Família Sudre, de onde descendem?

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Família Sudre, de onde descendem?

#260636 | JL.SUDRE | 18 août 2010 05:20

Olá, alguem poderia me informar de ondem descendem a famíla Sudre?

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#260644 | IsabelFont | 18 août 2010 14:17 | In reply to: #260636

Será SUDRE ou Sodré?
Mª Isabel

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#260647 | JL.SUDRE | 18 août 2010 15:14 | In reply to: #260644

Isabel,

Estive em Portugal alguns anos atrás e pude constatar que a família Sodré teve passagem por Portugal, o nome Sodré esta estampado em Avenidas, Prédios, Museus, Estações de trens e também em um Caís, contudo, a família Sodré teve uma passada por Portugal, sua origem na verdade é Espanhola.

Já a Famíila SUDRE, não se sabe ao certo, sei que os dois nomes se cruzam em alguma época em Casa Blanca, Marrocos, e que as duas famílias brigaram por posses no tempo do Império, contudo, não tem relatos em cartório ou em qualquer outro lugar. Alguns dizem em Portugal que os dois nomes são na verdade um só e que por causa de um casamento entre primos o nome sofreu mutação...

Bom, na verdade isso são relatos que ouvi em Portugal, mas não tem nada registrado e sabendo que a família Sodré esteve em Portugal mas não se originou lá, gostaria também de saber sobre a família Sudre.

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312889 | Sérgio Sodré | 31 août 2012 19:55 | In reply to: #260647

Sodré é uma família portuguesa cujo apelido surgiu algures no século XIV derivada de uma alcunha hoje misteriosa, conforme se lê no testamento de Duarte Sodré, alcaide-mor de Tomar, escrito a 29 de Fevereiro de 1496. Em 1415, o cavaleiro João Sodré esteve na conquista de Ceuta e em 1414 existia um escudeiro de nome Fernão Sodré em Lisboa.

Assim, que provas há de Sodrés no resto da peninsula ibérica antes destas datas?
Sudre não é nada, é um erro devido ao facto de que Sodré se lê como se o O fosse um U.

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312899 | HRC1947 | 01 sept. 2012 00:05 | In reply to: #312889

Caro Sodré;
Para juntar ao que já existe, segue esta explicação.
" Sodré era o apelido de uma família do século XV com atividade associada ao comércio marítimo na zona. Com o tempo, toda a zona ficou conhecida como "Cais do Sodré," incluindo a praça que se vê diretamente em frente ao cais. Essa é a Praça Duque de Terceira dedicada ao duque cuja estátua de bronze se encontra ao centro.
O cais é hoje um terminal fluvial dos barcos que ligam Lisboa à outra margem do Tejo, Cacilhas em Almada. É também uma estação de comboios e metro, assim como uma paragem obrigatória para muitos dos autocarros que servem a baixa da cidade.
Do lado ocidental da praça vê-se a grande cúpula do Mercado da Ribeira, e ao lado deste as palmeiras e arvoredo da Praça de Dom Luís. Nesta praça encontra-se um monumento do século XIX, uma estátua do Marquês Sá da Bandeira.
A Rua Nova do Carvalho por trás do mercado já foi conhecida como a principal zona de prostituição de Lisboa, preenchida por bares com nomes de capitais do norte da Europa para atrair os seus marinheiros que desembarcavam no cais. Hoje é uma rua que aparenta estar abandonada durante o dia, mas que torna-se numa das mais concorridas de madrugada com alguns dos bares mais na moda.
Os meus cumprimentos
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312909 | Sérgio Sodré | 01 sept. 2012 13:31 | In reply to: #312899

Caro HRC

" Sodré era o apelido de uma família do século XV com atividade associada ao comércio marítimo na zona. Com o tempo, toda a zona ficou conhecida como "Cais do Sodré,"

Esta explicação é falsa (no sentido de indocumentada). Nada liga o apelido Sodré a atividades de comércio na zona do atual Cais do Sodré antes do início do séc XVIII. Só então, o Senhor de Águas Belas, Duarte Sodré Pereira, desenvolve aí forte comércio marítimo. Ora isso já nada releva para o estudo das origens deste apelido, que estão algures no séc. XIV. Já o Cais do Sodré resulta da reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755, não existia antes, e o nome resulta do seu financiamento por esta família.

Qual é o documento, do séc. XV, que liga os Sodrés a atividades comerciais na zona do atual Cais do Sodré? Desconheço em absoluto... Desse século, apenas conheço que um Sodré, de nome Fernão Sodré, foi escrivão da alfândega de Lisboa no reinado de D. Duarte. Portanto era um funcionário régio e não um comerciante, era um só indivíduo e não uma família... Além disso, documento de 1414 prova que era um escudeiro.

Neste contexto, o colega tem acesso a mais informação?

melhores cumprimentos
Sérgio Sodré

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312911 | HRC1947 | 01 sept. 2012 15:14 | In reply to: #312909

Caro Sérgio Sodré;
Por me encontrar de férias, neste momento não tenho acesso à informação de onde
obtive os dados em referência.
Entretanto, quero deixar duas passagens da sua mensagem, e convido-o a reflectir
sobre o tema.
" Sodré era o apelido de uma família do século XV com atividade associada ao comércio marítimo na zona."
"Desse século, apenas conheço que um Sodré, de nome Fernão Sodré, foi escrivão da alfândega de Lisboa no reinado de D. Duarte. Portanto era um funcionário régio e não um comerciante, era um só indivíduo e não uma família... Além disso, documento de 1414 prova que era um escudeiro."
[Sobre o escrivão da alfândega]. Aí está um precioso dado, e aproveito para lhe perguntar se " um Escrivão "
das Alfândegas, não poderia estar associado a terceiros etc....[ o homem até sabia " manejar os cordelinhos ".
O nosso rectângulo à beira-mar plantado sempre teve gente que soube da " poda "!!
http://archiver.rootsweb.ancestry.com/th/read/PORTUGAL/2002-07/1027588985
Espero a sua preciosa colaboração para podermos ficar devidamente elucidados.
Os meus melhores cumprimentos
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312928 | Matilde Souto Pires | 01 sept. 2012 18:38 | In reply to: #312911

Senhor HRC
O Cais do Sodré está ligado aos Sodrés Pereira que aí tinlham armazens
O nome Sodré algumas vezes aparece Sudré ,a mesma pessoa ou os seus filhos, conforme o paroco que escrevia os assentos paroquiais
Houve alguns Sodrés referenciados em Tagilde e Guimarães,já em 1577 houve um Adão Sodré que casou com isabel Gonçalves em 1577,ele filho de Antão Sodré,o que prova que já aí havia Sodrés no principio de 1500.
O Senhor Sergio Sodré de Castro tem um estudo muito bem documentado sobre os Sodrés.Vale a pena lè-lo aqui na Net
Só tenho algumas dúvidas sobre o apelido Sodré ser alcunha .Alcunha de quê?Mas não me sinto com capacidade para ripostar.No entanto reparei que nos assentos paroquiais utilizavam alcunha e apelido invariavelmento .Assim como ,por exemplo uma Senhora que casou em 1750 ,nos registos de baptismos dos 4 primeiros filhos foi sempre nomeada como mulher legitima, no 5º filho foi companheira ,e nos 7 filhos que se seguiram voltou a ser legitima

Matilde Souto Pires

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312931 | HRC1947 | 01 sept. 2012 19:17 | In reply to: #312928

Cara Matilde Pires;

É sempre bom receber estas notícias.
Vamos continuar no sentido de se esclarecer o assunto.
Entretanto para que se comece a desenvolver o tema, aqui deixo
dois endereços electrónicos, que vão ajudar à
respectiva análise, que é o nosso propósito.
http://www.publico.pt/Local/renasceu-a-lisboa-antes-do-terramoto-1468037
http://www.cp.pt/cp/detailCulture.do?itemId=393432
Os meus cumprimentos
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312935 | HRC1947 | 01 sept. 2012 20:17 | In reply to: #312931

Confreira Matilde Pires;
Para concluir.
http://sodre.blogs.sapo.pt/
Cumprimentos
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312936 | HRC1947 | 01 sept. 2012 20:51 | In reply to: #312931

Confreira Matilde Pires;
Por esquecimento não tinha seguido.
Cumprimentos
HRC
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""
Na época em que Fernão seria ainda um jovem escudeiro, Gomes Eanes de Zurara (1410-74), Cronista-mor de Portugal e Guarda-mor da Torre do Tombo, na Crónica do Conde D. Pedro de Meneses, no capítulo LX, intitulado “Como alguns Fidalgos de Ceuta, contra a vontade do Conde, foram ao Vale de Negrão”, refere um João Sodré num contexto em que ele integra uma força montada em vias de encetar uma correria espontânea em terras mouras, à qual um escudeiro do Conde, de apelido Vaz, dirige a palavra dizendo “se vós que sois os principais Fidalgos, que aqui estais, quiserdes fazer começo na desobediência…”. Ou seja, tudo aponta para que fosse um homem de armas, talvez mesmo alguém já armado cavaleiro, até porque o capítulo em apreço nomeia os que apenas eram escudeiros. Destarte, é de pressupor que João e os demais fossem cavaleiros a quem o escudeiro Vaz (ou melhor, o próprio autor Zurara) chama “principais fidalgos”…
Posto que o cerco mouro de 1418-19 apenas se inicia no capítulo LXII, a incursão teve lugar entre 1415 e 1418, e a presença de João Sodré em Ceuta nesse período indicia que terá participado na conquista da praça, a 22 de Agosto de 1415, e terá passado a fazer parte da guarnição. Não se conhecendo documentação que mencione um Sodré em data anterior, excepto Fernão Sodré, escudeiro em 1414, não há razão para aventar que os primeiros Sodrés fossem outra coisa que não combatentes ou homens de armas. Décadas depois, em tempos de paz, aparecem, então sim, em cargos associados a oficiais régios e aquele Fernão Sodré será escrivão da alfândega de Lisboa e, mais tarde, o seu filho João ascenderá a almoxarife do armazém igualmente de Lisboa.
Por uma qualquer razão, alguns autores focaram as ligações burocráticas tardias à alfândega de Lisboa e praticamente olvidaram o mais antigo reporte militar a Ceuta, quando procuraram as origens sociais dos primeiros Sodré. E, nessa demanda, é de aceitar que, pelo menos, se deve recuar uma geração para trás de João Sodré. Aí talvez esteja o primeiro a usar o apelido (especialmente se fosse uma alcunha) e, na verdade, desconhece-se se o encontraríamos num funcionário civil, num combatente profissional, ou noutra função. Apenas se pode especular.
O que é assaz provável é que o cavaleiro João Sodré de Ceuta fosse mais velho do que o escudeiro Fernão Sodré, até porque este era vivo e activo em 1447, embora João também devesse ser jovem e algo indisciplinado como se deduz da crónica que o mostra envolvido em cavalgadas aventureiras não autorizadas pelo Governador D. Pedro de Meneses. Assim, temos por bom que este João é o mais velho Sodré documentado, e não será por acaso que João é o nome próprio mais comum nesta família nos tempos mais recuados. Porventura, indiciando que um João Sodré (talvez pai dos anteriores) foi o progenitor da família…
Tentar reconstruir todas as ligações familiares entre os primeiros Sodrés com base na informação credível até ao presente descoberta apenas gera erros em tudo similares aos incorridos pelas antigas genealogias .""
---
Fonte: http://sodre.blogs.sapo.pt/
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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312938 | HRC1947 | 01 sept. 2012 21:26 | In reply to: #312936

http://pagfam.geneall.net/3882/pessoas.php?id=1080440

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312941 | Sérgio Sodré | 01 sept. 2012 22:04 | In reply to: #312911

Caro HRC

Num dos textos que o colega cita está escrito "Na época dos Descobrimentos, a Ribeira das Naus, hoje Cais do Sodré", ... O que se passa é que o facto de ter havido um Fernão Sodré, escrivão de alfândega, e seu filho joão Sodré, almoxarife, no séc XV nada tem a ver com o facto de ter havido um Cais do Sodré no séc XVIII. Há uma diferença de três séculos, e onde estão sequer as provas de que, ao menos, pai e filho exercessem as suas funções de oficiais régios no séc XV na zona onde, muito mais tarde, viria a existir um Cais do Sodré?

O que quero dizer é que a frase "Sodré era o apelido de uma família do século XV com atividade associada ao comércio marítimo na zona." não serve para explicar a origem do apelido nem da família. Afinal até existiu um cavaleiro em Ceuta em 1415, que nunca ninguém ligou a atividades comerciais, nem há essa ligação comercial na generalidade dos indivíduos Sodré conhecidos que viveram nesse mesmo séc. XV. São escudeiros e cavaleiros ligados à Coroa (Antão, Duarte, Vicente, Francisco, Manuel...), e alguns já na Ordem de Cristo. Onde estão os comerciantes? Não encontrei.

Os melhores cumprimentos
Sérgio Sodré

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312945 | HRC1947 | 01 sept. 2012 23:14 | In reply to: #312941

Caro Sérgio Sodré;

Muito obrigado pela sua rápida resposta.
Para começar, e antes que me esqueça, quando o Confrade escreve " os comerciantes não encontro ":
[olhe que os ouve e bastantes], só que em todas as épocas a " história " foi uma Estória...
Quando escreve: [ Não serve para explicar a origem do apelido, nem da família ], mas as três
vertentes [ Lugar Cais do Sodré, Apelido e Família ], estão interligadas, quer queiramos ou não.
Conforme se pode ler no tópico [ o nome Sodré está estampado em vários locais, como por exemplo
em Tagilde, Freguesia do Concelho de Vizela, e no Concelho de Guimarães.
Concluímos que elementos documentados existem poucos. Estamos tentando encontrar o " fio â meada ,"
[ certezas, certezas, como se costuma ouvir dizer, só mesmo no fim do jogo.
Tive muito gosto em trocar estas palavras consigo. Este tópico creio que ficou mais apetecível, também
com a preciosa ajuda da Confreira Matilde Pires, a quem envio as m/ saudações Genealógicas..
Caro Sérgio Sodré, os meus melhores cumprimentos
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#312968 | Sérgio Sodré | 02 sept. 2012 13:02 | In reply to: #312928

Senhora Matilde

Nos textos que escrevi no meu blog http:// sodre.blogs.sapo.pt.procurei explicar a hipótese de Sodré derivar de uma alcunha. Inclusive apresento uma possibilidade que mantém a origem inglesa. O artigo "Reavaliação da Origem do Nome e Armas de Sodré" é o que melhor coloca a questão e justifica a mudança de opinião neste assunto. Noutro texto mostro a evolução de Soudoyer ou Souder. Todavia, reconheço que a ligação é especulativa. O certo é Sodré ou é uma alcunha obscura ou então deriva doutra palavra também de difícil identificação. No blog também transcrevo o testamento de Duarte Sodré em que ele diz que Sodré é alcunha e apelido. O facto de afirmar que Sodré é ambos talvez reforce a hipótese de que era uma alcunha que se tornou apelido...

cumprimentos,
Sérgio Sodré

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313014 | HRC1947 | 03 sept. 2012 09:23 | In reply to: #312945

Caros Confrades;

... Como diria o Padre Américo [" Todos bons rapazes ! "]
" Isabel Sodré foi casada com Estêvão Gama os quais foram pais do Conde-Almirande Vasco da Gama e descobridor do caminho marítimo para a Índia. Foram irmãos de Vasco da Gama, Paulo da Gama, João Sodré e o tal meio-irmão filho de mãe solteira e de nome desconhecido. Os avós de Vasco da Gama pelo lado materno foram João Sodré e Isabel Serrã. O avô João Sodré foi Almoxarife do Armazém de Lisboa e Escudeiro e Criado da Casa Real. Por outro lado a avó Isabel Serrã era donzela da Infanta D. Beatriz e filha de Afonso Lopes e Teresa Eanes, amos da Rainha de Castela D. Isabel. Teresa Eanes casou em segundas núpcias com Fernão Sodré, pai de João Sodré, os quais promoveram o casamento de dois dos seus anteriores filhos. Segundo Sérgio Sodré descobre-se assim que Fernão Sodré é o Bisavô materno de Vasco da Gama. Fernão Sodré, Criado e Escudeiro de D. João I, era escrivão da Alfândega de Lisboa ao qual em 27 de Agosto de 1437 lhe foram confiscados todos os bens por apropriação ilícita de bens alfandegários.

