Problemas no Marco de Canaveses em 1500
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Problemas no Marco de Canaveses em 1500
Gonçalo Dias, lavrador, morador no concelho de Benviver.
Nível de descrição
Documento simples Documento simples
Código de referência
PT/TT/CHR/K/45/93-356V
Datas de produção
1501-04-14 A data é certa
Âmbito e conteúdo
Jazendo presos na cadeia do concelho um Fernando Martins Rossem [actual, Rosém], por se contra ele dizer que, sendo casado, tivera uma manceba; um Gonçalo Gonçalves de Alampada, por atirar com uma besta contra outro Gonçalo Gonçalves, da dita terra, ambos moradores no dito Concelho. E porquanto ao dito tempo aí não havia meirinho nem carcereiro que os ditos presos guardasse, o juiz mandara que os moradores dela os guardassem a giros, pelo qual viera o giro a ele suplicante guardar uma noite os ditos presos, os quais estavam presos com senhas ferropeias que tinham nos pés. E jazendo ele suplicante assim de noite na casa onde os presos estavam presos, viera a adormecer. E tanto que o sentiram dormir, desfecharam os ditos ferros que tinham nos pés e saíram sem ele suplicante os sentir. E tanto que assim foram fora de casa da cadeia, logo lhe fecharam a porta de fora, e, em lhe assim fechando a porta, os ouvira. E por já não poder sair pela porta, furara o telhado e se pusera em cima do telhdo bradando e chamando da parte del-rei, muitas vezes, que lhe acudissem porque fugiram os ditos presos. Por bem da qual fugida ele, suplicante, andava então amorado com temor. E depois Fernão Pires (sic), um dos presos que lhe assim fugira, houvera perdão del-rei, assim do caso principal como da fugida e era já de todo livre, segundo se poderia ver por uma sua carta de perdão cujo treslado apresentar enviou em um público instrumento que recontava ser feito e assinado por João Alvares, tabelião na terra de Benviver, aos 19 de Outubro de 1500, a qual carta recontava ser dada aos 21 de Dezembro de 1496. E bem assim o dito Gonçalo Gonçalves a cujo requerimento Gonçalo Gonçalves de Alampada, outro preso que lhe fugira, fora preso lhe tinha perdoado a culpa que ele suplicante tivera em sua fuga, segundo um público instrumento de perdão que nos outrossim logo apresentar enviou, que recontava ser feito e assinado pelo sobredito João Alvares, tabelião, aos 7 de Junho de 1500, em que lhe perdoava o mal e não o queria acusar nem demandar. Enviando ele suplicante pedir, el-rei, vendo o que dizia, antes de lhe dar algum livramento, primeiramente mandara vir perante si a inquirição devassa que por razão da fugida dos presos fora tirada, visto um parece com o seu passe, lhe perdoou contanto pagasse 3.000 rs. para a Piedade. Por o Bispo estar doente, El-rei o mandou por mim somente (sic). Francisco Dias a fez.
Cota actual
Chancelaria de D. Manuel I, liv. 45, fl. 93v
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