Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
This topic is classified in rooms: Famílias | Pessoas | Regiões
Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Caros Confrades,
Deixo alguns elementos que publiquei no blogue Alengenea:
http://genealogiasdoalentejo.blogspot.com/
e convido à partilha de informação proveniente de processos do TSO/Inquisição sobre matéria relacionada com julgamentos de cristãos-novos.
___________
"Sangue judeu na zona de Rio de Moinhos - Borba
Uma elevada percentagem dos indivíduos com raízes na zona de Rio de Moinhos e Borba descende, seguramente, do casal João Mendes de Morais / Catarina Freire de Moura. Por ventura, muitos desses indivíduos descenderão do referido casal por múltiplas linhas, dependendo da variável consanguinidade que possa ter existido na respectiva ascendência.
A título de exemplo, e para que nos apercebamos da frequência de ocorrência, sobretudo nas localidades do meio rural, de relacionamentos consanguíneos, posso referir que no estudo da minha ascendência registei 7 linhas distintas até João Mendes de Morais e Catarina Freire de Moura.
Eram ambos naturais da Sé de Portalegre, tendo ele sido baptizado a 17.1.1715 e ela a 15.11.1722.
Tiveram, pelo menos, 11 filhos, uns nascidos em Portalegre e outros em Rio de Moinhos - localidade para onde João e Catarina foram viver, decorrido pouco tempo após o seu casamento, em 1740. Deixaram larga descendência em Rio de Moinhos e arredores, por via dos seus mais de 23 netos. Naturalmente que só uma pequena percentagem dos seus descendentes usam na actualidade o apelido Freire ou Moura. Não tenho conhecimento de descendentes do referido casal que ainda usem o apelido Morais, mas sabe-se que a maior parte dos "Bentos" dessa zona são descendentes de João Mendes de Morais e de Catarina Freire de Moura.
Catarina Freire de Moura era trineta de Diogo Fernandes "o Salomão", cristão-novo (xn) , natural de Portalegre, que viu um filho e outros membros da família perseguidos e condenados pelo Tribunal de Santo Ofício (Inquisição) por práticas de judaísmo. Diogo Fernandes "o Salomão" era casado com Esperança Nunes, também cristã-nova, natural da Amieira do Tejo, filha de Diogo Nunes e de Leonor Rodrigues, igualmente cristãos-novos e, certamente, descendentes de Ana Rodrigues, natural de São Vicente da Beira, que foi casada com Simão Nunes, natural de Nisa, e viveu na Amieira do Tejo. Esta Ana Rodrigues foi sentenciada em Auto de Fé e queimada em Lisboa, na Praça do Rossio, decorria o ano de 1564.
João Mendes de Morais e Catarina Freire de Moura tiveram os seguintes filhos:
1.1. Josefa Bernarda, nasceu em Portalegre, casou em 1781 em Rio de Moinhos.
Casou com Inácio Lopes. (destes descedem alguns Lopes, Mouzinho, Vinhas, etc...)
1.2. Francisca Teresa, nasceu em Portalegre em 1741.
Casou em Rio de Moinhos com José Gonçalves. (destes descendem alguns Gonçalves, Bento, Balsinha, Barroso, Letras, etc...)
1.3. Antónia Bernarda, baptizada em 10.11.1743.
Casou com Jacinto Carvalho. (destes descendem alguns Carvalho e outros...)
1.4. Brites da Conceição, baptizada em 13.12.1745.
Casou com Gaspar Gonçalves. (destes descendem alguns Gonçalves e outros...)
1.5. João, baptizado em 12.07.1747. (ignora-se descendência)
1.6. Manuel de Moura nasceu em 1753 em Portalegre, casou em 1776.
Casou com Guiomar Joaquina. (destes descendem alguns Rosado, Moura, Jaleca, Lopes, etc...)
1.7. Angélica Maria. (ignora-se descendência)
1.8. Catarina Mendes de Morais. (ignora-se descendência)
1.9. Francisco Mendes de Morais, casou em 1774 com Maria da Ascenção.
(destes descendem alguns Vermelho, Ratado, Lopes, etc...)
1.10. Fortunata de Jesus, Baptizada em Rio de Moinhos em 1762.
Casou com Tomás da Silva. (destes descendem Frade, Ferrão, Bento, Silva, Carvalho, Rosado, Clérigo...)
1.11. Joana da Rosa. Casou com Domingos da Silva. (destes descendem Silva e outros...)
Cumprimentos,
Luís Projecto Calhau
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Caríssimo Luís
Já em tempos tive oportunidade de dizer que tenho alguns ascendentes da região do Crato e Sousel (Portalegre); infelizmente não posso contribuir neste tópico com dados, pois esse meu ramo alentejano é dos Sequeiras. Se lhe for útil o que tenho, é só dizer. Terei todo o gosto em ceder os dados que já consegui.
Abraço
maria
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Esqueci-me de perguntar, na mensagem anterior, se sabe o número do processo do TSO dessa tal Ana Rodrigues. Tenho algumas Ana Rodrigues casadas com Simão...mas não são dessa zona que diz. Sinto curiosidade em analisar esse processo.