O autor Sérgio Sodré supõe que o pai de Fernão Sodré seria João Sodré que segundo a Crónica de D. Pedro de Meneses foi Cavaleiro em Ceuta entre 1415 e 1418. Este João de Sodré foi o trisavô materno de Vasco da Gama e o primeiro dos Sodré em Portugal [a confirmar-se a ascendência inglesa da família] descendente dos Sudley ingleses que terão entrado em Portugal no contexto do Tratado de Tagilde em 1372. Assim, a confirmar-se esta genealogia, poderá entender-se que de forma indirecta o acordo de Tagilde teve repercussões que vão muito para além do abordado pelos historiadores."
Elementos retirados da net,publicados por Jorge Miranda.
http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-terminal-fluvial-do-cais-do-sodre-21214
http://www.publico.pt/Local/no-cais-do-sodre-ha-mais-do-que-uma-praia-escondida-debaixo-do-asfalto-1538418
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Os meus cumprimentos
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313021 | Sérgio Sodré | 03 sept. 2012 12:31 | In reply to: #313014

Caro HRC

"O autor Sérgio Sodré supõe que o pai de Fernão Sodré seria João Sodré que segundo a Crónica de D. Pedro de Meneses foi Cavaleiro em Ceuta entre 1415 e 1418. Este João de Sodré foi o trisavô materno de Vasco da Gama e o primeiro dos Sodré em Portugal [a confirmar-se a ascendência inglesa da família] descendente dos Sudley ingleses que terão entrado em Portugal no contexto do Tratado de Tagilde em 1372. Assim, a confirmar-se esta genealogia, poderá entender-se que de forma indirecta o acordo de Tagilde teve repercussões que vão muito para além do abordado pelos historiadores."
Elementos retirados da net,publicados por Jorge Miranda."

O primeiro parágrafo está conforme a documentação.

Todavia, o segundo, que aqui transcrevo, tem de ser revisto à luz de nova documentação, conforme escrevi no artigo "Reavaliação do Nome e Armas de Sodré".

É que existe documento seguro de que Fernão Sodré já era escudeiro em 1414, pelo que a relação com o João Sodré de Ceuta, em 1415-19, dificilmente seria pai-filho. Será pois de admitir o que é referido em genealogias manuscritas que sugerem um outro João Sodré, uma geração atrás, talvez pai deste dois (João e Fernão). A isto talvez seja de juntar que uma investigadora conceituada garante ter visto referida em documentação uma monja de apelido Sodré cerca de 1380 (mas sem documentação identificada e consultável, porque a autora já não consegue precisar onde viu a referência, não pode haver certeza). O que fica quase certo é que nem o João cavaleiro de Ceuta nem o Fernão escrivão, ambos da mesma geração, foram os primeiros a usar o apelido Sodré. A origem ficou para trás...

Já os Sudley ingleses, tudo hoje indica, são para esquecer como suposta origem... Deve ter sido mesmo fantasia inícios do séc XVIII..., da mesma época em que os Sodré Pereira, agora importantes Senhores de Águas Belas e de grandes cargos na governação, pagaram a construção do Cais do Sodré e "descobriram" uma descendência de uma grande família inglesa, conforme convinha socialmente diria eu.

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313022 | Sérgio Sodré | 03 sept. 2012 12:48 | In reply to: #313021

Caro HRC

Disse que o seu primeiro parágrafo estava de acordo com a documentação, só com a ressalva que Fernão Sodré não perdeu todos os bens para pagar a dívída para com a Coroa e que ainda viria a ser nomeado para um importante cargo palatino como reposteiro-mor da rainha portuguesa de Castela, na época em que fez um testamento que se conhece, pelo que muito provável que a tenha seguido para o país vizinho onde esta reinaria, como seu servidor ... É muito interessante ver a documentação, porque se percebe que Fernão não olhava a meios para tentar engrandecer o seu património, conquanto nada sugira que possa ter morto quem quer que seja..., ao contrário do que talvez tenha acontecido com o seu irmão (?) João Sodré, que tendo estado muito provavelmente na conquista de Ceuta e, decerto, nos sangrentos cercos mouros de 1418 e 1419, terá talvez feito correr sangue humano...

Sérgio Sodré de Castro

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313043 | HRC1947 | 03 sept. 2012 18:40 | In reply to: #313022

Caro Sérgio Sodré;
... Para concluir;
Por tudo o que lemos, verificamos que estamos sempre à " volta de uma rotunda ", e não aparece uma
saída adequada!.
Convido-o a fazer uma rápida "viagem virtual " no tempo;
Descobrimentos; O País foi "mobilizado "na altura para o grande acontecimento, fizemos muito e bom, só que
na altura de colhermos o "louros ", desbaratámos com o " lucro " e ficámos a correr atrás do prejuízo!
Veja; Era necessário financiamento para as grandes despesas, nomeadamente para comprar as ESPECIARIAS.
Houve grandes e pequenos empréstimos, como bem sabemos.
Entretanto quando se apurava o " resultado liquido ", ainda era a Coroa que cobria o " prejuízo ".
Para ajudar à festa,D Manuel I, "cumprindo ordens de Espanha ",faz que expulsa os Judeus, e acontece o que
todos sabemos.Até ficámos sem gente para assegurar o funcionamento administrativo das nossas Feitorias!!
D. João V; ouro e mais ouro do Brasil que chegou a Portugal, construção de Palácios e mais Palácios, etc,
todos a viver à grande, e nada de "vergar a mola ", isso não, o sol queima, e fica a pele tisnada, o " sangue
azul depois já se não via a correr pelas veias ".Repare que até a Inquisição já por si horrível, ainda consegue
ficar pior. Atinge assim neste reinado o seu expoente máximo em malvadez.
JOAQUIM ANTÓNIO AGUIAR; Este homem é também conhecido pela " alcunha de Mata Frades ", foi um
dos obreiros pela extinção dos conventos etc, como todos sabemos, caso contrário ainda hoje tínhamos mais
este encargo.
Acerca de 26 anos prometeram-nos o Céu e a Terra, nada de trabalhos, íamos começar a viver do TURISMO,
etc, e veja como estamos "Pendurados ",até que a Europa nos deixe estatelar no chão da desgraça.
Deixo-lhe este endereço electrónico, se ainda o não tinha visto, vai gostar com toda a certeza.
http://www.youtube.com/watch?v=gg7-ffqsC2E&feature=relmfu
Caro Sérgio, tudo de bom para vc.
Os meus melhores cumprimentos
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313062 | NBA | 04 sept. 2012 01:38 | In reply to: #313043

Apenas uma breve nota para mencionar que me cruzei com pessoas deste apelidos em freguesia ou freguesias do concelho de Guimarães que não Tagilde. Não registei por não ter um interesse para a minha pesquisa. esses registos deviam ser de cerca do séc. XVII. Infelizmente nem da freguesia me recordo...

Nuno Borges de Araújo

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313717 | HRC1947 | 16 sept. 2012 00:36 | In reply to: #313062

RE: A origem dos Sodrés 15-09-2012, 22:20
Autor: HRC1947 [responder para o fórum] Caro Sérgio Sodré;
Com os meus cumprimentos;
Convido-o a " investigar " a origem dos Sodrés, a partir de 1372, " Tratado de Tagilde ".
Uma coisa temos a certeza; Essa data em principio, marca o inicio de muita coisa!!
.... [João Sodré foi cavaleiro Ceuta por volta de 1415]...recuando no tempo... {1372 T.Tag.} = 43 anos
Ora um cavaleiro para ir a Ceuta, teria que estar na idade de 18 a 25 anos {+/-}...para 43 anos= 18 anos difª.
E teriam até sido os Ingleses que vieram aquando do tratado, que organizaram muita coisa em Portugal!!...
Será pois com este argumento que se poderá avançar alguma coisa, para ver o que vai dar.
Os meus cumprimentos
HRC
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RE: Família Sudre, de onde descendem? 03-09-2012, 12:31
Autor: Sérgio Sodré [responder para o fórum] Caro HRC
"O autor Sérgio Sodré supõe que o pai de Fernão Sodré seria João Sodré que segundo a Crónica de D. Pedro de Meneses foi Cavaleiro em Ceuta entre 1415 e 1418. Este João de Sodré foi o trisavô materno de Vasco da Gama e o primeiro dos Sodré em Portugal [a confirmar-se a ascendência inglesa da família] descendente dos Sudley ingleses que terão entrado em Portugal no contexto do Tratado de Tagilde em 1372. Assim, a confirmar-se esta genealogia, poderá entender-se que de forma indirecta o acordo de Tagilde teve repercussões que vão muito para além do abordado pelos historiadores."
Elementos retirados da net,publicados por Jorge Miranda."
O primeiro parágrafo está conforme a documentação.
Todavia, o segundo, que aqui transcrevo, tem de ser revisto à luz de nova documentação, conforme escrevi no artigo "Reavaliação do Nome e Armas de Sodré".
É que existe documento seguro de que Fernão Sodré já era escudeiro em 1414, pelo que a relação com o João Sodré de Ceuta, em 1415-19, dificilmente seria pai-filho. Será pois de admitir o que é referido em genealogias manuscritas que sugerem um outro João Sodré, uma geração atrás, talvez pai deste dois (João e Fernão). A isto talvez seja de juntar que uma investigadora conceituada garante ter visto referida em documentação uma monja de apelido Sodré cerca de 1380 (mas sem documentação identificada e consultável, porque a autora já não consegue precisar onde viu a referência, não pode haver certeza). O que fica quase certo é que nem o João cavaleiro de Ceuta nem o Fernão escrivão, ambos da mesma geração, foram os primeiros a usar o apelido Sodré. A origem ficou para trás...
Já os Sudley ingleses, tudo hoje indica, são para esquecer como suposta origem... Deve ter sido mesmo fantasia inícios do séc XVIII..., da mesma época em que os Sodré Pereira, agora importantes Senhores de Águas Belas e de grandes cargos na governação, pagaram a construção do Cais do Sodré e "descobriram" uma descendência de uma grande família inglesa, conforme convinha socialmente diria eu. "
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#313745 | NBA | 16 sept. 2012 14:59 | In reply to: #313717

Anoto o falecimento de um Domingos Sudré a 21 de Fevereiro de 1721, na freguesia de Serzedelo (Guimarães) (AMAP, livro de testamentos n.º 1, fl. 2 [P-805]).

Nuno Borges de Araújo

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#313753 | HRC1947 | 16 sept. 2012 15:42 | In reply to: #313745

"CAIS DO SODRÉ "

" Sodré era o apelido de uma família do século XV com atividade associada ao comércio marítimo na zona. Com o tempo, toda a zona ficou conhecida como "Cais do Sodré," incluindo a praça que se vê diretamente em frente ao cais. Essa é a Praça Duque de Terceira dedicada ao duque cuja estátua de bronze se encontra ao centro.
O cais é hoje um terminal fluvial dos barcos que ligam Lisboa à outra margem do Tejo, Cacilhas em Almada. É também uma estação de comboios e metro, assim como uma paragem obrigatória para muitos dos autocarros que servem a baixa da cidade.
Do lado ocidental da praça vê-se a grande cúpula do Mercado da Ribeira, e ao lado deste as palmeiras e arvoredo da Praça de Dom Luís. Nesta praça encontra-se um monumento do século XIX, uma estátua do Marquês Sá da Bandeira.
A Rua Nova do Carvalho por trás do mercado já foi conhecida como a principal zona de prostituição de Lisboa, preenchida por bares com nomes de capitais do norte da Europa para atrair os seus marinheiros que desembarcavam no cais. Hoje é uma rua que aparenta estar abandonada durante o dia, mas que torna-se numa das mais concorridas de madrugada com alguns dos bares mais na moda.
http://www.lisbonlux.com/images/cais-do-sodre-lisboa.jpg
Texto retirado da Net.
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HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313757 | HRC1947 | 16 sept. 2012 19:39 | In reply to: #313753

http://freg-tagilde.com/website/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=34

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313760 | Sérgio Sodré | 16 sept. 2012 19:57 | In reply to: #313753

Caro colega

Na página da Junta de Freguesia de São Paulo lê-se:

Logo após o Terramoto do século XVIII surge a denominação da zona de Cais do Sodré, devido a Vicente Sodré, descendente de Fradique Sodré, que edificou enormes prédios nesta zona.

(Há aqui o erro de confundir um inexistente Fradique com o real Fernão...).

Como o colega vê, a diferença na interpretação do Cais do Sodré é que o colega parece seguir a interpretação de que nunca houve de facto um "Cais do Sodré" e que este nome foi sendo dado ao longo dos tempos a toda uma área, enquanto que eu sigo a explicação de Júlio de Castilho (na obra Ribeira de Lisboa) que liga o nome Cais do Sodré a uma obra concreta realizada num tempo concreto. Júlio Castilho especifica que o Cais foi uma obra mandada fazer na reconstrução de Lisboa juntamente com edifícios... Terá sido a contribuição dos Sodré Pereira (então abastados) para a reconstrução de Lisboa pós-terramoto.

