Da flor de Altura a Sixto da Cunha
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Da flor de Altura a Sixto da Cunha
Caros colegas,
Um vinculo genealogico direto parece ligar o senhor de Pombeiro, Joao Lourenço da Cunha, e mulher, a famosa e tào detestada “Flor de altura” a Rainha Leonor Teles, a Sixto da Cunha, prior-comendatario do mosteiro de Santa Maria de Oliveira “de Vermoim” (e à prole Cunha Gusmao).
A genealogia proposta por Felgueiras Gaio e por Domingos de Araujo Affonso deve ser verdadeira. Assim se apresenta:
Leonor Teles e seu 1° marido Joao Lourenço da cunha tiveram Alvaro da Cunha, que foi pai de Diogo Alvares da Cunha, pai de Isabel da Cunha, màe de Inês da Cunha, por sua vez màe de Sixto da Cunha.
Todavia e como sempre em genealogia a linha merece ser documentada, datada e confirmada (ou nao). Esse é o proposito deste topico.
Revistando:
1- Joao Afonso da Cunha (+1384) e Leonor Teles (+1390/1406)
A origem de ambos foi amplamente estudada.
Segundo Fernao Lopes, Joao Afonso da Cunha foi dos que ajudaram o mestre de Avis (embora de forma ambigua), e faleceu de doença durante o cerco de Lisboa de 1384.
Quanto a D. Leonor Teles, rainha (1372-1383) e regente (1383-1384) a historiografia portuguesa considera de forma constante que faleceu exilada em Tordesilhas em 1386 (27 de abril). Mas os historiadores espanhois consideram que faleceu entre 1390 e 1406. Mais ultimamente Isabel Maria Garcia de Pina Baleiras Campos na sua tese “LEONOR TELES, UMA MULHER DE PODER?” (2008, Univ de Lisboa, Fac de letras) tem em conta os dados trazidos pelas fontes espanholas para considerar que Leonor Teles sobreviveu a Juan I, e que deve ter gozado o respeito que a coroa castelhana consideraria obviamente dever à màe da rainha de Castela D. Beatriz.
2- Alvaro da Cunha (+1415)
Cuja filiaçào nao é duvidosa, muito embora fosse causa de embaraço para D. Leonor Teles e D. Fernando, segundo Fernao Lopes. De acordo com o cronista, até à morte de D. Fernando teve portanto de usar o apelido Sousa, sendo apresentado na corte como um bastardo do mestre de Cristo, Lopo Dias de Sousa. A partir de 1384 recuperou à sua identidade e licença do mestre de aVis para herdar os bens do pai. Esteve ao lado do mestre de Avis na crise de 1383-85. Morreu de peste durante o regresso de Ceuta (1415).
3- Frei Diogo Alvares da Cunha (+1460)
Conhecido dos nobiliarios e dos historiadores por razoes diferentes. A sua filiaçào é conhecida pelos nobiliarios. Segundo os nobiliarios foi prior do mosteiro de Santa Maria de Oliveira, o que nao se confirma pois nao consta da lista dos priores do dito cenobio. As fontes historicas publicadas sobre a Ordem de Cristo no sec. 15 confirmam que era comendador de Castelejo e Castelo Novo. Os estudos publicados sobre a presença portuguesa em Marrocos confirmam sua presença em Ceuta entre 1415 e 1437.
Em 1438 recebeu 15781 reis de soldo pelo seu serviço em Ceuta.
A 19 de maio de 1426 esteve no capitulo geral de sua Ordem em Tomar.
Frei Diogo é especialmente conhecido dos historiadores dos descobrimentos por via do seu epitafio (em S. Francisco da Covilhà) assim transcrito por Braamcamp Freire e outros, e que revela o empenho do Infante D. Henrique o Navegador e de seus homens em intervir nas ilhas Canarias: "Aqui jaz ho muyto honrado Cavaleiro Frey Diegalves da Cunha Comendador que foy de Castelejo e de Castelnovo ho qual foy na tomada de Cepta com o muyto alto e com o muyto excellente e muyto virtuoso Senhor Rey Dom Ioham da boa memoria & foi nas Ilhas de Canaria por mandado do muito honrado principe & muito virtuoso Senhor o Infante D. Henrique seu filho: o qual se finou na Era de 1460 annos."
4- Isabel da Cunha (mulher de um Alvaro Vaz da Cunha?)
nào tenho nada a documentar a filiaçào e a propria existencia. Em regra é considerada pelos nobiliarios como uma filha ilegitima, com toda a logica.
