza de sangue ( não existia o exame de DNA) é óbvio que não era suficiente ,cabalmente o processo de testemunhas, juramentos e registros de batismos
Tinham padres tinham familiares da Inquisição e eram descendentes de judeus por parte de Maria Soares, como pode se aperceber claramente no processo.
veja no link a Denuncia anônima
http://sites.google.com/site/familiabrochado/home
http://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxmYW1pbGlhYnJvY2hhZG98Z3g6M2Q3OTcyZWMwMWU4MjIxOQ
o site está ainda em processo de restauração.mas consegui copiar uma trasncrição do documento.
não sei como mandar imagens do original pelo geneal.net, mas poderia mandar algumas pelo e-mail,eu acho que não seria impossível.
Ao Muito Ilustre Senhor Inquisidor - mor da Corte e Cidade de Lisboa
Eu Manoel Pinheiro da Fonseca, vigário nesta freguesia do Salvador de Moure, concelho de Felgueiras , comarca de Guimarães, Arcebispado de Braga, cita entre a Vila de Guimarães e a Vila de Amarante, faço saber a V.Ilmª Senhoria que nesta, minha freguesia mora um Antonio Brochado Soares , morador no lugar de Cramarinhos, desta freguesia; o qual é Familiar do Santo Oficio, e seu irmão Gonçalo Brochado, os quais lhe houve o dito privilégio, um seu primo Antonio Teixeira que naquele tempo era, Capelão do Bispo, que faleceu último no Algarve, que então era Reitor da Universidade de Coimbra , sendo os ditos Antonio Brochado Soares e seu irmão Gonçalo Brochado cristãos novos e serem tais tidos e havidos, e é a mais pública coisa e notória que há por estas partes.
Fizeram-lhe as procurações na maneira seguinte, ou com ordem do dito Antonio Teixeira ou como fosse vieram as procurações cometidas ao Abade Francisco Leal, abade que foi de São Martinho do Campo, abade Del rei, cita junto ao rio da Vizela; e que servia de comissário, e o qual abade, tinha casado uma sobrinha sua, esta com Pedro da Cunha, o qual Pedro da Cunha era primo dos ditos Antonio Brochado Soares, e seu irmão acima pelo qual o dito abade mandou recado aos ditos, o dia em que tiravam a informação?? de que eles tivessem estes buscados a seu modo e que tudo ?? os mesmos as buscaram uns homenzinhos pobres e a seu modo disseram tudo a que a eles lhes ensinaram, os quais por morarem longe do lugar donde eles procederam, não tinham razão, não podiam saber da geração dos
suspeitos coisa alguma, os tais que sabem deste engano, são , o dito Pedro da Cunha e seu irmão Francisco da Cunha, morador em Sendim, concelho de Felgueiras, Matias de Lemos Ribeiro, sua mulher e por seu filho o padre Manoel de Lemos primos dos ditos , Antonio Ribeiro e sua mulher, todos desta freguesia de Moure, Francisco deLemoslagarto, de Sendim, primo deles, Jorge Ribeiro e Jerônimo Ribeiro de Margaride tio deles, Francisco Vaz de Teixeira, cunhado de Antonio Brochado, os ditos são netos de Manoel Fernadez Sombrereiro, o qual nasceu no lugar de Balazar, Freguesia de Borba de Gondim, Concelho de Basto, e foi casar a Vila de Amarante, nas casas que estão sobre o chafariz, da dita Vila, com uma Maria Pirez, este Manoel Fernandez, avô dos ditos familiares acima, era filho de um Cristão Novo, inteiro, que veio fugido de Castela, no tempo que El Rei botou fora os judeus de Castela, e os descendentes todos logo e ainda agora ficaram tidos e havidos pro cristãos novos e os acima ditos são bisnetos dos cristãos novos, como dirão melhor as testemunhas abaixo nomeadas, e isto é público notoriamente nestas partes, e dizem conheceram ao Cristão Novo ainda, o Freitas o velho da Lixa, Teixeira o velho do mesmo lugar, um Gonçalo Fernandez ou Jerônimo Fernandez dali mesmo a mãe dos conteúdos foi casar a Vila Cova com um Antonio Brochado deste concelho, e este Antonio Brochado Soares filho deles, veio casar a esta freguesia de Moure. O reitor Antonio Rodrigues cura da Freguesia do lugar de Balazar, aonde morou o dito Cristão Novo, poderá nomear tal antigos, e se suspeita
declararão quem falo, e o reitor de Vila Cova e o cura de Amarante e as testemunhas acima parentes por outra linhagem dos conteúdos, o abade da Pedreira Pedro Coelho de Crasto.
Os mesmos com os ditos privilégios de Familiares tem feito notáveis crimes e mortes, e mataram um homem casado com uma sua prima de dia e de espingarda, e uma mulher na Pedreira, para dela herdarem uma fazenda, como a herdaram e a infinitos ferimentos de que eles
( ilegível).
Os mesmos são os maiores juradores ou fazem os mais atrocíssimos juramentos e mais contínuos que pode haver em cristão nascido de modo que por serem de tal geração, há ma suspeita deles da Santa Fé as testemunhas dirão a qualidade dos juramentos e deram tiro ? , trazem acostados a Cristo e a Virgem Nossa Senhora e seus Santos e causam notável escândalo por serem tidos de tal geração, falo estas por muitas coisas que vejo fazerem malfeitos com o poder do dito cargo, como pastor de minhas ovelhas , que hei dó delas , será muito serviço deste? Mandar Vossa Ilustríssima Senhoria ou mandar aos senhores Inquisidores da cidade de Coimbra tomar informação do conteúdo nesta, e com a dita informação, mandar quem?? Seja justiça a serviço de Deus Nosso Senhor , para evitar causar malfeitos e se fazer como puder dos ditos privilégios, feita aos 27 de novembro de 1627 , o vigário de Moure.
Capelão de Vossa Ilmª Senhoria
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Cristãos-novos de Celorico da Beira
A Câmara Municipal de Celorico da Beira editou uma publicação dedicada ao tema dos cristãos novos do concelho. Os apelidos que refere podem ser, ou não, de famílias com essa origem, pois são em geral apelidos cristãos adoptados pelos judeus aquando da conversão forçada. Numa palavra: que judeus tenham adoptado o apelido "Pereira" não quer dizer que Nun'Álvares Pereira, O Condestável, tivesse ascendência judaica.
Cumprimentos
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Cristãos-novos de Celorico da Beira
Caros confrades,
Meu ancestral Francisco Gonçalves, filho de Manuel Gonçalves e de Ana João, neto paterno de Marcos Gonçalves e de Catarina Mendes, neto materno de Manuel Francisco e de Catarina João, nasceu em Celorico da Beira, Baraçal, 15.11.1718.
(TIF 53 / Fólio 53 - https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4802696 )
Este Francisco Gonçalves casou com Maria Francisca, filha de Domingos Fernandes e de Maria Francisca, neta paterna de Domingos Fernandes e de Maria Vicente, neta materna de João Pires e de Maria Francisca, em Trancoso, Torres, 01.02.1738.
(TIF 96 / Fólio 107v - https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4831777 )
Sabem dizer se estamos diante de cristãos-novos?
Cordiais cumprimentos,
Filipe
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