Concorda que é aqui que reside a diferença? Ou estou a ver incorretamente?

cumprimentos,
Sérgio Sodré

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313764 | HRC1947 | 16 sept. 2012 20:50 | In reply to: #313760

Caro Colega;

Parece que começamos a encontrar um rumo certo.
Dá para perceber que os Sodrés, andaram desde o tempo em que a Rainha Dª F. Lencastre
veio para Portugal, "pela Ribeira " {verTagilde, nesta altura tinha a Rainha 13 anos...}
vendo bem as coisas, quanto a mim tudo encaixa .
A propósito da Rainha, veja que na altura foi-lhe dado algumas " Fontes de rendimento ", entre
elas a " das Alfândegas !".
Ora, se a Rainha só queria os seus súbditos para " empregados ", havia Ingleses em toda a parte.
As Alfândegas, conforme pode ver em imagem que coloquei há tempo, salvo erro neste tópico,vê-se
o prédio {construído virtualmente}...os serviços aduaneiros eram por aquela zona, conforme está
escrito. ".Os Ingleses a meu ver vieram para tomar conta do País ",e foi o que aconteceu", [ acordos e
mais acordos, em que nós ficámos sempre a perder e de cabeça-baixa ]
Quanto a isto, é fácil de conferir, basta ler a história.
Assim, convido o Confrade para reler as suas mensagens deste tópico e do outro no activo, e vai ver
que vc. tem lá tudo. É caso para dizer que de tanto querer " afinar " a máquina, por vezes "aperta " em
excesso!
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=336735
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=336165
Os meus melhores cumprimentos
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313769 | HRC1947 | 16 sept. 2012 22:39 | In reply to: #313764

http://www.publico.pt/Local/renasceu-a-lisboa-antes-do-terramoto-1468037

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313775 | HRC1947 | 17 sept. 2012 01:41 | In reply to: #313769

Filipa de Lancastre

" Inglesa, foi filha de Blanche de Lancaster e de John de Gaunt, duque de Lancaster (filho do rei inglês Edward III).
Nasceu em 1359 e faleceu em 1415.
Casou em 1387 com D. João I, rei de Portugal, fundador da 2.ª Dinastia (a de Avis).
Foi mãe da Ínclita Geração, expressão devida a Luís de Camões: D. Duarte (sucessor de João I), Infante D. Henrique (alma dos Descobrimentos Portugueses), D. Pedro (regente, após a morte do irmão Duarte), D. João (avô da rainha Isabel, a Católica, de Castela), D. Fernando (o Infante Santo, que morreu prisioneiro dos Muçulmanos em Tânger) e Isabel (que casaria com Filipe, o Bom, duque da Borgonha).
Faleceu de peste, às vésperas da partida do marido e dos filhos para o ataque a Ceuta, no Norte de África, que marcou o início da expansão ultramarina portuguesa (1415).
Júlio Dantas (1876-1962), que na Cultura Portuguesa foi muito mais do que aquilo que dele se guardou no famoso Manifesto Anti-Dantas (de Almada Negreiros), traçou desta inglesa, rainha de Portugal, o seguinte retrato:
----
“Reflexiva, serena, cheia de pudores e de escrúpulos, decerto feia, a julgar pela estátua do túmulo e pelo silêncio de Fernão Lopes, Filipa de Lancaster entrou na corte portuguesa em circunstâncias que deviam ter ferido o seu natural orgulho de mulher.
D. João I, comprometido já pela letra dum contrato, demorava propositadamente, sob todos os pretextos, a realização do seu casamento. Carácter torcido, espírito interesseiro, tortuoso, cheio de cautela e de simulações, ele reconsiderava e desculpava-se com o facto de ser cavaleiro professo e de não poder contrair matrimónio sem dispensa da Cúria Romana.
Mas o Duque de Lancaster, mais prático, cortou todas as hesitações por uma resolução imprevista: mandou a filha para o Porto, onde estava o rei, acompanhada do bispo de Acres e do confessor.
Ali se conservou a noiva ainda muitos dias, sem que o rei procurasse ao menos vê-la. Por fim, lá se resolveu: trocaram as jóias e casaram.
Os princípios não podiam considerar-se auspiciosos.
. D. João I, rei de Portugal, fundador da Dinastia de Avis (1357-1433)
Mas, passado pouco tempo, tudo mudou.
Essa pobre mulher de quase trinta anos, sem prestígio e sem beleza, amortalhada em grandes dobras hirtas de pano de oiro, atravessando o paço sempre de olhos baixos, cheia de doçura e de tranquilidade, mas possuindo a terrível energia de certas criaturas aparentemente passivas, dominava inteira e absolutamente o rei.
Algum tempo ainda – e estava também dominada a Corte.
Foi uma conquista palmo a palmo, feita com um singular poder de sugestão, de infiltração, sem exaltações, sem violências, não perdendo um momento a sua impassibilidade, as suas atitudes de figura gótica, os seus movimentos sóbrios, a sua doçura incomparável.
Bastava um volver daqueles olhos azuis e frigidíssimos: adivinhavam-na.
A maior força de Filipa estava no seu exemplo, na sua fundamental e indestrutível virtude. Quase insensivelmente, a corte de D. Fernando (o rei anterior, meio irmão de João I) converteu-se na corte de Filipa de Lancaster – uma corte severa, casta, metódica, onde não se casava por amor mas sim por ordem da rainha, e onde os negócios do sentimento se regulavam à inglesa, simplesmente, praticamente.
Antes dela, já D. Pedro I (pai de João I) pretendera moralizar – mas moralizara à bruta, fazendo justiça de epiléptico, gaguejando impropérios contra as alcoviteiras, enforcando, azorragando bispos, ensanguentando as suas próprias mãos. Passado o primeiro momento de terror, ele tinha de novo em volta de si a mesma corte de devassos, e – pior ainda – era ele próprio o mais devasso de todos.
Um desgraçado como D. Pedro não moraliza: quando muito, assassina.
Filipa de Lancaster, não. Tinha por si a força do seu exemplo e da sua virtude. Os seus processos eram, pelo menos aparentemente, mais suaves. Sempre cheia de doçura, de serenidade, os olhos baixos, o simbólico pilriteiro de oiro bordado no oral de seda.
Não demolia, edificava; não mandava matar, mandava casar.
Quando menos o esperava, um fidalgo solteiro, com moradia no Paço, recebia ordem terminante da rainha: “prepare-se para casar amanhã”.
Não sabia como, não sabia com quem – mas obedecia.
No dia seguinte, estavam casados.
Ninguém se insurgia, ninguém arriscava uma palavra.
E, não obstante, D. Filipa cometia a maior das violências; ia de encontro ao que há de mais íntimo, de mais sagrado no sentimento humano; de encontro à corrente emancipadora das novelas do Ciclo Bretão, que exaltavam, com Tristão e Isolda, a liberdade do amor; de encontro às próprias tradições; de encontro ao que desde antiga data se achava expresso nas leis do reino.
Uma velha lei de Afonso II estabelecia que nem ele nem os seus sucessores poderiam constranger alguém ao casamento.
A legislação era clara.
A rainha sabia bem tudo isto, consultara sobre o caso todos os capelos vermelhos da corte, o seu companheiro e mestre Roberto Paíno, o seu confessor, os seus frades.
As opiniões dividiam-se, as consultas discordavam, folheavam-se cânones, invocavam-se doutores da Igreja – e, entretanto, Filipa de Lancaster, fixando nos bispos e nos prelados os seus olhos azuis impassíveis, continuava a mandar casar, sistematicamente, inflexivelmente – como D. Pedro mandava matar.
E a moralidade voltou – e a revolução fez-se.
Sentia-se, dia a dia, a influência dessa prodigiosa criatura sobre os costumes e sobre o modo de viver na corte e fora dela.
Os fidalgos passaram a ouvir missa, a jejuar, a confessar-se, deixaram-se de freiras e de judias, nunca mais se jogou nas varandas do Paço, nunca mais se viu um escudeiro bêbedo.
Dentro de poucos anos, a grave princesa normanda, a despeito da sua placidez, da sua impassibilidade, da sua candura, do seu ar de figura primitiva, com os olhos baixos, as mãos cruzadas, a roupa em grandes dobras solenes de pano de oiro, aparentemente frágil, passiva, insignificante -, tinha edificado uma corte nova sobre aquela ruína de adultérios, de infanticídios, de incestos e de violações que era a sociedade portuguesa no fim do século XIV.
A honra desse renascimento pertence-lhe exclusivamente a ela. "
Elementos extraídos da net.
-----
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313793 | Sérgio Sodré | 17 sept. 2012 14:14 | In reply to: #313775

Factos documentados:

D. Filipa de Lencastre casa em 1387 e vai receber as rendas da alfândega de Lisboa e morre em 1415.
Em 1402 há registo da existência de escudeiros ingleses na corte portuguesa.

Fernão Sodré era escrivão na alfândega de Lisboa em 1437.
Seu filho, João Sodré, era almoxarife do armazém de Lisboa em 1447.

A única ligação documentada de Sodrés à alfândega de Lisboa e ao armazém é de um pai e filho, respetivamente 50 e 60 anos após a chegada da rainha inglesa a Portugal. Estamos a falar apenas de dois indivíduos e separados por uma geração. Há outros Sodré no séc. XV documentados noutro tipo de atividade

Não há documentação conhecida, anterior a pouco depois de 1500, quase 100 anos após a morte da rainha Lencastre, que permita identificar os Sodré como sendo de origem inglesa. Só acontece que o seu brasão parece formado ao gosto inglês e é muito semelhante ao de um cavaleiro inglês chamado William Boteler.

Parece-me extremamente difícil e abusivo, a partir só destes dados, concluir que os Sodré eram uma família inglesa que veio organizar a alfândega de Lisboa no séc. XIV e vivia pela zona da Ribeira.

Não há, por enquanto, factos documentados suficientes para tal conclusão. É uma generalização excessiva a partir de quase nada... (São 50 anos de diferença, nem se sabe se eram ingleses, etc...).

A solução continua a escapar-nos, segundo julgo...

saudações
Sérgio Sodré

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313798 | HRC1947 | 17 sept. 2012 15:45 | In reply to: #313793

Factos documentados e não documentados;

... "A comitiva que veio de Inglaterra, Nobres Ingleses que teriam acompanhado Rainha F. de Lencastre por ocasião do seu casamento com Rei D. João I, o de " boa memória", na cidade do Porto."
Os Arnaos, Sodrés , Cotrins que originariamente seriam Arnold, Sudley ou Coterel são talvez os mais conhecidos quer dizer, [ entre os Arnold e os Coterel ] há mesmo uma divergência pois ambos se dizem descendentes do MORDOMO DA RAINHA...
Caro Confrade, quanto às diferenças de 2 ou 3 gerações, elas só existem porque ainda não se " esmiuçou"
o suficiente para descobrir a ligação certa.
As palavras são suas: Não foi dito que a família Inglesa vivia no C. Sodré.
Agora que os Ingleses vieram organizar tudo, não é preciso andar muito tempo a " mexer " no processo para
se chegar a esta e a outras conclusões.
Repare que Portugal só depois de D. João I... e pondo em evidência o Infante D. Henrique, é que começou a
" perceber " qualquer coisa de mar, navegação, e quanto às alfândegas, teve que ser o " pessoal " da Rainha
F. Lencastre a pôr ordem na casa...., assim como no Paço ,teve que ser a F.L. também a organizar aqueles
Aposentos reais, caso contrário continuava tudo [ " à balda..." ]... Repare que tivemos alguns Reis, que eram
analfabetos, ....[ quando o exemplo que vem de cima é este... ] como acha que seria a " raia miúda?."..
Sugestões válidas são bem-vindas.
atentamente
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313820 | HRC1947 | 17 sept. 2012 22:42 | In reply to: #313798

Caro Confrade Sérgio Sodré;
.... Tente encontrar os elementos que faltam para que se estabeleça o
" Elo " de ligação dos Sodrés!
É um bom desfio que lhe deixo.
http://pagfam.geneall.net/3882/costados.php?id=1080332
http://pagfam.geneall.net/3882/costados.php?id=108140
http://pagfam.geneall.net/3882/costados.php?id=1081303
http://pagfam.geneall.net/3882/costados.php?id=1079344
Saudações Genealógicas
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313822 | HRC1947 | 17 sept. 2012 22:46 | In reply to: #313820

http://pagfam.geneall.net/3882/costados.php?id=1081406

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313828 | HRC1947 | 18 sept. 2012 00:48 | In reply to: #313822

" VASCO DA GAMA "

" Os pais e irmãos;
O pai, Estêvão da Gama, pertencia a nobreza e desempenhou variam tarefas ao serviço do rei. No ano 1468 (ou 1469) embarcou para o norte de África como espião.

A mãe, Isabel Sodré, descendia de uma família inglesa que viera para Portugal na comitiva de rainha D. Filipa de Lencastre. O apelido era Sudley, mas foi aportuguesado para Sodré.

Mãe e Pai – Isabel Sodré e Estêvão da Gama
Irmãos- Paulo da Gama, Aires da Gama e Teresa da Gama.

A escolha do Rei:

D. Manuel I subiu ao trono em 1495 porque o príncipe Herdeiro tinha morrido e ele era o parente mais próximo do rei. Nessa data os portugueses já tinha navegado para alem do cabo da Boa Esperança. Sabia-se, portanto, que o oceano atlântico comunicava com o oceano Indico. Faltava apenas percorrer a ultima etapa para chegar a Índia. D. Manuel mandou preparar os navios, ou talvez já estivessem preparados, mas quanto a isso não há certezas. E escolheu Vasco da Gama para capitão – mor da armada. Porque? Certamente porque lhe conhecia as qualidades indispensáveis para comandar homens, tomar decisões, representar o Pais e estabelecer boas relações com as autoridades que encontrasse na Índia e a fim de poder iniciar o comércio das especiarias.

Armada e os capitães
A armada de Vasco da Gama era constituída por três naus: São Gabriel, São Rafael, Bérrio e uma destinada ao transporte de mantimentos.
Para a construção de São Gabriel e da São Rafael foram seleccionadas as melhores madeiras das matas portuguesas e optou-se por um modelo de tamanho médio, porque iam percorrer mares desconhecidos onde
podia haver aguas pouco profundas e, portanto, risco de encalhar."
---
Elementos retirados da Net.
HRC

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313829 | HRC1947 | 18 sept. 2012 01:04 | In reply to: #313828

http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=336735

http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=16858

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313840 | Sérgio Sodré | 18 sept. 2012 10:17 | In reply to: #313798

Boa dia.

Na onomástica, Cotrim é um sobrenome português de origem desconhecida.
Em Portugal a notícia mais antiga desta família remonta ao século XIV na pessoa de Martim Cotrim, de Évora em 1383, conforme refere Fernão Lopes.

A ligação dos Cotrim por genealogistas tardios a ingleses e (estória recorrente) ao exército do conde de Cambrige que esteve em Portugal em 1381 serve apenas para prestigiar artificialmente, dando foros de antiguidade a uma linhagem recente, saída dos apoiantes portugueses do mestre da Avis e da subsequente vitória da sua causa... Há falta de melhor documentação é o que parece...

saudações
Sérgio Sodré

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RE: Família Sudre, de onde descendem?

#313848 | Sérgio Sodré | 18 sept. 2012 12:15 | In reply to: #313840

À e não Há

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RE: FAMÍLIA SODRÉ

#313851 | HRC1947 | 18 sept. 2012 14:24 | In reply to: #313840

Caro Sérgio Sodré;

Estive a ler na diagonal determinado livro e verifiquei que D.João I e a Rainha Philipa de
Lancastre, percorreram o nosso País de norte a sul. Chamou-me a atenção .. SANTARÉM.
... Quando se lê que determinado Nobre, fez o testamento etc--- e ao morrer deixou pouca coisa à família,
.... a um filho deixou a " sua bênção ", .... ocorre logo que esses " Sodrés ", foram tornados Nobres " papel "
por causa dos serviços que prestavam ao Rei e à Rainha, portanto seus " empregados etc. ",incluindo as alfândegas, e todos os serviços que tinham de funcionar como a Rainha [ mandava e queria ].... Isto explica
muita coisa, como é bom de ver! [ sempre tinha que haver alguém que fizesse o serviço com qualidade ].
Saudações Genealógicas
HRC

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RE: ORIGEM FAMILIA SODRÉ

#313855 | HRC1947 | 18 sept. 2012 15:11 | In reply to: #313848

Caro Confrade;

À ...[Há].... e não [ HÁ ]....
Pergunto; tem alguma coisa a objectar?
Fico na expectativa
HRC

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RE: FAMÍLIA SODRÉ

#313859 | Sérgio Sodré | 18 sept. 2012 15:49 | In reply to: #313851

Caro HRC

É o problema da generalização a partir de um caso concreto muito especial, porque Duarte Sodré era freire de Cristo, não era suposto enriquecer e passar riqueza. Dá apenas a benção a um filho já que este era franciscano. Deixa pouca coisa à família, porquanto apenas constiuiu um morgado uma simples década antes de fazer testamento... Depois admitindo que não era uma família nobre (talvez o fosse de origem mas não acima da "classe" dos escudeiros nobres) então a nobilitação seria de um ou outro membro da família e não de todos os Sodré existentes.
O que se pode ajuizar é que os dois mais antigos registados (Fernão e João) aparecem já como sendo escudeiros/cavaleiros e, portanto, não há razão para considerar que eram originalmente elementos do povo que foram posteriormente nobilitados..., pelo menos enquanto não aparecerem novos documentos. Um serviço de qualidade permite ascender na nobreza (caso flagrante de Duarte Sodré).
A verdade é que não sabemos qual terá sido o primeiro Sodré nobre... Se Sodré era uma alcunha foi dada a alguém já escudeiro? Ou houve um Sodré da plebe que ascendeu a escudeiro no séc XIV por bons serviços à causa do Mestre ou por outra razão? Ou há ainda outras hipóteses? Era português ou estrangeiro?