5- Inês da Cunha (mulher de Nuno Gonçalves “de Gusmao”)
nào tenho nada a documentar a filiaçào.
Os sites da internet que tratam da historia de Alpedrinha (Fundao) ou de Provesende (Sabrosa) conhecem este casal, sem todavia apresentarem fontes.
Segundo um site dedicado a Alpedrinha : "Nuno Gonçalves de Gusmão, faleceu em Provesende (Sabrosa, Vila Real), sendo enterrado no jazigo da família da capela-mor da igreja matriz. Passados anos foram os seus ossos trasladados para Alpedrinha, de onde era natural. Não se sabe se para o jazigo dos Cunhas na Igreja Matriz, se para a capela de Santa Catarina."
Igualmente em Provesende (Sabrosa) numa nota historica a proposito da Casa da Praça (séc. XV-XVIII) refere– Esta casa, que remonta ao tempo de D. João I (1431), foi reconstruída e ampliada pelo Cardeal Alpedrinha, D. Jorge da Costa, que foi Arcebispo Primaz de Braga. Esta casa, bem como rendas em Provezende, Goivães e S. Mamede de Riba Tua, foi aprazada pelo cardeal Alpedrinha ao seu sobrinho Nuno Gonçalves Gusmão o qual casou com D. Inês Cunha (oriunda da família dos senhores de Pombeiro). Este casal deu origem a um ramo da família Cunha que aqui viveu permanentemente até 1700.”
Segundo nobiliarios manuscritos da Torre do Tombo (consultaveis online), cujo autor se baseou na justificaçào de 1524 abaixo referida Nuno Gonçalves estava em Provesende, tinha cerca de 80 anos, e era filho de uma irmà do Cardeal D. Jorge da Costa.
Teria portanto nascido por volta de 1445 e falecido depois de 1524.
6- Sixto da Cunha (+1552?)
O site do ANTT lembra quem era Xisto da Cunha, sobrinho do cardeal Alpedrinha, administrador do Mosteiro (1498), prior (1504) comendatário (1507-1508, 1511-1516, 1519-1524, 1526-1527, 1534, 1537, 1539, 1543) e procurador do comendatário D. Pedro da Costa (1544-1548, 1551), seu primo.
Segundo Felgueiras Gaio nos seu nobiliario de Familias de Portugal, "fez uma justificação de Nobreza que está no Tomo 13 do Nobiliário de vários Autores de Joze Freire de Monterroyo na qual justificação (foi feita esta justificação em 1524) jurou D. Francisco de Lima de Ponte do Lima que disse aos costumes ser primo do dito Xisto da Cunha = Diogo Lopes de Lima de Guimarães disse era primo do dito Xisto da Cunha, e que D. Felipa avó dele testemunha tivera um irmão de que vinha o dito Xisto da Cunha o que confirma a ascendência que aqui lhe damos; jurou mais Afonso da Costa Alcaide Mor de Braga que jurou aos costumes que era parente dos parentes o dito Xisto da Cunha, e jurou mais Nuno Gonçalves pai do dito Xisto e da mesma justificação consta que a mãe do dito Nuno Gonçalves avô e do dito Xisto era irmã do Cardeal D. Jorge da Costa”
Segundo Domingos de Araujo Afonso (Da verdeira origem de algumas familias de Braga, in Revista "Bracara Augusta" vol 23 a 24): “Xisto da Cunha que recebeu ordens menores em Braga em 7.IV.1492 teve a abadia de S. Pedro de Goaes (20.V.1503) e foi comendatario de Santa Maria de Oliveira dos Conegos regulares (1503-1552); teve ainda a abadia de Lagares, recebendo nessa altura ordens de epistola a 21.III.1521, e tendo ido a Roma, là recebeu ordens de evangelho e de missa a 16.V.1522.
Justificou a sua nobreza em Braga em 1524, sendo testemunhas D. Francisco de Lima, de Ponte de Lima, Diogo de Lima, de de Guimarães e Afonso da Costa, alcaide-mor de Braga. Era natural de Alpedrinha e viveu muito honradamente em Braga, com quatro homens de cavalo e muitos de pé e em muito grande casa, como fidalgo que era.”
A tal justificaçào de 1524, que nao vi, parece demonstrar que Filipa da Cunha, a avo do alcaide de Guimaraes, Diogo Lopes de Lima, era irmà de um antepassado de Sixto da Cunha.
Alem disso a cronologia parece bater certo do principio ao fim.
