João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda vs Morgadio dos Telles, Alenquer
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João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda vs Morgadio dos Telles, Alenquer
Caros confrades,
Encontrei à pouco esta informação:
"Entretanto, sabe-se que o morgadio dos Teles, em Alenquer, teve como cabeça a Quinta do Pinheiro (na estrada entre Cadafais e Santana da Carnota), nome este adquirido posteriormente aquando da sua posse por André de Sousa Pinheiro da Camara, que foi Corregedor de Alenquer. Dos autores da obra "O Concelho de Alenquer, 4", dos professores António de Oliveira Melo e António Rodrigues Guapo e Padre José Eduardo Martins, retirámos, com a devida vénia, a seguinte informação: " A Quinta do Pinheiro resulta da união dos vínculos instituídos por Martim Teles, comendador da Ordem de Cristo, António Teles Pestana e Margarida Afonso Camela. Esta união efectua-se por provisão régia em 28/6/1774. No começo do século XIX, são sucessores do vínculo João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda."
http://carlosnogueira.tripod.com/id39.html
Algum dos confrades tem informações sobre este João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda? E porque motivo sucederam no morgadio dos Telles de Alenquer?
Cumprimentos,
Gonçalo Frutuoso de Almeida
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RE: João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda vs Morgadio dos Telles, Alenquer
Caro Gonçalo
Sabe-se quando é que esta quinta do Pinheiro passou para o referido André de Sousa Pinheiro da Câmara?
Abraço
Lourenço
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RE: João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda vs Morgadio dos Telles, Alenquer
Caro Lourenço,
Não lhe sei responder. Encontrei o artigo a que faço referência por mero acaso. Procurava informações sobre um colateral meu, João Nunes Franco, e dei com a página.
Lancei o tópico apenas porque achei grande a concidência de nomes, já que o "meu" João Nunes Franco, capitão, é filho de Dona Margarida de Barbuda, e como a outra sucessora do vínculo é uma Franco de Barbuda, presumi que fossem irmãos e tivessem de alguma relação com os ditos Nunes Franco da Lourinhã, acrecendo o facto de serem contemporâneos.
Cumprimentos,
Gonçalo
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João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda vs Morgadio dos Telles, Alenquer
Caros Confrades,
Provavelmente a utilidade deste tópico já está prejudicada no tempo, mas de qualquer forma aproveito para dar duas notas breves.
O Capitão João Nunes Franco que sucedeu na administração do Morgado dos Teles é efetivamente o Capitão das Ordenanças da Lourinhã. Ele foi nomeado administrador do Morgado, em 1809, pelo Juíz dos Orfãos de Alenquer, Bento Pereira Fajardo, que interditou o último Morgado, José de Valadares Leitão, na ausência em parte incerta do seu sobrinho, José Maria de Valadares, que lhe sucederia. José de Valadares Leitão morreu circunstâncias suspeitas, durante o processo de inventário que se seguiu à sua interdição. João Nunes Franco não tinha nenhuma relação familiar com os Teles, ou com os Valadares e Sousa, em cujo ramo se encontrava à data a administração do Morgado, e, tudo indica, foi um "testa de ferro" dos Juiz dos Órfãos que queria se apropriar dos bens do morgadio.
A João Nunes Franco sucedeu na administração do Morgado Maria Margarida Franco (de Barbuda).
Quanto a André de Sousa Pinheiro, ele foi Ouvidor de Alenquer entre 1735 e 1738, mas não creio que ele tenha tido uma qualquer relação com a Quinta de Santana da Carnota que foi cabeça do Morgado dos Teles, até porque a designação de Quinta do Pinheiro será anterior ao século XVIII. Havia, inclusive, mais do que uma Quinta do Pinheiro, nomeadamente uma, que presumo no Camarnal, que no século XVI pertenceu a Álvaro Rodrigues de Lima. De qualquer forma, Guilherme João Carlos Henriques relaciona o Ouvidor com a "Quinta do Desembargador", que foi de António Perestrelo do Amaral, que fica na freguesia de Santo Estevão, pelo que não será a mesma.