Saudações
Sérgio Sodré

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RE: FAMÍLIA SODRÉ

#313881 | HRC1947 | 18 sept. 2012 19:12 | In reply to: #313859

Caro Sérgio Sodré;

... Ainda bem que falou na " alcunha ".
Deixo-lhe este pequeno texto retirado de uma mensgª que coloquei
no tópico esta madrugada.
---
VASCO DA GAMA "
" Os pais e irmãos;
O pai, Estêvão da Gama, pertencia a nobreza e desempenhou variam tarefas ao serviço do rei. No ano 1468 (ou 1469) embarcou para o norte de África como espião.

A mãe, Isabel Sodré, descendia de uma família inglesa que viera para Portugal na comitiva de rainha D. Filipa de Lencastre. [ ** O apelido era Sudley, mas foi aportuguesado para Sodré. ** ]

Mãe e Pai – Isabel Sodré e Estêvão da Gama
Irmãos- Paulo da Gama, Aires da Gama e Teresa da Gama.
---
Saudações
HRC

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RE: FAMÍLIA SODRÉ

#313885 | Sérgio Sodré | 18 sept. 2012 19:55 | In reply to: #313881

Caro HRC

A mãe, Isabel Sodré, descendia de uma família inglesa que viera para Portugal na comitiva de rainha D. Filipa de Lencastre. [ ** O apelido era Sudley, mas foi aportuguesado para Sodré. ** ]

É o problema das declarações sem referência às fontes documentais e respetivas datas... Quem deriva Sodré de Sudley escreve na primeira metade do séc XVIII e sabe-se que, para isso, foi encontrar os Sudley num livro inglês de 1675 de que havia exemplares em Portugal. Eu próprio aceitei isso durante muito tempo e procurei outras fontes seguras..., mas acabei por inverter caminho reconhecer que não existem...(explico no artigo "Reavaliação do Nome e Armas de Sodré").
As armas dos Sodré são bem diferentes das dos Sudley e a campa de Duarte Sodré fala já de Sodré e não de Sudley quando menciona a alegada "casa de grandes senhores ingleses".
Curiosamente quem escreve no séc XVIII também vem com a estória de que esse Sudley integrava o exército inglês que esteve em Portugal em 1381... a mesma estória é contada para o primeiro Cotrim... talvez pelas mesmas razões de prestígio artificial?

Saudações
Sérgio Sodré

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RE: FAMÍLIA SODRÉ

#313890 | HRC1947 | 18 sept. 2012 22:01 | In reply to: #313885

.... PARA REFLECTIR ;
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RE: Família Sudre, de onde descendem? 03-09-2012, 09:23
Autor: HRC1947 [responder para o fórum] Caros Confrades;

... Como diria o Padre Américo [" Todos bons rapazes ! "]
" Isabel Sodré foi casada com Estêvão Gama os quais foram pais do Conde-Almirande Vasco da Gama e descobridor do caminho marítimo para a Índia. Foram irmãos de Vasco da Gama, Paulo da Gama, João Sodré e o tal meio-irmão filho de mãe solteira e de nome desconhecido. Os avós de Vasco da Gama pelo lado materno foram João Sodré e Isabel Serrã. O avô João Sodré foi Almoxarife do Armazém de Lisboa e Escudeiro e Criado da Casa Real. Por outro lado a avó Isabel Serrã era donzela da Infanta D. Beatriz e filha de Afonso Lopes e Teresa Eanes, amos da Rainha de Castela D. Isabel. Teresa Eanes casou em segundas núpcias com Fernão Sodré, pai de João Sodré, os quais promoveram o casamento de dois dos seus anteriores filhos. Segundo Sérgio Sodré descobre-se assim que Fernão Sodré é o Bisavô materno de Vasco da Gama. Fernão Sodré, Criado e Escudeiro de D. João I, era escrivão da Alfândega de Lisboa ao qual em 27 de Agosto de 1437 lhe foram confiscados todos os bens por apropriação ilícita de bens alfandegários.

O autor Sérgio Sodré supõe que o pai de Fernão Sodré seria João Sodré que segundo a Crónica de D. Pedro de Meneses foi Cavaleiro em Ceuta entre 1415 e 1418. Este João de Sodré foi o trisavô materno de Vasco da Gama e o primeiro dos Sodré em Portugal [a confirmar-se a ascendência inglesa da família] descendente dos Sudley ingleses que terão entrado em Portugal no contexto do Tratado de Tagilde em 1372. Assim, a confirmar-se esta genealogia, poderá entender-se que de forma indirecta o acordo de Tagilde teve repercussões que vão muito para além do abordado pelos historiadores."
Elementos retirados da net,publicados por Jorge Miranda.
http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-terminal-fluvial-do-cais-do-sodre-21214
http://www.publico.pt/Local/no-cais-do-sodre-ha-mais-do-que-uma-praia-escondida-debaixo-do-asfalto-1538418
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Os meus cumprimentos
HRC

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RE: A RAINHA FILIPA DE LENCASTRE

#313897 | HRC1947 | 19 sept. 2012 00:09 | In reply to: #313890

As viagens européias de Exploração
Filipa de Lencastre, Rainha de Portugal

" Sem a aliança entre D. João I, o arcebispo de Braga e John Gaunt , Portugal provavelmente teria perdido a sua independência . A aliança negociada pelo arcebispo e John Prince, era de que a filha de João, Filipa de Lencastre,casaria com D. João I e tornava-se rainha de Portugal. D. João I foi forçado pela necessidade de concordar com estes termos, embora ele não tinha intenção de cumprir sua parte do acordo. Inicialmente, o rei retirou-se por dois meses com a amante e os dois filhos ilegítimos, e enviado de volta protestos de que seu juramento monástica impediriam sua vez a contratação de um casamento. John de Gaunt produziu imediatamente uma carta do papa absolvendo o rei de seus votos de celibato, mas o rei continuou a fugir do casamento. Em 02 fevereiro de 1387 João enviou ao rei uma demanda, entregue por um exército de melhores tropas da Inglaterra, que o casamento aconteceu de uma vez ou Inglaterra reteria de Portugal um empréstimo que foi extremamente necessária. D. João I finalmente capitulou e, mais tarde, naquele mês, em Candelária Dia, o Arcebispo de Braga uniu o rei sombrio com a princesa mortificado em uma cerimônia resplandecente. Em público, o casal real jogado suas partes, mas em privado D. João I tratados sua noiva com aspereza grosseiro. Após a cerimônia, ele deixou de uma vez para o acampamento do seu exército e mergulhou na campanha contra Castela.
Philippa era mais velha do que o rei João I por alguns anos e já tinha sido recusado por vários outros solteiros reais, nomeadamente pelo rei Carlos VI de França e Albert, duque da Baviera. Apesar dessas rejeições Philippa iria provar-se ser um governante extraordinário e mãe de um grande império. Ela havia recebido uma educação notável como uma menina estudando com o Flamengo poeta Froissart, o cronista mais importante dos tribunais medievais. Outro de seus tutores foi o erudito Frei João, o grande pioneiro da física e da química, que, presumivelmente, desenvolvido em seu senso de investigação crítica que se tornou uma de suas características marcantes. Seu mentor mais querido era Geoffrey Chaucer, um amigo íntimo de seu pai. Confessor de seu pai foi o reformador John Wycliffe, professor de Filosofia na Universidade de Oxford e do primeiro tradutor da Bíblia para o Inglês. Ele também desempenhou um grande papel na mente jovem moldagem Philippa de ser livre de superstição permitindo assim que ela se torne um líder tolerante e esclarecida.
D. João I inicialmente se recusou a aceitar como sua esposa Philippa porque sentiu forçado a ir em frente com o casamento. Assim, evitou-a e procurou consolo entre as campanhas de sua amante, em Lisboa. Esta situação lembrou Philippa da amante próprio pai que dominou sua casa de infância em detrimento de sua mãe. Philippa estava determinado a não passar pela mesma experiência humilhante em sua própria casa. Ela esperou pacientemente até que o rei foi afastado na frente de batalha, e enviou um grupo de clérigos e cavaleiros para a casa onde viveu sua amante. A patroa foi, então, o compromisso de um antigo convento de Santos, onde o rei não conseguia acessar ela. Philippa se esforçou para ter certeza de que seu rival foi tratado com todo o respeito e dado um estabelecimento digno com um subsídio amplo. Philippa então adoptado o rei de dois filhos ilegítimos e criados-los com seus próprios filhos como eles nasceram. Por estar tão consciente sobre os cuidados das crianças de seu marido Philippa tornou-se responsável pela fundação da Casa bastardo de Bragança. Qualidade Philippa de caráter e integridade, eventualmente, ganhou o respeito de seu marido e carinho. Ela lhe deu 10 filhos e fez dele um marido dedicado e pai, incentivando o gosto pelo estudo e ao mesmo tempo desencorajar seus excessos.
Durante as próximas duas gerações D. João I delegada a administração dos assuntos civis para Philippa enquanto ele guardava as fronteiras do reino. Philippa tornou-se a roda de balanço do reino, e introduziu discretamente muitos costumes iluminados de Flandres e Inglaterra. Por causa de sua estreita relação com o trono Inglês Philippa foi capaz de melhorar os laços diplomáticos e comerciais entre os dois reinos. Ela também foi capaz de melhorar as relações internas entre a classe média do de Portugal e da aristocracia, bem como as relações entre as comunidades cristã e judaica.
Até o ano de 1410 Filipa e João tinha governado Portugal juntos por um quarto de século, durante o qual o reino havia sido constantemente em guerra com Castela e os mouros. Todo o comércio, finanças e tributação foram concebidos como medidas de guerra. A lei no momento em que obrigou todos os homens sãos não servir nas forças armadas de trabalho para um determinado número de dias por ano nas paredes e defesas de sua cidade natal. Além disso, todos os homens não-combatentes foram obrigados a servir algumas semanas anualmente nas torres e postos de observação nas fronteiras terrestres com Castela e ao longo do litoral para se defender contra invasores mouros. As despesas com esta guerra prolongada e da falta de material metálico para cunhagem esgotado o tesouro real, forçando Philippa para emitir uma moeda fiduciária bizarro, na forma de fichas de couro, como moeda legal. A situação mudou drasticamente em 1411 com uma mudança política no reino inimigo de Castela.
Com a paz, veio a reviravolta totalmente da economia de Portugal guerra. Milhares de soldados, marinheiros, mecânicos e trabalhadores dos estaleiros foram atirados para o desemprego. Os conselheiros temiam real o perigo de uma guerra civil desde a turbulência interna de paz e sugeriu uma guerra estrangeira como uma diversão. Outros conselheiros empurrado para uma retomada das hostilidades contra Castela. Outra sugestão foi a de enviar um exército para ajudar o imperador da Áustria contra os turcos, mas D. João I vetou o envio de defensores do reino tão longe. Foi Philippa, que propôs o envio de uma expedição armada para o reino muçulmano de Fez, a fim de alcançar o reino de Preste João, o lendário governante Africano cristã. Philippa acreditava que uma aliança com ele daria Portugal o acesso às fontes indianas de especiarias e produtos orientais, destruindo assim o monopólio do Egito e Veneza sobre o comércio de especiarias. Embora a maioria do conselho real duramente criticado proposta Philippa, a história acabou por se mostrar a sua visão ser bastante sagaz como seus sucessores, o rei D. João II e D. Manuel, o Venturoso, ambas as políticas implementadas semelhantes de prossecução do comércio indiano.
Philippa proposta não foi baseado em um capricho, mas em fatos inspirados por suas leituras abrangentes dos mais respeitados estudiosos da época. Estes incluíram o relato escrito pelo historiador grego Heródoto de uma viagem pela África desde o Mar Vermelho, ao sul pelo Oceano Índico, e para o norte até o Atlântico para Gibraltar, feita séculos antes de Cristo por galeras fenícias no comando do faraó egípcio Neco. Philippa também estudou o historiador romano Plínio, que fez a crônica de uma viagem sul ao longo da costa sudoeste Africano por um cartaginês chamado Hanno. Ela também estava ciente das viagens de Lief Ericson outro lado do Atlântico para a Groenlândia que a levaram a assumir que o mar pode ser percorrido com segurança, sem medo de monstros supersticiosos. Philippa provavelmente estudou o relato popular da expedição de Marco Polo ao Oriente. Todas essas fontes corroborou os testemunhos de centenas de genoveses, venezianos, bizantinos, judeus, mouros e comerciantes que todos viajaram ao longo da costa oriental de África para a costa de Malabar da Índia, onde eles trocaram nos bazares de Calecute. Usando seu vasto conhecimento a rainha não só concebeu o plano ousado de uma invasão do Norte da África, mas ela também trabalhou diligente para ganhar apoio político para que entre o conselho real. Por sugestão dela, espiões foram enviados para Ceuta, o centro de todas as atividades de comércio norte Africano, a apresentar um relatório sobre a viabilidade de seu plano. Um espião retornou com informações sobre o grande mercado central sul Africano e da importação de ouro através de Timbuktu, o centro dessa rede de comércio particular. Esta foi a primeira informação que os europeus tinham sobre a fonte de ouro árabe, até este ponto, eles acreditavam que o ouro foi trazido da Índia. A importância desta descoberta foi imenso porque os estados árabes eram os únicos fornecedores de ouro sedentos Europa, agora a conquista de Ceuta tornou-se uma opção ainda mais atraente, uma vez que poderia salvar a economia aleijado de Portugal.
Com esta informação Philippa acreditava que os banqueiros florentinos poderiam ser persuadidos a financiar sua invasão, ela estava correta e os banqueiros se juntou à empresa. Philippa agora procurou a boa vontade do clero e sua assistência em conquistar o apoio popular para a invasão. Uma vez que a bênção de Roma foi garantido, a rainha teve que convencer seu marido a autorizar a empresa. Neste momento D. João I estava cansado de guerra e considerado o reduto de Ceuta inexpugnável. Ele se recusou terminantemente a atração de glórias ouro e religiosa. Philippa então contou com a ajuda de seus três filhos mais velhos, todos desejosos de ganhar as esporas de cavaleiro, para convencer seu pai. Eventualmente, o rei D. João I renderam quando ele percebeu que sua esposa tinha conseguido convencer a maioria de seus detratores do ex-lógico e potencial de sua proposta.
Levou três anos de preparação ativa antes que o exército e a frota estavam prontos para a invasão. Nesta fase Philippa se afastou para permitir que seu marido e filhos assumissem o plano da expedição. Ela estava agora commais de cinquenta anos de idade e exausto da tarefa de financiar e montar a expedição. Em seguida, veio o desastre, quando Philippa contraiu a praga e não conseguiu se recuperar. Quando ela sabia que seu fim estava próximo, ela chamou seus filhos com ela. Ao seu leito de morte Philippa fez seus três filhos mais velhos e filha jurar um juramento solene a realizar seu sonho de tentar ganhar uma aliança com o reino de Prestes João e, através deste acesso ganho para as Índias. Em 25 de julho de 1415, a frota de 200 embarcações caiu ao Tejo no Oceano Atlântico e dirigiu sul; Philippa estava morta, mas eles realizaram a invasão e Ceuta sucesso conquistado. "
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RE: FAMÍLIA SODRÉ

#313906 | Sérgio Sodré | 19 sept. 2012 09:53 | In reply to: #313890

Eu já comuniquei, há meses, a Jorge Miranda as razões porque deixei de aceitar como boa a ligação Sodré/Sudley, bem como o facto de existir documentação de 1414 que refere Fernão Sodré como escudeiro nesse ano, o que torna muito improvável que o João Sodré de 1415 em Ceuta fosse o seu pai... Mais provável seria serem irmãos ou primos (no caso de haver então mais Sodrés hoje não docuemntados). Seriam ambos filhos doutro João Sodré que viveu no séc XIV?

cumprimentos,
Sérgio Sodré

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RE: O PRESTE JOÃO

#314015 | HRC1947 | 20 sept. 2012 23:39 | In reply to: #313906

O PRESTE JOÃO:


O Preste João foi um lendário soberano cristão do Oriente que detinha funções de patriarca e rei, correspondendo, na verdade, ao Imperador da Etiópia. "Preste" é uma corruptela do francês Prêtre, ou seja, padre. Diz-se que era um homem virtuoso e um governante generoso. O reino de Preste João foi objecto de uma busca que instigou a imaginação de gerações de aventureiros, mas que sempre permaneceu fora de seu alcance.
No seu reino condensam-se o reino cristão-monofisita da Abissínia e os cristãos nestorianos da Ásia Central. Diz-se também que era descendente de Baltasar, um dos Três Reis Magos. Como notícias palpáveis desse império cristão eram escassas, dilatava-se a fantasia em redor do seu reino: falava-se de monstros vários (entre os quais os homens com cabeça de cão), paisagens edénicas, etc. O Inferno e o Paraíso num só território.
No O Livro Das Maravilhas, de Marco Polo, Preste João era na Verdade Ong-Cã, rei dos Turcos Oengut da Mongólia, pois a Igreja Nestoriana penetrou na Ásia Central e foi até a Manchúria e vários desses povos eram cristãos nestorianos e sacerdotes hereditários.
As notícias (em forma de lenda) do Preste João chegavam à Europa pela boca de embaixadores, peregrinos e mercadores, sendo depois confirmadas pelo infante D. Pedro, que viajara "pelas sete partidas do mundo", e ainda pelo seu inimigo D. Afonso, conde de Barcelos, que fizera peregrinação à Terra Santa.
Em 1487, D. João II envia Afonso de Paiva para investigar a localização do mítico reino (que corresponde à actual Etiópia) na tentativa de torná-lo aliado numa possível expedição para a Índia, em fase de planeamento. Embora tenha morrido antes de comunicar o relatório, Pêro da Covilhã — que o tinha acompanhado até se separarem e este ir fazer um reconhecimento da Índia — iria mais tarde completar a sua missão. Foram os relatos de Pêro da Covilhã a Francisco Álvares que permitiram saber muito da história que este último descreve no seu livro Verdadeira Informação das Terras do Preste João das Índias.