Contudo a ligaçào de Frei Diogo Alvares da Cunha a Isabel da Cunha, e a ligaçào de Isabel da Cunha a Inês da Cunha carecem de documentos, indicios, fontes externas, independentes, referencias ou datas. Parece-me ser no estado da questào a fraqueza da linha, e agradecia dados e pareceres que possam ajudar a confirmar ou nào essa linha de ascendencia.
Agradeço correçoes.
Melhores cumprimentos
Carlos Silva
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RE: Da flor de Altura a Sixto da Cunha
Caro confrade Carlos Silva,
Não conheço provas documentais [nem indiciais] da ligação da casa da Praça de Provesende aos Costas de Alpedrinha. Nada me leva a acreditar nessa ligação - as referências conhecidas são escritos genealógicos muito posteriores. Também nenhum elemento construtivo da casa da Praça indicia uma origem anterior a final do século XVI - é certamente "romance" a dita "reconstrucção" por D. Jorge da Costa.
Os mais remotos ascendentes da casa da Praça que conheço são Manuel Nunes e sua mulher Ana Pinto que tiveram um filho Nuno, nascido cerca de 1525. Seria aquele Manuel Nunes filho de um Nuno Gonçalves ?
Cumprimentos,
António Taveira
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Da flor de Altura a Sixto da Cunha (atualização)
Da Flor de Altura a Sixto da Cunha
...até a implantação dos Cunhas Gusmões em Vermoim e Oliveira Santa Maria (Vila Nova de Famalicão)
Um vinculo genealogico directo parece ligar o senhor de Pombeiro, João Lourenço da Cunha, e mulher, a famosa e tão detestada “Flor de altura” a Rainha Leonor Teles, a Sixto da Cunha, prior-comendatario do mosteiro de Santa Maria de Oliveira “de Vermoim” (e à prole Cunha Gusmao).
A genealogia proposta por Felgueiras Gaio e por Domingos de Araujo Affonso pode ser verdadeira. Assim se apresenta:
Leonor Teles e seu 1° marido João Lourenço da Cunha tiveram Alvaro da Cunha, que foi pai de Diogo Alvares da Cunha, pai de Isabel da Cunha, mãe de Inês da Cunha, por sua vez mãe de Sixto da Cunha e irmãos.
Todavia e como sempre em genealogia a linha merece ser documentada, datada e confirmada (ou não). Esse é o proposito deste topico.
Revistando:
1- João Afonso da Cunha (+1384) e Leonor Teles (+1390/1406)
A origem de ambos foi amplamente estudada.
Segundo Fernão Lopes, João Afonso da Cunha foi dos que apoiaram o mestre de Avis (embora de forma ambigua), e faleceu de doença durante o cerco de Lisboa de 1384.
Quanto a D. Leonor Teles, rainha (1372-1383) e regente (1383-1384) a historiografia portuguesa considera de forma constante que faleceu exilada em Tordesilhas em 1386 (27 de abril). Mas os historiadores espanhois consideram com razão que faleceu entre 1390 e 1406. Mais ultimamente Isabel Maria Garcia de Pina Baleiras Campos na sua tese “LEONOR TELES, UMA MULHER DE PODER?” (2008, Univ de Lisboa, Fac de letras) tem em conta os dados trazidos pelas fontes espanholas para considerar que Leonor Teles sobreviveu a Juan I, e que deve ter gozado o respeito que a coroa castelhana consideraria obviamente dever à mãe da rainha de Castela D. Beatriz.
2- Alvaro da Cunha (+1415)
Cuja filiação não é duvidosa, muito embora fosse causa de embaraço para D. Leonor Teles e D. Fernando, segundo Fernão Lopes. De acordo com o cronista, até à morte de D. Fernando teve portanto de usar o apelido Sousa, sendo apresentado na corte como um bastardo do mestre de Cristo, Lopo Dias de Sousa. A partir de 1384 recuperou à sua identidade e teve licença do mestre de Avis para herdar os bens do pai. Esteve ao lado do mestre de Avis na crise de 1383-85. Morreu de peste durante o regresso de Ceuta (1415).
3- Frei Diogo Alvares da Cunha (+1460)
Conhecido dos nobiliarios e dos historiadores por razões diferentes. Segundo nobiliarios foi prior do mosteiro de Santa Maria de Oliveira, o que não se confirma pois não consta da lista dos priores do dito cenobio. As fontes historicas publicadas sobre a Ordem de Cristo no sec. 15 confirmam que era comendador de Castelejo e Castelo Novo. Os estudos publicados sobre a presença portuguesa em Marrocos confirmam sua presença em Ceuta entre 1415 e 1437.