Muito obrigada
Maria
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Cara Maria David,
Sobre Sequeiras nada mais me ocorre além do que referi há uns tempos. Lembro-me também de ter encontrado vários Sequeiras em Castelo de Vide, no princípio do séc. XVIII, que poderão pertencer a uma outra linha de Castelo de Vide com ligação ao Alandroal. Se tiver interesse nesses elementos de Castelo de Vide, é só dizer...
Quanto ao processo de Ana Rodrigues, está disponível em:
http://digitarq.dgarq.gov.pt/ODDisplay.aspx?DigitalObjectID=153409&FileID=_2957597
Cumprimentos,
Luís
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Cara Maria,
Esqueci-me de referir que essa linha de xn à qual aludo na primeira mensagem do tópico tem ligações ao Crato. O referido Diogo Fernandes "o Salomão", casado com Esperança Nunes, era filho de Garcia Gonçalves, n. Alter do Chão, e de Inês Fernandes, n. Crato, casados no Crato a 6.1.1567. Esse Garcia Gonçalves poderá ser filho de um do mesmo nome falecido em 8.4.1562 em Alter do Chão.
Cumprimentos,
Luís
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Boa noite, Luís
Muito obrigada pelas suas informações. Amanhã tentarei analisar esse processo e tentar perceber se há alguma ponta a ligar à minha gente.
Disponha sempre.
Abraço
maria
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Exmo. Sr Luís Projecto Calhau,
Visitei este seu tópico e gostaria de lhe perguntar se por acaso conhece o casal que abaixo indico:
João Dias (Portalegre, Santiago) cc Ana Maria Mendes (Portalegre, São Julião)
Foram pais de :
Maria da Encarnação Mendes ( 1788, Sta Maria dos Olivais, Lisboa) onde casa com Severino António da Silva.
Aguardo atentamente a sua resposta,
Com os melhores cumprimentos e os votos de Santa Páscoa
João Paulo Gaspar
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Caro Confrade João Paulo Gaspar,
Lamento, mas não disponho de qualquer informação sobre os indivíduos que referiu.
Cumprimentos,
Luís Projecto Calhau
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Boa Noite,
Caro Luís Projecto Calhau,
Sabe pelo menos dizer a que corresponde a Freguesia de Santiago de Portalegre?
Cumprimentos
João Paulo Gaspar
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Caro João Paulo Gaspar,
Julgo tratar-se da freguesia de Santiago de Caiola que integrava a localidade de Urra.
Cumprimentos,
LPC
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Caro amigo
Luis Projecto Calhau
Tendo ramos do Distrito de Portalegre, Sousel-freguesia do Cano e arredores, como posso saber se existia sangue judeu nestas familias?
Obrigada por toda informação!
Cumprimentos Carlos luiz
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Caro Carlos Luiz,
Pois é... tudo se tornaria mais simples caso os registos paroquiais fizessem alusão à condição de cristãos-novos ou judeus, no entanto, sabemos que tal não acontece, pelo que só vislumbro uma hipótese: confrontando os elementos de que dispõe sobre os seus ascendentes, que resultam da informação proveniente dos registos paroquiais, com a informação resultante dos inúmeros processos do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição).
Pessoalmente, tenho seguido a metodologia de pesquisar pelo nome dos indivíduos e/ou localidades no site da TT Online e Digitarq (na caixa de pesquisa coloco além das palavras-chave relacionadas com o nome e a localidade, a palavra "processo").
http://ttonline.dgarq.gov.pt/DServe.exe?dsqServer=calm6&dsqApp=Archive&dsqDb=Catalog&dsqCmd=Search.tcl
http://digitarq.dgarq.gov.pt/Default.aspx?page=basicSearch&searchMode=bs
Caso relacione algum dos nomes que resultaram dessa pesquisa com ascendentes meus, procuro confirmar todos os elementos através da consulta do próprio processo, para dissipar eventuais dúvidas e retirar todas as informações que julgar pertinentes e, eventualmente, que me possibilitem recuar (ou avançar) mais uma ou outra geração.
Lamentavelmente, os processos da Inquisição de Évora ainda não estão disponíveis para consulta online, todavia, os de Lisboa e, salvo erro, os de Coimbra já se encontram digitalizados e disponíveis para consulta online. Existe, com efeito, alguns processos da Inquisição de Lisboa respeitantes a indivíduos que residiam na área de jurisdição de Évora.
Nem todos os processos possuem genealogia. Também tenho consultado alguns processos cujos réus, à partida, não relaciono com os meus ascendentes, na esperança de que, ainda assim, sejam referidos como testemunhas ou de cujos processos tenham sido retiradas culpas.
O propósito do lançamento deste tópico é, precisamente, reunir informação (essencialmente nomes e locais) que consta nos vários processos que vamos consultando, da região de Portalegre para, sessa forma, facilitar a vida a quem procura pistas sobre as suas raízes judaicas.
Um abraço,
Luís Projecto Calhau
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Caro Carlos Luís
Estará em belíssimas mãos com o Luís Projecto Calhau, pois além de pessoa interessada, conhecedora do que faz, coloca-se sempre à disposição para ajudar, dando os seus conselhos e experiências pessoais.