Em 1145, um bispo arménio de Jabala chega à sede do papado com a notícia da conquista do condado de Edessa (1144) pelos muçulmanos. O bispo receava que o ocorrido colocaria em risco as comunidades cristãs do Oriente e apelava para que os cruzados não abandonassem suas posições na Terra Santa.
Segundo o religioso, um rei cristão, de nome João, cujo reino se localizava na Ásia, para além da Pérsia, marchava para o Ocidente à frente de um exército que já tinha derrotado vários muçulmanos pelo caminho. Entretanto, atingidos por uma epidemia, o rei e seus homens haviam sido obrigados a retornar a seu país, mas voltariam para salvar o reino cristão de Jerusalém. Tal visita do bispo de Jabala, registrada pelo sacerdote alemão, Otto de Freising (c. 1114–1158) como um episódio verídico que conta sobre um exército muçulmano, em 1141, formado por guerreiros turcos seljúcidas que foi derrotado na Ásia Central, não por um rei cristão, mas pela tribo mongol Kara-kitai oriunda de uma região vizinha à China. Esse grupo era budista, mas a presença de cristãos nestorianos contribuiu para o nascimento da lenda.
A lenda se espalha pela Europa. O anúncio do bispo armênio trouxe à tona cartas supostamente assinadas por Preste João e endereçadas ao Papa Alexandre III; a Frederico I, Sacro Imperador Romano-Germânico; ao rei Luís VII da França; e a Afonso Henriques, rei de Portugal. Essas mensagens asseguravam ao Preste João domínios territoriais que se estendiam às "Três Índias" e a vários outros países, além de dezenas de reinos a ele subordinados, entre os quais as dez "tribos perdidas de Israel", que Alexandre, O Grande, teria perdido atrás da Muralha de Gog e Magog. Segundo as cartas do Preste João, quando ele partia para a guerra levava com ele dez cruzes de ouro ornadas com pedras preciosas e atrás de cada uma delas marchavam dez mil cavaleiros e cem mil homens a pé.
Ainda segundo as cartas, Preste João dizia ser proprietário de uma fonte da juventude que fazia com que qualquer homem que nela se banhasse voltasse a ter 32 anos e contava que ele próprio, aos 562 anos de idade, havia se banhado muitas vezes naquelas águas. Afirmava também que um reino de Israel lhe enviava, anualmente, um tributo de 200 cavalos carregados de ouro e pedras preciosas.

Essas fábulas eram levadas a sério pelos homens da Idade Média, e quanto mais alimentava a pressão do Islã sobre a Terra Santa, mais a crença na existência do Preste João ganhava força na Europa. Ninguém sabia exatamente onde ficava o reino de Preste João. Apenas se supunha que essas terras deviam estar em algum ponto do Extremo Oriente. Para o frei franciscano Giovanni da Pian del Carpine, o rei era Mohammed, o "sultão de Karezm". O monge e cronista Guilherme de Rubruck, afirmava que Preste era o chefe de um grupo mongol, os naimanos. Já Marco Polo acreditava que o misterioso rei era o líder da tribo turca, "ongut", originária da região nascente do Rio Amarelo.
O "verdadeiro" reino de Preste João

Com a expansão do império de Gêngis Khan no século XII, e com a intensificação dos contatos entre Ocidente e Oriente, monges e mercadores cristãos constataram que o "verdadeiro" reino de Preste não ficava na Ásia Central, nem no Extremo Oriente, mas na Índia, onde a cristandade europeia passou a procurá-lo. Era a época das antigas comunidades de cristãos indianos, chamados "seguidores de São Tomé".

A "hipótese indiana" era respaldada por viajantes que afirmavam ter encontrado um soberano cristão no norte da Índia, na corte de Tamerlão. A existência de um império etíope já era conhecida pelos ocidentais graças aos monges africanos que visitavam Jerusalém e às cartas enviadas ao papa "negus", sacerdote etíope e soberano daquele reino. Esse império também é citado por frei Jordano de Sévérac, bispo da costa do Malabar. Foi quando a ideia de que a Etiópia poderia ser o reino do misterioso Preste João, realçada depois que uma embaixada enviada pelo "negusa nagast" (negus da Etiópia) chegou à corte papal de Avignon, ganhou força (1310). Esse movimento reforçou a hipótese da existência, "em algum lugar do nordeste da África", de um reino em guerra com os muçulmanos. Os europeus queriam se aliar a Preste João para enfrentar os muçulmanos. Havia, porém, dificuldade de localizar o misterioso rei e sacerdote.

Os navegadores portugueses, ao desembarcarem na costa da África (1486), em busca de uma rota para as Índias, ouviram dos "notáveis" do reino do Benin que o grande rei "Ogané", a quem deviam lealdade, reinava a "vinte luas de marcha para o norte, ao sul do Egito". Ao ouvir esse relato, o rei João II de Portugal enviou dois homens ao rei Ogané, certo de que ele era Preste João.

Os lusos, Pero de Covilhã e Afonso de Paiva, junto com uma soma em dinheiro levaram um planisfério para marcarem o local exato do reino misterioso. Em 7 de março de 1487 partiram. Somente Covilhã chegou ao destino. Desembarcou em Zeila, antigo porto etíope, seguindo pelo interior até Gondar. Covilhã foi recebido pelo "negus" Alexandre, Leão de Judá, "Rei dos Reis".

Assim como Preste João, o imperador etíope governava um reino que no passado havia dominado a costa oriental da África e que, com a expansão do Islã, fora empurrado para o interior do continente e resistiram durante séculos aos ataques muçulmanos. Com a morte do "negus" Alexandre, o seu filho e sucessor, Naod, convidou Covilhã a permanecer no reino. Covilhã aceitou a proposta de receber morada e esposa etíope, com quem teve filhos. Vinte anos depois (1520), uma nova embaixada portuguesa foi enviada à Etiópia. Na partida, Covilhã se recusou a seguí-los e permaneceu até a morte, segundo relato de um dos integrantes dessa nova embaixada, o padre Francisco Álvares, em seu "Verdadeira informação das terras do Preste João das Índias". Foi a partir daí (século XVI) que o lendário rei deu lugar a um soberano real, aliado aos portugueses na disputa travada com os muçulmanos pelo controle das rotas comerciais do mar Vermelho.

A aliança, entretanto, era frágil. O exército do rei etíope era equipado com armas brancas. Já os muçulmanos possuiam arcabuzes e canhões fornecidos pelos turcos, que se aproximavam cada vez mais pelo mar Vermelho. Os portugueses tiveram dificuldade para barrar esse avanço. Os etíopes foram derrotados e obrigados a se refugiar nas montanhas. Ameaçados e sem recursos pedem ajuda aos portugueses que desembarcaram (1541) com uma tropa de 400 homens armados com canhões, comandados por Cristóvão da Gama. Os lusos vencem os muçulmanos, mas são derrotados quando sofrem contra ataque islâmico e perdem metade da tropa, incluindo aí o comandante. Os sobreviventes reuniram então os camponeses etíopes sob o comando do jovem "negus" Galawdewos (Cláudio) e saem vitoriosos sobre os muçulmanos em 21 de fevereiro de 1543.

Numa inversão da lenda, os europeus salvam o rei Preste João pondo um fim à busca mítica. Na questão da fé, a situação também se inverteu. A inquisição portuguesa enviou jesuítas à Etiópia para averiguar as práticas religiosas do Preste João e qualificou o monarca e seus seguidores de hereges. O "negus", porém recusou a conversão ao catolicismo. Em 1634, os últimos jesuítas foram expulsos da Etiópia pondo fim a 140 anos de relação amigável entre o império etíope e Portugal.
Elementos retirados da Net.
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HRC

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RE: A origem dos Sodrés

#314047 | HRC1947 | 21 sept. 2012 19:37 | In reply to: #314015

Caro Jorge Sodré;
Para análise, segue este texto.
Os m/ cumprimentos
HRC
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Titulares de Guimarâes 22-07-2008, 10:19
Autor: luso [responder para o fórum] Duque de Guimarães, título criado para o monarca reinante a
23 de Novembro de 1470.