Em 1438 recebeu 15781 reis de soldo pelo seu serviço em Ceuta.
A 19 de maio de 1426 esteve no capitulo geral de sua Ordem em Tomar.
Frei Diogo é especialmente conhecido dos historiadores dos descobrimentos por via do seu epitafio (em S. Francisco da Covilhã) assim transcrito por Braamcamp Freire e outros, e que revela o empenho do Infante D. Henrique o Navegador e de seus homens em intervir nas ilhas Canarias: "Aqui jaz ho muyto honrado Cavaleiro Frey Diegalves da Cunha Comendador que foy de Castelejo e de Castelnovo ho qual foy na tomada de Cepta com o muyto alto e com o muyto excellente e muyto virtuoso Senhor Rey Dom Ioham da boa memoria & foi nas Ilhas de Canaria por mandado do muito honrado principe & muito virtuoso Senhor o Infante D. Henrique seu filho: o qual se finou na Era de 1460 annos."
4- Isabel da Cunha (mulher de um Alvaro Vaz da Cunha?)
não tenho nada a documentar a filiação e a propria existencia. Em regra é considerada pelos nobiliarios como uma filha ilegitima, com toda a logica.
De notar que deveria ser sobrinha de outra Isabel da cunha casada com um Alvaro Vaz (o famoso Alvaro Vaz de Almada, morto em Alfarrobeira em 1449) - Uma confusão? Mero acaso?
5- Inês da Cunha (mulher de Nuno Gonçalves “de Gusmão”)
não tenho nada a documentar a filiação.
Os sites internet que tratam da historia de Alpedrinha (Fundão) ou de Provesende (Sabrosa) conhecem este casal, sem todavia apresentarem fontes.
Segundo um site dedicado a Alpedrinha : "Nuno Gonçalves de Gusmão, faleceu em Provesende (Sabrosa, Vila Real), sendo enterrado no jazigo da família da capela-mor da igreja matriz. Passados anos foram os seus ossos trasladados para Alpedrinha, de onde era natural. Não se sabe se para o jazigo dos Cunhas na Igreja Matriz, se para a capela de Santa Catarina."
Igualmente em Provesende (Sabrosa) numa nota historica a proposito da Casa da Praça (séc. XV-XVIII) refere– Esta casa, que remonta ao tempo de D. João I (1431), foi reconstruída e ampliada pelo Cardeal Alpedrinha, D. Jorge da Costa, que foi Arcebispo Primaz de Braga. Esta casa, bem como rendas em Provezende, Goivães e S. Mamede de Riba Tua, foi aprazada pelo cardeal Alpedrinha ao seu sobrinho Nuno Gonçalves Gusmão o qual casou com D. Inês Cunha (oriunda da família dos senhores de Pombeiro). Este casal deu origem a um ramo da família Cunha que aqui viveu permanentemente até 1700.”
Segundo nobiliarios manuscritos da Torre do Tombo (consultaveis online), cujo autor se baseou na justificação de 1524 abaixo referida Nuno Gonçalves estava em Provesende, tinha cerca de 80 anos, e era filho de uma irmã do Cardeal D. Jorge da Costa.
Teria portanto nascido por volta de 1445 e falecido depois de 1524.
6- Sixto da Cunha (+1552?)
O site do ANTT lembra quem era Xisto da Cunha, sobrinho do cardeal Alpedrinha, administrador do Mosteiro (1498), prior (1504) comendatário (1507-1508, 1511-1516, 1519-1524, 1526-1527, 1534, 1537, 1539, 1543) e procurador do comendatário D. Pedro da Costa (1544-1548, 1551), seu primo.