Não pretendia meter-me neste tópico mas senti necessidade de o fazer para completar, e só completar, precisamente, o que foi dito pelo LPCalhau, no post anterior.
Para além de tudo o que ele escreveu, gostaria de o alertar para o seguinte:
1- O primeiro passo deverá ser sempre a busca dos paroquiais; contudo, quando suspeitamos de eventuais ligações ou raízes cristãs-novas, podemos iniciar a busca pelos processos do TSO, se soubermos o nome de quem investigamos e os dos pais, pelo menos.
2- Qualquer processo do TSO deverá ser analisado com cautelas, pois nem todas as informações genealógicas nele constante poderão constituir a verdade absoluta dos factos. Exemplo: um sujeito A diz, por exemplo, que os avós paternos se chamavam António Rodrigues e Branca Mendes e na realidade foram, por exemplo, António Rodrigues e Ana Nunes. Isto porque eventualmente a última parceira desse avô foi uma tal Branca Mendes, ficando conotada como avó. Volto a dizer, isto é uma mero exemplo.
3 - Quando o sujeito A menciona os irmãos, nem sempre os refere com rigor, pois uns são irmãos inteiros e outros meios-irmãos, mas o sujeito A engloba tudo no mesmo "pacote".
4- Quando se tem a sorte de encontrar um ancestral com processo do TSO, é mais que conveniente analisar bem esse processo, retirando dele todas as informações que possam clarificar as ligações familiares, regiões de origem, profissões, et. Depois, tentar encontrar outros processos que lhe possam estar ligados, como de irmãos, tios, primos. E da análise desses processos, chegar a conclusões sobre as tais ligações familiares: alguém pode mencionar múltiplos casamentos, com as respectivas descendências, datas aproximadas, etc. Só a aferição de todos esses dados nos podem dar algumas "certezas".
5- Se a sua ancestralidade estiver ligada a Cristãos-novos, garanto-lhe que vai ter muitas dores de cabeça para decifrar quem é quem! Pode ter um casal (como eu tenho) que se chama Pedro Lopes e Isabel Mendes de uma dada terra; ao princípio, os filhos diziam que o avô paterno se chamava também Pedro Lopes. Curiosamente, vim a descobrir que sou descendente de DOIS casais Pedro Lopes e Isabel Mendes, da mesma região, sem terem nada a ver um com o outro, com filhos de nomes idênticos! Eu achava estranho que alguns irmãos não mencionassem nas respectivas genealogias o nome de um terceiro irmão. Foi só com a análise de vários processos que deslindei o assunto. Contudo, fiquei com um problema às costas: é que nem sempre os párocos, no baptismo, referem os nomes dos avós, donde, se eu pretender rigor cientìfico, NÃO posso escrever que um filho António cujos pais são Pedro Lopes e Isabel Mendes nasceu na data tal, pois tenho outro António, filho de outro Pedro Lopes e Isabel Mendes, a ser baptizado quase na mesma altura!
Outro exemplo meu, tenho uma Maria Ridrigues com dois casamentos: o primeiro, com um António Rodrigues, de quem teve dois filhos (Leonor e Diogo, ambos com filhos chamados António Rodrigues) e o segundo casamento com OUTRO António Rodrigues, de quem teve sete filhos, felizmente já não apareceram mais Antónios!). Nesta situação, foi a análise de processos dos colaterais que permitiram descobrir que o primeiro marido era filho de um Lázaro Rodrigues e o segundo de Duarte Rodrigues. Confuso, não é? Mas muita sorte, pois há assentos em que o pároco, talvez por ter ido às galhetas, escreveu: "Aos tantos dos tais baptizei Rosa que é filha do António Rodrigues que mora na rua de baixo...."sem mais! E nós que adivinhemos o nome da mãe da cachopinha, a rua onde o dito cujo morava, etc!!!!
Genealogista sofre!!!!!!!!
Cumprimentos e boa sorte para a sua investigação. Espero ter ajudado.
Maria
Direct link:
RE: Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Cara Maria David
Foi um prazer, receber tanta informação sobre os nossos ancestrais confusos, é talvez normal termos ramos com descendencia judaica!
Na Beira Baixa, Sertã, donde são originários os ramos paternos, e de Portalegre-Sousel, freguesias Cano eoutras, os ramos Maternos, deve existir muito sangue judeo, e ainda que eles existiram!
Estou a quase sem paciencia para tanta confusão, e sem ter alguem de perto, digo familia que se interesse a minha genealogia! Vou pedindo uns assentos aqui e lá e metendo no Genneall! Agradeço muito atenção!
Comprimentos Carlos Luiz
Direct link:
Sangue judeu / Cristãos-novos - Portalegre e arredores
Muito interessante essa linhagem.
Descendo do Antônio Rosado de Figueiredo que era casado com Catarina Vieira.
Pela descrição que conheço, esse casal deve ter chegado em Mariana no início da ocupação por volta de 1700.
Direct link:
Forum messages ordered by date
L' heure présentée corrrespond au GMT. Heure actuelle: 01 déc. 2024, 10:40