- Conde de Arrochela. Nicolau de Arrochela Vieira de Almeida
Sodré Laborão de Morais e Castro Pimentel, 1º conde de Arrochela em
10 de Novembro de 1852, senhor dos morgados de Arrochela, Paço e
Ameixoeira, Santa Catarina e Nossa Senhora do Populo em Chaves,
etc., par do reino, bacharel formado em direito, comendador da Ordem
de Carlos III de Espanha, nasceu a 9 de Dezembro de 1799, casou a 18
de Maio de 1840 com D. Virgínia Thatcher, que nasceu a 23 de Março
de 1817 e morreu a 15 de Dezembro de 1854, filha de Thomaz
Thatcher e de Hannah Peters Thatcher. Não teve herdeiros do título e a
casa, que ficou a sua filha D. Leonor de Arrochela, foi por morte desta
senhora, dividida por seus irmãos dela, Heitor, Lourenço, Mécia e
Brites.
- Conde da Azenha. Bernardo de Morais Correia de Castro, 1º
conde da Azenha, título criado a 27 de Setembro de 1852, 2º visconde
a 3 de Julho de 1823, senhor do morgado da Parada de Infanções,
capitão de cavalaria, comendador da Ordem de Cristo e da de S. Bento
de Avis, nasceu a 20 de Outubro de 1806, casou a 29 de Setembro de
1830 com D. Maria Custódia Clementina dos Anjos de Sousa e Gouveia,
senhora do morgado do Freixo de Numão, nasceu a 15 de Julho de
© Sociedade Martins Sarmento | Casa de Sarmento
2
1800 e morreu a 20 de Maio de 1838, filha herdeira do desembargador
José Inácio Pais Pinto de Sousa e Vasconcelos, senhor do dito morgado
e de D. Maria Benedita de Gouveia. Inácio, seu filho, é o actual 2º
conde e 3º visconde da Azenha, nasceu a 15 de Julho de 1832.
- Conde de Guimarães, título criado para o monarca reinante a
29 de Setembro de 1463. Na GEOGRAFIA HISTÓRICA de D. Luís
Caetano de Lima, tom. II, pág. 469, citando-se a CRÓNICA DE DUARTE
NUNES DE LEÃO, pág. 25, lê-se, que este título fora dado por mercê
del-rei D. Afonso V, no ano de 1461, ao filho do duque de Bragança D.
Fernando, primeiro do nome, por ter ido a África com duzentos cavalos
e mil infantes à sua custa.
- Conde de Margaride. Luís Cardoso Martins da Costa, bacharel
formado em filosofia, filho de Henrique Cardoso de Macedo e de D.
Luísa Ludovina de Araújo Martins, nasceu a 8 de Janeiro de 1836.
Casou a 5 de Julho de 1866 com D. Ana Júlia Rebelo Cardoso de
Meneses, filha de Bernardino Rebelo de Carvalho e D. Matilde Carolina
de Meneses Girão Cardoso. Foi agraciado com o título de 1º visconde
de Margaride por decreto de 1 de Agosto de 1872; título de conselho de
estado, decreto de 1 de Outubro de 1874; 1º conde de Margaride, 3 de
Março de 1877.
- Conde de Vila Pouca. Rodrigo de Sousa Teixeira da Silva
Alcoforado, 1º conde por título criado a 11 de Abril de 1848, 1º
visconde, 12 de Agosto de 1845, 2º barão, 11 de Janeiro de 1805,
alcaide-mor de Lordelo, senhor da casa da Calçada em Vila Real,
comendador da Ordem de Cristo, nasceu a 24 de Agosto de 1802,
casou a 18 de Julho de 1829 com D. Maria Antónia Leite Pereira de
Melo de Sousa Teixeira Alcoforado, que nasceu a 4 de Dezembro de
1816, filha de José Augusto Leite Pereira de Melo, senhor do morgado
de Paço de Sousa, coronel de milícias da Maia, fidalgo da casa real, e
de D. Emília Delfina de Sousa Teixeira Alcoforado. Herdeiro do título e
casa, Rodrigo, seu filho, nascido a 10 de Junho de 1831, casado a 20
de Setembro de 1852 com D. Margarida Cândida de Araújo Martins,
que nasceu a 13 de Maio de 1840, filha de Francisco Martins da Costa,
fidalgo da casa real, comendador da Ordem de Nossa Senhora da
Conceição de Vila Viçosa, e de D. Maria José da Silva Costa.
- Visconde de Lindoso. D. João Peixoto da Silva Almeida Macedo
e Carvalho, filho de Gonçalo Manuel Peixoto da Silva Almeida Macedo e
Carvalho, fidalgo cavaleiro da casa real e de D. Madalena de Bourbon
Peixoto. Nasceu a 10 de Junho de 1825 e casou a 23 de Junho de 1855
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3
com D. Rosa Leocádia da Silva Peixoto, filha de Francisco Alves Ribeiro
e D. Joana Margarida da Costa Alves. 1º visconde de Lindoso por
decreto de 27 de Outubro de 1863 e renovação do mesmo título por
mais uma vida por decreto de 23 de Agosto de 1871, comendador da
Ordem de Cristo; comendador da Ordem da Conceição de Vila Viçosa;
comendador do número extraordinário da Ordem de Carlos III de
Espanha, fidalgo cavaleiro da casa real com exercício. Representa hoje
as famílias dos Almeidas, Macedos e Carvalhos, Peixotos e Silvas,
Leites e Azevedos, Vieiras, Carvalhais e Vale, Pereiras, Barros
Monteiros, Tavares e Amarais.
- Visconde de Lindoso (filho). Gonçalo Manuel Peixoto da Silva
Almeida Macedo e Carvalho, filho dos primeiros viscondes de Lindoso,
nasceu a 27 de Setembro de 1856, solteiro. 2º visconde de Lindoso em
verificação da segunda vida por decreto de 23 de Agosto de 1871,
fidalgo cavaleiro da casa real por sucessão, moço fidalgo com exercício,
por alvará de 28 de Abril de 1875 e bacharel formado em direito pela
universidade de Coimbra. Faleceu a 19 de Outubro de 1880.
- Visconde de Santa Luzia. José Joaquim Machado Ferraz, filho de
António Duarte Machado Ferraz e de D. Ana Maria Rosa Peixoto, nasceu
a 23 de Novembro de 1826. Casou em 20 de Agosto de 1853 com D.
Carolina Cândida de Sousa Pereira Magalhães, filha do conselheiro e
par do reino, Félix Pereira de Magalhães e D. Ponciana Maria de Sousa.
Tem o título e foro de fidalgo cavaleiro da casa real por alvará de 17 de
Maio de 1845; moço fidalgo com exercício no paço, em 26 de Setembro
de 1849. Foi agraciado com o título de visconde de Santa Luzia a 2 de
Abril de 1861; e é comendador da Ordem militar de Nossa Senhora da
Conceição de Vila Viçosa, por decreto de 17 de Setembro de 1863. A
sua família tem brasão desde 1750.
- Visconde de Pindela. João Machado Pinheiro Correia de Melo, 1º
visconde em 31 de Janeiro de 1854, senhor do morgado deste nome,
nasceu a 8 de Janeiro de 1824, casou primeiro em 17 de Janeiro de
1839 com D. Maria do Carmo Cardoso de Meneses Barreto, que morreu
em Dezembro de 1851, filha herdeira de Fortunato Cardoso de Meneses
Barreto, senhor do morgado de Nespereira e de D. Maria Rita Salgado
Cardoso; casou segunda vez em 19 de Janeiro de 1853 com D. Eulália
Estelita de Freitas Melo e Castro, que nasceu a 26 de Outubro de 1827,
filha de António Moreira Lopes Machado e de D. Maria Emília de Freitas
Rangel e Quadros.
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4
- Barão de Almargem. Mariano José Barroso de Sousa Garcez
Palha, 1º barão de Almargem a 23 de Setembro de 1835, tenente
general, comendador da Ordem da Torre Espada, de Nossa Senhora da
Conceição de Vila Viçosa, e cavaleiro de S. Bento de Avis, tinha a cruz
das campanhas da guerra peninsular com o nº 6, e a medalha
espanhola de Victória, nasceu a 19 de Abril de 1793, casou primeiro a
26 de Fevereiro de 1819 com D. Maria Estelita de Passos Porbem e
Barbosa, que nasceu a 16 de Agosto de 1799 e morreu a 11 de Março
de 1839, filha herdeira de João Manuel de Passos de Porbem Barbosa,
senhor da casa de Caneiros em Guimarães, e de D. Francisca Matilde
de Barros Teixeira de Arrochela de Almada; casou segunda vez em 3 de
Maio de 1855 com D. Joaquina Libânia Pinto de Saldanha, que nasceu a
20 de Junho de 1807, filha do dr. João Pinto de Saldanha e de D.
Raquel da Cunha Ribeiro de Vasconcelos. Não teve herdeiros do título.
- Barão do Costeado. António de Nápoles Vaz Vieira de Melo
Alvim, 1º barão do Costeado a 7 de Dezembro de 1848, coronel
honorário do extinto batalhão nacional de Guimarães, cavaleiro da
Ordem de Cristo e de S. Bento de Avis, tinha a cruz das campanhas da
guerra peninsular com o nº 5, nasceu a 3 de Setembro de 1782, casou
com D. Ana Peregrina Freire de Andrade Sousa de Brito Palhares,
senhora da casa de Torrados, da casa grande de Infias em Braga, etc.,
nascida a 3 de Maio de 1775, filha de João de Faria Freire de Andrade
Golias Dosguimarães, senhor dos ditos morgados, e de D. Inês
Madalena Palhares de Brito Coelho. Não teve herdeiros ao título.
- Barão de Paçô Vieira. José Joaquim Vieira, filho de José
Joaquim Vieira e D. Maria Emília Vieira Coelho, nasceu a 16 de Agosto
de 1825. É bacharel formado na faculdade de direito. Foi nomeado
barão, em duas vidas, por decreto de 11 de Julho de 1868; sendo
sucessor do título seu filho, Alfredo. É ainda comendador da Ordem de
Cristo, por decreto de 6 de março de 1863; comendador da Ordem da
Conceição, por decreto de 1 de Março de 1864; do conselho de sua
majestade, por decreto de 2 de Setembro de 1875; moço fidalgo com
exercício no paço, e fidalgo cavaleiro da casa real. Casou a 15 de
Fevereiro de 1860 com D. Margarida Peixoto de Sousa Vilas-Boas, filha
do comendador Manuel Pinto Peixoto Vilas-Boas, capitão-mor de
Lousada, e de sua mulher D. Ana de Sousa Freire.
- Barão de Pombeiro. Paulo de Melo Sampaio Freitas do Amaral,
filho de João de Melo Pereira Sampaio e de D. Ana Margarida de Freitas
do Amaral e Melo. 1º barão de Pombeiro de Riba Vizela a 9 de Agosto
© Sociedade Martins Sarmento | Casa de Sarmento
5
de 1851, comendador da Ordem de Cristo a 13 de Julho de 1853, e
formado em direito pela universidade de Coimbra. Nasceu a 17 de
Novembro de 1837, e casou a 20 de Janeiro de 1862 com D. Maria
Henriqueta Freire de Andrade, filha de Henrique Freire de Andrade
Coutinho Bandeira e D. Maria Felizarda Pereira do Lago Portocarrero.
Antigos morgados e vínculos instituídos
pelos moradores de Guimarães
- Gonçalo Gonçalves Peixoto, cónego na sé de Braga, abade de
Tolves e raçoeiro de S. Gens, cónego de Guimarães e abade de Unhão
instituiu morgado em 1222 em capela no mosteiro de Pombeiro, com o
título de morgado da Pousada, de que é solar a quinta deste nome na
freguesia de S. Pedro de Azurém, subúrbios de Guimarães. Foi
administrador deste morgado Manuel Pinto de Carvalho, moço fidalgo.
Desde a sua remota antiguidade gozou sempre das honras de casa de
primeira nobreza em Guimarães.
- Frei Bartolomeu, Bispo da Guarda, da família dos Vieiras,
instituiu morgado com três capelas, uma no mosteiro de Vieira, outra
no de S. Torcato e outra na sé de Braga, de que foi administrador
Gonçalo Barbosa, seu parente, morador no Ribeiro de Soares.
- D. Martim Pais, chantre de Coimbra, instituiu morgado com
capela na igreja de S. Miguel do Castelo, desta antiga vila. Passou para
a coroa real.
- D. Gonçalo Lobo e sua mulher Úrsula Pais, sepultados no
mosteiro de S. Gens em Montelongo, instituíram morgado, que passou
aos filhos de Frutuoso de Freitas, que o alhearam.
- D. Diogo Pinheiro, comendatário de Carvoeiro e S. Simão da
Junqueira, prelado de Tomar, D. prior de Guimarães e bispo do
Funchal, fez morgado, que anexou à capela de seu pai Pedro Esteves
Cogominho, na torre da real colegiada, onde jaz com sua mulher Isabel
Pinheiro. Era seu administrador em 1692 Luís Pinheiro de Lacerda, filho
natural de Rui Pinheiro de Lacerda, morador em Barcelos.
- Estevão Ferreira, o Velho, da família dos Ferreiras, instituiu
morgado com capela e jazigo no mosteiro de S. Simão da Junqueira.
Era seu administrador em 1692 Manuel Ferreira de Eça, fidalgo da casa
real e cavaleiro da Ordem de Cristo. Chamava-se o morgado dos
Cavaleiros, e era sito no termo de Barcelos.
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- Dr. Pedro Nunes de Gaula, instituiu morgado na sua quinta de
Gaul Ruivães ou Numães, de que foi administrador Pedro Lopes de
Carvalho, moço fidalgo e cavaleiro da Ordem de Cristo. Era no termo
de Barcelos.
- Martins Anes de Faria e sua mulher Joana Martins instituíram
em 1385 o morgado de Reçosinhos e Terroso com capela no mosteiro
de Mancelos. Era administrador deste em 1692 Manuel Ferreira de Eça,
seu descendente.
- António Pereira da Silva, o Velho, instituiu morgado com casas
nobres na rua de Santa Maria em Guimarães e no mosteiro de Refojos
do Lima dos cónegos regrantes. Era seu administrador em 1692 Manuel
Ferreira de Eça.
- Fernão de Mesquita, o Velho, e o cónego Diogo de Mesquita
fundaram morgado com a capela do Senhor Jesus na real colegiada,
onde têm jazigo para os seus descendentes. Esta capela foi dada ao
cónego Mesquita pelo duque de Bragança, D. Fernando. Era seu
administrador em 1692 Francisco de Sousa da Silva, moço fidalgo,
familiar do santo oficio, descendente dos fundadores. Tinha casas suas
à porta de Santo António em Guimarães.
- João de Figueiroa instituiu morgado no solar de Outis com
capela e tribuna erecta a Nossa Senhora da Graça, na rua de Santa
Maria. Era seu administrador em 1692 Pantaleão de Sá e Melo, senhor
da Amoreira e fidalgo da casa real.
- Diogo Machado vinculou a quinta de Vila Pouca em Guimarães,
instituindo nela morgado com capela de Santo António com três missas
semanais. Era seu administrador Francisco de Sousa da Silva, seu
descendente.
- António Machado de Almada, comendador de S. Martinho das
Chãs, junto a Lamego, e seus irmãos instituíram o morgado da quinta
da Calda e suas anexas. Era administrador Francisco de Sousa da Silva.
- Dr. Gonçalo Dias de Carvalho, instituiu morgado com capela de
S. João Baptista no claustro de S. Francisco. Esta capela serviu de casa
capitular. Foi seu administrador Francisco de Sousa de Carvalho, fidalgo
da casa real, cavaleiro da Ordem de Cristo, e alcaide-mor da Vila de
Aguiar. Tinha casas anexas na rua de santa Maria.
- Gonçalo Eanes, cónego em Guimarães, instituiu morgado nas
suas herdades de Segade e instituiu a capela do Santíssimo
Sacramento na colegiada. Foi seu administrador Francisco de Sousa de
Carvalho.
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- Fernão de Sousa, instituiu o morgado de Airão com a capela de
Nossa Senhora das Angústias, que serviu de casa capitular nos
claustros de S. Domingos. Foi seu administrador em 1692 o conde de
Avintes.
- Simão de Melo, do conselho del-rei, instituiu morgado com
capela do Descendimento da Cruz; foi seu administrador o marquês de
Montalvão até 1691.
- D. Branca de Vilhena Manuel instituiu um morgado, que anexou
à sua capela em S. Domingos de Guimarães, onde tem jazigos
levantados com as suas armas. Era administrador em 1692 o conde de
Unhão, marquês de Niza.
- Diogo Lopes de Carvalho, desembargador do Paço, instituiu
morgado, que nomeou em o dr. Gaspar de Carvalho, chanceler-mor do
reino, testamenteiro de D. João III. Este edificou com soberbas
madeiras de ébano, que lhe ofereceu o monarca, os seus paços com
torre ameada, no lado norte do campo da Misericórdia, e tem anexa a
capela de Santo António na igreja de S. Francisco.
Um dos progenitores desta família era Afonso Lourenço de
Carvalho, que poderosamente concorreu para que D. João I tomasse
Guimarães, quando em poder de Castela. A cor azul do seu brasão, que
em nobiliarquia significa «nobreza ganha por letras» nunca assentou
como nesta família, cuja casa em Guimarães se converteu numa sábia
academia.
- D. Manuel Afonso da Guerra, bispo de Cabo Verde, instituiu
morgado com casas nobres na rua dos Fornos, hoje das Lamelas, com
obrigação de fazer arder uma lâmpada diante da imagem de Nossa
Senhora da Oliveira. Foi seu administrador João Machado Fagundes.
- O licenciado António Jorge da Guerra instituiu morgado com a
capela de Nossa Senhora da Embaixada na igreja de S. Francisco e
casas na rua do Postigo. Foi seu administrador João Machado
Fagundes.
- Fernão Martins de Almeida instituiu morgado na quinta do
Pinheiro, freguesia de S. Salvador, termo de Guimarães, com capela do
Senhor Crucificado na igreja de S. Francisco. Foi seu administrador o
seu descendente Gonçalo Peixoto da Silva Macedo e Almeida, fidalgo da
casa real, cavaleiro da Ordem de Cristo, donatário das terras de
Penafiel, como descendente dos senhores da Calçada, adaís-mores do
reino. É também administrador do morgado de Macedo em Alenquer,
com a protecção das freiras da vila, de que dá alguns lugares, do
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morgado da Taipa em Lamego, do morgado do Juízo junto a Marialva,
do de Talhadães e Pereira junto a Viseu, do de Maçamede e Honra de
Lamas junto à mesma cidade, e senhor das casas da rua Escura, hoje
Lamelas, em que vivia.
- Francisco da Silva instituiu morgado na capela dos Mártires de
Marrocos em S. Francisco, de que foi administrador António de Sousa
Montenegro, fidalgo.
- Pedro Alves de Almada, cavaleiro da Jarreteira em Inglaterra,
instituiu morgado em 1507 com a capela do senhor Crucificado, na
igreja de S. Francisco, onde tinha jazigo e uma missa quotidiana.
Possuía a sua casa no rocio da Tulha, hoje de S. Paio, e foi
administrador deste morgado Miguel Leite de Almeida, seu
descendente.
- Gil Lourenço de Miranda, escrivão da puridade del-rei D. João I,
e alcaide-mor de Miranda do douro instituiu morgado com casas e torre
na rua das Flores, hoje largo da Misericórdia, que seus descendentes
deixaram arruinar, e perderam os grandes privilégios com que os
monarcas distinguiram sempre esta notável família. De entre os seus
privilégios notarei os seguintes: não se podiam prender nem ainda os
fugidos à justiça, quando estes se recolhessem a dentro duma corrente
de ferro, pendurada entre duas colunas, que se levantavam diante da
porta principal de sua casa; diante desta porta tinha de se fazer a
cerimónia da quebra dos escudos por ocasião da morte dos nossos réis;
não se dava pregão de justiça aos acoutados à vista de suas casas. Nas
ruínas desta nobre casa fez-se o actual campo da Misericórdia, e a
pedra foi vendida para a construção do hospital da mesma Misericórdia
na rua de Arrochela. Tinha este morgado o título de S. Miguel e foi seu
administrador João Pereira de Miranda, que tinha nobres jazigos nos
claustros da Oliveira.
- António Machado Vilas Boas, instituiu morgado com capela na
colegiada de Barcelos e casas na rua das Donas, ou Val de Donas, em
Guimarães. Foi seu administrador Pedro Machado de Miranda, fidalgo
da casa real.
- Dr. Jorge do Vale Vieira, arcediago de Fonte Arcada, nomeado
bispo de Angola, que não aceitou, instituiu morgado com sepultura na
real colegiada, e obrigação de missas no oratório da câmara. Foi seu
administrador Manuel Pereira de Azevedo Vieira, que tinha as suas
casas na praça Maior, ou largo da Oliveira.
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- Martim Surdo, tão dedicado ao rei e à pátria que a todos os
seus caseiros impunha a obrigação de militarem com o seu rei tanto
por mar como por terra, todas as vezes, que fosse necessário. Instituiu
morgado, de que foi administrador Manuel Pereira de Azevedo Vieira.
- Afonso Vasques Peixoto instituiu o morgado de Sezim a 17 de
Dezembro de 1451 com casas nobres e capela nesta quinta, subúrbios
de Guimarães. Foi seu administrador o descendente Dionísio do Amaral
Freitas e Barbosa, cavaleiro da Ordem de Cristo, que vivia nas suas
casas da rua de Santa Maria. Pertence hoje ao barão de Pombeiro.
- Álvaro Gonçalves de Freitas instituiu morgado com a capela de
S. Brás, nos claustros da colegiada, onde primitivamente esteve a
irmandade da Misericórdia. Foi seu administrador Dionísio de Amaral
Freitas e Barbosa. A capela é hoje do barão de Pombeiro.
- Afonso de Freitas instituiu morgado com casas nobres e capela
em Cabeceiras de Basto, comarca de Guimarães, impondo aos caseiros
a obrigação de acompanharem com partazanas os administradores do
mesmo, todas as vezes que fossem chamados.
- Dr. Gonçalo de Faria, desembargador no Porto instituiu
morgado, em que nomeou seu sobrinho João de Freitas de Andrade,
cavaleiro de Cristo. Foi seu administrador em 1692 Bartolomeu de Faria
de Andrade, com casas na rua Nova do Muro, hoje rua de S. Dâmaso.
- João Lopes da Ramada instituiu morgado com a capela de
Santa Catarina Mártir, hoje de Santa Ana, na nossa colegiada, e foram
seus administradores Manuel Peixoto da Rocha e seu irmão Diogo
Lopes de Carvalho, moradores em Vila Viçosa, possuindo casas por
compra em Guimarães, na antiga rua do Pasteleiro.
- Salvador Lopes da Rocha instituiu morgado com casas na rua
das Oliveiras, hoje de Camões, de que é administrador Fernão Rebelo
de Mesquita e juntamente do morgado dos Costas no concelho da
Póvoa de Lanhoso.
- Pedro Cardoso do Amaral, contador-mor do reino, a quem se
passou carta de brasão em 1538, fez o morgado de Nespereira numa
quinta desta freguesia com casas nobres, depois dos Cardosos, e com
capela de Nossa Senhora da Conceição na colegiada com altar
privilegiado para os cónegos no dia do seu óbito. Foi administrador
António Cardoso.
- Duarte Sodré instituiu morgado com a capela de Nossa Senhora
da Consolação no campo da Feira e foi seu administrador Cosme de Sá
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Peixoto, comendador da Ordem de cristo, e possuía casas na rua da
Caldeiroa.
- Manuel Valadares instituiu morgado com a capela de S. Luís no
claustro da colegiada, onde tem jazigo, e casas na rua dos Fornos, hoje
Lamelas, em que viveu o seu administrador António Valadares de
Vasconcelos.
- Pedro Lagarto e sua mulher Margarida Afonso de Freitas
instituíram vínculo, que nomearam em seu sobrinho Rui de Freitas de
Castro. Tinham jazigo na capela de Nossa Senhora do Ó em S.
Francisco, de que foi administrador seu descendente Rodrigo de Freitas
de Castro com casas no campo da Feira.
- António de Valadares, abade de Rio Mau instituiu morgado com
capela de Nossa Senhora da Penha, na freguesia de S. Miguel de
Carreiras, junto à torre de Penagate, onde havia missa quotidiana e
três sermões com responsos pelos seus sucessores. Foi seu
administrador João de Azevedo de Faria com casas na rua de Santa
Maria.
- António Dias Pimenta e sua mulher Maria Peixoto instituíram
vínculo com a capela da Porciuncula no convento de S. Francisco e o
nomearam em seu sobrinho António Dias Pimenta. Foi seu
administrador José da Costa Pimenta com casas na rua de Santa Maria.
- D. Gomes Afonso, D. Prior de Guimarães, instituiu morgado em
sua filha Maria Gomes. Os seus descendentes passaram à India,
ficando a Misericórdia por muitos anos administradora deste vínculo.
Depois foi possuído pela condessa de Cocolim por transacção que fez
aos descendentes em rendas na India. Tinha casas nobres na rua de
Santa Maria.
- Manuel de Moura Coutinho instituiu morgado com casas na rua
da Caldeiroa, e foi seu administrador Nicolau de Arrochela Laborão e
Almeida.
- Bernardo do Amaral e Castelo Branco, fidalgo da casa de D.
Duarte, filho del-rei D. Manuel e seu testamenteiro, e sua mulher
Margarida Alves de Novais instituíram morgado, de que foi
administrador Francisco Alves de Carvalho, moço fidalgo e cavaleiro da
Ordem de Cristo.
- Gaspar de Freitas, abade de Revelhe, no concelho de
Montelongo, fez morgado, do qual foi administradora sua irmã.
- Manuel Barbosa, o jurisconsulto, fez morgado com a capela de
S. Tomás na igreja de S. Domingos, para onde trasladou os ossos do
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venerável F. Lourenço Mendes. Foi seu administrador Jerónimo Vieira
de Castro, vivendo na casa de Aldão, onde se encontrou uma pedra
com a seguinte inscrição:
Dedicavit Titus Flavius Claudianus,
Arquoelaus legatus Augustus.
MONARQUIA LUSITANA, pág. 2
- Brás de Leiva Prego, galego, morador em Guimarães, instituiu
vínculo com capela de Nossa Senhora da Conceição no mosteiro de
Santa Clara, onde tinha jazigo com os seus ossos, que seus
descendentes trasladaram para a capela da quinta da Mota, uma légua
para norte de Guimarães. Foi administrador João Coelho de
Vasconcelos, senhor da quinta e morador na Carrapatosa, na rua das
Hortas.
- Dr. Jorge Vieira, desembargador da Relação eclesiástica de
Braga, e provido na igreja de S. Paio de Riba Vizela, instituiu morgado
na quinta de Briteiros, a que anexou o couto de Pedraído com outras
rendas, e o nomeou em seu irmão Francisco Vieira de Andrade. Foi seu
administrador Pedro Ribeiro de Vasconcelos, seu descendente, morador
na mesma quinta, na freguesia do Salvador, onde possuía casas
nobres.
- Pedro Vieira da Maia e sua mulher Brites Lopes de Carvalho
instituíram morgado com a capela de Nossa Senhora da Graça no
convento de S. Francisco, nomeando-o em seu sobrinho Pedro Vieira da
Maia, morador na rua do Gado, hoje de D. Luís I.
- João do Vale Peixoto instituiu morgado no termo desta vila, que
nomeou em sua sobrinha D. Violante da Cunha, mulher de D. Luís de
Noronha, monteiro-mor do duque de Bragança e depois capitão da
guarda del-rei D. João IV. Foi depois administradora deste morgado D.
Joana de Lacerda, freira no convento de Santa Clara.
- Bento de Freitas da Silva instituiu morgado com casas no largo
do Toural, do qual foi administrador seu parente Jerónimo da Silva.
- Dr. Rui Gomes Golias, mestre-escola da colegiada, instituiu
morgado em seu sobrinho o dr. João de Guimarães, desembargador
dos agravos e da mesa da consciência, embaixador à Suécia e Holanda,
moço fidalgo e comendador da Ordem de Cristo, e sua mulher D. Maria
dos Guimarães vinculou seus bens com a capela do Senhor de Jesus,
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junto às suas casas da rua dos Fornos, hoje Lamelas. Foi seu
administrador Manuel Peixoto dos Guimarães, seu parente, fidalgo de
Sua Majestade e cavaleiro da Ordem de Cristo.
- Tomás Pereira do Lago, abade de Salvador de Real, do
concelho de Vila Meã, comarca desta vila, instituiu morgado com a
capela da Conceição em suas casas na quinta do Barrozão em
Cabeceiras de Basto. Foi seu administrador seu parente António Leite
Pereira, cavaleiro da Ordem de Cristo, fidalgo de sua Majestade,
morador em Santa Luzia.
- O abade Gaspar de S. Paio Coelho e seu irmão o prior de Muge
João Coelho Leite e sua irmã Isabel Coelho de Morgade instituíram
morgado com a capela de Nossa Senhora do Desterro na igreja de S.
Domingos. Foi administrador seu sobrinho João Leite Pereira, com
casas no Toural.
- Domingos Pereira, abade de Esturões, concelho de Montelongo,
comarca desta vila, fez vínculo, do qual foi administrador seu sobrinho
José Pereira Leite, abade da mesma igreja, com casas na rua de Santa
Maria.
- Joana Luís, viúva de Sebastião Gonçalves, fez vínculo com a
capela da Senhora do Amparo, no mosteiro de S. Domingos, de que foi
administrador Torcato de André, morador em Barcelos.
- Francisco Soares, fidalgo da casa do infante D. Fernando,
instituiu morgado na sua quinta de Gominhães na freguesia de S.
Miguel das Caldas, coutada e honrada antigamente por D. João I. Foi
seu administrador Pedro Vaz Cirne de Sousa, fidalgo da casa de Sua
Majestade.
«Estes - diz a COROGRAFIA do padre Carvalho - são os solares,
casas e morgados, que os antigos moradores da vila de Guimarães
instituíram nela, e em seu termo, em que se mostra a muita
antiguidade, nobreza e fidalguia, donde se comunicou por todas as
mais cidades, e vilas deste reino, que dela tiraram o esmalte para
ilustrarem o ouro de suas famílias».
---