Segundo Felgueiras Gaio nos seu nobiliario de Familias de Portugal, "fez uma justificação de Nobreza que está no Tomo 13 do Nobiliário de vários Autores de Joze Freire de Monterroyo na qual justificação (foi feita esta justificação em 1524) jurou D. Francisco de Lima de Ponte do Lima que disse aos costumes ser primo do dito Xisto da Cunha = Diogo Lopes de Lima de Guimarães disse era primo do dito Xisto da Cunha, e que D. Felipa avó dele testemunha tivera um irmão de que vinha o dito Xisto da Cunha o que confirma a ascendência que aqui lhe damos; jurou mais Afonso da Costa Alcaide Mor de Braga que jurou aos costumes que era parente dos parentes o dito Xisto da Cunha, e jurou mais Nuno Gonçalves pai do dito Xisto e da mesma justificação consta que a mãe do dito Nuno Gonçalves avô e do dito Xisto era irmã do Cardeal D. Jorge da Costa”
Segundo Domingos de Araujo Afonso (Da verdeira origem de algumas familias de Braga, in Revista "Bracara Augusta" vol 23 a 24): “Xisto da Cunha que recebeu ordens menores em Braga em 7.IV.1492 teve a abadia de S. Pedro de Goães (20.V.1503) e foi comendatário de Santa Maria de Oliveira dos Conegos regulares (1503-1552); teve ainda a abadia de Lagares, recebendo nessa altura ordens de epistola a 21.III.1521, e tendo ido a Roma, là recebeu ordens de evangelho e de missa a 16.V.1522.
Justificou a sua nobreza em Braga em 1524, sendo testemunhas D. Francisco de Lima, de Ponte de Lima, Diogo de Lima, de Guimarães e Afonso da Costa, alcaide-mor de Braga. Era natural de Alpedrinha e viveu muito honradamente em Braga, com quatro homens de cavalo e muitos de pé e em muito grande casa, como fidalgo que era.”
A tal justificaçào de 1524, que não vi, parece demonstrar que Filipa da Cunha, a avo do alcaide de Guimarães, Diogo Lopes de Lima, era irmã de um antepassado de Sixto da Cunha.
Este Sixto da Cunha, prior-comendatario do Mosteiro de Oliveira Santa Maria (1503-1552), além de seu papel na historia local, de seu interesse historico pessoal, senão mesmo literário, tambem interessa muitos investigadores porque teve descendencia, e por outro lado porque foi o principal facilitador pela instalação da estirpe Cunha Gusmão na area de Vermoim, por via de sua irmã e de seu cunhado Rui Gomes, como parece esclarecer, julgo, Maria Rosario Costa Bastos, no seu estudo “Santa Maria de Oliveira, um dominio monastico do Entre-Douro-e-Minho em finais da idade média” (V.N. Famalicão 1996), quando escreve a proposito das igrejas anexas:
“Analisando esta realidade segundo um crescendo hierárquico, Santa Maria de Vermoim, ao apresentar cinco propriedades dependentes, seria ao menos ao nivel numerico, a mais importante das igrejas anexas de Oliveira. Alias, este facto pode ter estado na base de arrendamento das receitas de Santa Maria de Vermoim feito pelo comendatario Sixto da Cunha à sua irmã e respectivo marido (Rui Gomes)” isto com nota de rodapé que remete para: ANTT, Corporaçoes Religiosas, Santa Maria de Oliveira, “Tombo velho” B-49-18, fl.18.
A proposito das armas de Sixto da Cunha, esculpidas na sua pedra tumular, frente à porta principal da igreja de Santa Maria de Oliveira (lado de fora) que ainda se podem ver apesar de seu mau estado, além de serem elucidativas quanto às origens de Sixto da Cunha, pois partidas de Costa de Alpedrinha (ou seja com a roda de navalhas de Santa Catarina e não as armas mais tradicionais dos Costas) e de Cunhas, também podemos reparar que o escudo não é o escudo português tradicional, mas sim uma forma de escudo samnítico (ou francês moderno) ou mesmo possivelmente um escudo inglês.
De qualquer forma, ainda se trata de um visita muito aconselhável, sem duvida…
Nas miscelaneas manuscritas 1103 e precisamente na folha 122 (que esteve na pagina 0257) e é ou foi pelo menos em certa altura digitalizada no site do ANTT podemos ver a transcrição do letreiro da pedra tumular de Sixto da Cunha:
Aqui jaz Sixto da Cunha que deste mosteiro foi comendatario
Faleceu a 8 de Março de 1557
Sua pedra tumular estava então na Capela-mor como era de esperar, e não no adro da igreja como é o caso agora.
A leitura da data 1557 surprende-me um pouco. Pois teria mais provavelmente apostado para 1551 do que 1557, mas vai assim transcrito pelo autor.
Alem disso a cronologia geral parece bater certo do principio ao fim.
Em conclusão a ligação de Frei Diogo Alvares da Cunha a Isabel da Cunha, e a ligação de Isabel da Cunha a Inês da Cunha carecem de documentos, indicios, fontes externas, independentes, referências ou datas. Parece-me ser no estado da questão a fraqueza da linha, e agradecia dados, correções e opiniões que possam ajudar a confirmar ou não essa linha de ascendência.
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