Vasconcelos: 4 quebras de varonia não sucessivas
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Vasconcelos: 4 quebras de varonia não sucessivas
Boa Tarde
Antes de mais, aproveito o momento para agradecer, de forma prévia, pela ajuda que eventualmente me possam dispensar. Há relativamente pouco tempo retomei um projeto que já havia abandonado: o de (re)construir a estrutura de ascendência da minha família. Este tem sido um processo um quanto moroso que no entanto não me fez perder o entusiasmo que se vai agravando com o ultrapassar de sucessivos obstáculos. Divagações à parte vou expor a questão que me motivou a pronunciar:
• Bem, através de uma exaustiva pesquisa consegui determinar a minha linhagem que conhece raízes bem mais profundas do que aquelas que pretendo desvendar. Falo da família de Vasconcelos. Sou descendente de D. Martins Moniz (aquele que ficou conhecido na tomada de Lisboa aos Mouros) na sua 25 geração, pelo que o primeiro homem a utilizar o nome de Vasconcelos foi seu neto - D. João Peres de Vasconcelos, o Tenreiro.
• Já li muito aqui no fórum sobre as tão faladas “três quebras de varonia”, assunto que levanta muitas posições que nem sempre vão no mesmo sentido. Concretamente, a minha questão é: visto que eu sendo descendente do primeiro senhor da torre de Vasconcelos e pelo facto de ter havido 4 quebras de varonia não sucessivas, que distam entre si em cerca de uma média de 6 gerações, poderei eu fazer uso das armas dos Vasconcelos?
• Note-se que a minha família a certa altura veio para a ilha de S. Miguel/Açores, durante o tempo do 5.º capitão do donatário, mantendo a condição de fidalguia até ao século XVII (é dito por Gaspar Frutuoso), manteve-se constituída por “proprietários” até ao séc. XIX, período a partir do qual houve uma degradação social-económica deste ramo, provavelmente pelo facto de se viver numa ilha.
• O nome de Amaral e Vasconcelos foi sempre utilizado, sendo que eu sou o único que em 853 anos não o possuo.
• Aproveito o momento para fazer mais uma questão: A Nobreza esta directamente ligada à ascendência ou às condições económicas, ou talvez às duas? Poderei eu dizer que sou descendente directo os Senhores de Vasconcelos? Poderei atrever-me a pensar que sou fidalgo só porque os meus antepassados o foram? Sei muitas são as pessoas que tomam uma posição de reserva quanto a estas questões. Já li por aqui que “ser descendente de nobre não faz de nós nobres”. Será que não nos faz em espirito ou também em estatuto. Eis a questão.
Peço desculpa por fazer tanto rodeio e tanta explicação para perguntar uma simples coisa. Entrei em detalhe pelo facto de estes serem muitas vezes postos em relevo em um sem numero de debates.
Cumprimentos,
Paulo Jorge Rodrigues Estrela
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RE: Vasconcelos: 4 quebras de varonia não sucessivas
Quer uma sugestão? Altere o nome e acrescente o apelido Vasconcelos de que faz tão justa estima e depois use as armas de família. Essa teoria das quebras foi inventada na república e vale o que vale... Agora o que faz menos sentido é usarem-se armas sem se usar o apelido em apreço, embora seja vulgar em Portugal.
Cumprimentos.
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RE: Vasconcelos: 4 quebras de varonia não sucessivas
Caro Confrade,
Sem de nenhuma forma querer menosprezar a referida ascendência (et pour cause...), será bom considerar que o número de gerações é tão grande, que permite um enorme número de actuais descendentes em semelhantes condições. Numa análise rápida feita com a "prata da casa" encontrei de imediato 3 diferentes linhas de 3 diferentes pessoas (minha mulher, meu genro, e eu próprio) para D. João Peres de Vasconcelos, com 2, 4 e 6 quebras de varonia.
Somos todos primos, (enfim, quase todos...).
Com os melhores cumprimentos,
Vasco Galvão
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RE: Vasconcelos: 4 quebras de varonia não sucessivas
Senhor Vasco Galvão,
De facto, a probalidade de existência de inúmeras famílias descendentes destes meus antepassados é bastante real, pois afinal de contas, originalmente todos descendemos de um pequeno grupo de pessoas. A minha pergunta ia no sentido de satisfazer uma curiosidade que acho que seja natural a muitas pessoas. Não pretendo utilizar tais armas até porque hoje em dia suponho que tal já nem seja valorizado, quanto mais seria visto da forma errada. Apenas me desconcerta esta ideia de “chefe” no uso de um sobrenome. A questão é como é alguém pode ter primazia relativamente à “nobreza” do seu tronco e outros não?
Mais uma questão: ao fazer esta análise de todos os seus ancestrais, qual é a sua posição relativamente ao mesmos? Os considera como se fossem bisavós que nunca conheceu, ou como primos tão afastados que nem de família são de considerar.
Cumprimentos
Paulo Estrela
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RE: Vasconcelos: 4 quebras de varonia não sucessivas
Boa tarde,
Na realidade esta questão foi feita a titulo de mera curiosidade. Não pretendo alterar o nome, pois carrego um Estrela com humildes raízes, mas com uma grande sentido de honra. Basta-me o facto de saber qual a minha origem familiar. Como disse um certo senhor: regredidos, regredimos na árvore genealógica e acabamos no mato. Provavelmente todas as nobres famílias tem primórdios humildes.
Agradeço a sua intervenção.
Cumprimentos
Paulo Estrela
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RE: Vasconcelos: 4 quebras de varonia não sucessivas
Caro confrade Paulo Estrela:
A ideia de "chefe", de representante do nome, faz sentido - em diferentes proporções - na mesma linha da ideia de sucessão num título, num morgadio, ou mesmo em qualquer outro factor marcante que em determinada família vá passando de pais para filhos. Não como um "direito" renovado em cada geração, mas sim uma constatação de um facto tanto mais significativo como a importância que lhe quisermos dar.
Relativamente à empatia criada com os ancestrais… será certamente muito variada, quer pela personalidade do investigador, quer pelo distanciamento temporal ou geográfico. Pessoalmente, sinto grande proximidade relativamente a vários dos meus, provavelmente por poder conhecer deles bastante mais que datas e nomes. Os medievais, olho-os sobretudo com curiosidade histórica. Em qualquer dos casos, sempre gostosamente!
Cumprimenta,
Vasco Galvão
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