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RE: A origem dos Sodrés

#314066 | Sérgio Sodré | 22 sept. 2012 14:21 | In reply to: #314047

- Duarte Sodré instituiu morgado com a capela de Nossa Senhora
da Consolação no campo da Feira e foi seu administrador Cosme de Sá
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«Estes - diz a COROGRAFIA do padre Carvalho - são os solares,
casas e morgados, que os antigos moradores da vila de Guimarães
instituíram nela, e em seu termo, em que se mostra a muita
antiguidade, nobreza e fidalguia, donde se comunicou por todas as
mais cidades, e vilas deste reino, que dela tiraram o esmalte para
ilustrarem o ouro de suas famílias».

Caro colega HRC

A informação acima carece da necessária datação para efeitos de avaliação da sua eventual relevância para o problema da origem do apelido Sodré e dos primeiros a usá-lo.

cumprimentos,
Sérgio Sodré

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RE: A origem dos Sodrés

#314901 | HRC1947 | 07 oct. 2012 14:49 | In reply to: #314066

.
:-)
.

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RE: A origem dos Sodrés

#314904 | Sérgio Sodré | 07 oct. 2012 16:36 | In reply to: #314901

Caro colega

Escrevi o que escrevi porque o Duarte Sodré mencionado na documentação que refere é decerto outro que não o de Santarém e o texto não está datado.

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RE: A origem dos Sodrés

#314908 | HRC1947 | 07 oct. 2012 18:03 | In reply to: #314904

Caro Sodré;

... Já que põe as coisas nesse nível, deixe que lhe lembre
os famosos versos do Abade de Jazende, em particular no
que respeita ao porteiro Afonso Gil !...

" Qualquer homem como
Eu tem quatro avós.
Esses quatro por força
Dezasseis,
Sessenta e quatro a
esses contareis,
Em só três gerações que
Expomos nós.
Se um homem só dá
Tanto cabedal
Dos ascendentes seus,
Que farão mil?

Uma província? Todo o
Portugal?

Por esta conta, amigo, ou
nobre vil,

Sempre és parente do

Marquês de Tal,

E também do porteiro

Afonso Gil."

Abade de Jazente
---
Saudações Genealógicas
HRC
.

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RE: A origem dos Sodrés

#314922 | ruifaria3 | 07 oct. 2012 23:25 | In reply to: #314904

Caros Sérgio Sodré e HRC
Relativamente à informação de que Duarte Sodré instituiu um morgado com capela a Nossa Senhora da Consolação no Campo da Feira, parece ser erro. Este morgado foi instituído por Baltazar Fernandes Sodré, sucedeu-lhe a geração de um neto, por parte de sua filha Isabel Fernandes Sodré, cuja bisneta casa com um Sá Peixoto. Baltazar terá nascido na década de 1520-30, filho de Francisco Anes Sodré cavaleiro fidalgo. Não encontrei, até ao momento, qualquer informação sobre um Duarte Sodré ligado a esta geração.
Para mais esclarecimentos consulte-se: Maria Adelaide Pereira de Moraes e José Couceiro da Costa (2004) “Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos: história de uma Real Irmandade”, Guimarães: Real Irmandade de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, D.L.2004
Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#314929 | HRC1947 | 08 oct. 2012 00:41 | In reply to: #314922

Caro Rui Faria;
Agradeço a sua informação.
Entretanto deixo estes dados, poderão ajudar.
http://www.geneall.net/P/per_search.php?s=Duarte+Sodre&s_type=per_search.php
atentamente
HRC

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RE: A origem dos Sodrés

#314972 | ruifaria3 | 08 oct. 2012 19:09 | In reply to: #314929

Caros Sérgio Sodré e HRC
Um dos ramos ilustres de apelido Sodré em Guimarães teve origem na geração de João Gonçalves Vieira, escudeiro de D. João I, ca. 1430, desconheço com quem era casado. Todavia estou em crer que por cá o apelido poderá ser mais antigo, tendo em conta o número de famílias que o carregavam e o facto de estar representado em toda a sociedade vimaranense, desde cavaleiros fidalgos, a mercadores, mesteirais e lavradores.

Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#314976 | HRC1947 | 08 oct. 2012 20:29 | In reply to: #314972

Caro Confrade;

A partir do Tratado de Tagilde, e passados alguns anos com o casamento de Dª Filipa de Lencastre, teriam
vindo para o nosso País muita gente Inglesa, e creio que é por aí que teria surgido o apelido Sodré, [claro
que o Confrade está por dentro deste assunto, não vou estar com pormenores... ] .
Guimarães, segundo consta , tem realmente muita gente com esse apelido.
Entrei neste tópico em tempos por causa do " Cais do Sodré ", [ antiga Ribeira das Naus ], tudo leva a crer
que foi desde o reinado de D. João I, com " as Alfândegas etc." que teria surgido mais tarde a designação
Cais do Sodré.

http://www.publico.pt/Local/renasceu-a-lisboa-antes-do-terramoto-1468037
http://www.cp.pt/cp/detailCulture.do?itemId=393432

Mais uma vez os m/ agradecimentos pela sua colaboração.
atentamente
HRC

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RE: A origem dos Sodrés

#314998 | ruifaria3 | 09 oct. 2012 10:04 | In reply to: #314976

Caro HRC
Não o desmentindo quanto à origem inglesa do apelido, por falta de provas em contrário, confesso que tenho sobre ela algumas reservas. Tomemos o exemplo dos Cantos vimaranenses, tudo indica estarmos perante uma fraude genealógica.
Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#315000 | Sérgio Sodré | 09 oct. 2012 10:27 | In reply to: #314972

Caro Rui Faria

Diz que: "Um dos ramos ilustres de apelido Sodré em Guimarães teve origem na geração de João Gonçalves Vieira, escudeiro de D. João I, ca. 1430, desconheço com quem era casado. Todavia estou em crer que por cá o apelido poderá ser mais antigo, tendo em conta o número de famílias que o carregavam e o facto de estar representado em toda a sociedade vimaranense, desde cavaleiros fidalgos, a mercadores, mesteirais e lavradores."

Esta sua informação é preciosa... Por que razão afirma que o apelido Sodré em Guimarães teve origem em João Gonçalves Vieira quando este nem sequer usa esse apelido? Será que me podia informar sobre quem é o mais antigo que conhece a usar o apelido Sodré na zona de Guimarães? Será que se pode aceitar que já havia aí Sodrés quando viviam João Sodré em Ceuta (1415) e Fernão Sodré em Lisboa (1414)?