Claudio Monteiro
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João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda vs Morgadio dos Telles, Alenquer
Caro Cláudio Monteiro,
Agradeço as informações prestadas.
Quanto à constituição de testas de ferro associadas a este Morgadio nada sei.
No entanto, é errado afirmar que o Capitão João Nunes Franco não tem relações de parentesco com os Teles de Alenquer. Com efeito, por via de sua mãe, é descendente directo da família Teles:
I - Simão Teles de Meneses cc Luísa de Abreu de Albuquerque
II - Águeda Tavares Teles cc Vicente Jacinto Corvini/Corvino
III - João Corvini/Corvino Mobili cc Antónia (ou Maria) Franco de Barbuda
IV - Margarida Antónia Franco de Barbuda cc Dr. José Nunes Franco
V - Capitão João Nunes Franco cc D. Máxima Júlia Guilhermina Franco. Cg.
Cumprimentos,
Gonçalo Frutuoso
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João Nunes Franco e D. Maria Margarida Franco de Barbuda vs Morgadio dos Telles, Alenquer
Caro Gonçalo Frutuoso,
Muito obrigado, e desculpe não ter reagido antes ao seu comentário, mas por lapso meu, que não assinalei essa opção, não fui notificado do mesmo.
Embora conheça Simão Teles de Meneses e a sua ascedência, não estudei ainda desenvolvidamente a sua descendência, pelo que desconhecia a relação do Capitão João Nunes Franco com os Teles de Alenquer, cuja genealogia tenho estado a reconstituir. A sua informação ajuda-me a não cometer esse erro num artigo que estou a escrever sobre o tema. E também explica a "escolha" do Capitão João Nunes Franco para administrador.
Simão Teles de Meneses é, de facto, um Teles de Alenquer, filho de Brás Teles e Águeda Tavares, neto pela parte paterna de Rui Teles, «o Velho», e Maria Pais de Azevedo, e pela materna de Gaspar da Rocha Ferreira e Filipa Tavares.
Ele é, pois, tetraneto de Rui Teles, o primeiro do nome, e também o primeiro administrador do Morgado instituído por Martim Teles.
Nem o seu pai, nem o seu avô paterno administraram o Morgado dos Teles, que em 1628 transitou de Álvaro Teles de Meneses, que morreu cerca de dez anos antes sem geração, para Francisco Coelho Teles, filho de Ana Teles, irmã de Rui Teles, «o Velho». Quem, na descendência deste último, reclamou para si a administração do morgado, mas transigiu por acordo, foi Rui Teles, «o Moço», irmão mais velho de Brás Teles.
Quanto ao Capitão João Nunes Franco ser testa de ferro, não sou eu que o afirmo, mas o Corregedor de Alenquer em 1810, Manuel José Soares de Lobão, nomeadamente quando, num relatório que envia ao Desembargo do Paço diz, entre outros, que "José de Valadares Leitão, homem rico e velho, não tendo parentes alguns na Terra, e estando para receber uma boa porção de dinheiros dos seus vinhos, teve a sorte de sofrer que o Juiz dos Órfãos Joaquim Pereira Fajardo por artificiosos requerimentos em nome do seu Escrivão Promotor do Juizo e de um João Nunes da Lourinhã em segredo lhe tecerão hum sumário de demencia".
A minha intenção não foi fazer um juízo de valor. Mas a verdade é que ele é nomeado administrador por iniciativa do Juiz dos Órfãos, que entretanto foi nomeado pelo Juiz de Fora curador de José Maria de Valadares, que seria o legítimo herdeiro dos bens de morgadio (e que, tanto quanto sei, nunca apareceu). Isto é, do que li do processo não retirei que ele se arrogasse um direito sucessório à sua administração, e daí não o ter associado aos Teles de Alenquer. Os parentes distantes que, no referido processo, reclamavam para si a administração daqueles bens invocavam um parentesco com José de Valadares Leitão, último administrador, e não, remotamente, com o instituidor do Morgado.
Cumprimentos
Claudio Monteiro
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