Cumprimentos,
Sérgio Sodré

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RE: A origem dos Sodrés

#315010 | ruifaria3 | 09 oct. 2012 13:24 | In reply to: #315000

Caro Sérgio Sodré,
O mais antigo que conheço é João Sodré, escudeiro, juiz dos reguengos e direitos reais, recebedor das terças e resíduos na comarca de Entre Douro e Minho, procurador dos feitos das terças e resíduos perante o contador da comarca, confirmado por D. Manuel a 30-Mar-1496, porém investido por D. João II. Já seria falecido em 1508. Deve ter nascido por volta de 1420-30. Por esta altura quem exercia cargo semelhante de contador dos feitos, procurador dos resíduos e inquiridor do número (18-Jun-1439 - 10-Out-1450) era João Gonçalves Vieira, escudeiro de D. João I.
Encontro um prazo de 1492 feito por João Sodré, onde declara que a propriedade pertencera a seu pai João Gonçalves, pelo que suponho tratar-se do mesmo. Não coloco de parte a hipótese de por cá já existirem Sodré ao tempo da ida a Ceuta.
Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#315046 | ruifaria3 | 09 oct. 2012 19:06 | In reply to: #314047

Caros HRC e Sérgio Sodré
A ligação de Nicolau de Arrochela Vieira de Almeida Sodré Laborão de Morais e Castro Pimentel, 1º conde de Arrochela, aos Sodré faz-se por uma linha distinta da que já existia por Guimarães no século XVI.
Estevão Sodré, dos Sodré de Águas Belas, como se prova em processo de descendente, casa no Porto com Maria Pinto, residente na Rua de São Miguel, Vitória (Santa Maria), Porto. Em Guimarães vivia, já desde 1557, na Rua dos Gatos, sua irmã, Branca Sodré, casada com o alferes Braga, de seu nome Aleixo Fernandes Braga, escudeiro, residentes em Braga antes desta data (1554). Irá privilegiar no casamento sua sobrinha homónima, Branca Sodré, filha de Estêvão Sodré, por bons serviços que recebera de seu pai e dívidas que este lhe pagara, casando-a com Luís de Almeida Laborão, dando origem a casa abastada que se liga aos Arrochelas, de quem descende o Nicolau acima.
Fica a interrogação, haverá ligação familiar entre os Sodré vimaranenses do século XV e os Sodré de Águas Belas? Constitui uma hipótese a não descartar.
Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#315054 | HRC1947 | 09 oct. 2012 19:50 | In reply to: #315046

Caro Rui Faria;
... Só por curiosidade, veja este tópico!!
----------
[Topo]
RE: o rei que ficou hospedado no paco de nespereira 10-09-2012, 01:21
Autor: HRC1947 [responder para o fórum] Confrade João;
Dê uma vista de olhos.
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=37141
http://www.geneall.net/P/tit_page.php?id=141
O Solar dos Arrochelas, em Guimarães, conhecido pelo Palácio de Vila Flor recebeu visita D. Maria II, em 1852. Foi hóspede de Nicolau de Arrochela Vieira de Almeida Sodré Laborão de Morais e Castro Pimentel que, no mesmo ano foi elevado a Conde de Arrochela por decreto de 10 de Novembro.
A rainha demorou-se aqui dois dias. Houve iluminações e música levantou-se um pavilhão guarnecido a seda azul e branca.
nestes dias o " Paço " era a Casa onde estava hospedada " Casa do Cavalinho ".
Em 1853, elevou Guimarães a Cidade.
Cumprimentos
HRC
------------
Obrigado pela sua colaboração.
HRC

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RE: A origem dos Sodrés

#315083 | Sérgio Sodré | 10 oct. 2012 09:49 | In reply to: #315010

Caro Rui Faria

Ainda dá para admitir que esse João Sodré fosse, por via feminina, filho do João Sodré que estava em Ceuta em 1415-19. Ou seja, a existência doutros Sodrés no início do séc XV, além de João e Fernão, não é obrigatória..., conquanto possível. A biografia do João Sodré que refere está bem desenvolvida na revista Armas & e Troféus publicada em 2008, embora os autores o deem como filho do João Sodré de Ceuta, mas os dados que o colega apresenta demonstram que apenas poderia ter sido neto deste por via feminina.

Cumprimentos,
Sérgio Sodré

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RE: A origem dos Sodrés

#315089 | ruifaria3 | 10 oct. 2012 10:56 | In reply to: #315083

Caro Sérgio Sodré

Desconheço o artigo de que fala, que procurarei ler com todo interesse, caso o consiga obter. O facto de existirem vários Sodré na vila de Guimarães, em datas relativamente próximas e em grupos sociais tão diversos, leva-nos a crer que o apelido estaria disseminado na região pelo menos em período de tempo suficientemente dilatado para que este fenómeno dispersivo acontecesse caso o apelido tivesse origem na nobreza, isto é, não menos que duas gerações. Enquadrando esta lógica com a nossa observação para a primeira metade de Quinhentos, onde conseguimos identificar pelo menos seis linhas do apelido, duas entre casas de lavradores, uma entre oficiais mecânicos e três entre nobres, poderemos remontá-las apartadamente pelo menos até 1500.
Cumprimentos
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#315093 | Sérgio Sodré | 10 oct. 2012 12:38 | In reply to: #315089

Caro Rui Faria

Há, desse modo, segundo entendo da sua análise, probabilidade elevada do apelido já existir nessa zona do país (talvez até na vila de Guimarães) ainda no séc XIV.
Também não se conhecem razões decisivas para afirmar que os primeiros a usar o nome ou apelido ou alcunha de Sodré já fossem nobres (escudeiros), mas apenas que os mais antigos documentados (até à data) já eram escudeiros/cavaleiros.

Logo à noite vou ver se tenho tempo para transcrever os dados sobre o João Sodré de Guimarães.

até breve
Sérgio Sodré

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RE: A origem dos Sodrés

#315097 | ruifaria3 | 10 oct. 2012 13:21 | In reply to: #315093

Caro Sérgio Sodré,
Constituem obviamente indícios a ter em conta, faltarão outros casos documentados como o de João Sodré, para que deixem de o ser. Quando associei a origem da família à nobreza estava a pensar na tese inglesa. Concordo consigo quando afirma “não existirem razões decisivas para afirmar que os primeiros a usar o nome ou apelido ou alcunha de Sodré já fossem nobres”.
Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#315109 | ruifaria3 | 10 oct. 2012 17:13 | In reply to: #315054

Caro HRC

Agradeço a nota que já era de meu conhecimento. Aproveito apenas para atribuir o seu ao seu dono, que esta maravilha da Internet por vezes parece esquecer:

Alberto Vieira Braga, “Curiosidade de Guimarães X - Instrução e Irmandades, Visitas Régias e Aposentadorias fidalgas”, «Revista Guimarães», Vol III, Fascículos X, SMS, Guimarães, 1993, pp. 15-161,

Maria Adelaide Pereira de Morais, Velhas Casas XII, “História do Palácio de Vila Flor ou Cavalinho” «Boletim de Trabalhos Históricos», Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, Guimarães, Série II, Vol. VI. 2005, pp. 12 a 33.

Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#315129 | Sérgio Sodré | 10 oct. 2012 22:34 | In reply to: #315000

JOÃO SODRÉ, escudeiro do duque de Bragança e depois escudeiro de D. Manuel I, morador na vila de Guimarães, n. cerca de 1427 e fal. depois de 14.5.1496, data em que foi confirmado como recebedor dos direitos das terças e resíduos da comarca de Entre-Douro-e-Minho e procurador e contador dos feitos, com 6.000 reais de mantimento. A 5.6.1469 D. Afonso V perdoou a justiça régia e concedeu carta de segurança a Gonçalo Anes, criado de João Sodré, pela fuga da prisão de vários presos, entre eles o ouvidor do conde de Guimarães, contanto que se livre de direito do que fora acusado. A 2.8.1476 o mesmo rei perdoou a justiça régia a João Sodré, escudeiro, morador na vila de Guimarães, pela querela e malefícios que fizera a Nuno Álvares, mercador na vila de Guimarães, e a Jossep Rodriga, judeu, aí morador, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que foram servir para Castela. A 8.8.1476 perdoou a justiça régia a João de Santarém, escrivão dos contos, morador na vila de Guimarães, pelos ferimentos causados a João Sodré, escudeiro morador na dita vila, e a Gonçalo Vasques, meirinho do ouvidor do duque da dita vila. A 20.5.1481 perdoou a justiça régia e a prisão a João Gonçalves, escrivão régio da corte na comarca de Entre-Douro-e-Minho, e a sua mulher Leonor Vaz e a seu criado Álvaro Pires, pela querela que João de Santarém, filho dos primeiros, tivera com João Sodré, escudeiro do duque de Bragança, morador em Guimarães, a quem agredira fisicamente, mediante os instrumentos públicos de perdão feitos a seu favor, tendo pago cada um 500 reais para a Piedade. E a 10.11,1483 D. João II nomeou João Sodré, juiz dos direitos reais e reguengos de Guimarães, cargo em que foi confirmado a 30.3.1496, sendo então referido como escudeiro da Casa Real. A 6.5.1489 foi nomeado recebedor dos direitos, terças e resíduos de Entre-Douro-e-Minho, cargo em que, sendo referido como escudeiro do rei e morador na vila de Guimarães, foi confirmado a 14.5.1496, como recebedor dos direitos das terças e resíduos na comarca de Entre-Douro-e-Minho e procurador e contador dos feitos que se tratam perante o contador das terças e resíduos, com 6.000 reais de mantimento. Deste João Sodré foi filha Inez Sodré, casou, sem geração, com Pedro de Azevedo, que a 1.12.1480 foi legitimado por carta real, filho de D. João de Azevedo, bispo do Porto (1465-96), do conselho de D. Afonso V, etc.., e de Margarida Henriques, mulher solteira, a pedido de seu pai. De João Sodré parece ainda filho um Fernão Sodré documentado a 20.2.1497 em Guimarães, e um Pedro Sodré, morador na cidade do Porto, que a 16.3.1497 foi nomeado requeredor do pescado nesta cidade. E deve também ser sua filha ou neta a Violante Sodré que casou com Alexandre de Araújo e foram pais de Francisco Araújo, morador no termo de Guimarães, que a 9.3.1571 teve carta de armas para Araújo e Sodré. A estes Sodré de Guimarães pertencerá ainda a Isabel (Dias) Sodré, daí natural, que casou com Lançarote de Azeredo e foram pais de Miguel de Azeredo, governador de Espírito Santo (Brasil), que teve carta de armas para Azeredo em 1604.

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RE: A origem dos Sodrés

#315133 | ruifaria3 | 10 oct. 2012 23:07 | In reply to: #315129

Caro Sérgio Sodré,
Muito obrigado pelo trabalho de transcrever aqui parte do artigo.
De interesse os conflitos que João Sodré mantém. Um trabalho da Doutora Conceição Falcão (1993), "Gerir e julgar em Guimarães no século XV : subsídios para o estudo dos ofícios públicos” permite outro alcance desta teia de relações. Como certo tenho apenas que Violante Sodré é neta de João Sodré, e Isabel Dias Sodré mulher de Lançarote de Azevedo, ao que tudo indica, poderá não pertencer a esta linha à luz da nota que segue, a não ser que o marido tenha casado duas vezes:

«Item, Deixou João Afonso e sua mulher Margarida Anes Barrosã IIc reais de censo aos clérigos por umas casas que estão na Rua Nova em que eles viveram e hora são de seu genro Lançarote de Azeredo são obrigados os clérigos a dizer V. missas rezadas e uma cantada quinze dias antes de São Miguel ou quinze depois»

Uma vez mais muito obrigado,
Cumprimentos,
Rui Faria

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RE: A origem dos Sodrés

#315134 | ruifaria3 | 10 oct. 2012 23:48 | In reply to: #315097

Digo "não se conhecem"...

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Família Sudre, de onde descendem?

#425253 | elainebrado | 30 juin 2020 00:53 | In reply to: #260636

Bom dia a todos!

Uma avó, nascida por volta de 1785 em Itaboraí-RJ, chamava-se Anna Benedicta de Mello Sudré.

Alguém conhece essa família "Mello Sudré"? Gostaria muito de saber quando chegaram ao Brasil.

Antecipadamente agradeço,
Elaine.

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Família Sudre, de onde descendem?

#429573 | GoldenDays | 08 déc. 2020 13:43 | In reply to: #315133

Prezado confrade Sérgio Sodré,

Volvidos oito anos sobre a sua mensagem à qual respondo no sentido de bem esclarecer a ascendência de Isabel Dias Sodré (caso, entretanto, não tenha esclarecido as suas dúvidas sobre o ramo dos Sodrés de Guimarães ao qual pertenceria), informo que encontrei na “Diligência de Habilitação para a Ordem de Cristo de Marcos de Azevedo” (leia-se “Azeredo”) a informação de que Isabel Dias Sodré (mãe do referido Marcos) era filha de João Álvares Sodré casado com Margarida Anes
(ver em https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7604855 )

Confesso que, não sendo grande conhecedor dos Sodrés de Guimarães no século XVI, tal informação me confunde um pouco pois encontro Margarida Anes (será a mesma?) associada a diversos relacionamentos com os seguintes Sodrés contemporâneos entre si:

1. João Afonso, mencionado no trabalho da Doutora Conceição Falcão conforme referido na sua mensagem. Aí ela identifica Lançarote de Azeredo como genro de João Afonso;

2.João Álvares Sodré, na habilitação acima referida, onde se identifica Lançarote de Azeredo como seu genro (o que contradiz o nome que consta do estudo atrás mencionado);

3.António Afonso, sendo pais de:
a) Francisca Sodré (cc Cristóvão Vaz, sem descendência). Legou bens a Catarina Fernandes, sua criada há 13 anos;
b) Alexandre Sodré (que foi colono na Ilha de Santiago em Cabo Verde para onde mais tarde emigrou). Anteriormente tivera uma Margarida Sodré, que em 1585-08-05 celebra um documento de concórdia e transacção desistindo de uma compra efectuada pelos seus tios. Esta Margarida casou com Jerónimo Gonçalves “o Novo, das Aldeias” tendo ambos tido a dois Antónios Sodré (B. 1583-07-17 e 1600-07-17 em Urgezes).
Não entendo, por exemplo, que “vivendo os Sodrés na vila de Guimarães onde eram uma família nobre e honrada, pessoas nobres e da governação da vila e não existindo entre eles oficiais de ofícios mecânicos” (cf. testemunhos na diligência de habilitação que anteriormente referi) possa este António Afonso cc Margarida Anes, possa ter descendentes que utilizam o apelido Sodré (aparentemente teria o ofício de sapateiro).

Permita que lhe pergunte se me pode elucidar sobre:

a) A existência de três Margaridas Anes diferentes todas associadas de um modo ou outro no mesmo século ao apelido Sodré;

b) As ligações que conhece no século XVI de Afonsos com Sodrés nos actuais concelhos de Guimarães e Felgueiras;

c) Se os Afonsos acima indicados (João e António) possam ser eventuais parentes de João Afonso (do Rego) que casou com Domingas Sodré, filha de Estevão Sodré Pedrosa e de Maria Pinto.

Nota: Esta Domingas Sodré viveu com o marido em Nogueira, Sernande em meados do século XVI, sendo pais de Bento Sodré. Aquele João Afonso do Rego seria, assim, genro de Maria Pinto (e não seu pai como consta do NFP no Título dos Almeidas, pág. 82 onde se refere que o mesmo seria pai de Maria Pinto e avô de Branca Sodré).



Desde já grato pelo favor da sua resposta e pedindo desde já desculpa pelo tempo que lhe tomei na leitura desta mensagem envio os meus cordiais cumprimentos.

Ribeiro de Araújo

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